“Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14).
Entre os vários propósitos de Cristo ter concedido dons para Seu povo, está este que lemos. Nos vs. anteriores, Paulo fala de outros propósitos, entre eles, o aperfeiçoamento dos santos para que desempenhem seu trabalho, a edificação do corpo de Cristo etc. Agora, ele inclui esse propósito, a saber, que não sejamos mais como meninos.
Embora a Bíblia sempre nos incentive a sermos como crianças, principalmente no aspecto da humildade e dependência de Deus, todavia, há maneiras de ser criança espiritualmente falando que a Bíblia condena. Em 1Co 14.20, por exemplo, Paulo condena o fato de sermos crianças no juízo, no entendimento, no discernimento. Ele também critica os coríntios por serem crianças espirituais quando provocam divisão na igreja (1Co 3). O autor aos Hebreus censura os cristãos que já deviam ser mestres, mas que ainda necessitavam de leite (Hb 5.12,13). E aqui não é diferente com os efésios.
Perceba, contudo, que Paulo usa o advérbio de intensidade “mais”. Para que não sejamos “mais” como meninos. Isso quer dizer que já fomos. Aliás, a vida cristã começa como criança, afinal é um novo nascimento e ninguém nasce maduro. Entretanto, diz Paulo, não podemos ser “mais” como meninos. Precisamos crescer. No v. 13, ele havia acabado de falar da “perfeita varonilidade”. Mas há crentes que não crescem espiritualmente. Permanecem na mesma imaturidade ao longo dos anos de sua caminhada cristã.
Tais pessoas são agitadas de um lado para outro. A ideia aqui é de uma embarcação à deriva, levada ao sabor das ondas. A vida do crente não pode ser randômica. É necessário ter uma direção e uma direção certa. Não somos filhos do azar.
Paulo então fala de “vento de doutrina”. As crianças espirituais são facilmente conduzidas por ventos como este. Correm atrás de novidades no meio cristão. Não se firmam na Palavra, pois acham que teologia é estática, coisa do passado. Então vivem atrás das invencionices patéticas de sua época. Pobres cristãos! Não sabem que seu fim é o naufrágio!
Depois Paulo fala da astúcia, da artimanha dos homens enganadores. A palavra que ele usa é “cubo”, significa “dado”. Estes homens astuciosos jogam dados, são ilusionistas. Suas presas fáceis são as crianças espirituais. Cristãos maduros espiritualmente, firmes na Palavra de Cristo e Seus apóstolos, não são levados por esses enganadores.
Faça hoje um check-up em sua vida espiritual. Se ainda permanece criança ao longo dos anos, então é
necessário urgentemente que amadureça e tome cuidado com os ventos de doutrina,
pois eles vêm, mas também se vão. Porém, infelizmente, deixam um grande estrago
para trás. Por isso há decepcionados e náufragos na fé. Escute o conselho do v.
15: “Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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