quinta-feira, 3 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0590 - JOGUE SUA ANSIEDADE SOBRE DEUS!

 


Lançando sobre ele todo vosso cuidado, porque ele cuida de vós” (1Pe 5.7 – KJF 1611).


Cuidar de alguém ou de algo exige preocupação. Cuidado exige vigilância constante e, muitas vezes, o nervosismo, a apreensão podem se fazer presentes, tornando o cuidado um fardo para aquele que tem que cuidar. Por isso é que essa palavra alcança dois significados em nossa língua. Cuidado pode ser atenção, precaução, zelo, mas também pode ser ansiedade, tensão e preocupação. Uma pessoa com cuidados pode ser alguém que zela e protege, como também pode ser alguém que está com crise de ansiedade e depressão. A palavra usada no original tem a raiz de “dividir ou fraturar o ser de uma pessoa em partes”!

O tempo do verbo grego que foi traduzido como “lançando” em nossas Bíblias é uma ação simples, feita no passado. Embora para nossa língua funcione como um gerúndio, na escrita bíblica essa ação está no passado. Em vez de “lançando”, como se desse a ideia de uma ação contínua, seria melhor dizer “tendo lançado”. O que se vê hoje é o que nós já fizemos antes.

A palavra “lançar” foi bem traduzida, pois significa “jogar, arremessar”, assim como é usada na ação de Judas, quando lançou as moedas da traição para dentro do templo (Mt 27.5). É o que devemos fazer com nossos “cuidados”! Jogar mesmo! Arremessá-los! A preposição diz que é sobre Ele, isto é, em cima de Deus!

Mas por que podemos fazer isso? A resposta é simples e faz um jogo de palavras na nossa língua: ao invés de carregarmos nossos cuidados, existe alguém que cuida de nós! Sim, Pedro diz que podemos fazer isso com Deus, porque Ele cuida de nós. Ele Se preocupa conosco, Ele Se interessa por nós, Ele toma conta de nós, somos objeto de Sua atenção. Em Mc 4.38, os discípulos questionaram se Jesus não Se interessava ou não Se preocupava com eles, devido à tempestade que assolava seu barco! Nosso Mestre provou que sim. Acalmou a fúria do vento e das águas, trazendo grande bonança!

O verbo usado para o cuidado de Deus por nós, ao contrário do nosso cuidado que deve já ter sido lançado sobre Ele, é um verbo presente, ou seja, o cuidado dEle por nós não cessa! Não é que Ele “tem cuidado”, mas que Ele “vem cuidando” de nós!

Se pensarmos diferente disso, estaremos afrontando o nosso Deus. Seria como dizer a Ele que não confiamos no cuidado dEle e preferimos ficar apreensivos, fraturados, quebrados, como se assim pudéssemos fazer alguma coisa por nós... Mas, ao jogarmos nossos fardos sobre Deus em oração, em derramamento de alma, em lágrimas e soluços, certamente, o que encontraremos será o Seu maravilhoso cuidado, Sua guarda fiel e Sua proteção aconchegante! Jogue sua ansiedade sobre Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 2 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0589 - DEUS É AMOR

 


E nós conhecemos o amor e cremos neste amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1Jo 4.16).


Primeiro, precisamos extirpar da nossa mente todo conceito humanista e pecaminoso de amor. A informação bíblica é o que deve ser a base e o padrão para o nosso entendimento do que é o verdadeiro amor. O amor do mundo é um amor, na melhor das hipóteses, conveniente, “eu te amo porque você me ama” e, na pior das hipóteses tem sido um amor promíscuo e pernicioso. Não é de se admirar que até pedofilia tem sido chamada de “uma das formas de amar”...

Tendo eliminado esse sentido deturpado do que é o amor, dirijamo-nos à Escritura para que ela mesma nos revele o que ele é. O amor é aquele atributo de Deus que revela Sua autoapreciação e aprovação de Si mesmo, Sua bondade e misericórdia, Sua graça e benignidade, Seu compartilhamento e, finalmente, Sua afeição eterna.

A autoapreciação de Deus mostra o amor dEle por Si mesmo. Deus Se regozija em Si mesmo, e entre as Pessoas da Trindade há uma pericorese, ou seja, um relacionamento de amor profundo e autoapreciativo! Deus também aprecia o que criou, isto é, Ele ama Sua criação. É o que lemos em Gênesis sobre a nota que Deus dava para Sua criação, sempre nota 10 (e viu Deus que era bom)! Quanto à bondade de Deus, esta é a manifestação do amor para com todos, “maus e bons... justos e injustos” (Mt 5.45). Já a Sua misericórdia é a manifestação do Seu amor para com os miseráveis e perdidos, intervindo em seu socorro. A graça e benignidade de Deus é Seu amor em atividade, concedendo aos homens mais do que eles merecem.

Entretanto, o amor de Deus no qual Ele revela e comunica salvação, este é demonstrado em afeição eterna, a saber, o amor sentimental eterno e imutável que Ele tem por Seus eleitos, por aqueles a quem Ele quis salvar desde a eternidade! Ele disse por Jeremias: “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (31.3). Paulo disse que de “antemão” Ele nos conheceu (Rm 8.29). Sabemos que o verbo “conhecer” tem um sentido profundo na mente hebraica. Significa amar intimamente!

Este é o amor salvador que Deus demonstrou ao enviar Cristo, Seu Filho pelos pecadores que Ele determinou salvar. Este é o amor com o qual Deus amou o mundo de tal maneira (Jo 3.16). Este amor não passa em branco diante dos pecados. Aliás, foi por isso mesmo que Cristo veio. Enquanto Ele nos protegia da ira de Deus lá na cruz, Seu amor era derramado junto com Seu sangue sobre os que nEle creem!

Mais uma vez, não confunda. O amor de Deus não é a permissividade que abre a porta do céu para todo mundo. Não é porque você gosta de você que significa que Deus também goste. Quando o amor dEle nos alcança, uma mudança é vista em nós: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1Jo 4.9). Somente quem vive por meio de Cristo é que foi amado por Deus. É assim que você vive?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 1 de julho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0588 - DEUS É FOGO CONSUMIDOR

 


Porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.29).


A verdade revelada neste versículo sobre Deus incomoda muitas pessoas, principalmente em nossos dias, onde falar de severidade e punição soa como crueldade e intolerância, aliás, esta é a palavra da moda em um mundo politicamente correto: intolerância. Deveria ser incômoda somente para os ímpios distantes de Deus, mas a verdade que Deus é fogo consumidor gera desconforto até mesmo nos crentes.

Para tentar suavizar a verdade deste versículo, alguns o interpretam como se este fogo consumidor que Deus é, fosse somente aquele fogo purificador, que consome o pecado na nossa vida, tornando-nos mais puros e santos diante dEle. Entretanto, o que o autor bíblico quer nos passar é que o fogo de Deus é mais que isso. É o fogo que consome também o pecador! Eis aí a mensagem indigesta: Deus é fogo que consome também o pecador!

Dizer que Deus é fogo consumidor é dizer que Ele é santo e não Se relaciona com o pecado, pois nEle não pode haver pecado. Também não Se relaciona com o pecador, exceto para condená-lo, pois não há nada compatível entre o homem pecador e este Deus santo. Porém, foi necessário que o pecado existisse, para que pudéssemos conhecer a ira santa e justa de Deus, a fim de glorificá-lo como santo e justo. Se não houvesse o pecado, uma parte de Deus não seria conhecida, Ele não seria totalmente glorificado e o salvo não seria totalmente feliz, pois nossa felicidade consta em quanto mais glorificamos a Deus.

A ira de Deus não entra em conflito com Seu amor de forma alguma. Aliás, a ira e o amor de Deus se encontraram lá na cruz do Calvário, no dia em que Seu Filho foi imolado! A ira de Deus que era para ser derramada sobre os crentes foi derramada sobre Jesus e o amor de Deus pelos crentes foi demonstrado nisso. Que amor maior há do que alguém assumir sobre si a nossa culpa, mesmo sem ter culpa?

Paulo diz que, se Deus não poupou ao Seu próprio Filho, como também não dará graciosamente com Ele todas as coisas aos eleitos (Rm 8.32)? Por outro lado, se Ele não poupou ao Seu próprio Filho, também não poupará os pecadores de sua justa condenação no inferno! Se a ira de Deus foi derramada sobre Seu santo Filho que não tinha pecado, imagine se ela não será derramada sobre os pecadores que não se arrependeram?

Esta verdade bíblica é explícita para que os ímpios tenham medo de Deus, para que saibam como nosso Deus é terrível em poder, justiça e santidade! E para os crentes, feitos filhos de Deus pela fé em Cristo, não é diferente. Essa verdade deve causar temor! Não aquele temor de ficar com medo no dia do juízo. João diz: “Nisto o amor é aperfeiçoado em nós, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança” (1Jo 4.17). Mas com certeza, um temor reverente de que não devemos brincar com nosso Deus.

Considerando este atributo de Deus, fica a pergunta: estamos preparados para encarar o fogo consumidor de Deus? Ou Cristo já o encarou por nós, ou então ele ainda nos aguarda no lago de fogo...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 30 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0587 - DEUS É UM

 


Porque, ainda que existam alguns que são chamados de deuses, quer no céu ou sobre a terra — como há muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’ —, para nós, porém, há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos” (1Co 8.5,6a).


Quando se diz que Deus é um, o significado disso é que Ele é singular, isto é, não há outro que concorra a Seu nível, não há outro que Lhe seja superior, nem há outro que Lhe seja inferior. A pluralidade de deuses crida em outras religiões é fruto da imaginação do homem pecador. O plural de Deus deveria ser uma contradição; entretanto, existe por causa do pecado no coração da humanidade.

Só pode existir um ser divino, pois dEle se derivam todos os demais seres e todas as demais coisas. Por ser único, Deus é o ser necessário, isto é, autoexistente. Ele existe por necessidade, pois sem Ele nada poderia existir e Ele mesmo não poderia não existir. Os demais seres são contingentes, ou seja, podem ou não existir. Já parou para pensar que você poderia nunca ter existido? Ou talvez que, se você não existisse, alguém poderia existir em seu lugar, ou não existir ninguém em seu lugar? Pois é, isto é a contingência dos seres derivados. Deus não tem isso. Se Ele não existisse, não haveria a menor hipótese de alguém poder pensar em não existir, pois não existiria nada.

Muitas religiões orientais, como o zoroastrismo, por exemplo, ensinam o dualismo, a saber, a coexistência do mal e do bem desde sempre, cada elemento destes derivando de um deus diferente. Entretanto, isso é ilógico, pois se assim fosse, nenhum de nós desejaria que o bem vencesse, ou ficaria angustiado quando o mal se sobrepusesse ao bem, como tanto vemos em nosso mundo. Se desejamos que o bem vença o mal, isto quer dizer que o mal não é bem-vindo, portanto, não é eterno.

A unidade de Deus é uma doutrina que exclui o politeísmo (muitos deuses), o henoteísmo (um deus acima de vários), o ateísmo (nenhum deus) e a idolatria (pessoas ou coisas que concorrem com Deus na adoração). Ao dar a lei máxima para Israel, Deus disse o seguinte sobre Sua unidade: “Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Então, por causa disso, porque Deus é um só, Ele prossegue dizendo: “Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força” (v. 5). Se houvesse outro deus, então você poderia dividir seu coração, sua alma, mas como só há um, então todo seu coração e toda sua alma devem se inclinar em amor diante dEle.

A unidade de Deus não exclui, porém, Sua pluralidade de Pessoas. E esta pluralidade de Pessoas na essência de Deus não divide Sua divindade. Não há três deuses – há um só Deus! A divindade não é “composta” de Pai, Filho e Espírito Santo. Antes, estas três divinas Pessoas são intrínsecas ao ser divino.

Finalmente, Deus ser um preserva Sua glória! Ela não pode ser dividida! Quando você adora a Deus, você não divide um pouco de adoração para cada Pessoa da Trindade, como alguns quiseram dizer, que o Espírito Santo fica com ciúmes quando você adora só ao Pai e ao Filho... isto é aberração! Quando você adora a Deus, você O adora em Sua unidade, em Sua indivisibilidade e em Sua singularidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 29 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0586 - DEUS É ESPÍRITO

 


Deus é Espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).


Quando ouvimos sobre este versículo, geralmente a exposição é para explicar o que significa adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas raramente se ouve uma explanação sobre a primeira frase, a saber, que Deus é Espírito.

Essa declaração de Jesus acerca de Seu Pai deve ser distinguida de forma clara na Trindade. Deus ser Espírito não quer dizer que Deus Pai é o Deus Espírito Santo ou vice-versa. Logicamente o Espírito Santo é Deus, mas não é o Pai. Por outro lado, Deus Pai é Espírito, mas não é a Pessoa do Espírito Santo. Em outras palavras, o Espírito Santo é Deus porque é divino, mas não é o Pai porque é outra Pessoa.

Então o que quer dizer que Deus é Espírito, mas não é a Pessoa do Espírito Santo? Isso significa que Deus é um ser espiritual, isto é, Ele não tem corpo ou características físicas. Para nós vermos que a essência do ser não precisa de forma! Esta lição do ser espiritual de Deus, Sua invisibilidade, nos ensina algo mais.

Deus não pode ser adorado em figura ou imagem, pois isso seria diminuir o ser de Deus para uma determinada aparência. Por isso a proibição do 2º mandamento, a saber, não fazermos para nós imagens de escultura a fim de tentarmos ver Deus nelas. O mesmo serve para os que adoram a criação, a natureza, bem como para os que adoram uma imaginação sobre Deus. Tudo isso é um atentado contra a grandeza única de Deus, uma tentativa de rebaixá-lo à condição do que Ele criou, o que é uma afronta absurda!

Deus ser Espírito nos ensina que a adoração só pode ser verdadeira se for feita em espírito mesmo, ou seja, não ligada a nada que surja da nossa imaginação. Qualquer adoração que alguém diga prestar a Deus, mas que envolva algum tipo de imagem, seja na mente ou diante de si, tal adoração é repudiada, pois não passa de idolatria.

Deus ser Espírito está, na verdade, nos preservando da idolatria. Quando nós idolatramos, não podemos alcançar a bem-aventurança da existência, pois esta consiste na adoração verdadeira. A idolatria é apenas uma caricatura da adoração, uma busca do pecador por suprir uma necessidade que veio da Criação. Por isso que nenhum idólatra é feliz. Aliás, no fim, ele será condenado (Ap 21.8).

Porém, quem adora a Deus em espírito, este sim, é bem-aventurado, pois adora a Deus em Sua essência, pensando em Seus atributos revelados na Escritura e se regozija nisso e não em uma imagem. O homem foi criado para adorar a Deus e nisso encontrar sua felicidade. E Deus existe desde sempre para ser adorado, por isso, quanto mais espiritualmente O adoramos, mais felizes somos e mais engrandecido Ele é.

Portanto, ao adorar a Deus em suas orações, se você não consegue se encantar fabulosamente com os atributos dEle, sua imaginação sobre a forma dEle é que não vai lhe encantar! Admire-se, espante-se, surpreenda-se, maravilhe-se com os atributos de Deus e isto será adorá-lo em espírito e em verdade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 26 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0585 - DEUS É LUZ

 


Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma” (1Jo 1.5 – NVI).


A doutrina da santidade de Deus está explícita na Escritura desde Gênesis até Apocalipse! Quando se diz que Deus criou a luz, ainda que não seja a luz do sol (que só foi criado no 4º dia), também não é a luz espiritual, pois esta já existia com Deus, uma vez que, como lemos agora, Deus é luz! Ele não Se tornou luz. A luz criada em Gn 1.3 não existia e veio a existir mediante o comando de Deus, conhecido em latim como fiat lux! Se Deus é luz e é eterno, então a luz de Deus existe desde sempre com Ele.

Dizer que Deus é luz é dizer que Ele é santo, bom, verdadeiro, justo, fiel, sábio, tem a vida, essas qualidades relacionadas à figura da luz. É o oposto das trevas, da escuridão, da ignorância, do pecado, da teimosia, das obras malignas e da morte.

O salmista declarou com exatidão quando disse: “Pois em ti está a fonte da vida; graças à tua luz, vemos a luz” (Sl 36.9 – NVI). Ele está dizendo que o homem não pode possuir luz de si mesmo. Toda luz que o homem tem, seja em que área for da sua vida, essa luz vem de Deus – somente na luz dEle é que temos alguma luz aqui.

Deus poderia ser luz tranquilamente sem ter que revelá-la a qualquer um de nós. Isto de modo algum diminuiria a Sua luz ou qualquer de Seus santos atributos que ela representa. Entretanto, Ele quis trazer esta luz ao mundo sombrio dos pecadores. E isto Ele fez de duas formas, uma geral e outra especial.

De forma geral, Ele Se revela em duas áreas: na criação e na consciência. Os céus declaram a glória de Deus, disse Davi no Salmo 19 e Paulo diz que nós, muitas vezes, pela consciência fazemos coisas equivalentes à lei de Deus, mesmo sem tê-la conhecido (Rm 2.14,15). De forma especial, Deus enviou Sua luz pela lei e depois por Cristo. Paulo disse que a lei teve sua glória, seu brilho, mas era desvanecente. O brilho, porém, do evangelho por meio de Cristo é inapagável!

Porém, a teologia joanina (como em toda Bíblia) não é só conhecimento intelectual. Ela também deve resultar em vida e experiência. Após ter dito que Deus é luz, ele joga uma grande responsabilidade sobre nós acerca dessa teologia. Ele diz: “Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (v. 6).

É uma coisa óbvia, pois a luz não caminha com as trevas (2Co 6.14). Entretanto, não parece óbvio para muitos crentes. Dizem que têm comunhão com Deus, mas sua conduta não é semelhante ao que a luz representa. Não é conduta clara, verdadeira, honesta, santa; antes é conduta semelhante a trevas, cheia de engano, orgulho, vergonha e desonra.

Já o crente que anda na luz é diferente. Ele tem comunhão com os demais crentes e o sangue do Filho de Deus lhe purifica de todo pecado (v. 7). Observe que mesmo aquele que anda na luz peca. Entretanto, ele não se esconde, ele não vai para as sombras, ao contrário, vem para a luz para que suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus (Jo 3.21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 25 de junho de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0584 - A ÚLTIMA CASA TEM A GLÓRIA MAIOR

 


A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).


Quando o rei babilônio, Nabucodonosor, destruiu a cidade de Jerusalém, ele também destruiu o templo de Salomão, a casa que o filho do rei Davi edificara para a habitação de Deus. O povo de Jerusalém ficou nesse cativeiro durante 70 anos, conforme profetizara Jeremias (Jr 25.11,12; 29.10). A contagem é feita regressivamente, pois a invasão aconteceu antes de Cristo. O templo foi destruído em 586 a.C. e teve concluída sua reedificação em 516 a.C., exatamente 70 anos depois.

Eram os dias dos profetas Ageu e Zacarias, os quais reanimaram o povo ao trabalho da casa de Deus e o repreendiam quando este se acomodava. O profeta Ageu foi tão poderosamente usado por Deus, que ele falou de forma muito superior à profecia do momento. Embora ele estivesse falando da reconstrução que foi feita por Zorobabel, o Espírito de Deus apontava para uma habitação superior.

Ao contrário do que muito ouvimos, Ageu não diz que a glória da segunda casa será maior e sim a glória desta última casa! Apesar de ser uma profecia para o segundo templo, que foi bem mais humilde que o de Salomão, o Espírito Santo falava por meio de Ageu apontando para cumprimentos posteriores.

Ele disse no v. 7 que viria o Desejado de todas as nações. Esse Desejado é considerado como sendo o ouro, a prata e todo material necessário que Deus enviaria para concluir a reconstrução, como diz o v. 8: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos”. Todavia, a palavra é muito forte e vai além disso!

Dentro de 500 anos nasceria o verdadeiro Desejado das nações na cidade de Belém da Judeia! Sim, Ele seria aquela Casa na qual a glória de Deus resplandeceria, como testemunharam os 3 apóstolos no monte da transfiguração. João disse: “E vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Pedro também disse: “nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2Pe 1.16,17).

Quando Jesus fez a purificação do templo, os judeus Lhe questionaram a autoridade e Ele respondeu: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2.19). Porém, Ele falava do Seu corpo, o verdadeiro templo de Deus (v. 21)!

Mas é tão poderosa a profecia de Ageu, que ela vai parar em Apocalipse! Ela perpassa o segundo templo, manifesta-se em Jesus e então repousa sobre a igreja! Paulo entendeu isso e disse que somos o templo de Deus (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16)! João, no Apocalipse, vê a igreja como sendo essa última e eterna casa de Deus, cuja glória é incomparavelmente maior que a primeira! Ao contemplar a visão da Nova Jerusalém, João ouve a seguinte voz: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson