Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 4 de abril de 2023

ADORADORES DE HEDONÊ

 


Hedonê é o nome da deusa grega do prazer. O termo grego hēdon significa prazer. Não necessariamente o prazer sexual, mas qualquer tipo de prazer que, segundo a filosofia epicurista, aquele que buscava esse nível, entraria num estado de ataraxia, da fuga das perturbações e no estado de aponia, da ausência de dores, um estado de serenidade de espírito. Juntamente com a adoração ao prazer, estão a adoração a outros personagens mitológicos associados, como Eros (do sexo), Dionísio (das festas), Afrodite (do amor) e outros.

Pelo menos, eles tinham um objetivo depois do prazer em si. A sociedade atual persegue o prazer pelo prazer. Às vezes passa por um período de dor, desde que seu final lhe proporcione o prazer objetivado. O trabalho é um exemplo do que alguns consideram a dor. O salário é o meio que obtêm do trabalho para um fim especificado, que é o gasto em volúpias. Veja que o objetivo era o prazer (talvez do fim de semana, ou das férias) e, para isso suportam a dor do trabalho. É a tensão entre a segunda de manhã e a sexta-feira à tarde. Então seu salário lhe proporciona o prazer da bebida, da prostituição, das drogas e outras ilicitudes.

Mas não há somente a busca pelo prazer fisiológico. A ausência de Deus no ser humano leva-o a situações notoriamente críticas, a ponto de coisas legítimas se tornarem seu refúgio. Tenha em vista as compulsões de alguns, que buscam saciedade na comida (gula), que gera depois bulimia, o senso de culpa, medo, conflito com o ganho de peso e outras perturbações; compulsão por compras irrefreadas, com a busca da sensação de “poder”, de “ter e possuir”. São casos de pessoas que estão em busca do prazer, mas sua situação já se tornou caótica e escura.

Nas religiões, muitos buscam também sua “ataraxia”, como em produtos alucinógenos, endorfínicos; outros em transes e meditações; algumas religiões que oferecem componentes de troca; tudo isso gera expectativa e, quando atingida, a sensação da dopamina no cérebro. São o foco das religiões do “fazer”, das obras, dos objetivos, ou do conforto, do desligamento da realidade, enfim. O meio espiritualista não é diferente da filosofia hedonista do mundo ao nosso redor.

Ter prazer não é errado. Deus nos criou como seres que desfrutam de delícias em todos os sentidos, desde os sensoriais até os espirituais. O problema com a humanidade é sempre o mesmo desde a Queda – o pecado. Inserida no pecado, a humanidade busca o desfrute longe de Deus. Ela transforma em “deus” aquilo que lhe foi dado por Deus para ser apenas um lembrete do quanto realmente seria feliz e realizada se desfrutasse da realidade do prazer para o qual aquilo aponta, isto é, no próprio Deus. Somente Deus, por meio do evangelho e na Pessoa de Seu Filho Jesus, restaura o homem ao seu estado de satisfação plena. Esse estado de satisfação não está nas coisas, mas na Pessoa de Cristo. Deus nos criou para vivermos em comunhão com Ele. O prazer está na comunhão e não na aquisição. O prazer está na relação correta com Deus e não nos fluidos orgânicos de nossos hormônios neurológicos. As coisas que nos dão prazer aqui são apontamentos para a realidade do prazer que devíamos ter em nosso Criador. Por isso é que os prazeres têm limites. Porque eles não foram dados para ser um fim em si mesmos, mas um indicador do verdadeiro prazer. A relação sexual, por exemplo, está limitada ao casamento. Não como uma punição (assim consideram os incontinentes), mas porque ela indica nosso relacionamento com Cristo, o verdadeiro esposo. Alimentar-se é tanto necessário, como também prazeroso, mas a gula é pecado porque a comida em si não deve ser o fim, o objetivo final. Ela aponta para Cristo, o Pão da Vida. Fazer compras, possuir coisas, é legítimo, mas não é ilimitado, porque todo poder pertence a Cristo e não a nós e nós mesmos pertencemos a Ele. Nossa compulsão por posses e aquisições deve ser repreendida porque não podemos ter o mundo inteiro e, mesmo se tivéssemos, não poderíamos dar isso em troca da nossa alma.

Muitos procuram justificar seu hedonismo, escondendo-se atrás de algo legítimo que se encontra por perto. Por exemplo, o trabalho é legítimo, mas é usado como pretexto para os gastos exorbitantes com o salário. O ditado “o dinheiro é meu, faço com ele o que eu quiser e isso não é da conta de ninguém” desconsidera que o dinheiro é de Deus, seu trabalho é de Deus, você não pode fazer o que você quiser, a não ser que você queira encarar o Tribunal do Último Dia, e isso é sim, da conta de Deus. O cristão deve usar seu dinheiro da forma bíblica e não para obter com ele seu hedonismo. Até porque não dá. O hedonismo sempre exige mais do que aquilo que você já obteve. Exatamente por isso que não há satisfação que chegue.

O resultado trágico é manifesto de várias formas, dívidas, doenças, culpa, depressão, vícios, destruição de famílias e até suicídio. A deusa Hedonê não ajudou? A filosofia do prazer não trouxe ataraxia? Não pode. A única paz de espírito que você pode alcançar é somente aquela que é dada por Jesus Cristo. Mas Ele não vai dá-la a você, a menos que você tenha prazer nEle. Ele sabe exatamente se você quer usá-lO para chegar a um objetivo diferente. Ele pode até lhe conceder seu objetivo diferente, mas Ele excluirá você do verdadeiro prazer nEle, que é eterno. O que você quer? Prazeres aqui e tormento eterno lá? Alguns atrevidos dizem: “Quero prazeres aqui e vida eterna lá”. Mas lembre-se: a vida eterna lá é composta daquilo que você rejeitou aqui. Se você não teve prazer em Cristo aqui, não será bem-vindo lá, pois é somente Cristo que terá lá, no qual você nunca teve prazer. Se você não teve prazer em Cristo aqui, seria um tédio para você passar a eternidade com Ele, não acha?

Día tēs písteōs.

Pr. Cleilson

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