Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dois fogos


Encontramos muitos tipos de fogos na Bíblia. Desde o fogo literal, descoberto pelo homem, até o fogo simbólico que encontramos nas passagens proféticas do Apocalipse e em outros textos. Há o fogo que marcou a aliança de Deus com Abrão, há o fogo que consumiu Sodoma e Gomorra, há o fogo que queimava a sarça no chamado de Moisés, há o fogo que desceu sobre o altar de holocausto, há o fogo estranho oferecido a Deus pelos dois filhos mais velhos de Arão, há o fogo que alumiava o caminho dos hebreus no deserto à noite, há o fogo que desceu do céu sobre o sacrifício de Elias, há o fogo que queimava a brasa que purificou os lábios de Isaías, há o fogo que nosso Deus é (consumidor), há o fogo do Espírito que não devemos deixar apagar em nós, há o fogo eterno onde os ímpios serão condenados...

Mas dois tipos de fogos me chamam a atenção na Bíblia, pelo fato de serem importantes para nós porque definem nossa eternidade e isso é que me fez pensar nesses dois tipos. Um deles é o fogo da Palavra de Deus (Jr 23.29) - "Não é a minha palavra fogo? diz o Senhor..." A Palavra de Deus é simbolizada de várias maneiras. Ela é espada, luz, martelo, água, etc. Mas como fogo a Palavra tem algumas características que eu quero chamar a atenção neste momento.

Jeremias ficou, segundo suas próprias palavras "iludido" pelo Senhor, porque tinha de pronunciar Suas palavras. Ele disse que as palavras que Deus lhe mandava dizer tornaram-se para ele uma vergonha, talvez pelo fato de serem palavras pesadas, de destruição para o povo de Jerusalém, que ele tanto amava. Então Jeremias se pegava dizendo a si mesmo: "Não me lembrarei dEle, e não falarei mais no Seu nome" (Jr 20.9). Entretanto, quando isso acontecia, a Palavra de Deus começava a arder no seu coração! Aquilo chegava a queimar seus ossos! Era a função dele falar as palavras de Deus, não importava o quanto ela fosse digerível ou não! O profeta transmite então as palavras de Deus de forma tão pesada, que chega a criticar os falsos profetas de sua época, acusando-os de não terem parte nas palavras de Deus. Se eles tivessem participado do conselho do Senhor, não estariam profetizando paz quando, na verdade, o Senhor tinha prometido tempestade. Sendo assim, a Palavra de Deus é como fogo que consome a palha do trigo (Jr 23.28b,29a).

O fogo da Palavra queima o coração do ouvinte. Quando Jesus encontrou os dois discípulos que estavam a caminho de Emaús, a Bíblia diz que Ele lhes expôs as Escrituras (Lc 24.27) e eles mesmos testificaram que as palavras que Jesus expunha chegava a queimar-lhes o coração (Lc 24.32). O fogo da Palavra queima o coração e arde a consciência do ouvinte em busca da paz com Deus.

O outro fogo a que quero me referir é o fogo da condenação, o fogo do inferno, ou ainda mais, o fogo do lago de fogo! Esse é o fogo que nunca se apaga (Mc 9.48). É o fogo que está reservado para todo aquele que não foi queimado pelo fogo da Palavra! O lago de fogo está reservado para o diabo e seus anjos, mas também será o lugar de condenação do anticristo, do falso profeta, do próprio inferno e da morte e de todo aquele que não foi achado inscrito no Livro da Vida (Ap 20.10,14,15).

Algumas pessoas querem que a condenação seja algo ou inexistente ou passageiro, no entanto, não se pode extrair isso da Bíblia sem ferir o conceito hermenêutico interpretativo. A Bíblia sempre nos mostra que a condenação é a contrapartida da vida eterna. Se a vida é eterna, então a condenação é eterna também! Ao rejeitar a vida eterna, o que resta é a morte eterna e não a cessação da existência. Não existe o contrário de não existir para sempre, apenas o contrário de morrer para sempre. Enquanto viver para sempre é estar na presença de Deus para sempre, morrer para sempre é estar eternamente separado de Deus. Só poderia haver contrário de não existir eternamente, se o existir para sempre fosse sem o aspecto da vida. Como isso não é possível, então o existir para sempre com vida só pode ter o oposto de existir para sempre com a morte, que, no conceito bíblico é a separação de Deus. Não existe o não existir com a vida, pois é contraditório. Mas existir com a morte no conceito bíblico é possível, pois é um tipo de vida que não tem a presença de Deus, portanto, é a existência na morte. Assim podemos chegar à conclusão de que a morte eterna existe e ela não é a cessação da existência. É a existência sem a vida com Deus, mas com a vida na morte!

Concluindo, o que quero dizer é que aquele que não é queimado pela Palavra será queimado com a condenação. O queimor da Palavra produz vida eterna. A rejeição da Palavra produz morte eterna, o queimar na eternidade separado de Deus. Logicamente ambos os termos de fogo, tanto para a Palavra, como para a condenação são simbólicos. Enquanto que no fogo da Palavra encontramos o processo purificador para a  nossa alma, no fogo da condenação encontra-se o processo de punição pela rejeição da vida. O autor aos Hebreus nos diz isso. Ele diz que quando rejeita-se o sacrifício de Cristo, já não resta outra alternativa de ter seus pecados perdoados. Apenas que os pecados sejam a causa da condenação que espera aquele que rejeitou a vida que se pode obter na morte de Cristo (Hb 10.26,27).

E você, foi queimado pelo fogo da Palavra?

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Muita Água




“E disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.” (1 Reis 18:34)
Por: Pr. João R. de Gouveia
Eu já devo ter comentado, mas este é o meu texto favorito no Antigo Testamento. Devo ter pregado acerca dele uma dúzia de vezes. Mas bem recentemente algo me chamou a atenção justamente nele. Se olharmos para o cenário histórico estabelecido, era o último dia de uma seca de 42 meses. Nem chuva nem orvalho caíram sobre a terra por 3 anos e meio. Fico imaginando a sequidão.
Meu irmão: de onde este profeta tirou 12 cântaros de água? Segundo algumas referências que pesquisei isso daria pelo menos 150 litros de água. No meio de uma seca dessas. Isso deveria valer uma fortuna. Só vejo uma possibilidade: saiu do estoque real. O rei Acabe compareceu ao evento e com certeza levou água para beber, para se refrescar e para seus animais. Como é que um profeta de Deus num momento totalmente contrário convence um rei impiedoso e iníquo a lhe dar tamanha quantidade de água? E o risco do rei dizer não e mandar matá-lo ali mesmo? É no mínimo intrigante. A água não era necessária, salvo pelo aspecto simbólico, porque o fogo ia consumir o holocausto da mesma forma.
Mas nos serve para várias lições: a intrepidez de alguém que sabe estar fazendo o que Deus deseja que ele faça; o respeito e a credibilidade diante de uma autoridade civil; o capricho em fazer tudo conforme o Senhor mandou; a convicção de que a chuva viria muito em breve e a água não faria falta.
Não sei nem quantos leitores estão assinando atualmente esta devocional, mas não importa. Cada um de nós Deus tem determinadas tarefas, alimenta expectativas a nosso respeito, espera algo de nós sabendo quem somos e o que vivemos. Cabe-nos enfrentar com fé, cumprir nosso papel. Te desafio e encontrar sua oportunidade de ser relevante e fazer sua parte, mesmo que a água necessária pareça que fará falta. Nossa geração precisa de exemplos de confiança e intrepidez no Senhor.
Fonte: Devocional AD Mongaguá
Dia tēs písteōs.
Pr. Cleilson

sábado, 19 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cristo no inferno? O que Ele foi fazer lá?



“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão” (1 Pe 3:18-20).

Algumas pessoas dizem que depois de Sua crucificação, Cristo realmente levou uma mensagem de salvação às almas perdidas no Hades. Tentam justificar essa interpretação, ainda que ela contradiga claramente os textos bíblicos de que não há salvação após a morte (Hb 9. 27, p. ex.), afirmando que a palavra grega no texto de Pedro não é evangelizar (o que levaria as pessoas a aceitarem a oferta da salvação), mas sim a palavra kerysso, que quer dizer pregar, proclamar (o que não dá chance de salvação). Então concluem dizendo que, embora Jesus não tenha ido ao inferno oferecer salvação às almas perdidas, de fato Ele foi lá para "proclamar" Sua vitória na cruz. Alguns dessa classe ainda dizem que Ele proclamou isso aos demônios.

Mas vejamos a fraqueza dessa interpretação, tomando como base apenas o texto em questão.

Por que não podem ser demônios? Porque o v. 20 diz que esses "espíritos em prisão" eram "rebeldes" quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé. O texto deixa bem claro quem são esses personagens, são os contemporâneos de Noé e não demônios. 

Por que Jesus iria descer ao inferno e pregar somente para os contemporâneos de Noé? E os outros? Não faz o menor sentido Jesus ter pregado somente para os antediluvianos.

Jesus não foi proclamar Sua vitória da cruz lá no inferno, pois se assim fosse, todas as passagens do NT que falam da vitória de Jesus sobre os inimigos de Deus jamais indicariam que essa vitória se deu na cruz, e não depois dela (Cl 1.20; 2.14; Hb 2.14).

Jesus não pode ter ido ao inferno depois do sepultamento, pois quando estava à beira da morte disse: "Está consumado" (Jo 19.30). Isso quer dizer que Ele não tinha nada mais a fazer. Então, o que Ele ia fazer no inferno, se tudo já estava concluído?

Outra coisa que prova que Jesus não foi ao inferno (a não ser que Ele estivesse enganado) é o brado que o Salvador deu na cruz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito"! (Lc 23.46). O espírito de Jesus foi para as mãos do Pai, não para o inferno.


A promessa que Jesus fez ao ladrão convertido foi a seguinte: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). Jesus estaria com aquele homem "no paraíso" e não no inferno!

Mas, afinal, o que significam os versículos de Pedro?

Esses versículos significam o seguinte: Jesus em espírito (ou seja, antes de assumir a forma humana) estava em Noé pregando aos seus contemporâneos para que se arrependessem. Isso pode ser depreendido do cap. 1 v. 10,11 da mesma carta: "Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas, que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo, ou que ocasião de tempo, o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir". Observe que, na época de Noé, seus ouvintes eram pessoas comuns, mas na época em que Pedro escreveu a carta, os ouvintes de Noé já eram "espíritos em prisão". Então é como se o versículo dissesse o seguinte: "Cristo, em espírito, antes de assumir a forma humana, através de Noé pregou às pessoas que agora são espíritos em prisão". Na versão NASB (Nova Versão Americana da Bíblia Standard - New American Standard Bible) encontramos o texto da seguinte forma: "Porque Cristo morreu pelos pecados, de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus, tendo sido sentenciado à morte na carne, mas vivificado no espírito; no qual ele foi também e fez proclamação aos espíritos agora na prisão, que outrora foram desobedientes, quando a paciência de Deus esperou nos dias de Noé, durante a construção da arca, pela qual uns poucos, isto é, oito pessoas, se salvaram das águas". Observe meu grifo: os espíritos "agora estão na prisão" porque foram desobedientes ao anúncio de Noé, mas na época de Noé eram pessoas em carne.

Assim, o texto fica claro e não contradiz nenhuma passagem da Escritura, além de ser hermeneuticamente correta essa interpretação, pois toma como base o próprio texto de Pedro, sem ferir nenhum conceito doutrinário do NT.

Mas e sobre o texto de 1 Pe 4.6 que diz: "Porque por isto foi pregado o evangelho, também, aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus, em espírito", o que quer dizer esse versículo? 


Observe o contexto anterior, onde diz que os cristãos estavam sendo rejeitados pela sociedade pagã pelo fato de não participarem dos seus pecados. A indagação que vinha à mente dos crentes era: "vale a pena? Nossos irmãos foram fiéis e, no entanto, morreram..." Bem, Pedro está dizendo que eles morreram sim, na carne, segundo os homens, mas vivem segundo Deus, em espírito. Daí o raciocínio: "Por isso o evangelho foi pregado também aos que agora estão mortos (na época em que ouviram o evangelho estavam vivos). Morreram segundo os homens na carne, mas estão vivos em espírito." 


Alguns querem que esse versículo esteja relacionado ao 3.18,19 mas não está. Ali, Pedro fala sobre os antediluvianos; aqui, fala dos crentes de sua época que já haviam morrido em Cristo. Substitua por essa interpretação e o texto se tornará claro. 1Pe 3.18-20 pode ser parafraseado assim: "Cristo, em espírito, antes de assumir a forma humana, através de Noé pregou às pessoas que agora são espíritos em prisão". E 1Pe 4.6 assim: "Por isso o evangelho foi pregado também aos que agora estão mortos (na época em que ouviram o evangelho, estavam vivos). Morreram segundo os homens na carne, mas estão vivos em espírito."


Dia tēs písteōs.
Pr. Cleilson

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Descendência


“E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho.” (Gênesis 4:17)
  Pr. João R. de Gouveia
Interessante que ninguém questiona o fato de Caim ser amaldiçoado é uma unanimidade, o texto não dá margem a outro entendimento. Mas leia os próximos 5 versículos e note uma curiosidade. Eu estava recentemente em Fortaleza em uma Conferência quando me chamaram a atenção sobre este ponto: a descendência de Caim fez as grandes obras registradas. Edificaram cidades, construíram instrumentos, trabalharam os metais. Por quê?
Simplesmente por que a maldição de seus antepassados pode ser quebrada e não precisa necessariamente definir o seu destino. Não quero entrar aqui no aspecto da hereditariedade da maldição, mas apenas no aspecto prático: se os descendentes de Caim prosperaram e se multiplicaram, se eles puderam fazer coisas importantes e escrever a história – e quanto a nós? Pode algo nos impedir? Claro, sempre pode. Mas que não seja isso. Se Caim, amaldiçoado e marcado, encontrou uma esposa e se casou e teve filhos, por que motivo nós não podemos almejar constituir uma família? Será que Caim vai nos deixar para trás?
Em síntese, devemos olhar em frente ao conduzir nossa vida em vitória por meio de Cristo Jesus. Não devemos nos apegar ao que nos contam ou nos impõe, mas sim ao que a Palavra de Deus, a Bíblia, nos promete. É a promessa Dele que conta, não a história de seus pais ou antepassados. Poder até ser que isso imponha algumas dificuldades, mas vá atrás da promessa para sua vida e não da deles.
Há uma eternidade para entender de Deus o que hoje é polêmico para nós ou de compreensão difícil. Mas o tempo de viver uma vida abundante e que vale a pena – começa aqui e agora. Não se intimide: posicione-se em Deus e siga em frente.
“Pai, obrigado por que eu posso viver uma vida plena e abundante Contigo sem que isso me constranja. Ensina-me a ter esta vida independente daquilo que atrapalhou os que vieram antes de mim.”
Fonte: Devocional AD Mongaguá
Dia tēs písteōs.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

TINHA QUE SER JUDAS MESMO!


Frequentemente ouvimos pessoas dizerem que se não fosse Judas o traidor seria outro. Dizem que poderia ser Pedro, Tomé, etc. Temo que não seja bem assim. Que já estava profetizada a "traição messiânica", isso todos concordam. O que nem todos estão de acordo é que tinha que ser Judas. O argumento parte da ideia de que foi Judas quem escolheu trair Jesus, e que poderia ser qualquer um, o importante é que a Escritura se cumprisse, não importasse em quem.


Entretanto, não é o que vemos no decorrer das narrativas do ministério terreno de Jesus feitas pelos evangelistas. Quando Jesus iniciou Seu ministério, Ele mostrou que já sabia que seria traído e quem O haveria de trair: "Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze" (Jo 6.70,71). Agora veja o que Jesus diz em 13.18: "Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar". Quando Jesus dá o bocado de pão ao traidor, Ele o dá a Judas, Ele não faz um sorteio.


Então as pessoas argumentam sem razão que poderia ser qualquer um! Isso é impossível. Tinha que ser Judas mesmo! Deus não faz nada arbitrariamente. Quando Deus inspirou a profecia acerca da traição no Antigo Testamento, Ele já sabia que Judas iria trair Seu Filho, então não podia ser qualquer um! Não foi do tipo, "alguém vai trair Meu Filho, oh... quem será?", mas como Pedro interpretou corretamente em Atos 1.16: "Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus". Pedro não disse "acerca de algum de nós", mas "acerca de Judas". O caso aqui é com ele. Pedro disse que Davi profetizou acerca de Judas. Alguém poderá argumentar: "Mas Pedro está falando de um fato já ocorrido, por isso ele sabia que era Judas o traidor, mas Davi falava de um fato futuro para ele, por isso poderia ser qualquer um". E eu respondo: então apliquemos o mesmo princípio às profecias feitas acerca de Jesus. Pois no Antigo Testamento os autores também não sabiam que suas profecias se cumpririam num pobre carpinteiro de Nazaré! Só quando estas profecias se cumpriram em Jesus é que se descobriu que Ele era o Messias! Faz sentido? Nenhum! Pois apesar de os profetas não saberem a quem se aplicava suas predições, o Espírito de Deus que falava por eles sabia! Então esse argumento não procede.


Outra coisa que fica bem claro que tinha que ser Judas é a intercessão que Jesus faz por Pedro em Lucas 22.31,32. Veja bem o que Jesus diz a Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos". Observe que o pedido de Satanás está no plural (vos), mas a intercessão de Jesus está no singular (roguei por ti). Esse texto mostra que, ainda que Satanás quisesse destruir Pedro como ele conseguiu destruir Judas, Jesus não lho permitiu! Jesus não rogou por Judas. Ele era filho da perdição (Jo 17.12) e filho da perdição no significado hebraico quer dizer por natureza condenado. Por isso é que Jesus não orou por ele. Ele não era filho de Deus.


Alguém com um pouco de "compaixão piedosa" vai dizer: "Então Judas não pode ser culpado. Ele não teve escolha, coitado. Nem se ele não quisesse trair Jesus, acabaria por trair, visto que foi forçado a isso". Bem o que tenho a dizer quanto a isso é o seguinte: Judas traiu Jesus porque quis. Ele sempre foi filho da perdição, nunca foi salvo, apesar de ter andado com Cristo, ter feito alguns milagres e ter recebido até a ceia. Ninguém forçou Judas a trair Jesus, isso fazia parte de sua vontade como filho da perdição que era. Então ele é culpado sim. Já nasceu culpado, ninguém o tornou culpado. Ele não foi para o inferno só porque traiu Jesus, embora isso lhe pese a condenação. Já iria pro inferno de todo jeito, pois era filho do inferno. Então o fato de Deus ter escolhido um condenado para trair Seu Filho não altera em nada o destino do condenado.


Quando digo que Judas traiu Jesus porque quis não é o mesmo que dizer que se ele não quisesse ele não trairia! Para ele não querer trair Jesus, sua natureza tinha que ser regenerada, algo que absolutamente não era. Isso é verdade até os dias de hoje. Quem não é convertido pode até ir à igreja, mas na primeira oportunidade que tiver, ele trairá Jesus. O querer de Judas era pecar. Ele era escravo do pecado, já nasceu assim, como todo ser humano. Mas ele não foi liberto, não quis ser. Nenhum ser humano quer. Se ele fosse liberto seria livre verdadeiramente (Jo 8.36). Então quando digo que Judas traiu Jesus porque quis, estou dizendo que ele fazia aquilo que era inclinação do seu ser. Não poderia fazer o contrário, a não ser que nascesse de novo! Quando alguém argumenta que se ele não quisesse, ele não trairia, isso não é verdade. Precisa ser provado pela doutrina bíblica e teológica que o homem natural consegue fazer o bem espiritual! É impossível, pois pra ele fazer o bem espiritual, ele precisa ser espiritual. Judas não era. Portanto, a única coisa que ele poderia querer fazer era trair Jesus! Mas não só ele, como já disse. Os fariseus, saduceus, escribas e muitos do povo da época de Jesus também O trairam. "Crucifica-O" foi o brado dos traidores (Lc 23.21).


Esse tipo de piedade que as pessoas demonstram, na verdade não passa de um egoísmo psicológico. Todos os que se põem no lugar de Judas veem-no injustiçado, não porque de fato tenha sido, mas porque, quando nos colocamos no lugar de alguém que merece a condenação, lutamos por todos os meios para amenizar a culpa e aumentar a chance de livramento da punição, porque quando o pecado é conosco, então queremos arranjar uma forma de que ele não seja tão pecado assim! Isso é porque somos egoístas, não porque temos compaixão de Judas.


O argumento de que Judas não teve escolha não procede, pois todo ser humano nasce escravo do pecado e só vai escolher aquilo que faz parte de sua inclinação: "Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito" (Rm 8.5). Que homem se inclina para as coisas do Espírito? Apenas o verdadeiramente convertido. Então é uma falácia dizer que Judas tinha escolha para não trair Jesus. Ele não tinha essa escolha. E ele traiu porque quis!


Tinha que ser Judas mesmo!


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MULHERES FALANDO NAS IGREJAS - CONSIDERAÇÕES


As considerações a que chegamos são as seguintes:

Não resta dúvida de que Paulo considerava a mulher em escala mais alta que sua própria época. Ele teve amigas de ministério como Febe e Priscila, teve como bons exemplos de piedade cristã mulheres como Trifena, Eunice, Pérside, etc. Inclusive permitiu que mulheres ensinassem a jovens mulheres (Tt 2.3-5), o que já levou ao ensino de crianças. Entretanto, precisamos considerar algumas coisas importantes quanto ao ministério feminino.

AS PROFETISAS DE CORINTO

Em 1Coríntios 11.2-16, Paulo aborda o problema causado por algumas mulheres que estavam orando, profetizando (e provavelmente falando em línguas) com a cabeça descoberta, isto é, sem o véu, contrariando assim o costume das igrejas cristãs primitivas (v. 16). O contexto nos leva a entender que algumas mulheres daquela comunidade estavam fazendo reivindicações, mas tinham um espírito contencioso. O apóstolo naturalmente não nega a essas mulheres a participação no culto, mas insiste que elas usem o véu – uma expressão cultural que reflete o princípio permanente da subordinação feminina (vv. 5,6,10,14). Observe que há uma diferença entre expressão cultural (que pode ser substituída) e princípio permanente (que deve ser mantido). O apóstolo indica que, nos cultos, a participação delas deveria ser vista como um sinal de que estavam debaixo da autoridade eclesiástica masculina (v. 10).

Em outras palavras, embora Paulo permita que a mulher profetize e ore no culto público, ele requer dela que se apresente de forma a deixar claro que está debaixo de autoridade, no próprio ato de profetizar ou orar. Para fortalecer essa ideia, Paulo argumenta teologicamente, a partir da subordinação do Deus Filho ao Deus Pai (v. 3). A subordinação da mulher ao homem não a torna inferior, da mesma maneira que Cristo não é inferior ao Pai por Lhe ser submisso. Assim como Pai e Filho, que são iguais em poder, honra e glória, desempenham papéis diferentes na economia da salvação (o Filho submete-se ao Pai), homem e mulher se complementam no exercício de diferentes funções, sem que nisso haja qualquer desvalorização. Se Paulo apela à relação entre os membros da Trindade, fica claro que esta não é uma questão cultural. Paulo ainda recorre ao relato da Criação em Gênesis 2, desejando mostrar que a mulher não é inferior, mas sim a glória do homem (v. 8,9).

Assim se percebe a importância de 1 Coríntios 11 para a questão desse debate sobre a ordenação feminina. A mulher deve estar debaixo da autoridade espiritual exercida pelo homem e, ao participar do culto, não pode exercê-la sobre ele. Dr. Shedd diz que “com o véu a esposa protegia sua própria dignidade”. Isso não quer dizer que deveríamos voltar a usar o véu como era o caso da igreja em Corinto. Lembre-se da diferença entre expressão cultural e princípio permanente.

A ORDEM DE SILÊNCIO PARA AS MULHERES CORÍNTIAS (14.34,35)

Elas podiam falar nos cultos, mas não de forma a demonstrarem insubmissão, como mostra o verso 34c. Chamamos isso de interpretação por contraste, quando colocamos a 2ª. parte do versículo em contraste com a 1ª. Aqui o “falar” das mulheres está ligado intimamente à insubmissão, ou seja, poderiam falar, desde que se submetessem.

No contexto imediato, Paulo fala do julgamento dos profetas no culto (v. 29). Isso envolveria certamente questionamentos, e até mesmo a correção dos profetas por parte da igreja reunida. Paulo está, possivelmente proibindo que as mulheres questionem ou ensinem os profetas em público (D. A. Carson). Certamente havia na igreja de Corinto um problema de arrogância jactanciosa por parte de algumas mulheres. Assim como em 1Co 11.16, aqui também a determinação de Paulo está de acordo com o espírito cristão em todas as demais igrejas (14.33b), portanto não é local. Sua ordem está conforme a "lei", (14.34b) e deveria ser entendida como um "mandamento do Senhor" e esse mandamento seria prontamente reconhecido pelos "espirituais" (14.37). Dr. Carson observa que há uma continuidade no pensamento de Paulo desde o capítulo 11. Essa prática deveria ser observada em todas as igrejas e os coríntios não eram privilegiados por isso (v. 36).

UMA POSSIBILIDADE DE QUE ESSAS MULHERES FOSSEM ESPOSAS DOS PROFETAS

No texto grego encontramos o pronome “vossas” ao se referir às mulheres. Há uma grande possibilidade desse texto estar se referindo às esposas dos profetas (gr. gynaikes, “mulher” ou “esposa”). O que faz grande sentido ao v. 35, pois, se seu marido é um dos profetas da igreja, então terá capacidade de ensiná-la em casa. Pode ser possível que esse “vossas” esteja relacionado a “mulheres da vossa igreja”, mas não faria sentido o v. 35, uma vez que nem todo marido teria capacidade para ensinar sua esposa em casa, já o profeta teria essa capacidade.

Se estiver se tratando de esposas de profetas temos aqui uma explicação plausível para o fato do progresso das mulheres no Cristianismo, uma vez que elas poderiam aprender, bem como temos também uma satisfatória coadunação dos ensinos de Paulo com a ordem da criação. Assim, a mulher (esposa) não falaria na igreja, o que a mostrava submissa, e ao mesmo tempo aprenderia em casa. Também quando Paulo diz que para a mulher é “vergonhoso” falar na igreja, a palavra grega é muito forte: quer dizer “torpe”, “obsceno”! Imagine o que essas mulheres falavam!

AS MULHERES EFÉSIAS (1TM 2.11-15)

O apóstolo escreveu para instruir Timóteo a combater uma perigosa heresia que havia se infiltrado na igreja de Éfeso. Os falsos mestres estavam ensinando que a prática ascética era um meio para se alcançar uma espiritualidade mais elevada. Insistiam na abstinência de certas comidas, do casamento e do sexo em geral (1Tm 1.3-7; 4.1-3; 6.4-5; cf. 2Tm 2.14, 16-17, 23-24). Eles também rejeitavam os papéis tradicionais das mulheres no casamento, e encorajavam-nas a reivindicar papéis iguais na igreja e no lar (2.15; 4.1-2; 5.14-15). O texto dá a entender que o ensino desses falsos mestres tinha como porta de entrada as mulheres (1Tm 5.12,15; cf. 2Tm 3.6-7).

A palavra "ensinar", em Timóteo, está relacionada com a frase "em posição de autoridade", no sentido restrito de instrução doutrinária autoritativa, feita com o peso da autoridade oficial dos pastores (1Tm 4.11; 6.2; 5.17). Mas, o que fica evidente, afinal, é que a atitude que o apóstolo exigia das mulheres cristãs de Éfeso era de submissão e silêncio quanto ao aprendizado da doutrina no culto público. Então é lógico concluir que essa proibição de a mulher exercer autoridade sobre os homens exclui as mulheres do ofício pastoral. De acordo com Paulo, o oficio pastoral está relacionado essencialmente ao ato de governar e presidir a casa de Deus (1Tm 3.4-5; 5.17). Não se limita a essa função, mas deve passar por ela.

O contexto de 1Timóteo 2.11-15 é a instrução de Paulo a Timóteo quanto ao culto público da igreja (1Tm 2.1-10). A instrução de Paulo aqui tem força universal, como o próprio texto enfatiza. A ordem apostólica é para que os cristãos orem "por todos os homens" (2.1), por "todos os que se acham investidos de autoridade" (2.2), visto que Deus quer que "todos os homens sejam salvos" (2.4). Assim, os varões devem "orar em todo lugar" (2.8). O ensino de Paulo, portanto, tem a ver com "todos os homens... em todo lugar". (2.8).

Há, ainda, uma disputa sobre os termos gregos gynaiki e andros. O contexto aqui em Timóteo parece muito mais indicado a explicar que a frase se refere a "mulher e homem" e não a "esposa e marido". Com isso o texto ensina que a mulher não deveria "exercer autoridade sobre um homem" (NVI, RA, etc.). Alguns acreditam que se uma mulher estiver em perfeita submissão ao seu próprio marido, então ela está autorizada a ensinar outros homens. Mais uma vez, essa seria uma análise precipitada e, possivelmente, descontextualizada. Douglas Moo (professor de Novo Testamento e conhecido autor), acredita que Paulo autoriza "mulher ensinar outra mulher", com base em Tito 2.3-4, mas "as proíbe de ensinar homens". Para o professor, nas epístolas pastorais, as atividades de governo (na igreja) são atribuídas a presbíteros. Claramente, então, a proibição de Paulo de que uma mulher exerça autoridade sobre um homem exclui a mulher de se tornar líder no sentido em que esse ofício é descrito por ele. Desta forma, Moo conclui que uma mulher estaria impedida de ocupar qualquer função em uma igreja que seja equivalente ao ofício de governo eclesiástico descrito por Paulo. Para ele essa conclusão é perfeitamente aplicável em nossos dias, uma vez que o apóstolo tem em mente a criação e as funções do homem e da mulher que advêm dela e não sua cultura particular.

CONCLUSÃO

É verdade que muitas mulheres exerceram papel importante na vida de Cristo (como em Lucas 8) e dos apóstolos, como, Priscila (Atos 18.2; Rm 16.3-5); Maria (Rm 16.6); Trifena, Trifosa e Pérside (Rm 16.12); Febe (Rm 16.1), Evódia e Síntique (Fp 4.2-3), etc., mas a Bíblia nada fala sobre serem pastoras.  Cada igreja local deve, portanto, analisar com critério o papel da mulher no ministério, dando a ela honra, respeito e espaço para exercer seus dons.

Há muito trabalho preparado por Deus que pode e deve ser feito por mulheres piedosas. O Senhor as capacitou e a história tem dado demonstração abundante dessa verdade. Todo esse trabalho pode ser feito, com o digno sustento, inclusive, quando a igreja assim puder, mas é precipitado afirmar ou insistir que deva ser oficializado com um título pastoral, visto que carece de mais apoio escriturístico. As igrejas que consagram mulheres ao pastorado deveriam basear sua ação em referências doutrinárias e não em exemplos históricos, o que é um erro hermenêutico para formar doutrina.

Fonte: http://www.luz.eti.br/cr_ordenacaomulheres-cist.html#r0 Comentário do Pr. Jaime A. Cisterna (Igreja Batista Mineira - BH/MG)

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

De que espírito somos (Lc 9.51-56)?


51) E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém, 52) e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada. 53) Mas não o receberam porque o aspecto dele era de quem decisivamente ia para Jerusalém. 54) Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir? 55) Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56) Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia.

Como mostra este incidente, João e Tiago, os “filhos do trovão”, ainda não haviam aprendido a lição toda sobre a humildade, embora Jesus a tivesse aplicado por duas vezes antes (vv. 46-50). Quando se estavam por cumprir os dias em que devia ser recebido no alto, ou quando os dias de Sua ascensão estavam em vias de se completarem, “o que incluía a aproximação das cenas finais da experiência terrena de Cristo”, então Ele, firmemente, manifestou no semblante querer viajar para Jerusalém. Não foi a última viagem que o Senhor fez, mas seria aquela que decidiria Seu fado, no que diz respeito aos chefes dos judeus. Desde esta época Ele podia esperar um esfriamento do fervor popular.

Fez Sua viagem pela Samaria. Numa ocasião, porém, quando enviou mensageiros à frente, para proverem alojamento, recebeu uma flagrante negação. Os samaritanos, que era um povo misto, haviam-se separado da igreja judaica, aceitavam só o Pentateuco como a palavra revelada de Deus, e não adoravam em Jerusalém. Por causa disso, havia pouco amor distribuído entre judeus e samaritanos (Jo 4.9). No caso atual, o povo duma vila samaritana não quis dar alojamento a Jesus, literalmente porque "Seu rosto viajava para Jerusalém", como diz no grego, ou seja, porque Seu rosto estava dirigido nesta direção, sendo este o Seu destino. Mas este trato concedido ao seu Mestre encheu João e Tiago com a maior indignação. Referindo-se ao ato de
Elias (2Re 1.10), queriam seguir seu exemplo e ter esta vila arrasada com fogo do céu. Mas Jesus Se voltou a eles e severamente os exprobrou pela sua sugestão. O espírito de Cristo e do Novo Testamento não tende para a destruição das almas das pessoas, mas em salvá-las. Em vez de mostrar qualquer ressentimento, Jesus escolheu outra vila para pousar.

Esta lição tem seu lugar também hoje. A igreja cristã, não usa qualquer força para levar Cristo e o evangelho ao povo, pois Seu reino não é deste mundo. “Cristo diz aqui: Lembrem de que espírito sois filhos, a saber, do Espírito Santo, que é o Espírito de paz, e não de divisão. Isto Pedro, igualmente, esqueceu no jardim, quando Cristo lhe disse: "Coloca a espada em sua bainha". Não requer peleja mas sofrimento. É o Espírito Santo quem permite isto e que fica em silêncio, que Cristo seja desta forma crucificado e horrivelmente desfigurado.

Assim também, porque temos a doutrina pura, acontece-nos que tudo o que é grande no mundo emprega o poder e a autoridade contra esta doutrina. Mas tão somente Deus a sustém, doutro jeito, há muito teria sido destruída.... Mas, visto que eles vilipendiam a doutrina e defendem sua própria ideia, não podemos calar-nos, mas precisamos falar contra eles. Nisso somos, porém, como foram João e Tiago. Nosso coração tem este sentimento, de que devemos vingar-nos contra quaisquer tiranos ateus.... Aqui cada um devia arrepender-se realmente e rogar a Deus que ele nos previna de tais pensamentos assassinos. Não devemos desejar a vingança, mas ter compaixão, e recordar qual é o objetivo da vinda do Filho do homem, a saber, que não devemos desejar o julgamento e a vingança sobre os pecadores.

Fonte: Comentário de Lucas Dr. Kretzmann


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson