“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4.17).
É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que não cometem pecado porque não fazem as coisas proibidas por Deus. Geralmente o argumento passa pelas seguintes palavras: “eu não mato, não roubo, não bebo, não fumo, não faço mal pra ninguém”, etc. Observe que a ideia de pecado está sempre associada a “não” fazer algo ruim. Mas quase ninguém para pra pensar no outro lado dessa questão: quando deixamos de fazer o que é certo.
Pecado, pode-se dizer que é exatamente a transgressão de um mandamento. Mas também quando deixamos de cumprir um mandamento estamos pecando. Este é chamado de prevaricação, ou pecado de omissão. Pecado não é só desobedecer a Deus fazendo o que Ele proibiu, mas também desobedecê-lo deixando de fazer o que Ele ordenou.
Então, mesmo que alguém não mate, não roube, não beba, não fume, ou não faça mal pra ninguém, como quase sempre é o que ouvimos, por outro lado, este alguém também não se arrepende, não crê em Cristo, não se batiza, não congrega, não toma ceia, não evangeliza, não ora, não lê a Bíblia, não perdoa, não contribui, e outras ordens mais que Deus estabeleceu para a vida de um cristão. Portanto, de toda forma está pecando, pois sabe que deve fazer o bem e não o faz.
Mas a questão vai mais além das pessoas pensarem que não fazem realmente o que Deus proibiu. Quem nunca mentiu, por exemplo? Quem nunca odiou? Quem nunca cobiçou? Quem nunca desonrou alguma vez seu pai ou sua mãe? Quem nunca tomou o nome de Deus em vão? Enfim, se formos catalogar os mandamentos de proibição, nem assim preencheríamos os requisitos de Deus para nossa perfeição! Quanto mais se formos analisar os mandamentos positivos dEle, que Ele ordena que façamos e nós não fazemos!
A diferença entre os pecados que cometemos (de proibição) e os que nos omitimos (de ordenanças) é que nestes, nós deixamos de atingir o padrão de Deus e, naqueles, nós erramos o alvo do padrão de Deus. Em resumo, não conseguimos fazer a vontade de Deus em nenhum dos dois aspectos. Ou nós quebramos Seu mandamento, fazendo o que não devíamos, ou nós não atingimos Sua vontade, deixando de fazer o que devíamos.
A conclusão dessa nossa derrocada espiritual é que quando nós reconhecemos nossa falência e passamos a depender unicamente daquele que fez toda a vontade de Deus, que é Cristo, então somos bem-aventurados. Sim, são bem-aventurados aqueles que reconhecem que jamais se encaixam nos preceitos divinos e agora dependem de Jesus, o único que os cumpriu de forma completa, não fazendo o que Deus proibiu e nem deixando de fazer o que Deus mandou. Enquanto para nós isso é uma batalha terrível, para Jesus era extremamente natural, pois nasceu sem pecado e assim pôde viver sem pecado e morrer pelos nossos pecados.
Acabemos hoje mesmo com nossa autossuficiência e
reconheçamos que ora não atingimos o que Deus quer e ora quebramos o que Ele
não quer. Reconheçamos também que dependemos do Seu Filho Jesus, o único que
cumpriu de forma perfeita toda a vontade de Deus, tanto a que proíbe quanto a que
ordena.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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