Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0355 - NÃO CONFUNDA A PACIÊNCIA DE DEUS COM RETARDAMENTO

 


O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9 – NAA).


Na medida em que o tempo do fim se aproxima mais ainda de seu fim, absurdamente as pessoas pensam que Deus é retardado! Se não pensam conscientemente, suas práticas provam que é esse o juízo que fazem dEle. Não somente incrédulos, mas inexplicavelmente aos que se dizem crentes.

O que deveria se esperar dos crentes no tempo em que nós vivemos? Que se atentassem para a proximidade da promessa da Sua vinda. Mas não! Procedem como os escarnecedores: “Antes de tudo, saibam que, nos últimos dias, virão escarnecedores com as suas zombarias, andando segundo as próprias paixões e dizendo: ‘Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais morreram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação’” (vs. 3,4).

O problema de tais crentes é que confundem paciência divina com retardamento. Deus não é retardado! Sua paciência não pode ser confundida nem ignorada. A base da paciência de Deus não é medida pelo tempo da nossa cronologia. Ele pode esperar pacientemente milhares de anos sem que isso interfira em Sua fidelidade. Já para os tolos e ignorantes, a paciência de Deus é vista como descaso celestial.

É bom ter cuidado com o que se pensa sobre Deus. A filosofia deísta não resolve o problema que aguarda os críticos no Dia do Juízo. Deus não criou o mundo e o lançou à própria sorte. De maneira nenhuma! Ele controla cada segundo de Sua criação e determinou um dia em que há de julgar todos os procedimentos humanos e angelicais (At 17.31). Nada escapará de Seu justo julgamento.

Pedro diz que a paciência de Deus é com vocês, isto é, com os crentes aos quais ele escreveu sua 2ª carta. Vemos isso no 1º capítulo: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (v. 1). Se você obteve essa fé preciosa na justiça do nosso Deus, que é o Salvador Jesus Cristo, então esteja atento, essa palavra é para você! Deus é paciente, não querendo que nenhum de vocês pereça, mas que venham todos vocês ao arrependimento.

Não confunda a paciência de Deus! Se de fato você obteve essa fé na justiça de Cristo, você entenderá essa mensagem. Mas se você apenas pensa que obteve e continua achando que Deus é retardado pelo seu procedimento em relação a Ele e Sua obra, então o Dia do Senhor virá sobre você como um ladrão (v. 10). Tudo, inclusive você, estará reservado para o Dia do Juízo e da destruição dos ímpios (v. 7).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0354 - OS FALSOS PREGADORES E SUAS PAREDES PINTADAS

 


Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto! Visto que andam enganando, sim, enganando o meu povo, dizendo: Paz, quando não há paz” (Ez 13.3,10).


Sempre fez parte do mau caráter dos falsos profetas dizer aquilo que as pessoas gostam de ouvir. É tão satânico esse procedimento, que tem origem no próprio diabo quando, no Éden, convenceu a mulher de que seria como Deus (Gn 3.5). Assim também foi na época de Ezequiel. Ele viveu no tempo do cativeiro babilônico, na mesma época em que Jeremias e Daniel. A palavra verdadeira do Senhor era sempre de que o cativeiro iria durar muito tempo, mas na mente dos falsos profetas, desde a época de Jeremias, já diziam que nada ia acontecer ou que duraria pouco.

Assim também estamos vivendo em dias em que falsos pregadores, falsos apóstolos, falsos pastores, falsos profetas e falsos mestres dizem, pregam e ensinam coisas que são agradáveis ao povo. Sabemos que isso também é o que as pessoas querem ouvir. São como as paredes caiadas ou pintadas dos vs. 12-15. Apenas uma aparência de que tudo está bem, quando na verdade não está.

É inacreditável como a cada dia que passa e que, naturalmente, nos aproximamos do tempo do fim, os pregadores amaciam sua mensagem... ao contrário, deveriam enrijecê-la. Se é no tempo do fim que as tragédias serão mais dramáticas, que a apostasia acontecerá em massa, que os homens mais blasfemarão de Deus, que a iniquidade se multiplicará, então qual a razão dos pregadores trazerem uma palavra mais suave? As palavras macias dos falsos pastores de nossos dias tem a mesma tonalidade dos falsos profetas dos dias de Ezequiel. Eles pregam paz, quando não há paz.

Claro que na medida em que as gerações vão se aproximando do fim dos últimos dias, elas vão ficando mais mimadas e inflamadas em seu emocional. Qualquer verdade que ouvem, já querem processar, dizem que foram prejudicadas, que seus direitos foram tolhidos, que foram agredidas, enfim, a moda atualmente é se fazer de vítima e acusar o outro de intolerância e ditadura. Nesse caso, os pregadores ficam sem alternativa. Ou falam a verdade e são rejeitados, ou escolhem o caminho dos falsos e dizem o que as pessoas gostam de ouvir para serem aceitos.

Mas a palavra do Senhor para estes tais permanece a mesma: “Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito” (v. 3). Diz mais no v. 9: “Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras... não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel”. Quanto a suas mentiras, Deus diz: “Derribarei a parede que caiastes, darei com ela por terra, e o seu fundamento se descobrirá” (v. 14).

Não confie nas paredes pintadas dos falsos pastores de hoje, que são suas palavras agradáveis. Tanto suas paredes como eles mesmos serão destruídos e não mais serão vistos: “Assim, cumprirei o meu furor contra a parede e contra os que a caiaram e vos direi: a parede já não existe, nem aqueles que a caiaram” (v. 15).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0353 - GALARDÃO E SALVAÇÃO

 


Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco. A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades” (Lc 19.16-19).


Quando Jesus conta a parábola dos trabalhadores que estavam desocupados e foram contratados pelo senhor para trabalhar na sua vinha em Mt 20.1-16, ali nosso Mestre está nos ensinando sobre a isonomia da salvação, isto é, no que diz respeito à salvação, ela é igual para todos os salvos, pois é pela graça soberana de Deus. O ex-ladrão na cruz é tão salvo quanto Paulo, que foi o maior cristão de todos os tempos. Não há diferença.

Mas nesta parábola de Lc 19.11-27, nosso Senhor trata de galardões. Esta parábola se parece com a dos talentos, de Mt 25. Mas a diferença é que lá, o Senhor dá os talentos a cada um segundo sua capacidade (v. 14). No reino de Deus uns recebem mais e outros menos. Cada um conforme apraz ao Espírito Santo (1Co 12.11). Em Mt 25 é cobrado dos servos a fidelidade com que executaram seus dons. O que recebera 5 talentos granjeou 100% totalizando 10; o que recebera apenas 2 granjeou 100% também, totalizando 4. Ambos, apesar de terem capacidade diferente, granjearam igualmente 100%.

Agora aqui em Lc 19, é dada uma mina a cada um dos servos. Uma mina valia 3 meses de trabalho. Aqui não se trata de capacidade e sim de oportunidade. 10 servos recebem 10 minas, uma para cada. No entanto, com apenas uma mina, o primeiro servo a fez render 10. O outro servo, tendo a mesma oportunidade, fez render apenas 5. Não sabemos quanto renderam os outros 6 servos. Apenas 3 são relatados. Todavia, o que aprendemos aqui é que a recompensa foi proporcional ao trabalho. O que rendeu 10, ganhou autoridade sobre 10 cidades; o que rendeu 5, sobre 5 cidades e assim por diante, dando-nos a entender que galardões são recompensas de autoridade e hierarquias distintas no novo céu e na nova terra.

O que aprendemos sobre o galardão? Primeiro, que ele é diferente da salvação. Esta é igual para todos os salvos, mas o galardão é proporcional ao trabalho que eles realizam enquanto estão aqui. Segundo, que a negligência no trabalho do Senhor nos tirará parte da recompensa na glória eterna. Por várias vezes Jesus disse “já receberam a recompensa”, “não tereis galardão”, “de modo algum perderá o seu galardão”, etc. (Mt 6.1,2,5; 10.42; etc.).

Paulo também diz que nossas obras determinarão qual será nosso galardão. Se for madeira, feno e palha, não resistirão à prova do fogo, embora o indivíduo ainda seja salvo; mas se for ouro, prata e pedras preciosas, com certeza receberá galardão (1Co 3.12-15). O autor aos Hebreus recomenda que os crentes não abandonem a fé, pois ela tem grande galardão (Hb 10.35). E o apóstolo João diz em sua 2ª carta: “Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão” (v. 8). Ou seja, enquanto salvação não se perde, galardão contudo, pode ser perdido sim.

Há crentes que não trabalham para Deus porque julgam que já estão salvos. Dizem que ainda que não tenham galardão algum, o fato de estarem salvos já é suficiente. Mas salvação não é por esforço, o galardão sim. E normalmente, o esforço que fazemos aqui pelo galardão lá, costuma ser uma das provas de que a salvação foi-nos dada. Nem todo que trabalha é salvo, mas todo salvo trabalha!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 10 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0352 - NEM TUDO É LÍCITO!

 


Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12).


Geralmente este versículo é usado para realmente afirmar que todas as coisas são lícitas, embora nem todas convenham, como se Paulo estivesse dizendo que todas as coisas são lícitas. O termo grego aqui significa “permitido, lícito, possível, legal, correto”. Entretanto, não é isso que Paulo está dizendo. Vejamos o significado da construção desta frase do apóstolo.

Havia um recurso literário chamado “diatribe”, desenvolvido pelos gregos antigos, que era uma dissertação crítica que os filósofos faziam de alguma obra. No recurso diatríbico, o autor, antes de criticar o leitor ou oponente, elaborava uma frase como se viesse do seu leitor, o qual supostamente tentaria debater com o escritor e este, por sua vez, já colocava a resposta na própria frase.

Então, a primeira frase deste versículo, no recurso literário citado, seria dos coríntios. Eles diriam “todas as coisas me são lícitas”; e a próxima frase seria a resposta de Paulo: “mas nem todas convêm”. Eles diriam “todas as coisas me são lícitas” e Paulo responderia: “mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. Na realidade, o apóstolo está rebatendo o ditado popular no qual os coríntios se firmavam para cometer seus pecados.

Vemos isso no próximo versículo: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (v. 13). Novamente, a primeira frase é dos coríntios e a resposta do apóstolo Paulo vem a seguir. Eles queriam dizer que não tinha nada a ver o pecado da prostituição, pois, como diz o ditado: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos”. Em outras palavras, estas coisas, Paulo, diriam eles, só afetam a matéria, só o corpo e não a parte espiritual.

A resposta de Paulo é fatal: “Mas Deus destruirá tanto estes como aquele”! Ou seja, tanto o estômago como o corpo. Mas o corpo não é para a impureza, diz o apóstolo, e sim para o Senhor e o Senhor para o corpo! Em seu recurso de linguagem, aliás, bem conhecido dos coríntios, que eram gregos, Paulo destruiu todos os argumentos a favor da libertinagem. No v. 14, ele usa o argumento da ressurreição, dizendo que como Deus ressuscitou Cristo, ressuscitará também a nós, ou seja, nosso corpo tem valor sim, se não tivesse, nem Cristo nem nós seríamos ressuscitados!

Do v. 15 ao 20, Paulo então estabelece a doutrina. Ele destrói todo argumento falacioso dos coríntios com o recurso diatríbico e diz que nossos corpos são membros de Cristo e santuário do Espírito, não podendo ser feitos membros de meretriz. Nosso corpo foi comprado por um preço muito caro, o sangue de Cristo. A resposta final é: glorificai, pois, a Deus no vosso corpo!

Aprendemos, portanto, que nem tudo é lícito. Dizer que sim seria concordar com os coríntios. Nem tudo convém. Antes, as nossas ações precisam ser medidas pelo padrão da glória de Deus para que encontrem legitimidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0351 - O VALOR DA VIDA DE UM MÁRTIR DO EVANGELHO

 


Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.13).


Quando a vida de uma pessoa é transformada desde sua raiz pelo encontro verdadeiro com Cristo, ela passa a não ver mais a sua vida como preciosa a seus olhos. O amor que ela passa a ter pelo evangelho e pela Pessoa de Cristo, a leva a não mais considerar os valores terrenos como grandiosos e sim os valores celestes.

Quase todos os dias recebemos mensagens de pedidos de oração por missionários que têm suas vidas postas em risco nos campos missionários onde eles se encontram, seja por prisão, por ameaças de morte, condenação, restrições, atentados, torturas, violência, imposição governamental, etc. Os pedidos de oração são feitos para que estes irmãos sejam livres dessas ameaças e para que nenhum mal lhes aconteça.

No entanto, quando se conversa com eles, a maioria absoluta destes missionários não tem a sua vida por preciosa. Eles dizem que não querem orações que os livrem da morte, da prisão, seja lá do que for, porque eles não querem amar a sua vida mais do que a Cristo e Seu evangelho. Eles não são como nós. Eles não têm medo de ter seu sangue derramado por amor de Cristo. Aliás, para eles, isto é uma honra sem tamanho! Na verdade, se Deus ouvisse positivamente a todas essas orações, não haveria nenhum mártir do evangelho...

Um profeta chamado Ágabo havia dito a Paulo que se ele fosse a Jerusalém, os judeus o amarrariam e o entregariam nas mãos dos gentios. Os irmãos, com receio, pediram a Paulo que não fosse a Jerusalém. Foi aí que Paulo deu essa resposta: “Por que estão chorando? Acham que ser preso é demais? Isso pra mim não é nada... Estou pronto até mesmo a morrer pelo meu Senhor”! Vendo que não o convenceriam, os discípulos desistiram (v. 14).

De fato, ele foi espancado em Jerusalém e só foi salvo da mão dos seus perseguidores porque o comandante romano enviou suas tropas para livrar Paulo (vs. 30-32). Mas ali estava ele, pronto para sofrer e testemunhar do seu amor por Cristo a quem quer que fosse, dentro ou fora de sua pátria.

 E nós? Por que ainda desejamos orar para que os missionários não sejam martirizados? Será que amamos a vida física deles mais do que eles amam a eterna? Ou o martírio deles nos envergonha porque nada estarmos fazendo para o crescimento do evangelho? Ou será ainda que pensamos que podemos ganhar a vida eterna salvando essa aqui? Lembramo-nos do que disse Jesus, que quem amar a sua vida a perderá? E que quem aborrecer a sua vida, esse a achará?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0350 - O BRILHO DA NOVA ALIANÇA NA TRANSFIGURAÇÃO

 


Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus” (Mc 9.1).


Alguns críticos da Bíblia, com sua confusão falaciosa, procuram agitar a confiança de muitas pessoas na Palavra de Deus, inclusive de muitos cristãos. Uma delas é sobre este versículo. Eles dizem que Jesus estava enganado a respeito de Seu ministério terreno, pois proferiu uma palavra que não se cumpriu. Prometeu que alguns discípulos que ali estavam, isto é, entre os 12, não morreriam até que vissem o reino de Deus chegado com poder, entretanto, todos os discípulos já morreram e o reino de Deus não chegou com poder.

Contudo, todos os três evangelistas que narram tal promessa de Jesus a Seus discípulos, colocam estas palavras antes do evento da transfiguração e ainda, começam o próximo versículo fazendo a ligação necessária para os leitores entenderem que estas palavras se tratavam da aparição de Jesus transfigurado diante de alguns deles. Lemos aqui em Mc 9.2: “Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles”. Mateus diz o mesmo (Mt 17.1,2) e Lucas diz: “Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras...” (Lc 9.28). Portanto, os críticos continuam confusos em seus erros de conclusão sobre a Bíblia.

O objetivo de Jesus ao transfigurar-Se diante de Seus discípulos, era mostrar de fato o poder de Deus para instalar Seu reino. Aquele aparecimento irradiante revelava para os três apóstolos que o reino de Deus não era apenas uma proclamação despretensiosa das boas-novas; não era a instalação de mais uma religião no mundo; era realmente o Filho de Deus com poder, expulsando demônios, curando enfermos, ressuscitando mortos e anunciando o evangelho de Deus. Foi o que Jesus disse aos fariseus que O acusaram de possessão maligna: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lc 11.20).

O reino de Deus chegava com tanto poder (e era isso que Jesus mostrava com Sua transfiguração), que até mesmo a lei e os profetas ficaram para trás como revelação caduca! O fato de Moisés e Elias terem aparecido para Jesus ali no monte da transfiguração, representando a lei e os profetas, mostra que a revelação do AT ficava ensombrada. O autor aos Hebreus diz que esta revelação estava ficando envelhecida e já desapareceria (Hb 8.13)! E Paulo diz que o brilho desta nova aliança é tão sobre-excelente, que o velho brilho já não resplandece diante dele (2Co 3.10).

Muitos ainda, como Pedro, querem exaltar Moisés e Elias ao nível de Jesus, isto é, querem trazer para a nova aliança as velhas quinquilharias da lei e da antiga aliança (Mc 9.5). Mas a voz do Pai interrompe sempre e diz: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus” (Mc 9.7,8).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 7 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0349 - A SALVAÇÃO NÃO É UMA OPÇÃO HUMANA, É UMA AÇÃO DIVINA

 


Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15).


Cristo veio ao mundo para vários propósitos, mas sabemos que o principal foi este: salvar os pecadores. Claro que os demais propósitos a que Ele veio culminam neste principal. Seu próprio nome, dado pelo anjo, já significa o maior intento de Sua vinda a este mundo. Seu nome quer dizer “o Senhor salva”.

Não há sequer um versículo no NT que indique que Jesus tenha dito algo assim: “Eu vim deixar a salvação”. Não! Quando se trata da salvação, Ele sempre diz: “Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido”.

Uma pergunta pode surgir aos que prestam atenção nas implicações do que a Bíblia diz em comparação com aquilo que ouvem: se não há um só versículo que dê pelo menos a entender que Jesus veio disponibilizar salvação, ao contrário, todos dizem que Ele veio para salvar de fato, então por que todas as pessoas não são salvas? Realmente Jesus morreu para salvar todas as pessoas? Se sim, então por que todas não são?

John Owen, teólogo puritano inglês do séc. XVII, dizia que só havia três opções: a) Ou Cristo morreu por todos os pecados de todas as pessoas; b) ou Cristo morreu por todos os pecados de algumas pessoas; c) ou Cristo morreu por alguns pecados de todas as pessoas. Eliminamos esta última, pois se Cristo morreu por alguns pecados de todas as pessoas, então todas ainda têm que pagar os demais pecados que Jesus não pagou – vão para o inferno.

Se respondermos pela letra a), que Ele morreu por todos os pecados de todas as pessoas, então a pergunta logo vem: por que todas não são salvas? Alguém diria: porque não querem. Mas John Owen faz mais uma pergunta: rejeitar a Cristo não é um pecado? Sim. Mas se Ele morreu por todos os pecados de todas as pessoas, o pecado da rejeição também não está pago? Assim, de toda forma, todos, obrigatoriamente deveriam ser salvos, pois todos seus pecados, inclusive o da rejeição de Cristo, estão pagos!

Se optarmos em insistir, dizendo que a pessoa é que deve decidir se quer ou não que seus pecados sejam pagos, então teremos que nos desesperar em busca de um versículo que diga que Jesus não veio para salvar de fato, mas sim para apenas possibilitar a salvação para quem quiser ser salvo, mas isto simplesmente não existe na Bíblia. A Bíblia diz que estávamos mortos em nossos pecados (Ef 2.1). Por que Jesus deixaria opção para mortos? Que opção mortos têm? Resta-nos apenas a letra b): Cristo morreu por todos os pecados de algumas pessoas. Estas, efetivamente, serão salvas!

Não devemos nos espantar com essa verdade. Até o anjo da Anunciação sabia disso. Ele disse a José: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). E o próprio Senhor disse: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo 5.21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 6 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0348 - O SONHO DE JACÓ, A ESCADA PARA DEUS

 


E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28.12).


O sonho de Jacó, bastante conhecido pelos leitores bíblicos, também um texto alvo de muitas pregações, foi um sonho bastante significativo, mas com múltiplos cumprimentos. Em primeiro lugar, seu sonho significou para ele mesmo a presença de Deus, que o acompanhava, ainda que no trajeto da fuga de seu irmão; significou que os anjos que subiam e desciam pela escada seriam porta-vozes da mensagem do Senhor para ele; e significou que as promessas que Deus havia feito a seu avô Abraão e a seu pai Isaque haveriam de ser confirmadas nele.

Jacó se desperta de seu sono e unge a pedra que havia tomado por cabeceira, chamando aquele lugar de Betel que, em hebraico, significa “casa de Deus”, porque, segundo ele, Deus estava ali e ele não sabia.

Mas este sonho também apontava para um sentido mais pleno, a saber, que a escada representava Cristo, que Se fez homem, ou seja, a base de Deus tocou a terra como homem, mas não deixou de ser Deus, isto é, seu topo tocava o céu! Este significado é mais glorioso pois, além de nos informar que Deus Se fez servo quando Se tornou em semelhança de homem, ainda nos lembra de que homens tentaram tocar o céu com sua construção (a torre de Babel), que representava rebeldia! Entretanto, jamais conseguiram. Deus, ao dispersar o propósito deles, queria nos dizer que não há nada que o homem possa fazer para se aproximar dEle. A mensagem do sonho de Jacó, que teve seu cumprimento na encarnação de Cristo, nos diz que Ele é quem providencia o acesso!

Cristo encarnado é o recado de Deus Pai para a humanidade de que, se tem alguém que vai ser salvo, é única e exclusivamente por causa da Sua benevolência que enviou a Escada para esse alguém subir. É como o salva-vidas de helicóptero, se ele não lançar a escada de corda, nada pode fazer aquele que está em perigo no mar ou na montanha!

Mas Jesus disse a Natanael: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.51). Jesus foi assistido por anjos no Seu ministério terreno, como disse Paulo no Mistério da Piedade: “Aquele que foi manifestado na carne, foi... contemplado por anjos...” (1Tm 3.16). Mas aqui entra o terceiro cumprimento do sonho de Jacó: Jesus virá nas nuvens do céu com poder e grande glória, Seus anjos estarão com Ele e ajuntarão os Seus escolhidos dos 4 cantos da terra (Mc 13.27).

Mais uma vez a Escada de Deus virá, dessa vez para conduzir os filhos de Deus à glória eterna. Como foi por meio dEle que a terra pôde ter acesso ao céu, isto é, os pecadores puderam chegar-se a Deus por meio de Cristo, assim também será por meio dEle que os que se chegaram a Deus serão levados para estar com Ele para sempre! Não há torres de Babel, não há escadas humanas que possam nos conduzir à salvação. A Escada é uma só e se chama Jesus Cristo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 4 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0347 - PREMISSAS, CONCLUSÕES E FALÁCIAS SOBRE O SOFRIMENTO

 


Ao aflito livra por meio da sua aflição e pela opressão lhe abre os ouvidos” (Jó 36.15).


O problema do sofrimento tem sido um dos grandes incômodos da humanidade em todas as épocas. De um modo bem seco e rústico, as coisas poderiam ser assim: que o mal aconteça com os maus e que o bem aconteça com os bons. Este era o silogismo dos amigos de Jó:

·         Premissa 1: O mal sempre acontece com os maus;

·         Premissa 2: O bem sempre acontece com os bons;

·         Premissa 3: O mal veio a acontecer a Jó;

·         Conclusão: Jó se tornou mau!

Para que qualquer silogismo seja verdadeiro, as premissas precisam ser verdadeiras. Se alguma das premissas estiver errada temos aquilo que chamamos de “falácia”, ou seja, um erro de pensamento lógico, uma conclusão equivocada por ter sido baseada numa afirmação errada. No exemplo citado, a premissa 3 é verdadeira: “O mal veio a acontecer a Jó”. O problema está nas premissas 1 e 2. O mal sempre acontece com os maus? O bem sempre acontece com os bons? Se houver algum erro ou imprecisão nestas afirmações, então haverá uma falácia na conclusão.

Incrivelmente, as pessoas ainda são afetadas por esse raciocínio. Talvez na ânsia de querer que as coisas fossem assim, tão retas e planas, nos esquecemos de que vivemos num mundo torto e desigual.

Entretanto, as palavras de Eliú nos dizem algo que as premissas rasas não podem captar. Ele diz que Deus livra o aflito por meio da sua aflição. O verbo hebraico aqui é dedutivo. Um dos significados é que Deus “entrega” o aflito em sua aflição, claro que com o intuito de livrá-lo. É interessante observar que geralmente Deus livra o aflito na aflição e nem sempre da aflição. Noé e sua família foram um dos muitos exemplos disso, como também Israel na travessia do mar. Eles foram livres no mar e não do mar.

Eliú também diz que Deus abre os ouvidos do aflito por meio da opressão. Em geral, quando estamos oprimidos, nós abrimos a boca, queremos pedir, falar... Mas Deus quer nos abrir os ouvidos! Foi assim com Elias, quando se meteu numa caverna e desejava morrer. Sua opressão (que basicamente se tornava em depressão) foi um meio que Deus usou para abrir os ouvidos do profeta à Sua palavra! E, de fato, abriu mesmo, pois Deus falou a ele por um sussurro suave e tranquilo; diante da agitação da qual vinha Elias, realmente seus ouvidos tiveram de ser abertos para ouvir a voz mansa de Deus!

É assim conosco. Ficamos tão agitados na aflição, que não percebemos que Deus quer nos livrar. Queremos falar tanto, que não O ouvimos. Queremos sair logo da opressão sem sabermos o que Ele quis dizer a nós nem fazer em nós. Poderíamos ver que as aflições são apenas correntezas de um rio caudaloso que Deus usa para nos levar à margem de pastos verdejantes? Poderíamos nos inclinar e abrir nossos ouvidos debaixo da opressão, para ouvirmos as palavras de sabedoria que Deus tem para nós, ao invés dos nossos lábios para dizer tolices para Ele? Certamente nossas premissas seriam corretas e nossas conclusões sobre o sofrimento não teriam tantas falácias.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 3 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0346 - NÃO VOLTEM AO EGITO

 


Ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR... que descem ao Egito sem me consultar, buscando refúgio em Faraó e abrigo, à sombra do Egito!” (Is 30.1,2).


Talvez o maior milagre que Deus tenha realizado na história de Israel foi sua libertação da terra da escravidão no Egito! Este prodígio era celebrado em todas as festas, salmos, cânticos e relatos que os filhos de Israel fizeram por séculos, durante sua história. Foi com mão forte e poderosa que Deus os libertou do jugo da servidão e eles consideraram isso para sempre.

Mas houve uma ordem de Deus aos filhos de Israel que jamais deviam voltar ao Egito (Dt 17.16). Aliás, fazia parte das maldições de Dt 28 voltar ao Egito (v. 68). O próprio José havia feito jurar seus irmãos que levariam seus ossos dali quando Deus os tirasse do Egito (Gn 50.25; Êx 13.19). Tornar para o Egito deveria ser uma atitude fora de cogitação para os filhos de Israel.

No entanto, os israelitas sempre flertaram com a ideia de voltar ao Egito. Desde sua peregrinação no deserto em direção à terra prometida, onde frequentemente os israelitas diziam que era melhor terem morrido no Egito, passando pelo rei Salomão, que fez aliança política, religiosa, comercial e matrimonial com o Egito, até os dias do cativeiro babilônico, quando os judeus buscaram refúgio no Egito, levando, inclusive, o profeta Jeremias, não obstante seu protesto (Jr 42 – 44).

A razão por que eles jamais deveriam voltar àquela terra era pelo fato de que o Egito foi a terra da opressão e Deus os havia livrado com mão forte dali. Retroceder àquele lugar para buscar ajuda era uma afronta ao Deus que os havia livrado de suas garras. Os israelitas ofendiam a Deus, tentando diminuir Seu poder, quando voltavam a buscar ajuda no Egito.

Essa atração se repete em nossos dias, quando muitos salvos ainda flertam com sua vida passada, quando ainda sentem saudade das “carnes e cebolas” do seu antigo Egito. Além de desejarem as iguarias e guloseimas do mundo, muitos crentes também pensam que podem achar ajuda lá. Desconfiam do Senhor em seus momentos de aflição, mas confiam nos recursos do mundo para se livrarem de seus problemas.

Deus ainda tem a mesma postura contra aqueles que se voltam para o seu passado de escravidão para buscarem auxílio, ao invés de confiarem no Seu nome: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal” (2Pe 2.20,22).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 2 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0345 - SALVOS PELA MORTE DO PRIMOGÊNITO

 


Moisés disse: Assim diz o SENHOR: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Egito. E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogênito da serva que está junto à mó, e todo primogênito dos animais” (Êx 11.4,5).


Já conhecemos a história de Israel no Egito e como Deus providenciou para Seu povo a libertação da escravidão à qual vivia subjugado. Mas pode nos surgir uma pergunta: por que apenas os primogênitos do Egito morreram e não todos, ou outros filhos?

Junto a isso podemos observar que depois da libertação do povo do Egito, Deus estabeleceu que todo primogênito de Israel fosse consagrado, resgatado em uma oferta (Êx 13.11-16). O processo é mais ou menos assim: os primogênitos do Egito morreram para que os primogênitos de Israel fossem preservados pelo sangue do cordeiro da Páscoa. Já que os primogênitos de Israel foram preservados, toda família que gerasse o primeiro filho deveria ofertá-lo para Deus, porém no lugar de entregar a vida daquele primogênito, um animal morreria em seu lugar e ele seria resgatado. Assim, Israel sempre se lembraria de que foi assim, dessa forma, morrendo um primogênito, que eles foram livres do Egito para sempre!

No v. 16 Moisés diz assim: “E isto será como sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR com mão forte nos tirou do Egito”. Isto é, o resgate do primogênito hebreu seria um lembrete perpétuo, que ficaria marcado como um sinal na mente de toda família israelita. Sua libertação se deveu à morte de muitos primogênitos!

Sem dúvida alguma, não só o cordeiro pascal apontava para Cristo, mas também cada primogênito egípcio. Deus sempre teve em Sua mente um propósito eterno de que Seu Filho seria o Primogênito entre muitos irmãos (Rm 8.29). E para que Cristo tivesse muitos irmãos semelhantes a Si, foi necessário que também assumisse a mesma carne e sangue que eles (Hb 2.14). E, destruindo por Sua morte o diabo, que tinha o poder da morte, Ele livraria a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.15).

Sendo assim, para que nenhum dos filhos de Deus morresse eternamente, Jesus, o Primogênito de Deus, morreu no lugar deles, adquirindo assim, a libertação e vida eterna para todos os filhos de Deus! Em Cl 1.18 e Ap 1.5, Jesus é chamado de “O Primogênito dos mortos”. Sendo o “Unigênito” de Deus (Jo 3.16), Ele foi dado pelo próprio Pai, que não poupou o Seu próprio Filho (Rm 8.32), para conquistar mais filhos para Deus, a fim de que deixasse de ser o “Unigênito” para ser o “Primogênito” entre muitos irmãos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 1 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0344 - PROVA DE SALVAÇÃO: DONS OU REGENERAÇÃO?

 


Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (Mt 7.23; 1Jo 3.9).


Não podemos negar que pecamos. Esta é uma realidade bíblica e também por experiência. O próprio apóstolo João diz em sua carta que “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8). Mesmo depois de salvos, ainda pecamos porque a velha natureza ainda habita em nós e cabe a nós, pelo poder do Espírito que gerou em nós a nova criatura, vencê-la.

Mas o crente nascido de novo não vive na prática de pecado, é o que diz o mesmo apóstolo no versículo que lemos. A divina semente permanece no regenerado, de modo que não pode viver uma vida pecaminosa, pois agora é nascido de Deus. Sua tendência será se inclinar para as coisas de Deus. Ao contrário, pessoas não regeneradas, podem até estar em meio aos crentes verdadeiros e fazer muitas coisas parecidas com as dos crentes verdadeiros, mas não são crentes verdadeiras. Recebem até mesmo dons espirituais, como disse Jesus em Mt 7, que muitas pessoas alegarão no dia do juízo: profetizaram, expulsaram demônios e operaram milagres, no entanto, não são nascidas de Deus!

O segredo da salvação não está na operação de maravilhas nem na manifestação dos dons, mas apenas em uma coisa: nascer de novo! Quando Jesus negar a entrada no céu daqueles que pareciam crentes verdadeiros, o motivo é apenas um: eles praticavam a iniquidade, ou seja, não eram nascidos de Deus, pois, como disse João, quem é nascido de Deus não vive na prática da iniquidade, ainda que peque.

Nós temos o costume de medir ou avaliar se alguém é de Deus baseados nos dons ou milagres que essa pessoa tem ou faz. Mas, ainda que milagres venham de Deus e os dons sejam dEle, todavia, isso não é parâmetro para saber acerca da salvação de alguém. O parâmetro é o novo nascimento e isto nós raramente podemos saber sobre terceiros. Podemos saber sobre nós mesmos, se nascemos de novo. Os dons Deus entrega a quem está na igreja, mas o novo nascimento Ele entrega só para quem é igreja.

João diz: “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu” (1Jo 3.6). Veja que quem vive na prática de pecado não conheceu a Cristo e, portanto, não é conhecido por Ele! Lembrando que “conhecer” fala de “relacionamento íntimo” e não de “saber quem é”. Quem vive na prática de pecado não tem relação íntima com Jesus, por isso o Senhor lhe dirá naquele dia: “Nunca vos conheci”, isto é, nunca tive um relacionamento contigo, embora eu tenha te concedido dons.

Ao olharmos para nós mesmos, precisamos nos perguntar não quantos dons temos, mas se a divina semente está em nós. Não se operamos milagres, mas se produzimos o fruto do Espírito. Não se expulsamos demônios, mas se nosso nome está arrolado nos céus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson