Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

domingo, 30 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0096 - EIS QUE ESTOU À PORTA E BATO

  


“Vejam! Permaneço à porta e bato. Se alguém ouviu a minha voz e abriu a porta, entrarei em direção a ele, e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.20) – Trad. Lit.

A porta de que fala este versículo, naturalmente é a própria pessoa, ou seu coração, sua alma, sua aceitação, como queiram definir a nossa parte relacional com Deus. No texto grego, como lemos numa tradução literal, como de fato está escrito no original, não existe a palavra “casa” como nas nossas versões, que dizem “entrarei em sua casa”, embora possa estar implícito. Mas lemos no grego “entrarei para ele” ou “em direção a ele”. Portanto, aqui fala do coração da pessoa.

Todavia, essa fala de Jesus não está sendo dita a incrédulos, como nós muitas vezes a usamos para falar aos que não são convertidos. Repetimos esta fala de Jesus para que o ouvinte do evangelho abra seu coração para Jesus. Às vezes dizemos ainda que a chave está na mão do ouvinte e a fechadura fica pelo lado de dentro...

Mas este versículo, assim como todo seu contexto, está sendo dito à igreja. Sim, é uma palavra de Jesus aos salvos! Esta é a última de 7 cartas que o Senhor mandou João escrever a 7 igrejas que existiam em algumas cidades da Ásia Menor. Esta aqui é endereçada à igreja que estava na rica cidade de Laodiceia (v. 14). Jesus está falando aos crentes.

O que aconteceu, de acordo com esta mesma carta, foi que esta igreja confiou demais em suas riquezas e pensou que estava agradando a Deus com isso (v. 17). Tornou-se uma igreja insensível e sem utilidade. Jesus chama essa igreja de morna, que quer dizer, no contexto, inútil, imprestável.

O conselho que Jesus dá a essa igreja é que “compres ouro refinado no fogo para que te enriqueças” (v. 18), uma provável referência à perseguição por amor de Cristo. Uma igreja morna não é perseguida, porque é indiferente e não causa incômodo algum à sociedade onde está inserida. Uma igreja relevante não é aquela que adquire riquezas e sim a que combate o pecado e anuncia o evangelho do arrependimento aos homens.

Sempre houve épocas em que as igrejas se pareceram com todas aquelas 7, pois o número 7 no Apocalipse representa totalidade. A mensagem às 7 igrejas simboliza que a mensagem de Cristo ecoa por todas as igrejas de todos os lugares em todas as épocas. Portanto, sempre houve igrejas parecidas com todas aquelas 7. Porém, em nossos dias, as igrejas estão mais parecidas com a de Laodiceia. São ricas e não sentem falta de nada... nem mesmo sentem falta do Cristo que colocaram para fora.

Por isso que Ele permanece à porta e bate. Porque a igreja é dEle. Alguém vai abrir a porta. Veja que Jesus corrige e repreende aos que Ele ama (v. 19). Em Hebreus 12 lemos que os repreendidos e corrigidos são filhos de Deus. Portanto, havia salvos ali, como há salvos aqui. Jesus não está batendo à porta do incrédulo, pois o coração do incrédulo é de pedra e a Bíblia diz que Deus troca este coração por um de carne, que Lhe obedeça (Ez 36.26,27). Ao contrário do que se pensa, Jesus não fica batendo à porta do coração do descrente. Quando ali Ele quer entrar, Ele o transforma em um coração dócil que Lhe receba. O problema está nos que já tiveram o coração transformado e mesmo assim expulsaram Jesus de lá. É aí que Ele permanece batendo para que Lhe abram... de que lado do seu coração está Jesus?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 29 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0095 - O GRÃO DE TRIGO E O EVANGELHO

 


“Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (Jo 12.24).

Na ocasião da Páscoa em que Jesus foi crucificado, alguns gregos tinham vindo participar desta festa e queriam falar com Jesus. Pediram permissão a Filipe para isso. Filipe falou com André e ambos foram avisar a Jesus que os gregos desejavam vê-lO. Então Jesus conheceu mais ainda que havia chegado a Sua hora. Ele disse no v. 23: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem”.

Não sabemos para que propósito os gregos desejavam ver Jesus. Mas, pela exclamação dEle, entendemos que os gregos queriam ser evangelizados, libertos e ensinados por Jesus. Então Ele pronuncia essa fala do versículo que lemos no início. Jesus Se compara ao grão de trigo. A analogia aqui é a seguinte: um só grão de trigo não satisfaz a fome de ninguém. Mas se ele for para debaixo da terra, torna-se uma planta com, em média, 15 grãos de trigo. Jesus está dizendo que Ele sozinho não veio para alimentar todos os povos, a não ser os judeus. Mas depois de ser morto e, como um grão de trigo, posto debaixo da terra, na Sua ressurreição, Seus frutos se espalhariam, alimentando outros povos além de Israel. E isto aconteceu quando Seus discípulos foram por todas as partes pregando o evangelho do reino.

Porém Jesus diz mais do que isso. No v. 25 Ele diz: “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna”. Jesus está avisando a Seus discípulos que, assim como Ele, Seus seguidores não devem amar sua vida biológica. Eles devem doar sua vida pela causa do evangelho. Por isso que Ele diz no v. 26: “Se alguém me serve, siga-me”, ou seja, se alguém diz que é servo de Jesus, que siga Seu exemplo, de ser um trigo que também é enterrado para produzir mais. E assim foi. Conhecemos a história da igreja do Senhor Jesus, como ela cresceu com o sangue dos seguidores de Cristo. Como dizia Tertuliano, o sangue dos mártires é a semente da igreja.

Este é o método de crescimento da igreja segundo Jesus. É o método da morte, do martírio, da abnegação da própria vida. Ele foi o primeiro grão de trigo de Deus, que Se entregou por nós. Seus fiéis remidos se juntam nessa mesma trilha e se entregam em vários grãos de trigo sepultados na terra para que Sua igreja cresça! Eles não tiveram sua vida por preciosa! Entregaram sua pequena contribuição de grão para que hoje a igreja fosse um imenso pão na mesa de Deus para matar a fome da alma dos pecadores!

Jesus finaliza o v. 26 dizendo: “e, onde eu estou, ali estará também o meu servo.”. De fato estamos onde Jesus esteve? Ele sempre esteve à beira da morte, até que por fim foi o que Lhe sucedeu. E nós? Enfrentamos perigos de morte pelo evangelho? Mas veja a promessa: “E, se alguém me servir, o Pai o honrará”. Deus não deixará sua vida em vão. Ela será honrada na galeria dos que, assim como seu Mestre, entregaram suas vidas para que o trigal de Deus fosse cada vez maior! Deus honrou o Seu Filho, ressuscitando-O dentre os mortos e assim também ressuscitará a todos os que estiverem com Ele! Seja um grão de trigo de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 27 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0094 - QUEM NÃO FAZ O BEM TAMBÉM COMETE PECADO

 


Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4.17).

É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que não cometem pecado porque não fazem as coisas proibidas por Deus. Geralmente o argumento passa pelas seguintes palavras: “eu não mato, não roubo, não bebo, não fumo, não faço mal pra ninguém”, etc. Observe que a ideia de pecado está sempre associada a “não” fazer algo ruim. Mas quase ninguém para pra pensar no outro lado dessa questão: quando deixamos de fazer o que é certo.

Pecado, pode-se dizer que é exatamente a transgressão de um mandamento. Mas também quando deixamos de cumprir um mandamento estamos pecando. Este é chamado de prevaricação, ou pecado de omissão. Pecado não é só desobedecer a Deus fazendo o que Ele proibiu, mas também desobedecê-lo deixando de fazer o que Ele ordenou.

Então, mesmo que alguém não mate, não roube, não beba, não fume, ou não faça mal pra ninguém, como quase sempre é o que ouvimos, por outro lado, este alguém também não se arrepende, não crê em Cristo, não se batiza, não congrega, não toma ceia, não evangeliza, não ora, não lê a Bíblia, não perdoa, não contribui, e outras ordens mais que Deus estabeleceu para a vida de um cristão. Portanto, de toda forma está pecando, pois sabe que deve fazer o bem e não o faz.

Mas a questão vai mais além das pessoas pensarem que não fazem realmente o que Deus proibiu. Quem nunca mentiu, por exemplo? Quem nunca odiou? Quem nunca cobiçou? Quem nunca desonrou alguma vez seu pai ou sua mãe? Quem nunca tomou o nome de Deus em vão? Enfim, se formos catalogar os mandamentos de proibição, nem assim preencheríamos os requisitos de Deus para nossa perfeição! Quanto mais se formos analisar os mandamentos positivos dEle, que Ele ordena que façamos e nós não fazemos!

A diferença entre os pecados que cometemos (de proibição) e os que nos omitimos (de ordenanças) é que nestes, nós deixamos de atingir o padrão de Deus e, naqueles, nós erramos o alvo do padrão de Deus. Em resumo, não conseguimos fazer a vontade de Deus em nenhum dos dois aspectos. Ou nós quebramos Seu mandamento, fazendo o que não devíamos, ou nós não atingimos Sua vontade, deixando de fazer o que devíamos.

A conclusão dessa nossa derrocada espiritual é que quando nós reconhecemos nossa falência e passamos a depender unicamente daquele que fez toda a vontade de Deus, que é Cristo, então somos bem-aventurados. Sim, são bem-aventurados aqueles que reconhecem que jamais se encaixam nos preceitos divinos e agora dependem de Jesus, o único que os cumpriu de forma completa, não fazendo o que Deus proibiu e nem deixando de fazer o que Deus mandou. Enquanto para nós isso é uma batalha terrível, para Jesus era extremamente natural, pois nasceu sem pecado e assim pôde viver sem pecado e morrer pelos nossos pecados.

Acabemos hoje mesmo com nossa autossuficiência e reconheçamos que ora não atingimos o que Deus quer e ora quebramos o que Ele não quer. Reconheçamos também que dependemos do Seu Filho Jesus, o único que cumpriu de forma perfeita toda a vontade de Deus, tanto a que proíbe quanto a que ordena.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 26 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0093 - O DIA DO SENHOR

 


“Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejais vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz” (Am 5.18).

Profeticamente falando, a expressão “Dia do Senhor” sempre pareceu ser para os judeus uma expressão de libertação salvadora. A expectativa deles era de que chegaria um dia em que o Senhor Deus Se manifestaria com braço forte e libertaria Seu povo de qualquer jugo opressor sob o qual ele estivesse.

Todavia, o povo de Deus andava por caminhos maus. Algumas de suas práticas são aqui citadas e condenadas por Deus através do profeta Amós: no v. 7 ele diz que o juízo era convertido em alosna, uma planta amarga, ou seja, qualquer pobre que pleiteasse uma causa na justiça, logo seu requerimento era transformado em pior amargor do que o próprio dano que havia sofrido; eles também aborreciam os que falavam a verdade (v. 10); pisavam os pobres e exigiam altos impostos (v. 11); afligiam o justo e tomavam suborno (v. 12). Tal era o caminho injusto pelo qual o povo de Deus andava e ainda desejava que viesse o Dia do Senhor! Eles almejavam intervenção divina e que Deus lhes fosse favorável, a despeito de suas iniquidades.

Ironicamente, as pessoas de nossos dias também são assim. Vivem em iniquidade e cometem injustiça, mas acham que virá um dia glorioso de Deus para suas vidas em que elas se darão bem, ainda muito melhor do que já vivem agora. Muitos dizem inclusive desejar a vinda do Senhor Jesus, mas o conceito do próprio Deus sobre a expressão “Dia do Senhor” é um conceito devastador.

Para Deus, o Dia do Senhor é um dia em que Ele vingará toda maldade dos homens. As pessoas vivem em seus pecados e esperam um dia em que o Senhor lhes dê a bem-aventurança da vida eterna. Não, meus irmãos! Deus alerta Seu povo dizendo que não. O Dia dEle será espantoso! Quem acha que no Dia do Senhor vai escapar do leão, na verdade cairá na boca do urso (v. 19)! Eles desejam o Dia do Senhor para escapar de seus problemas, mas cairão de frente com o Juiz do Universo. E Deus estava incluindo os próprios adoradores dEle nesse dia de vingança. No v. 21 lemos: “Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembleias solenes não tenho nenhum prazer”. No v. 23, Deus diz que não suporta nem mesmo o barulho do cântico desse tipo de gente. É muita gente dizendo que está adorando, quando na verdade, Deus não suporta ouvir o seu vozerio...

Deus requer que o juízo e a justiça corram livres como os ribeiros de água (v. 24). Deus requer que Seu povo ande em fidelidade com Sua Palavra e Sua vontade. Deus quer que a nação pratique a justiça que representa a justiça dEle, que não erra e não aceita propina. Deus requer que Sua igreja não esteja envolvida com a corrupção, que esteja comprometida com o evangelho do arrependimento de pecados e da fé em Cristo. Somente assim podemos esperar que o Dia do Senhor seja maravilhoso e de grande livramento de salvação para Seu povo. Como disse o apóstolo Paulo em 2Ts 1.7,8: “E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 25 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0092 - LAVAR OS PÉS UNS DOS OUTROS

 


“Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros” (Jo 13.14). 

John Stott associa este episódio da última ceia com o texto de Paulo aos Filipenses cap. 2. Segundo o raciocínio dele, Jesus, naquela ceia estava fazendo visivelmente aquilo que havia feito invisivelmente quando veio do céu. A associação que ele faz é a seguinte: Em Filipenses é dito que Jesus, sendo Deus Se esvaziou; aqui em João 13, Jesus tira sua vestimenta de cima. Em Filipenses, Jesus assume a forma de servo; aqui em João 13, Ele cinge-se com uma toalha. Em Filipenses lemos que Jesus Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte, que foi de cruz; aqui em João 13, Ele coloca água na bacia e lava os pés dos discípulos. Por isso, todo significado daquele lava-pés era completamente divino e espiritual.

Quando Pedro rejeita que Jesus lave seus pés, ele está sendo humanamente cordial. Qualquer discípulo que prezasse seu mestre, jamais permitira que seu mestre lhe lavasse os pés, pois isto era serviço de um escravo e, embora nem o mestre nem o discípulo fossem escravos, todavia, se apenas entre eles tal serviço devesse ser feito, obviamente era o discípulo que o faria.

Quando Jesus diz a Pedro que ele não teria parte com Jesus se não tivesse os pés lavados, Jesus estava falando da sujeira que contamina nossos pés nesta caminhada terrena. Pedro não entendeu. Jesus havia dito: “O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois” (v. 7). Ao ouvir que não teria parte com Jesus, Pedro pede então que lave não somente os pés, como também as mãos e a cabeça. É engraçado para nós, mas para Jesus isso também tinha um significado: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés” (v. 10). Jesus está dizendo que, como um todo, nós já fomos limpos. Já fomos justificados de todos os nossos pecados. Não somos mais culpados diante de Deus. Porém, quanto aos pés, Ele fala da santificação, não da justificação.

Enquanto caminharmos nesta terra, nossos pés serão manchados com a poeira do pecado, mas nosso corpo já está limpo. Precisamos do perdão de cada dia e Jesus deu este exemplo, lavando os pés de Seus discípulos. Ele disse que devemos fazer assim também, pois Ele, como Senhor e Mestre o fez, por que nós não o faríamos? Ele quer dizer: se Eu, que sou Deus Perfeito perdoei vocês, por que vocês não vão se perdoar mutuamente? Eis o significado de lavarmos os pés uns dos outros. Não temos poder para dar banho, isto é, justificar ninguém de seus pecados, isso só Jesus pode fazer. Mas podemos lavar nossos pés mutuamente, pois isso significa perdão mútuo e diário.

Como estamos em relação ao perdão uns para com os outros? Se não perdoamos, estamos dizendo que somos melhores que Jesus. Ele, sendo Deus, impecável, perdoou pecadores, por que pecadores negariam perdão a pecadores? Já fomos justificados e perdoados diante de Deus, mas precisamos lavar nossos pés nessa caminhada terrena, porque nela sujamo-nos uns aos outros e precisamos limpar-nos uns aos outros...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 24 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0091 - SOMOS REIS E SACERDOTES

 


“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso. Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do SENHOR, homens da maior firmeza; e resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para este mister; sai do santuário, porque transgrediste; nem será isso para honra tua da parte do SENHOR Deus. Então, Uzias se indignou; tinha o incensário na mão para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdotes, na Casa do SENHOR, junto ao altar do incenso. Então, o sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e apressadamente o lançaram fora; até ele mesmo se deu pressa em sair, visto que o SENHOR o ferira. Assim, ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da Casa do SENHOR” (2Cr 26.16-21).

Este rei, embora tenha sido um rei justo (cf. vs. 4,5), chegou a um momento de seu reinado, quando já havia se fortificado, em que seu coração se exaltou. Esse triste acontecimento da moral de um homem de Deus ter sido envenenada pelo poder é recorrente nos dias atuais. Não estranhamos que homens corruptos, quando chegam ao poder, revelem sua corrupção que jazia latente em seu coração impiedoso. Mas o que realmente é intrigante é saber que homens de Deus, que começaram bem, tiveram também seu coração corrompido pelo pensamento de domínio exclusivo, seja na política, ou até mesmo na igreja; pastores que se posam de verdadeiros donos do rebanho que jamais lhes pertenceu.

O rei Uzias cometeu outro pecado além do orgulho, a saber, o pecado da usurpação. Ele ultrapassou seus limites de monarca, intrometendo-se no serviço sacerdotal. Queria oferecer incenso no altar, algo permitido apenas aos sacerdotes e isso ainda por seu determinado turno. 80 sacerdotes corajosos sob o comando de Azarias encararam o rei e lhe reprovaram essa atitude, o qual, mesmo errado, ainda se indignou! Assim ocorre hoje com os dominadores do rebanho. Não se curvam ao serem repreendidos. O orgulho cega a visão do indivíduo. Muitos já têm a lepra em sua testa, mas, em pior situação que o rei Uzias, tais usurpadores não enxergam isso!

Pela graça de Deus e pelo sangue do Seu Filho Jesus Cristo, hoje somos comprados para sermos reis e sacerdotes (Ap 5.9,10). O ofício da igreja é duplo; já estamos no reino de Deus e exercemos o sacerdócio universal, oferecendo a Deus sacrifícios espirituais. Temos um privilégio que Uzias não teve, apesar de havê-lo desejado e inclusive tentado usurpar. De acordo com a Bíblia, somos reis e sacerdotes. Todavia, não devemos nos deixar iludir pelo orgulho, como aquele rei, e pensar que podemos usurpar aquilo que pertence só a Cristo. Mesmo reinando com Cristo e tendo acesso a Deus como sacerdotes, nós só podemos exercer esse duplo ofício por meio de Cristo Jesus. Soli Deo Gloria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 23 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0090 - DE QUE FAMÍLIA SOMOS?

 


“Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te. Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12.46-50).

Mateus e Marcos colocam essa fala de Jesus logo depois do episódio da blasfêmia dos fariseus contra o Espírito Santo. Jesus havia expulsado um demônio que cegava e deixava mudo um homem (v. 22) e os fariseus O acusaram de fazê-lo pelo poder de Belzebu (v. 24). Ainda diante dessa blasfêmia, eles tiveram coragem de pedir a Jesus um sinal (v. 38). Jesus lhes responde que um sinal é pedido por uma geração má e adúltera. Então Jesus lhes apresenta Jonas, como sinal da morte e ressurreição de Cristo (v. 40); os ninivitas, como sinal de uma geração que se arrependeu com um pregador inferior a Cristo (v. 41); e a rainha de Sabá, como sinal da disposição de ter saído de uma terra longínqua para ouvir a sabedoria de um rei muito inferior a Jesus, de Quem os fariseus estavam perto, mas taparam seus ouvidos à sabedoria divina!

Por isso, Jesus relata a maneira que um demônio age quando sai de um homem (vs. 43-45). Ao ser expulso, pode voltar com 7 piores, caso a pessoa liberta não preencha sua casa com o Novo Morador, que é o próprio Cristo! A forma de agir de um espírito imundo que foi expulso de um homem, foi a forma que aquele demônio agiu quando saiu daquele cego e surdo. O tal espírito perambulou até que voltasse para aquela geração com 7 espíritos piores e rejeitasse por fim a Jesus e Sua salvação! Eles crucificaram o Mestre! Não deram moradia a Cristo e foram assolados por 8 demônios em consequência de sua rebeldia! Isso é o que Jesus diz: “Assim também acontecerá a esta geração perversa” (v. 45).

Agora entendemos porque Mateus insere o episódio da mãe e dos irmãos de Jesus que Lhe procuravam. A resposta de Jesus pode parecer antifamiliar, mas Jesus ainda está falando para aquela geração basicamente a mesma coisa. Vocês não são minha família. Vocês se opõem a tudo que se revela como vontade de Deus. Vocês são contra Mim. Vocês blasfemam de Deus. Vocês duvidam de Mim e querem um sinal. Vocês não colocam a Mim como morador de suas casas, de seus corações, fazendo assim com que venham demônios ainda em maior número para aumentar sua incredulidade contra Minha Palavra, contra Deus e ainda dizem que são Minha família? Não, diz o Salvador, Minha família são os que fazem a vontade do Meu Pai Celeste!

Precisamos nos questionar estas coisas. Reconhecemos a obra do Espírito Santo? Ou atribuímos as coisas de Satanás a Deus? Cremos na Palavra de Cristo como dizemos crer no Cristo da Palavra, ou O tentamos, pedindo sinais e maravilhas a todo instante? Se fazemos como aqueles fariseus, a palavra de Jesus para nós é esta: vocês não são Minha família. A Minha família faz a vontade do Meu Pai Celeste! Todos da Minha família procedem do mesmo Pai!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0089 - ADMOESTAÇÕES SOBRE OS ÍMPIOS

 


“Não te ponhas de emboscada, ó perverso, contra a habitação do justo, nem assoles o lugar do seu repouso, porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os perversos são derribados pela calamidade. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que o SENHOR não veja isso, e lhe desagrade, e desvie dele a sua ira. Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos perversos, porque o maligno não terá bom futuro, e a lâmpada dos perversos se apagará. Teme ao SENHOR, filho meu, e ao rei e não te associes com os revoltosos. Porque de repente levantará a sua perdição, e a ruína que virá daqueles dois, quem a conhecerá?” (Pv 24.15-22).

Nestes versículos de Provérbios temos 4 admoestações feitas pelo sábio em relação ao cuidado que temos que ter para com os ímpios e suas razões.

Primeiro, temos uma admoestação contra o medo. É feita uma advertência ao próprio ímpio para que ele não arme ciladas contra o justo, pois o justo, tantas quantas vezes cair, se levantará, mas os ímpios tropeçarão em seu próprio mal. Então, o justo não precisa ter medo do ímpio, pois o seu fim está decretado para o mal, mas o justo repousará seguro.

Em segundo lugar, a admoestação é feita contra a vingança. O texto diz que se o teu inimigo cair não te alegres. A razão de não nutrirmos sentimento de vingança é para que a ira do Senhor não se desvie do ímpio para nós. É notório neste versículo que o ímpio terá sua queda, mas ainda assim, não podemos nos alegrar com isso, uma vez que a vingança pertence unicamente ao Senhor e não a nós.

A terceira admoestação fala da inveja. Não podemos permitir que nosso coração seja afligido com a inveja a respeito dos ímpios. Apesar de ser este um grande dilema na vida de muitos servos de Deus em todos os tempos, de se desanimarem ao ver a prosperidade dos perversos, todavia, a razão para não termos inveja de sua conduta é que o homem mau não terá galardão e sua lâmpada se apagará. Eles não têm seus nomes diante do Senhor no Livro da Vida.

Por fim, a quarta admoestação nos remete à cumplicidade. Não devemos nos associar com os ímpios para a revolta. Devemos antes, temer ao Senhor e às autoridades constituídas. A razão disso é que a perdição e ruína virão sobre todos os anarquistas e rebeldes. Virão não só da parte do governo, mas da parte do próprio Deus, diz o v. 22.

Concluímos percebendo que os lembretes que aqui nos são dados são, na verdade, um caminho que, se não dermos ouvidos a este conselho, é certo que trilharemos. O caminho aqui começa pelo medo dos ímpios. Depois percorre a vingança, alegrando-se quando o ímpio se dá mal. Logo depois vem a inveja da vida que eles levam, aparentemente sem punição e, por fim, a companhia em suas maldades e pecados.

Que o Senhor nos conduza em Seu santo temor, para que nossos olhos contemplem os ímpios de outro modo. Não com medo, ou vingança, não com inveja nem parceria. Mas que olhemos para eles com olhar de compaixão. Pois não sabemos quais dentre eles serão alcançados pelo favor gracioso de Deus e quais deles serão punidos por Sua santa justiça. Mas sabemos que, seja a graça ou o juízo que os alcance, tudo redundará na glória de Deus! Soli Deo Gloria!

sábado, 22 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0088 - GUARDAI-VOS DOS ÍDOLOS


“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21).

A idolatria não é algo tão fácil de se perceber além das imagens de escultura. Neste caso, elas são facilmente identificadas e até rejeitadas por quem sabe o que a Bíblia diz a respeito, ainda que haja muitos e muitos que não perceberam isso que está tão claro como o cristal na Palavra de Deus.


Todavia, a idolatria mental é um conceito basicamente desconhecido no meio cristão. Um grande número de cristãos pratica a idolatria imaginária e um número irrisório se dá conta disso.


O apóstolo João está escrevendo para os crentes que estavam sendo fortemente assolados pela heresia do gnosticismo, uma seita que atacou ferozmente o Cristianismo depois do judaísmo. Sabemos que Paulo combateu os judaizantes, enquanto João combateu os gnósticos. Essa heresia misturava o cristianismo tanto ao judaísmo, como às filosofias gregas e misticismos orientais, afirmando conceitos estranhos ao evangelho, inclusive negando que Jesus tinha vindo em carne, uma vez que, para o gnosticismo, a matéria é uma coisa má, portanto, o Cristo de Deus não podia ter vindo em matéria. João combate isso dizendo que todo espírito que nega que Cristo tenha vindo em carne é o espírito do anticristo e não de Deus (4.2,3).


Veja bem, eles não negavam a vinda de Cristo. De fato, eles afirmavam que Cristo tinha vindo; eles atribuíam alguma glória a Cristo; eles não menosprezavam de todo a Cristo. Mas criavam uma imagem falsa de Cristo. Elaboravam na mente dos seus seguidores um ídolo, ainda que não uma imagem de escultura, mas uma imagem de cultura. Ao combatê-los, João começa sua carta dizendo que tocou, inclusive, no Verbo da vida (1.1).


Hoje, os seguidores do anticristo também não negam a Cristo como um todo. Eles não são exatamente “contra” Cristo, como nós pensamos que isso é que significa o termo grego. O prefixo anti no grego quer dizer “em lugar de”. É exatamente isso. Há um ou até vários cristos sendo fabricados no imaginário popular e transmitidos “no lugar do” verdadeiro Cristo. Observe que no v. 20, João afirma que Jesus é Deus. Ele diz: “e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Todavia há os que negam a divindade do Filho de Deus. Eis aí um ídolo do qual temos que nos guardar. Um cristo que não é Deus é, portanto, um ídolo.


O que podíamos esperar? O mundo jaz no Maligno (v. 19). É de se esperar que ele tente combater a Deus, que fique “em lugar de Deus”, que coloque um ídolo para nos enganar e que, enquanto servimos a um ídolo, pensemos que estamos servindo ao verdadeiro Deus. Mas o verdadeiro Deus é Jesus e Ele nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro (v. 20). Não se iluda. Qualquer coisa que você tenha como Deus ou Jesus Cristo que não seja exatamente o que está revelado na Bíblia é um ídolo do qual você tem que se guardar, senão, já praticou idolatria e não está no verdadeiro!


Día tēs písteōs.


Pr. Cleilson

quinta-feira, 20 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0087 - VINHO VELHO E VINHO NOVO

 


“E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O velho é excelente” (Lc 5.39).

Jesus pronunciou essa fala numa ocasião em que os fariseus Lhe questionaram o fato de Seus discípulos não jejuarem, enquanto os deles e até os de João Batista jejuavam. A resposta de Jesus, como sempre em forma de pergunta, diz àqueles homens: “Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim, jejuarão” (vs. 34,35). Assim, o Mestre lhes propõe três parábolas.

A primeira diz que não se pode colocar remendo novo em pano velho, pois aumentará o rasgo (v. 36); a segunda fala sobre os vinhos que eram colocados em odres, aqueles sacos de couro que os viajantes do deserto usavam a fim de transportar seus líquidos. Se é colocado vinho novo em um odre velho, assim que o vinho se fermentar, o odre, por estar velho e ressecado, logo vai se rachar, perdendo assim, tanto o odre como o vinho (vs. 37,38); a terceira parábola é esta que lemos, que as pessoas quando bebem o vinho velho nem querem provar o novo, pois dizem que o vinho velho é melhor.

O sentido destas parábolas é o seguinte: Jesus, ao dizer que não se põe remendo novo em pano velho, está ensinando que o evangelho não se mistura com o legalismo. Da mesma forma o sentido da parábola do odre e do vinho. O vinho novo, que é o evangelho, não pode ficar contido na velhice da lei, que é o odre velho. Era isso que os fariseus queriam, não só na época de Jesus, como também mais tarde, conforme lemos em At 15, os judeus que se convertiam ao Cristianismo queriam trazer consigo algumas práticas da lei, inclusive da circuncisão. Paulo combate isso também em sua carta aos Gálatas.

Jesus finaliza dizendo que os fariseus, tendo bebido apenas do vinho velho, isto é, dos ditames e das regras da lei, não queriam saber do evangelho, que era o vinho novo que Jesus trazia. Jesus os acusa de nem mesmo desejarem experimentar essa nova vida, essa nova revelação que Deus trazia através de Seu Filho. Ficaram parados no tempo, satisfeitos com sua performance, de oferecerem algo a Deus por seus próprios esforços. O vinho novo não tem isso. Ele nos faz depender da graça divina. O vinho novo nos expõe pobres diante de Deus, falidos, sem nada a Lhe oferecer. Este é que é o melhor vinho. É o vinho que Deus nos oferece e não que nós oferecemos a Ele, pois nada temos. Por isso que a humanidade em geral não gosta do vinho novo, pois não quer abrir mão do modo antigo de viver que agrada sua carne.

Venha para o evangelho e prove o novo de Deus. Cristo mostrou que o vinho novo era melhor quando transformou água em vinho na festa de casamento. O mestre-sala provou e chegou à conclusão que era melhor que o outro. Assim também, se você provar o evangelho, verá que é melhor que sua velha vida, sua antiga forma de viver, que seus pais te legaram. Ao beber do evangelho, sua sede eterna será saciada e somente Jesus será suficiente e eficiente em sua vida!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 19 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0086 - DUAS CLASSES DOS HERÓIS DA FÉ



“Os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões” (Hb 11.33,36).

Os heróis da fé na galeria de Hebreus 11 são verdadeiros exemplos de pessoas cuja fé estava acima de qualquer circunstância, por mais desastrosa que fosse. A vida deles de relacionamento com Deus falava mais alto do que qualquer de seus problemas. E não é de qualquer problema que estamos falando. Muitos deles tiveram sua vida ceifada pelo martírio, crendo na vida superior e eterna.

Entretanto, o autor aos Hebreus nos fala de duas classes desses heróis. Na primeira classe eles subjugaram reinos, obtiveram promessas, fecharam boca de leões, apagaram fogo violento, escaparam ao fio da espada, etc. Mas na outra classe eles foram escarnecidos, açoitados, aprisionados, apedrejados, provados, serrados ao meio, mortos a fio de espada, etc.

Devemos perceber que para Deus não é importante como será a trilha dos crentes aqui na terra, se cheia de triunfo ou cheia de sofrimento. O que importa é que passemos por nossa trilha por meio da fé. No v. 6, o autor nos diz que sem a fé é impossível agradar a Deus. E aí estão os exemplos de homens e mulheres que, pela fé, viveram grandes sagas de vitórias ou suplícios, no entanto, todos tinham algo em comum, a saber, sua fé. Entre eles não havia disputa ou reclamações dos que sofriam para com aqueles que venciam. Ambas as classes estavam satisfeitas em Deus.

O que ouvimos em nossos dias são pregações triunfalistas, nos dizendo que fomos chamados para ter o melhor dessa terra, que Deus nos chamou para sermos os mais prósperos dos homens dessa terra, porque afinal, somos filhos do Rei; que o melhor de Deus ainda está por vir e outras tolices mais. Porém, o que encontramos aqui é que nem mesmo os heróis que provaram grandes vitórias tinham seus olhos fitos nesta terra. Diz o v. 35 que “alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição”. Eles não estavam pensando neste mundo. Diz o v. 38 que o mundo não era digno de tais homens! Mas hoje, estão ensinando os crentes a serem dignos deste mundo...

Não importa a que classe Deus nos chamou para pertencer; se aos que redimirão muitas almas por suas eloquentes pregações, ou se dos que anonimamente padecerão as dores do evangelho, sem que ninguém jamais saiba de seu trabalho. O que nos importa é não retroceder. Como nos diz o cap. 10.38,39: “Todavia, o meu justo viverá pela ; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da , para a conservação da alma”.

Encerro com o cap. 10.35: “Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 18 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0085 - DEUS INCLINA O CORAÇÃO DO REI

 


“Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21.1).

A profecia de Miqueias sobre o nascimento do Messias dizia que Ele haveria de nascer na cidade de Belém, como podemos ler em Mq 5.2: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Porém, o que lemos nos Evangelhos, é que a mãe do nosso Salvador morava em Nazaré, cerca de 120 km longe da cidade de Belém! Ela estava grávida, perto dos dias de dar à luz seu filho primogênito, o Messias prometido! Como poderia o Messias nascer em Belém, conforme a profecia, se sua mãe, perto de dar à luz, morava a 120 km de distância?

Deus então, para cumprir Sua palavra que havia dito pelo profeta, move o coração do rei César Augusto, para que este promovesse um recenseamento que, naquela época para ser realizado, as pessoas deveriam voltar à sua cidade natal. E onde Maria havia nascido? Em Belém! E tinha que voltar lá para fazer o censo, conforme o mandato do imperador (Lc 2.1-7). Junto com seu esposo José, eles foram para Belém, a fim de recensear-se e ali nasceu o Messias, exatamente conforme a profecia de Miqueias!

Não foi César Augusto quem acordou um belo dia pela manhã e teve vontade de emitir esse decreto. Conforme o texto de Provérbios que lemos, foi Deus Quem pegou o coração do rei e, como ribeiros de águas, o inclinou conforme o Seu soberano querer, a fim de que Sua palavra imutável e irrevogável se cumprisse. Assim, sem saber que estava sendo inclinado pela mão do Soberano Deus, o pequeno soberano César era inclinado a emitir um decreto de recenseamento, a fim de que a palavra do Soberano Senhor não caísse por terra!

Se Deus faz isso com imperadores, o que dizer dos demais humanos? Pois para Ele não há rei que se mantenha, pois todos são passageiros. O coração dos homens está nas mãos de Deus e Ele o inclina conforme bem entende e deseja! Ninguém pode negar esta afirmação bíblica inspirada pelo Espírito de Deus!

Não há acontecimentos aleatórios que desaguam na vontade de Deus. O que acontece é que Deus inclina as ações dos homens conforme o Seu querer, a fim de que Seus planos santos e eternos se cumpram. É difícil para nós admitir isso, porque não “sentimos” Deus manipulando nossas decisões. Mas que importa o que sentimos? Importa o que a Bíblia diz. E ela diz que o coração do rei é como ribeiros de águas, o qual Deus o inclina conforme Ele quer. Nada neste mundo acontece sem que Deus tenha planejado e inclusive inclinado aquilo a suceder. Nem mesmo o mal. Deus o domina da mesma forma como domina o bem e qualquer outra criatura. Com toda soberania, segredo, sabedoria e propósito!

Que nós nos humilhemos diante desse tão poderoso Deus! Que sejamos conscientes de que somos barro e pó. E Ele é o Oleiro, Aquele que faz o que quer, com quem quer, como quer, porque quer, onde quer e quando quer! Soli Deo Gloria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 17 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0084 - PERFECCIONISMO E PERFEIÇÃO

 


“Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Seria, acaso, o homem puro diante do seu Criador? Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições” (Jó 4.17,18).

Vivemos em um mundo que caminha a passos largos para a rejeição da ideia de imperfeição. As pessoas serão muito mais arrogantes do que já são e jamais admitirão que tenham cometido algum erro. As implicações disto são muito pesadas, e suas razões rejeitadas. Nossa geração ignora o fato incontestável de que o pecado nos manchou e corrompeu totalmente a nossa natureza, ainda que não de forma absoluta, todavia, não há nada em nós que não tenha sido, no mínimo, respingado pela Queda. Esta é a razão pela qual não somos perfeitos.

Porém, este mesmo pecado que nos manchou, cresce a ponto de trazer para a humanidade a obstinada recusa em admiti-lo. Um exemplo disso é o perfeccionismo, considerado antigamente como um defeito de personalidade, hoje, entretanto, nem sequer esse conceito pode ser citado. A psiquiatria atual analisa esse perfil como uma característica da qual pode se aproveitar muito para o bem. Daí que vêm os pontos a serem observados.

O texto que lemos nega veementemente que o homem possa ser justo e puro diante de Deus. Se há alguém perfeito, esse alguém é o Criador, que até a Seus anjos inclusive, atribui imperfeições! Deus sim, vê imperfeição em tudo, não porque seja perfeccionista, mas porque é o Único Perfeito! Todos nós, mortais criaturas, ao exigirmos perfeição de nós mesmos e de outros, somos defeituosos no nosso caráter, pois não somos Deus e nem tampouco podemos exigir que aquilo que foi seriamente afetado pelo pecado possa produzir algo perfeito!

A solução para nossa imperfeição não está na cobrança dos perfeccionistas, mas na Providência do Perfeito! Ele enviou Seu Filho com Sua genética divina, que assumiu a genética humana e viveu uma vida perfeita. Não com cobranças de um distúrbio perfeccionista em uma mente perturbada, mas com um senso de alegria e prazer em viver uma vida de obediência àquilo que é de mais sagrado e elevado moral, a Lei do Seu Pai.

Todo aquele que nEle crê é a cada dia tornado semelhante a Jesus, ainda que com seus altos e baixos, todavia, é renovado na mente, não numa expectativa perfeccionista, mas de ser perfeito de glória em glória, em estágio progressivo de santificação, até chegar à imagem de Seu Filho.

Lembre-se de que o perfeccionismo é a tentativa da própria humanidade caída querer se justificar, mostrando pra si mesma que ela é capaz. Tentativa frustrante, que a cada passo tropeça mesmo sem jamais admitir isso. Mas em Cristo, toda máscara e esforço humano caem por terra. Somos despidos de nossa justiça, que não passa de trapos imundos e, aos olhos deste Deus que vê até mesmo em Seus anjos imperfeições, somos feitos justos pela obra perfeita e gloriosa de Seu santo Filho!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0083 - PIEDADE QUE RESULTA EM PERSEGUIÇÃO

 


“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

Soa muito estranho falar em perseguição num contexto como o que atualmente vivemos em nosso país. A luta é pela liberdade. Liberdade de expressar suas crenças e valores, de decidir a própria vida em todos os termos, como educação, relacionamento, religião, enfim. Não cai bem a palavra perseguição na sociedade atual.

Entretanto, o apóstolo Paulo está falando aqui que serão realmente perseguidos todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus. Precisamos observar mais de perto algumas coisas neste versículo.

Primeiramente, o autor sagrado nos mostra que a perseguição virá para todos. Entretanto, esse “todos” não pode significar “todos” realmente, pois ele mesmo define a abrangência desse termo. “Todos” aqui significa os que querem viver piedosamente. Para viver piedosamente é necessário antes ser cristão. Portanto, Paulo está falando aqui para cristãos e não para todo mundo. Assim, entendemos que nem todos os que estão entre os cristãos desejarão viver nessa piedade.

Ademais, é interessante perceber em nossa própria experiência, que quando trabalhamos a piedade cristã em nossa vida, rapidamente percebemos algum tipo de perseguição nos assolando, o que leva alguns cristãos a desistirem de continuar no exercício da piedade. Sendo assim, fica claro que nem todo cristão desejará ter uma vida piedosa. Muitos querem viver, mas não piedosamente.

Em segundo lugar, Paulo diz que essa piedade é “em” Cristo Jesus. Infelizmente, há um exercício de piedade que não é em Cristo. Preste atenção ao v. 5 e verá que Paulo nos fala que os homens dos últimos dias, sobre os quais ele vem falando desde o v. 1, terão aparência de piedade (no grego, morfos, “forma”), mas negarão seu poder. Eis a questão. Há muita gente com “forma” piedosa, mas tal piedade não é exatamente em Cristo Jesus. Tais pessoas também não serão perseguidas, embora se passem por piedosas aos nossos olhos. Ao contrário, o apóstolo se refere aos piedosos “em” Cristo Jesus, isto é, dentro dEle. Os que exercem a piedade cristã segundo o próprio Cristo. Os tais serão perseguidos!

A pergunta para nós hoje é a seguinte: realmente nós sabemos as implicações de sermos perseguidos? Neste mundo de tanta liberdade, como pode ser perseguido um cristão somente porque é piedoso? Aí é que está. Nossa piedade em Cristo Jesus não se conforma com este século. É um exercício de piedade que denuncia a malignidade deste sistema em que vivemos. E nosso próprio modo de ser provocará os seguidores deste mundo, os quais, de um modo brando ou rígido, nos perseguirão. Desde a mais cruel sentença ao martírio, que acontece em países que perseguem os cristãos, até à mais simples rejeição pelo fato de você ser piedoso, isso é perseguição e também resultado de sua piedade em Cristo Jesus.

Tomara que isto aconteça a cada um de nós.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 14 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0082 - PELA GRAÇA SOIS SALVOS

 


“Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê” (Dt 10.15).

Deus sempre deixou claro para Israel que Sua aliança com eles não procedia de alguma virtude que Deus tivesse visto neles. Antes, a razão da escolha desta nação repousava apenas e somente em Deus. No cap. 7.7,8 Deus diz assim para Israel: “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito”.

Mesmo diante do pecado do Seu povo, Deus afirma o seguinte sobre Seu perdão: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is 43.25). Não é por causa de Israel, mas por amor de Si mesmo! O amor de Deus por Si mesmo respinga em Seus escolhidos! Davi já sabia disso e orava: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome” (Sl 23.3). Não é por amor de mim, sabia Davi, mas por amor de Ti mesmo, ó Deus!

Não foi diferente para com Seu povo, a igreja. Nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1). Estávamos podres e cadavéricos como os demais pecadores. Éramos apenas corpos sem vida, inchados, levados pelo curso deste mundo, ao sabor do diabo. O que aconteceu não foi que Deus viu alguma coisa em nós que pudesse agradá-lo. Paulo explica o que aconteceu. Ele diz em Ef 2.4,5: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos”. Eis a razão – é o grande amor com o qual Ele nos amou. A razão está nEle, não em qualquer um de nós!

Não saboreie sua salvação pensando em uma ajuda que você deu a Deus para que Ele enfim pudesse salvá-lo. Deus não estava impotente, de longe, esperando uma decisão sua para que Ele pudesse fazer alguma coisa. Isso nunca existiu nem vai existir. Deus é Todo-Poderoso. Agindo Ele, quem impedirá? Ao desfrutar deste dom totalmente gratuito, agradeça pela única razão pela qual isto aconteceu: Deus, de Si mesmo, resolveu te amar e apenas por isso estabeleceu a sua salvação – pela graça sois salvos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 13 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0081 - PARA QUEM IREMOS?

 


“Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (Jo 6.68,69).

Geralmente este versículo é citado de modo diferente do que está escrito. O que ouvimos são as pessoas dizerem que Pedro respondeu a Jesus “para onde iremos”. Mas não foi isso que Pedro respondeu ao Senhor. Ele disse “para quem iremos”. Porque nosso destino não é um lugar e sim uma Pessoa! Se não estivermos neste “Quem”, não adianta para “onde” estejamos caminhando.

Este talvez seja o maior problema da religiosidade e seus adeptos. Eles procuram um lugar para o qual se dirigir. Mas a questão não diz respeito a lugar e sim à Pessoa de Jesus Cristo. Pedro confessou que somente Jesus tem as palavras da vida eterna. Os religiosos pensam que podem encontrar palavras de vida em qualquer lugar, mas a verdade é que não podem. Somente Jesus Cristo tem as palavras da vida eterna. Grandes mestres de religião ensinam bons modos e trazem algumas lições de moral, mas não podem falar de espírito e vida (v. 63).

Observe que o contexto dessa conversa de Jesus com Pedro e os demais discípulos se deu em uma ocasião em que muitos outros discípulos começaram a abandonar Jesus, por acharem duro Seu discurso (vs. 60,66). As palavras que trazem vida não são palavras macias e confortáveis; são duras e indigestas. Certamente não é o discurso que se ouve na maioria das igrejas atualmente... a explicação deve ser porque os tais não buscam “Quem” e sim “onde”. Estão preocupados com o lugar onde devem estar ou chegar, e não com a Pessoa a Quem deveriam ir.

Pedro conclui sua resposta com sua confissão, que na versão de João é diferente dos outros Evangelhos. Ele diz: “E nós temos crido e conhecido que Tu és o Santo de Deus” (v. 69). Nos outros Evangelhos encontramos a frase: “Tu és o Cristo” ou “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”! Eis aqui o resultado de se ouvir as palavras de vida pronunciadas por Cristo. O Espírito leva essas pessoas a confessarem Jesus como Senhor. Paulo diz em 1Co 12.3b: “Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo”. Muitos dizem “Jesus é o Senhor”, mas não pelo Espírito de Deus, portanto, sua confissão não pode ser verdadeira! Prova é que mais tarde tais pessoas se afastam da fé que professaram.

Precisamos fazer essas perguntas a nós mesmos: Temos ido a algum lugar, ou a uma Pessoa? Temos buscado mais o céu do que a Cristo? Isto é, se pelo menos o céu temos de fato buscado! Porque infelizmente as pessoas têm buscado se firmar aqui na terra, nem mesmo com o céu estão preocupadas... Somente as palavras de Cristo possuem vida eterna? Ou pensamos que a voz dEle é apenas mais uma em meio a tantas vozes neste mundo pluralista e relativista? Lembre-se, ir a Cristo é trilhar por Sua Palavra. Ele disse que Ele é o caminho e a verdade e a vida. Não tem como chegar à vida por sua própria verdade, trilhando seu próprio caminho. Lembre-se de ir a Cristo e não a alguma religião.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 12 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0080 - A PARÁBOLA DOS TALENTOS

 


 “Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor” (Mt 25.14-18).

Aos que estão no reino de Deus, o Senhor lhes capacita com talentos e dons especiais para realizarem a Sua obra, independente se estes são salvos ou não. Nesta parábola contada pelo nosso Senhor, dois deles eram salvos e um não, entretanto, mesmo este recebeu também o seu talento para trabalhar.

Um talento naquela época equivalia a mais ou menos 30 quilos de ouro, ou prata, ou qualquer que fosse o metal. Este senhor da parábola era extremamente rico! Mas também era generoso, pois que confiou (diz o texto) seus bens a seus servos. Ainda outra qualidade deste senhor é que ele tinha bom senso. Ele mediu antes de dar, a capacidade de cada um de seus servos, a fim de que recebessem de acordo com aquilo que poderiam ser cobrados mais tarde.

Como conhecemos o final desta parábola, o senhor deles volta depois de um longo tempo e lhes chama à prestação de contas. Os dois primeiros estão radiantes! Eles conseguiram fazer de seus encargos um total de 420 quilos de ouro (supondo que fosse este o metal)! Prontamente seu senhor os convida a participarem de sua festa. Mas não foi assim com o terceiro. Ele havia cavado uma cova e enterrado seus 30 quilos. Todavia, suas desculpas não o salvaram. Ele acusou seu senhor de ser injusto (v. 24), dizendo que ele colhia onde não havia semeado. Isto não era verdade. Não foi este senhor que calculou quanto cada um deles era capaz? Este servo pensou que poderia ser justificado ao devolver intacto o talento de seu senhor. Entretanto, ele não sabia que a cova que havia cavado para enterrar o talento era a sua própria cova!

Assim estão muitos no reino de Deus. Não saem prontamente para trabalhar para o Senhor. Antes, cavam sua própria cova, pensando que a estão cavando para enterrar seu chamado. O chamado do Senhor para o Seu trabalho é de muita responsabilidade, porque Seus dons são caríssimos! Mas Seu chamado final será glorioso para quem trabalhou com amor, pois Ele dirá aos que foram fiéis, que eles foram fiéis no pouco. Imagina... em vista do que Ele tem preparado para os que foram leais a Seu chamado, aquilo que Ele nos deu é pouco! Sim, pois Ele tem a eternidade de glória que supera a talentos e mais talentos de ouro!

Que não sejamos dos que se furtam às grandes e pequenas oportunidades que temos de trabalhar para o nosso Senhor. Estes não ouvirão boa palavra no dia da prestação de contas, ainda que pensem que possam se justificar diante do Senhor como se justificam perante seus pastores agora. Os pastores ainda aceitam os negligentes no reino de Deus, mas naquele dia o Supremo Pastor ordenará que sejam lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

ADORADORES DE NARCISO

 


A lenda grega nos conta de um personagem chamado Narciso, filho de um deus do rio com uma ninfa, uma divindade mortal que habitava em lagos ou riachos. Reza a lenda que ele era extremamente belo, mas não se apaixonava por ninguém. A pedido da ninfa Eco, que era apaixonada por ele, Nêmesis (deusa da vingança) lançou uma maldição sobre Narciso que, ao ver sua imagem refletida no lago, apaixonou-se por si mesmo, a ponto de ficar ali, se olhando, se admirando, até morrer de fome e sede, afundando no lago.

Não é necessário ter uma leitura afiada para perceber que nossa geração é narcisista. As pessoas se adoram. Seja por qual motivo for: realização pessoal, beleza física, conquista, fama, aquisição financeira, compra de alguma posse de valor extraordinário, etc. Pessoas se admiram até por seus defeitos! Nossa geração está horrivelmente condenada ao afogamento em sua própria imagem. 

Os escultores gregos sempre representavam a imagem de suas lendas por meio de estátuas simétricas, com um corpo escultural, musculatura definida, padrões de beleza estabelecidos para a época, embora não fosse exatamente um modelo a ser perseguido, mas uma mensagem de equilíbrio entre a mente e o corpo. Entretanto, havia sim, os deuses ou semideuses da forma física, como Mirón, que até hoje é o símbolo da Educação Física (aquela estátua em posição de lançamento de disco).

O culto ao corpo, à escultura física, à beleza e à estética é hoje um dos principais objetivos da nossa sociedade, o que se pode chamar de “fisiolatria”. Nunca as academias estiveram tão cheias, nunca as pessoas se preocuparam tanto com sua saúde física como atualmente. Juntamente a uma preocupação legítima, vem uma idolatria ao físico, um culto ao corpo, à aparência, conforme ditada pelos padrões da sociedade através de seus(as) modelos nas passarelas. As regras vão desde aquilo que se deve ou não comer, até de que forma deve ficar sua estrutura abdominal! Existem medidas em centímetros para que a pessoa tenha a forma ideal!

O pecado não está, logicamente, na prática do exercício físico. O apóstolo Paulo diz que ele tem pouco proveito, então deve ter sim algum proveito. A questão está na idolatria que se faz de si mesmo, de seu corpo, de seu desempenho e também de como vai exibir isto diante dos outros. Raramente alguém define seu corpo para não o exibir! Haja vista a forma como se vestem os transeuntes em torno das academias, indo ou voltando delas – suas roupas são inapropriadas (mas para eles, exatamente apropriadas). A justificativa é para um melhor desempenho nos exercícios, mas a realidade é um festival de luxúria e lascívia.

O mundo vive assim, mesmo que não esteja se exercitando. Mas isso não é adequado para cristãos. Não o se exercitar, mas essas duas coisas: o narcisismo com seu corpo físico e a exibição do mesmo diante de terceiros. Cobiçar é pecado, mas provocar a cobiça também é. E a forma de exibição do corpo assim como os “padrões” sociais e fisiculturistas têm imposto, é lascivo, é provocativo e é pecado, não importa se alguém cobiça ou não. Os cristão devem se vestir de modo apropriado ao padrão de santidade e não ao padrão social. Alguém contesta dizendo: “Então vamos para a academia de terno e gravata”? Essa é uma pergunta de alguém insatisfeito com a doutrina bíblica. Não precisa de resposta.

Jesus disse que olhar para alguém com interesse impuro é adultério no coração. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (Mt 5.8). Se um cristão pode frequentar esses ambientes, fazer suas atividades sem se contaminar pelos olhos, sem se idolatrar pelos resultados obtidos e sem se vestir de modo lascivo, então não há nenhum empecilho para ele nessa prática. Mas se esse ambiente é propício ao pecado, seja em qualquer de suas formas, desde o coração, olhos e prática, então é melhor “decepar” sua mão direita, “arrancar” seu olho direito, disse Jesus e entrar no reino aleijado (Mt 5.29,30). Fuja desse ambiente. O que não faltam hoje são opções para se exercitar sozinho, em sua casa, inclusive com personals trainers em vídeos na internet. Observe bem, isto se você tem fraqueza pecaminosa. Mas não desafie o pecado dentro do seu coração. O pecado não é o diabo, que você deve encarar e expulsar. O pecado é um gérmen que está em seu coração, arraigado em sua velha natureza que você herdou de Adão desde que nasceu. Não dê nutrientes a ele. Se nada disso te diz respeito, nada impede de fazer seus treinos na academia.

Por fim, como sempre, devemos seguir a norma máxima do cristão: fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). Algumas pessoas acham inacreditável ou até impossível fazer tudo, tudo mesmo, para a glória de Deus. Mas isso só acontece porque nossos interesses estão marcados para nós mesmos (narcisismo). A alegação para muitos cristãos justificarem o exercício físico é cuidar da saúde. Outros dizem que é para melhorar o “templo do Espírito Santo” (que julgam ser seu corpo físico).

Mas vejamos: o nosso corpo é templo do Espírito Santo, diz Paulo, num contexto em que ele condena a prostituição (1Co 6.15-20). O Espírito habita totalmente na igreja toda do mundo todo, não só em você. Outra coisa, onde há lascívia, não pode haver o fruto do Espírito. Logo, essa justificativa não cola. Ainda mais, o narcisismo é uma prática idolátrica que concorre com sua adoração a Deus. Assim, o Espírito não pode estar nisso. Mas mesmo que você não tenha lascívia e nem narcisismo, a justificativa de que está melhorando o seu corpo por causa do Espírito Santo não é válida, porque o Espírito Santo não precisa de sua saúde para habitar ou Se sentir melhor habitando em você. Seu corpo sarado não vai fazer o Espírito Santo pensar que está agora morando numa mansão.

Sobre cuidar da saúde, isso não é ruim. Paulo diz que há proveito nisso. Mas a pergunta é “para quê”? Lembre-se de que você não pode alterar um só passo ao curso de sua vida (Mt 6.27). Lembre-se também de que todos os seus dias já foram escritos no livro de Deus (Sl 139.16). Suas páginas estão todas escritas e o livro de sua vida já tem a capa final. Você não sabe em que página está, mas deve saber que tudo já está marcado, inclusive a hora de você morrer. Não é a academia que vai te livrar dessa hora, inclusive pode ser exatamente lá que isso irá ocorrer! Portanto, a pergunta permanece: “Para quê”? Se tudo tem que ser para a glória de Deus, então cuidar de sua saúde tem que ter um propósito que vise isso. Você quer ter saúde para viver mais e melhor? Você usará sua saúde para pregar o evangelho para mais pessoas? Você acha que vai viver mais e, por isso, irá evangelizar mais? Vai servir mais no reino de Deus? Sua saúde será para se afundar na obra do Senhor e realizar Sua vontade? Sua saúde será para você parar de dar desculpas de não frequentar aos cultos? Para ser mais assíduo à comunhão dos santos? Será para auxiliar seus irmãos doentes? Será para ter saúde para viajar, fazer missões, proclamar a Palavra do Senhor? Ou... é porque você tem medo de morrer doente? Não basta dizer: “É para minha saúde”. Sua saúde tem que ser para a glória e o serviço a Deus! Falando bem a verdade, Deus prefere que você gaste sua saúde no reino dEle a ver você saradão vivendo para si mesmo!

Para evitar mal-entendidos, resumo da seguinte forma: não é pecado se exercitar. Também não é pecado ficar sem fazer exercícios físicos. Entre um e outro, é melhor se exercitar sim. Porém, se o exercício físico te leva à idolatria do corpo, à exibição do mesmo, à cobiça e não à glória de Deus, então é pecado e precisa ser corrigido ou banido de sua vida como cristão. Se você não consegue se livrar da lascívia e da cobiça, mas precisa dos exercícios físicos para a glória de Deus, faça em casa. Se não há problema com nenhum desses pecados, seu trânsito é livre para academias e afins. Apenas não morra no lago (os espelhos das academias) se apaixonando por si mesmo.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 11 de abril de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0079 - BEIJAI O FILHO, REIS DA TERRA!


“Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl 2.2,3).

O poder sempre deu ao homem a sensação de endeusamento próprio, de superestima de si, de imaginar que não tem ninguém a quem prestar contas. O poder, quando domina alguém que o recebe, traz a impressão de ser intocável e inatingível. Podemos ver, essencialmente em nossa política, quantos homens de cidadania comum, ao chegarem àquele posto, facilmente se corrompem apenas por saber que uma imunidade parlamentar pode livrá-los de uma punição comum...

A História nos conta de homens cujo poder lhes trouxe tal surto psicótico prolongado, a ponto de, como no caso do imperador Calígula, eleger seu próprio cavalo a senador romano! Césares, faraós e outros grandes e famosos reis e imperadores, que exigiam adoração, porquanto se achavam deuses! Assim procede o poder na mão de homens. Deixa-os cegos e brutalmente irracionais.

Ao lermos este salmo, vemos que também não é diferente essa postura arrogante dos poderosos contra o Senhor nosso Deus. Eles rejeitam a autoridade divina que, aliás, os constituiu a eles mesmos como autoridade na terra, entretanto, passageira! Mas o poder cega a tal ponto, que o indivíduo pensa que pode realmente sacudir o jugo e as cordas do domínio divino de sobre si, mal sabendo que o verdadeiro Dominador e Soberano Senhor reina, independente das permissões humanas fracassadas.

O resultado dessa insurreição será trágico! A tola rebelião dos poderosos contra Deus e Seu Filho Jesus Cristo redundará em tragédias, como nos afirmam os próximos versos deste salmo: “Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (v. 4). Deus estabeleceu Seu Filho como Rei (v. 6) e disse a Ele que pode pedir, que Lhe dará as nações por herança e as extremidades da terra por possessão (v. 8)! Sim, Deus deu a Ele, Jesus, o nome diante do qual todo joelho se dobra e toda língua confessa que Ele somente é o Senhor (Fp 2.9,10). As nações serão despedaçadas e quebradas por não terem se submetido ao Senhor dos senhores (v. 9).

Finalmente, a advertência do salmista é a que reproduzimos aqui neste encerramento: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a Sua ira” (vs. 10-12). Parafraseando: “Cuidado, políticos! Cuidado juízes, promotores e homens da lei! Sejam humildes e honrem o Senhor! Façam seu trabalho na lei com a máxima retidão possível, pois em breve o Senhor Se manifestará de tal modo irado, que não O reconhecereis!” Bem-aventurados todos aqueles que nEle confiam!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson