Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 31 de maio de 2011

ESTÃO NAVALHANDO AS FAMÍLIAS DO NOSSO BRASIL


Por: Rev. Hernandes Dias Lopes

A família brasileira está encurralada por crises medonhas. Há uma orquestração perversa contra essa vetusta instituição divina, com o propósito de solapar seus alicerces e desconstruir seus valores. Abordaremos, aqui, quatro forças poderosas que se voltam contra a família nos dias presentâneos.

1. A mídia televisiva. A televisão é ainda o mais poderoso instrumento de comunicação de massa em nossa nação. É considerada o quarto poder. A televisão brasileira é conhecida em todo o mundo pela sua descompostura moral. As telenovelas brasileiras são as mais imorais do mundo. Talvez nenhum fenômeno exerça mais influência sobre a família brasileira do que as telenovelas da Rede Globo. O argumento usado para essa prática é que a televisão apenas retrata a realidade. Ledo engano. A televisão induz a opinião pública. Ela não informa, mas deforma. Não esclarece, mas deturpa. Agora, de forma desavergonhada a televisão brasileira abraçou a causa homossexual com o propósito de induzir a sociedade a aceitar como opção legítima a relação homoafetiva. Não se trata de um esclarecimento ao povo sobre o referido assunto, mas uma indução tendenciosa. Os programas que tratam da matéria são feitos com a intenção de escarnecer dos valores morais que sempre regeram a família e exaltar a prática homossexual, que a Escritura chama de um erro, uma torpeza, uma abominação, uma disposição mental reprovável, uma paixão infame, algo contrário à natureza (Rm 1.24-28).


2. A suprema corte. A suprema corte brasileira, o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, legitimou os direitos da relação homoafetiva. A nação brasileira já colocou o pé na estrada do relativismo moral, da absolutização do erro, do desbarrancamento da virtude, da conspiração irremediável contra a família. Os juízes de escol da nossa nação reconheceram como legal e moral a relação de um homem com um homem e de uma mulher com uma mulher. Precisaremos, portanto, redefinir o verbete casamento e criar um novo conceito para família. Estamos colocando os valores morais de ponta cabeça. Estamos desmoronando o que Deus edificou. Estamos nos insurgindo não apenas contra a família, mas contra o próprio Deus que instituiu o casamento e estabeleceu a família. Desta forma, julgamo-nos sábios, tornamo-nos loucos, pois ninguém pode desfazer o que Deus faz e ninguém pode insurgir-se contra Deus e prevalecer.

3. O ministério da educação. Com os recursos suados dos trabalhadores brasileiros que, com dignidade lutam para o progresso da nação, o ministério da educação está lançando um kit gay, para ser distribuído nas escolas públicas, cuja finalidade, mais uma vez, não é esclarecer crianças e adolescentes sobre a sexualidade, mas induzi-los à prática homossexual. Querem tirar das famílias o privilégio de orientar seus filhos. Querem domesticar a consciência das nossas crianças, induzindo-as a essa prática que avilta o ser humano, escarnece da família e afronta ao criador. É preciso tocar a trombeta aos ouvidos da sociedade, para repudiar essa iniciativa infeliz do ministério da educação, que em vez de sair em defesa da família, e promover a educação, lança sobre ela seus dardos mais mortíferos. Em virtude da pressão da bancada evangélica e não por dever de consciência, nestes últimos dias, a presidente mandou suspender o referido kit.

4. O congresso nacional. Está na pauta do congresso nacional um projeto de lei que visa criminalizar aqueles que se manifestarem contra a prática homossexual, contrariando, assim, a constituição federal, que nos faculta a liberdade de consciência e de expressão. Contrariando, outrossim, os preceitos da Palavra de Deus que, considera a relação homossexual como algo contrário à natureza e uma abominação para Deus (Lv 18.22; Rm 1.24-28; 1Co 6.9-11). Essa lei visa não apenas legitimar o ilegítimo, tornar moral o imoral, mas também, punir com os rigores da lei, aqueles que, por dever de consciência, não podem se curvar ao erro. Povo de Deus, não podemos nos calar diante dessas ameaças!


Dia tes písteos.

sábado, 28 de maio de 2011

SALVOS "RASPANDO A TRAVE" OU SALVOS "GOL LIVRE"?


Dentre os lances de futsal que brincamos toda sexta à noite, um dos que mais me deixam apreensivo é o lance do pênalti. Nessa hora, parece que o goleiro cresce e a trave diminui... Fico pensando como poderia usar de alguma estratégia para fazer o gol, já que a bola está parada, de frente para o goleiro, apenas eu, ele e a trave. Já fiz alguns gols de pênalti (maioria das vezes), mas já errei alguns também (minoria, acreditem).

O apóstolo Paulo e o apóstolo Pedro falam da mesma salvação, porém com diferença na largueza ou aperto pelo qual o indivíduo será salvo. O texto de Paulo está em 1Co 3.12-15 e o de Pedro está em 2Pe 1.5-11. Paulo fala do salvo que passou "raspando a trave" e Pedro fala do salvo que entrou "no meio do gol livre, sem goleiro".

Paulo se refere à obra do salvo. Se ela for de madeira, feno ou palha, será extinguida pelo fogo do Dia do Juízo, mas, diz Paulo, "esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo". Esse é o crente salvo que passou "raspando a trave". Claro, Paulo está falando de galardões (v. 14). Os crentes salvos "de raspão" serão salvos, mas seu galardão "sofrerá dano" (v. 15).

Mas os crentes cujas obras foram obras dignas de serem preservadas, ainda que passadas pelo fogo, são os crentes a quem Pedro se refere, os que entrarão no céu como um gol feito sem goleiro, com bola no meio do gol, com folga. Ele diz no v. 11 de sua 2ª carta no cap. 1 que "desta maneira vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno...", ou seja, o crente frutífero será salvo com folga!

Creio plenamente que a salvação está garantida para todos a quem Deus previamente conheceu e predestinou, de acordo com Romanos 8.29,30. Creio também, por outras inúmeras passagens que os tais chamados por Deus jamais perderão a sua salvação, pois Deus não muda (Tg 1.17,18). Todavia creio também que viver uma vida cristã aqui na terra que seja conforme o padrão do NT, dos preceitos de Cristo e dos apóstolos de nosso Senhor, vale muito mais a pena, uma vez que, além de vivermos a vida abundante que Jesus prometeu às Suas ovelhas, ainda entraremos no reino de forma "ampla"! Digamos que seria a certeza da certeza!

Estou olhando para mim a cada dia e verificando se minhas obras são dignas de galardão (que, diga-se de passagem, não é o mesmo que salvação), para que eu entre no reino não "raspando a trave", mas com "folga, sem goleiro", uma salvação ampla e certa, assim como ela já é mesmo pela promessa do Salvador!

E você, como está se preparando para cobrar esse pênalti?

Dia tēs písteōs

Pr. Cleilson

terça-feira, 24 de maio de 2011

Profeta do "não-fim do mundo" se justifica dizendo que não é um gênio




Fábio Luís de Paula
Do UOL Tabloide
Em São Paulo

Famoso por usar a numerologia baseada na Bílbia para prever datas para o "fim do mundo", sofreu um baque ao notar que o mundo não acabou em 21 de maio de 2011 como havia dito. Harold Camping, um radialista de 91 anos, presidente da rede evangélica de rádios "Family Radio" nos Estados Unidos - que tem mais de 150 estações e transmite em mais de 40 línguas -, está em choque.
Camping está abalado, se negando a dar declarações a uma rede de televisão que foi procurá-lo em sua casa, que fica na Califórnia. Ele diz que não quer falar pois é algo que "significa muito para ele".
Entretanto, nesta segunda, dia 23 de maio, resolveu soltar o verbo e utilizou o alcance de suas emissoras de rádio, inclusive pela internet, para transmitir um bate-papo, ao vivo, que teve com jornalistas.
Sobre o caso, se justificou com frases como "eu não sou um gênio", mas depois acabou admitindo o deslize: "Sim, eu estava errado. Não sou um 'CEO', sou apenas um servo de Deus. Posso contar muitas histórias e estar errado sobre elas", disse em resposta aos jornalistas.

domingo, 22 de maio de 2011

RICARDO GONDIM NÃO ESCREVERÁ MAIS PARA A ULTIMATO



Após quase vinte anos, fui convidado a “des-continuar” minha coluna na revista Ultimato. Nesta semana, recebi a visita de Elben Lenz Cesar, Marcos Bomtempo e Klênia Fassoni em meu escritório, que me deram a notícia de que não mais escreverei para a Ultimato. Nessa tarde, encerrou-se um relacionamento que, ao longo de todos esses anos, me estimulou a dividir o coração com os leitores desta boa revista. Cada texto que redigi nasceu de minhas entranhas apaixonadas.

Fui devidamente alertado pelo rev. Elben de que meus posicionamentos expostos para a revista Carta Capital trariam ainda maior tensão para a Ultimato. Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.

O reverendo Elben Lenz Cesar, por quem tenho a maior estima, profundo respeito e eterna gratidão, acrescentou que discordava também sobre minha afirmação ao jornalista de que “Deus não está no controle”. Ressalto, jamais escondi minha fé no Deus que é amor e nos corolários que faço: amor e controle se contradizem. De fato, nunca aceitei a doutrina da providência como explicitada pelo calvinismo e não consigo encaixar no decreto divino: Auschwitz, Ruanda ou Realengo. Não há espaço em minhas reflexões para uma “vontade permissiva” de Deus que torne necessário o orgasmo do pedófilo ou a crueldade do genocida.

Por último, a Klênia Fassoni advertiu-me de que meus Tweets, somados a outros textos que postei em meu site, deixam a ideia de que sou tempestivo e inconsequente no que comunico. Falou que a minha resposta à Carta Capital sobre a condição das igrejas na Europa passa a sensação de que sou “humanista”. Sobre meu “humanismo”, sequer desejo reagir. Acolho, porém, a recomendação da Klênia sobre minha inconsequência. Peço perdão a todos os que me leram ao longo dos anos. 

Quaisquer desvarios e irresponsabilidades que tenham brotado de minha pena não foram intencionais. Meu único desejo ao escrever, repito, foi enriquecer, exortar e desafiar possíveis leitores.

Resta-me agradecer à revista Ultimato por todos os anos em que caminhamos juntos. Um pedaço de minha história está amputada. Mas a própria Bíblia avisa que há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Meu amor e meu respeito pela família do rev. Elben, que compõe o corpo editorial da Ultimato, não diminuíram em nada.

Continuarei a escrever em outros veículos e a pastorear minha igreja com a mesma paixão que me motivou há 34 anos.

Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria


Fonte: www.ricardogondim.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

AFINAL DE CONTAS, O QUE É JESUS?


“O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu, pois, sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou amo, onde está o temor de mim? diz o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu nome?” (Malaquias 1:6).

Por: Pr. João R. Gouveia

 Segundo Erich Fromm, o sucesso de Jesus Cristo na história é que ele é a idealização do homem. Projetamos nele o que gostaríamos de ser. Sua historicidade não conta. Sua figura é a projeção de nossas carências subjetivas. Fosse ele Zé das Couves, o impacto seria o mesmo. Porque ele não é tanto uma figura histórica. É a projeção de um anseio psicológico coletivo. Soa absurdo?

Há corinhos em que Jesus é uma figura abstrata, e não histórica. É um sentimento, não o Senhor. Num deles, a prova de que Jesus ressuscitou é “que vive em mim”. Isto não é argumento. Ele ressuscitou porque a Bíblia diz que ressuscitou. Porque é um evento histórico, com testemunhas. Porque seu impacto na história tem provado isso. Não porque “vive em mim”. Isso é como dizer: “Minha mãe morreu há muitos anos, mas vive em mim”. Mas está morta!

Dizia um pregador: “Receba Jesus e seja feliz”. As pessoas buscam felicidade, vista como bem-estar material. A maior parte dos crentes acha que a obra de Jesus é nosso bem-estar. Ele veio para nos fazer felizes. Poucos buscam santidade e compromisso. Disse alguém num culto: “Jesus me deu tudo o que eu tenho, a casa, os carros, os filhos saudáveis. Aceite Jesus e você terá tudo de bom na vida”. Ouvia-o um crente fiel e sério, com um filho pequeno com leucemia. Por que Jesus deu leucemia ao seu filho e não saúde? Dirá alguém que faz parte do “propósito de Deus”. O pai do leucêmico poderia perguntar: “Quem precisa desse Deus?”.

Deus deve ser amado pelo que é, não pelo que pode nos dar. E Jesus não é um “amigão”. É o Senhor. Deus nos abençoa. Jesus nos ama. O Espírito fortalece. Mas Deus não é Papai Noel, Jesus não é Aladim, e o Espírito não é fio desencapado eletrocutando pessoas para gritarem no culto. Não torne Jesus do seu tamanho, nem faça de seus insights a voz do Espírito: “Se está no meu coração, é de Deus, porque Ele fala ao meu coração”. Seu coração é corrupto. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr 17:9). Seu coração não é eco da voz de Deus. Você é pecador, Deus não . Sonhe, mas não cultue seus sonhos. Deus fala na sua Palavra. Leia a Bíblia e deixe de vaidade.

O Jesus real é o Jesus do Novo Testamento, não o da nossa cabeça. Não se pode privatizar Jesus, vendo-o por uma ótica pessoal. “Gosto de pensar em Jesus assim, ó…”. Essa privatização o rebaixa. Ele não é como queremos que seja. Para muitos, Jesus não é uma pessoa e sim um ideal. Ele não é como idealizamos. Ele é como a Bíblia mostra.

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

Fonte: Devocional AD Mongaguá

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O CORAÇÃO DE CÉSAR AUGUSTO NA MÃO DO SENHOR


"Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o Seu querer, o inclina." (Pv 21.1).

A profecia dizia que o Filho de Deus tinha de nascer na cidade de Belém: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5.2).

Mas a mãe do Salvador morava em Nazaré e não em Belém. Ela já estava grávida pelo poder do Espírito Santo, prestes a dar à luz a criança. Morando em Nazaré, a cerca de 120 km de distância do lugar da profecia, e ainda grávida, com certeza tal profecia não se cumpriria.

Mas palavra de Deus é palavra de Deus! Ele vela por Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12)! Pois bem. Já que as coisas conspiram para o não cumprimento da palavra de Deus, então o que Deus faz? Pega o coração do rei (César Augusto) e o inclina conforme o Seu querer. César é rei, mas Deus é soberano!

E, num belo dia, levanta-se César Augusto, o imperador de Roma na época em que o Senhor nasceu, e dita uma ordem, um decreto para que todo mundo se alistasse (Lc 2.1). E naquela época, todas as pessoas se alistavam em sua própria cidade (Lc 2.3). Era uma espécie de recenseamento.

Lá vai José, homem justo, saindo de Nazaré, cidade onde morava com sua mulher, Maria, para cumprirem o decreto do rei (?), para se alistarem em sua cidade natal. Adivinha qual? Belém! Pois é! José e Maria eram naturais de Belém, mas moravam em Nazaré. Para obedecerem o decreto do imperador (?) se deslocaram do Norte, na Galileia para o Sul, na Judeia, para se recensearem em Belém, sua cidade natal.

Chegando ali, cumpriram-se os dias de Maria dar à luz. Just in time... Jesus nasceu bem na hora em que eles chegaram em Belém!

Pois então... cumpriu-se a profecia! A palavra de Deus não ficou desacreditada! As circunstâncias levavam tudo para acontecer em Nazaré, mas a profecia era para que fosse em Belém! Já que a palavra de Deus precisava se cumprir, então Deus pega ali o coração do rei e o inclina conforme o Seu querer, a fim de que Sua palavra a respeito de um mero detalhe se cumpra. Se Ele falou que Seu Filho tinha que nascer em Belém, não é o fato de Sua escolhida mãe morar em Nazaré que vai mudar as circunstâncias! Não! Como ribeiros de águas foi o coração de César Augusto nas mãos do Senhor, que o inclinou para que ele fizesse o decreto do censo! Assim o Filho de Deus nasceu na cidade de Davi, cumprindo-se a profecia!

Prefiro crer nesse Deus que tudo controla, a acompanhar o raciocínio tolo do ateísmo, do acaso, do teísmo aberto, do livre-arbítrio, do deísmo...

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 13 de maio de 2011

SENHOR, LIVRA-ME DO MEU NÃO QUERER



Meu não querer é pior do que meu querer. Ele me faz não querer o que eu devia, enquanto incita meu querer a querer o que não deve. Mas querer o que não deve faz parte da natureza caída do homem. Todos querem o que não deve. Aí está o problema do meu não querer: quando recebi o Senhor na minha vida, foi-me concedido o poder de não querer o que não deve e, mesmo assim, me vejo não querendo não querer... por isso eu oro!

Livra-me, Senhor, de não querer reconhecer que estou errado; isso me levaria a não querer me arrepender... Livra-me, Senhor, de não querer admitir que Tua Palavra está certa; isso me levaria a não querer crer... Livra-me, Senhor, de não querer abandonar o pecado; isso me levaria a não querer me voltar para Ti... Livra-me, Senhor, de não querer me aproximar de Ti; isso me levaria a não querer ser santo... Livra-me, Senhor, de não querer negar a mim mesmo; isso me levaria a não querer ser Teu discípulo... Livra-me, Senhor, de não querer orar e vigiar; isso me levaria a querer cair em tentação... Livra-me, Senhor, de não querer fazer a vontade do Pai; isso me levaria a ficar fora do reino dos céus, mesmo sem querer... Livra-me, Senhor, de não querer chorar; isso me levaria a nunca ser consolado... Livra-me, Senhor, de não querer guardar a Tua Palavra; isso me levaria a não querer Te amar!

Antes de Te encontrar, Senhor, eu queria o pecado, porque ele era meu senhor. Quando fui despertado por Ti reconheci que és o único Senhor; agora livra-me de não querer o Senhor! Se escravo do pecado, não queria o Senhor, faz-me agora, Senhor, já Teu escravo, não querer o pecado!

Luto contra meu não querer mais do que contra meu querer, pois meu querer é manifesto e meu não querer é sutil. Há pecados que eu quero cometer e tenho medo de não querer deixar de cometer. Isso é pior do que querer cometê-los! Há mandamentos na Tua Palavra que eu tenho medo de não querer obedecê-los, apesar de saber que tenho de querer obedecê-los.

Um dia serei como Tu és, Senhor, livre de todo não querer o que deve! Serei glorificado no corpo, onde meu querer será conformado ao Teu querer! Nunca mais vou não querer o que o Senhor quer, nunca mais vou querer o que o Senhor não quer! Mas, quer saber, Senhor? Eu quero isso aqui agora também! Porque quero viver não querendo querer o que o Senhor também não quer!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ESBOÇO SERMÃO TEXTUAL POR INFERÊNCIA - PR. CLEILSON



COMO ANDAM OS CHAMADOS PARA A SALVAÇÃO (EF 4.1-3)

INT.: O comportamento das pessoas pode demonstrar a qual tipo de grupo elas pertencem. Esse comportamento pode ser através de atos, palavras, forma de conversar, de se vestir, o próprio lugar onde se frequenta, tudo isso pode definir a que grupo pertencem certos tipos de pessoas. Por exemplo, pessoas da classe rica frequentam lugares diferentes de pessoas de classe mais baixa, vestem-se diferente, conversam sobre assuntos diferentes. Pessoas que pertencem a batalhões de infantaria, ou militarismo têm modos distintos de conversar, de se vestir, de tratar as pessoas. Tudo isso mostra que grupos distintos revelam procedimentos distintos que os qualificam.

S. T.: No v. 1 Paulo roga (Gr. parakalo). Ele chama para estar ao lado, ou seja, encoraja a igreja a andar à altura do privilégio a que fora chamada. O que qualifica o grupo daqueles que foram chamados para a salvação? De que modo eles se apresentam?

I – ELES SÃO HUMILDES E MANSOS (v. 2)
  1. Aprendem isso com seu Mestre (Mt 11.29)
  2. A humildade fala, entre outras definições, de não ofender as pessoas (tapeinofrosyne)
  3. A mansidão fala de não levar em conta as ofensas feitas contra nós
II – SÃO LONGÂNIMOS E SUPORTAM-SE MUTUAMENTE (v. 2)
  1.     Longanimidade fala de paciência – longo ânimo
  2.     Isso é ensinado pelo Mestre (2Pe 3.15)
  3.     Suportar fala de sustentar, não de tolerar!
  4.    Isso deve ser feito em amor, não por obrigação
III – ESFORÇAM-SE PARA PRESERVAR A UNIDADE ESPIRITUAL (v. 3)
  1.    O esforço é diligente, não de qualquer jeito
  2.    A unidade é do Espírito, não aparente
  3.    Ligada pela paz (atadura)

CONC.: Assim andam os chamados para a salvação. Com humildade e mansidão, com paciência e apoio mútuo e, acima de tudo lutando juntos para zelar da unidade no Espírito.

APLIC.: Uma igreja que vive nestas qualidades expressa muito bem sua característica nesse mundo em que ela vive. Mostra que há grande diferença entre ela, que é luz e o mundo em que vive, que é trevas.

APELO: Que nós sejamos assim! Comprometidos em corresponder à altura a nobreza do nosso chamado. Não fomos chamados para qualquer coisa, mas para a salvação! Isso é a vocação mais nobre que o homem já recebeu. Portanto faça um compromisso de viver à altura e corresponder a este chamado!

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O PATO E A CHANTAGEM


Havia um pequeno menino, Johnny, que visitava seus avós em sua fazenda e foi dado a ele um estilingue para brincar no mato. Ele praticou na floresta, mas nunca conseguia acertar o alvo. Desanimado, ele voltava para jantar, quando viu o pato de estimação da avó e, em um impulso, acertou a cabeça do pato e matou-o.

Chocado, triste e em pânico, ele escondeu o pato morto na pilha de madeira! Sally (sua irmã) tinha visto tudo, mas ela não disse nada. 

Após o almoço no dia seguinte, a avó disse: "Sally, vamos lavar a louça". Mas Sally disse: " Vovó, Johnny me disse que queria ajudar na cozinha". Em seguida, ela sussurrou ao ouvido do irmão: "Lembra-se do pato?" Assim, Johnny lavou os pratos.

Mais tarde naquele dia, quando vovô perguntou se as crianças queriam ir pescar, a vovó disse: "me desculpe, mas eu preciso de Sally para me ajudar a fazer o jantar". Sally apenas sorriu e disse: "eu vou porque Johnny me disse que queria ajudar no jantar". Novamente sussurrou no ouvido do irmão: "lembra-se do pato?" Então Sally foi pescar e Johnny ficou para ajudar.

Após vários dias de Johnny fazendo o trabalho de Sally, ele finalmente não aguentava mais. Ele veio até a avó e confessou que tinha matado o pato. A avó ajoelhou, deu-lhe um abraço e disse: "Querido, eu sei... eu estava na janela e vi a coisa toda, mas porque eu te amo, eu te perdoei. Eu só estava me perguntando quanto tempo você iria deixar Sally fazer de você um escravo."


Qualquer que seja o seu passado, o que você tem feito... O diabo fica jogando no seu rosto (mentir, enganar, a dívida, medo, maus hábitos, ódio, raiva, amargura, etc.)... seja o que for... Você precisa saber que Deus estava na janela e viu a coisa toda. Ele viu toda a sua vida... Ele quer que você saiba que Ele te ama e que você estará perdoado, se vier confessar a Ele. Ele está apenas querendo saber quanto tempo você vai deixar o inimigo fazer de você um escravo.

A grande coisa acerca de Deus é que quando você pedir perdão, Ele não só perdoa, mas Ele esquece. É pela graça e misericórdia de Deus que somos salvos. 

Lembre-se sempre:


Deus está à janela!

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 6 de maio de 2011

RICARDO GONDIM FALA SOBRE HOMOAFETIVIDADE E TEOLOGIA RELACIONAL



"Deus nos livre de um Brasil evangélico!" Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência.


Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais.


Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo: “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir.


Carta Capital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?


Ricardo Gondim: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento no número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos de dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.


CC: Como o senhor define esse perfil?


RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos modelos do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.


- O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?


- Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a "talebanização" do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da Igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, pode facilitar a expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.


- O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?


- O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way of life de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui leem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos, de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é de que Deus abre portas de emprego para os fiéis. Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?


- O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.
- Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.


- Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?


- Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.


- O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?


- Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.


- O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?


- Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem, então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um Pai Todo-Poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.


- Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.


- Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.


Fonte: Carta Capital


Dia tes písteos.


Pr. Cleilson

quinta-feira, 5 de maio de 2011

FILHOS DE DEUS E FILHAS DOS HOMENS (GN 6.2)


Dentre as variadas suposições que existem para entender o texto de Gênesis 6.2, a opinião mais frequentemente aceita entre os cristãos é a terceira, dentre as três principais abaixo:

1) Anjos caídos que se relacionaram com as mulheres;
2) Homens de grande importância política e religiosa, chamados filhos dos deuses, ou sacerdotes pagãos, ou até descendentes de Lameque que tomaram mulheres em seu harém;
3) Descendentes de Sete, que se relacionaram com as filhas de Caim.

Entretanto, a opinião judaica, aceita desde séculos antes de Cristo tem sido a primeira e a mais chocante! Afirma-se que se trata de anjos realmente. Contra a opinião cristã (que diz ser os descendentes de Sete), o primeiro ponto cita a seguinte fraqueza: Deus não puniria o mundo com um dilúvio universal só porque descendentes humanos se casaram com mulheres, isso é muito natural, apesar de se chamar os descendentes de Sete de justos, entretanto, tal não se pode afirmar, pois a Bíblia diz que toda a carne se corrompeu (isto inclui, claro os descendentes de Sete). No versículo 1 também diz que os homens começaram a se multiplicar sobre a terra e ter filhas. Nada afirma que cainitas se reproduzissem separadamente dos setitas. O argumento é que o filho de Sete chamado Enos deu incício à invocação do nome do Senhor (YHWH). Entretanto, alguns eruditos nos dão uma tradução mais literal e exata para este verso: "Então os homens começaram a chamar a sí próprios pelo nome de YHVH." Outros estudiosos traduzem a declaração desta maneira: "Então os homens começaram a chamar seus deuses (ídolos) pelo nome de YHVH." Se nenhuma destas é a tradução correta, então a evidência para a denominada linhagem piedosa de Sete é inexistente. A verdade é que Enos e sua linhagem, com poucas exceções conhecidas, eram tão impiedosos quanto as outras linhagens. O registro divino não poderia ser mais claro: "toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra." (Gênesis 6:12b). Temos também que em todo o AT o termo "filhos de Deus" refere-se sempre a anjos, como se vê em Jó 1.6; 2.1; 38.7. No AT os anjos são filhos de Deus e os homens servos. No NT isto inverte, como bem observou Lewis Sperry Chaffer.

Já em Gênesis 6.9 diz que Noé foi "perfeito em suas gerações." Será que isto significa perfeição moral e espiritual? Dificilmente. Gênesis 9.20-23 contesta tal perfeição. O que, então, a Bíblia quer dizer quando o chama de "perfeito?" A palavra hebraica para perfeição nesse caso é "tamiym" e vem da raiz "taman". Isto significa "sem mácula", como em Êxodo 12.5; 29.1 e Levítico 1.3. Da mesma maneira que o cordeiro expiatório não poderia ter qualquer mancha física, assim era a perfeição de Noé. Em seu significado fundamental, "perfeição" não se refere à qualquer atributo moral ou espiritual, mas à pureza física. Noé não havia sido contaminado pelos invasores estrangeiros. Ele havia preservado sua genealogia e a preservou pura, apesar da corrupção que prevalecia, provocada pelos anjos caídos. (Companion Bible [Oxford University Press]. Appendix 26.) e novamente: A linhagem sanguínea de Noé havia permanecido livre de contaminação genética. (The Gospel Truth Magazine, Vol. 18, (June 1978), No. 7).

Até o século V não se ouve falar em outra interpretação desse texto a não ser atribuindo o sentido a anjos. Nas palavras dos Pais antenicenos, os anjos caíram "em amor impuro de virgens e foram subjugados pela carne... desses amantes de virgens, portanto, foram gerados aqueles que são chamados gigantes." E novamente, "...os anjos transgrediram e foram seduzidos pelo amor de mulheres e geraram filhos." (The Ante-Nicene Fathers, Vol. 8, pp. 85 and 273).

"O desejo dos demônios por um corpo, evidente nos Evangelhos, oferece pelo menos algum paralelo a esta fome por experiência sexual." Derek Kidner. Parece que Judas faz alusão a este caso, citando-o como crença comum de que os anjos de fato foram os protagonistas do texto de Gênesis. Ele cita bastante o livro apócrifo de Enoque. Veja o que está escrito no livro de Enoque capítulo 7:

1E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas.
2E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.
(3) No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167).
3Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento;
4E que só eu sofrerei por tão grave crime.
5Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;
6 (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado.
7Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon. (4) de Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1893], p. 63).
8Aquele monte portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraram-se por mútuo juramento. (5) Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição
(Charles, p. 63).
9Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos com eles. (6) O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah; Artqoph; Ramtel; Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel; Stawel; Samsiel; Sahriel; Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
10Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a abordar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos, e a divisão de raízes e árvores.
11E as mulheres conceberam e geraram gigantes, (7). O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta secção, "E elas [as mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem “mataram"] os Naphelim, e os Naphelim
trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12Cuja estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e tornou-se impossível alimentá-los;
13Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;
14E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois
do outro, (8) e para beber seu sangue. (8) Sua carne, um depois do outro. Ou, "de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a terra reprovou os injustos.

Cristãos argumentam que anjos não têm sexo, mas a concepção judaica rebate dizendo que Cristo não disse que anjos não têm sexo, apenas que não se casam, nem se dão em casamento (o que não significa que não podem fazê-lo, em desobediência, claro).

Ao não aceitarem o conceito judaico, os cristãos referem-se à vingança de Deus só contra os homens e não contra anjos em Gênesis 6. Porém a resposta é que Judas mostra a vingança que Deus executou contra tais anjos "que não guardaram seu estado original", dando a eles a sentença de "guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia" (Jd 6). E ainda no v. 7, Judas mostra a razão pela qual isso aconteceu: "como Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles [subentende-se os anjos do v. 6], seguindo após outra carne..." Esse seguir após outra carne, no grego é heteros, que significa outro de outra espécie, e não allos, que é outro da mesma espécie. Portanto, tem-se que os anjos realmente seguiram outra carne, ou outra espécie.

A mistura destas duas categorias de seres, foi contrária ao que Deus havia pretendido e sumariamente conduziu ao maior ato de julgamento de Deus, nunca antes decretado sobre a raça humana, o dilúvio!

Sobre essa mistura de seres, o judaísmo entende que aí está a origem dos gigantes. O texto de Gênesis 6.4 diz: "Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade". Os nefilins têm sido traduzido por "gigantes" em nossas versões. Vem do verbo hebraico naphal, que quer dizer "cair". Gigantes veio do grego (LXX) gegenes, que quer dizer "nascido da terra", o que nada tem a ver com estatura. Se naphal se refere a caídos, então pressupõe-se a queda de tais anjos que se apaixonaram pelas humanas. Muitos teólogos entendem "caídos", mas de uma certa religião para o paganismo, ou da crença para a descrença.

O mais pasmático é que a opinião judaica entende a partir daí aquele versículo controverso de Paulo em 1Co 11.10: "Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos". Afirmam que Paulo já conhecia a interpretação judaica sobre Gênesis 6 e então escreveu este versículo para propor modéstia entre as mulheres na igreja, a fim de não provocar os anjos que estavam no culto, uma vez que isso poderia tentá-los. Paulo acreditava que uma mulher descoberta era uma tentação até mesmo para os anjos. William Barclay menciona uma velha tradição rabínica que alega que foi a beleza dos cabelos longos das mulheres que atraiu e tentou os anjos em Gênesis...

Tais anjos caídos que praticaram esse ato horrível contra a criatura de Deus ficaram confinados no tartaro, como diz Pedro na sua 2ª carta. E isso, de acordo com esta interpretação, para que a raça humana ficasse livre em sua pureza, a partir de Noé, antes que tais demônios pudessem corromper toda a raça, o que, segundo a visão judaica, impediria o nascimento de Cristo, pois até lá, toda raça humana já teria sido contaminada pelos nefilins... Por isso a preservação de Noé (que era puro).

Fica porém uma pergunta: se foram destruídos no dilúvio, como se explica a existência deles nos dias da terra prometida? Pois os filhos de Israel encontraram em Canaã gigantes também (Nm 13.28,33). Ou o dilúvio não foi universal e alguns nefilins sobreviveram, ou então houve uma segunda queda de anjos...

Há muita coisa para se estudar...

Dia tes písteos.


Pr. Cleilson