Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os supervencedores e o milênio (Rm 8.37)

Mais que vencedores são vencedores em alguma batalha. É interessante notar que quase sempre esse versículo é desgarrado de seu contexto por muitos pregadores, o que faz com que ele pareça um texto que apoie a teologia da prosperidade e as pregações de autoestima que estão superlotando os púlpitos de várias igrejas cristãs.

Pra começar, no próprio versículo encontramos escrito que não somos vencedores por nós mesmos. Somos "por meio daquele que nos amou". Isso mostra que não há mérito nenhum para nós nessa "mais que vitória". O mérito é daquele que nos amou.

Outra lição do próprio versículo é que o verbo está no presente do indicativo ativo (somos). No grego temos um prefixo superlativo, como se fosse: "Mas em todas estas coisas supervencemos!" Isso quer dizer que não há derrota nesse tipo de batalha. Mas que batalha é essa?

Voltamos, então aos versículos anteriores. Os que forem contra nós (v. 31) nós os supervencemos; os que nos acusam (v. 33), nós os supervencemos; os que nos condenam (v. 34) nós os supervencemos; as tribulações, angústias, perseguições, fome, nudez, perigo, espada (v. 35), nós os supervencemos. Nestas coisas é que somos supervencedores. Os que retrocedem diante de qualquer desses aspectos da batalha, nunca foram vencedores!

Observe que no v. 36 diz que somos entregues à morte todo dia por amor de Cristo! Então somos supervencedores também se morrermos por causa dEle! A teologia da prosperidade enlouquece com esse texto quando ele é interpretado dentro do seu sentido normal! Fica totalmente fora dos intentos malignos desses tais pregadores! Não dá margem para querer preservar a vida acima do amor a Cristo, quando se ama a riqueza temporal e terreal.

Os supervencedores de Rm 8.37 são aqueles de Ap 20.4. Não se curvaram diante da besta nem a adoraram. Viveram e reinaram com Cristo durante os mil anos!

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O privilégio de aprender e a responsabilidade de ensinar


Na "chácara dos padres", como chama o povo aqui, fizemos um retiro ontem. Nós e a Comunidade Cristã (parceiros, valeu!).



Entre momentos de comunhão, lazer e aprendizado, pra mim ficou marcado o momento da meditação e interpretação do texto de Marcos 4.21-25, a parábola da candeia.


"E disse-lhes: Vem, porventura, a candeia para se colocar debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não vem antes para se colocar no velador? Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada. Porque, ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado".

As 4 equipes que separamos fizeram sua interpretação desse texto e maravilhosamente chegaram a conclusões semelhantes acerca do seu significado. Pessoal bom de hermenêutica! Parabéns! Eu mesmo mandaria essa bola pro espaço, pois nunca soube o que de fato esse trecho queria dizer... lentes dos outros e comodismo meu...

Jesus havia contado uma parábola, a do semeador. Ao concluir a parábola, Seus discípulos Lhe perguntaram a sós o que ela significava (v. 10). Aqui é que entra o privilégio (v. 11). A eles foi dado o privilégio de conhecerem os mistérios do reino, por isso é que na parábola da candeia Jesus disse que a candeia não ficaria debaixo da cama, porque Ele revelaria para os discípulos o sentido de Sua palavra (v. 21). Nada haveria de ficar encoberto, ainda que para os de fora ficasse encoberto, todavia, para os discípulos tal seria revelado (v.22)!

No v. 23, Jesus repete a mesma frase que Ele havia dito no v. 9: "Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça". Agora entra a responsabilidade. Se os discípulos receberam de Jesus a revelação, eles se tornariam obrigados a compartilhar com os de fora. "Com a medida com que medirdes, vos medirão a vós", ou seja, eles deveriam falar de acordo com o que ouviram (v. 24). Essa responsabilidade é enorme, porque não se pode falar de si mesmo, mas somente daquilo que foi revelado.

No fim das contas, no dia do acerto de contas, ao que cumpriu com sua obrigação, lhe será dado o reino, mas ao que rejeitou a revelação, até o que ele aprendeu lhe será tirado (v. 25).

A igreja tem o privilégio de ter recebido a revelação da palavra através do ensino de Cristo e dos apóstolos, mas torna-se nossa obrigação levar essa revelação adiante, independente de quem vai ter ouvidos para ouvir ou não. Nossa tarefa é levar a palavra! No dia do juízo teremos a confiança de que cumprimos com nossa responsabilidade. Que Deus nos ajude!

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma lição do Dorival Júnior para os pastores



O Santos não passou em seu primeiro teste sem a presença do técnico Dorival Júnior à beira do gramado. Nesta quarta-feira, nem a boa atuação do atacante Neymar, escalado após a demissão do treinador, evitou a derrota, de virada, para o líder Corinthians, por 3 a 2, na Vila Belmiro, pela 24.ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O resultado manteve o Corinthians na liderança isolada, agora com 47 pontos, três a mais que o vice-líder Cruzeiro. O Santos, por sua vez, perdeu a chance de encostar nos líderes. Estacionou nos 35 pontos, na sétima colocação, mais distante da briga pelo título.
Protagonista da crise que culminou na demissão de Dorival Júnior, Neymar começou entre os titulares e não decepcionou a torcida. Participou da jogada que acabou gerando o primeiro gol, logo no primeiro minuto, e marcou o segundo do Santos. Mas não conseguiu evitar a derrota do time da casa, que foi comandado pelo interino Marcelo Martelotte.




Sobre Neymar e a Seleção Brasileira.




Com respaldo da direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o técnico Mano Menezes aplicou uma punição a Neymar por seguidos atos de indisciplina no Santos. O jogador foi excluído da seleção na convocação para dois amistosos do Brasil em outubro - os adversários vão ser anunciados hoje. A decisão de afastar Neymar não expõe Mano ao risco de demissão.
Diplomático, o treinador evitou declarações mais contundentes sobre os últimos dias tumultuados de Neymar. O jogador se envolveu em polêmicas, ofendeu colegas, discutiu com Dorival Júnior e foi o pivô de uma grande confusão que culminou com o afastamento do técnico do Santos.
"Quis deixar bastante claro nossa conduta de trabalho. A volta do Neymar vai depender dele", disse Mano. Em entrevista coletiva num hotel da zona sul do Rio, o técnico teve de responder a várias perguntas sobre a ausência do atacante do Santos. Embora cauteloso, não se escondeu em respostas evasivas. "O Neymar tem de chamar a atenção pelo futebol dele, seu talento e sua capacidade de decisão."
Mano Menezes aproveitou o encontro para elogiar publicamente Dorival Júnior. "O técnico ganha respeito quando adota essa linha, e não abre mão de certos critérios, mesmo que corra riscos", comentou.
Na noite de quarta-feira, na sede da CBF, Mano Menezes já dava pistas de que Neymar não estaria no grupo para os próximos jogos. "Não é positivo levar para seleção os problemas vividos nos clubes", afirmara.


Fonte: O Estadão online.
Fotos: Santos FC.


OPINIÃO:


Dorival Júnior foi mais correto do que muitos pastores que conheço. Bastava rolar um troquinho por trás da porta, um dizimozinho no envelope que tais pastores colocariam um pano quente na situação e Neymar continuaria indisciplinado.


Às custas de seu próprio emprego, Dorival zelou pela moral, pela disciplina, algo que muitos pastores não sabem nem o que significa. Muitos líderes eclesiásticos fazem vistas grossas aos indisciplinados, imorais, escandalosos de dentro de suas igrejas e não tomam a menor providência para manter a pureza da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda mais se tais membros tiverem grande parte da contribuição da igreja em suas mãos.


Não sei se Dorival é crente, mas deu um exemplo pra muitos que eu conheço. Foi mais ético do que o Santos que o demitiu. Se o clube inteiro apoiasse a decisão do técnico ajudaria mais o descontrolado jogador. Perder perdeu de qualquer jeito. Preservando o Neymar em detrimento do técnico e talvez pensando que o menino mimado pela mídia fosse resolver o jogo contra o Corinthians, o Santos perdeu por 3x2 dentro de casa. Mais uma lição, dessa vez pro clube. Apostou no rebelde e se deu mal. Ainda bem que não podem colocar a culpa no Dorival, ele não tava lá e o Neymar tava (risos). Ainda bem que o Mano Menezes fez sua parte também. Deixou o turbulento de fora da amarelinha.


Isso nos deixa uma lição. Não vamos priorizar quem quer que seja na igreja, todos são membros, com os mesmos direitos e os mesmos deveres. Todos devem submissão à autoridade eclesiástica.


Já vi casos de comissões retirarem pastores locais para satisfazer membro "seu fulano".


Aprendam com o Dorival. Ainda que lhes custe o ministério zelem pela santidade da e na casa de Deus.


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

NOÉ, SODOMA, A IGREJA DE VILHENA E UMA ESTÁTUA (Lc 14.26-32)



Jesus disse acerca da Sua vinda, que esta seria como nos dias de Noé e nos dias de Ló em Sodoma. É bom lembrar que Noé e Sodoma tornaram-se exemplos do juízo divino para a história humana. Então Ele explica: nos dias de Noé, as pessoas comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Também nos dias de Ló, em Sodoma, as pessoas comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam.



Nós então perguntamos: afinal, comer, beber, casar, dar (suas filhas) em casamento, comprar, vender, plantar, edificar é pecado? Claro que não. Mas por que então Jesus fala que é desta forma que estarão as pessoas quando Ele voltar?

Jesus está falando de prioridades. Quando Ele voltar, as pessoas estarão priorizando coisas materiais, tais quais comer, beber, casar, etc. É claro que o pecado estará muito mais intenso até que se aproxime o dia de Sua vinda. Mas isso serve de alerta para a igreja, pois, mesmo que a igreja não esteja envolvida na multiplicação do pecado que há no mundo, no entanto, ela pode estar invertendo as prioridades.

De fato é assim. Temos visto a igreja despreocupada com a vinda de Cristo, o que trará juízo para a humanidade, enquanto, por outro lado preocupa-se em extremo com coisas transitórias, que em nada ajudarão naquele dia.

Sobre o pecado das pessoas nos dias de Noé, vemos o relato no livro de Gênesis capítulo 6. Deus considerou aquelas pessoas “carne” (inclinação pecaminosa) e toda imaginação, toda raiz de seus pensamentos era só maldade. Aqui encontramos inegavelmente a doutrina do pecado original. Por Adão entrou o pecado no mundo. Todo ser humano nasce com a semente do pecado em si herdada de Adão.

Sobre o pecado das pessoas que habitavam em Sodoma, lemos alguns relatos em Gênesis 13.13: “Ora eram maus os varões de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor”. Em Gênesis 19 encontramos registrado um dos pecados de Sodoma. Quando os anjos vieram à casa de Ló, os seus vizinhos cercaram sua casa querendo abusar sexualmente dos anjos, pois estes vieram em forma humana. Em Jeremias 23.14, o profeta denuncia mais alguns pecados desta cidade: adultério, falsidade, violência e impenitência. Ezequiel 16.49 mostra mais pecados: soberba e o fato de virar as costas para os pobres, mesmo tendo fartura e abundância de pão.

Qualquer semelhança com Vilhena não será mera coincidência. O pecado está enraizado no coração do homem e, a não ser que ele seja alcançado pela graça de Deus, o seu pecado o conduzirá à ruína.

Temos muitas igrejas em nossa cidade, mas são poucas as pessoas que olham para a arca; são poucas as pessoas que entendem que fora desta arca não há salvação para sua vida, estarão irremediavelmente perdidas. Até mesmo os que estão na arca estão com as mesmas prioridades dos sodomitas, querem investir em si mesmos, esquecendo-se dos necessitados, querem angariar bens materiais, esquecendo-se do dia do juízo, querem até pecar e ficar escondidos, totalmente despreocupados com o fato da vinda do Senhor Jesus, que trará juízo severo e eterno para toda humanidade.

Jesus só deixa um lembrete nesse texto de Lucas: “Lembrai-vos da mulher de Ló” (v. 32). As prioridades daquela mulher eram seus bens, sua casa, riqueza, servas, vida fácil, enfim, mesmo vendo a cidade sendo destruída, olhou para trás, mostrando onde estava o seu coração. Resultado: foi transformada numa estátua de sal.

Qual é a nossa prioridade?

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Com medo da perseguição

Nessa época pré-urna surgem inúmeras notícias que vêm encaminhadas principalmente por e-mail falando deste e daquele candidato, mostrando em quem votar ou não, o porquê disto ou daquilo, surgem também os alertas aos cristãos que este ou aquele candidato é satanista, perseguidor dos evangélicos, comunista, o cão chupando manga verde em cima da pedra no dia de quarta-feira de cinzas... aparecem informações do arco da velha das quais antes brasileiro nenhum sabia.

Não sei em quem votar, mas sei em quem não votar. Mas fugir das predições bíblicas é impossível. Aprovação de leis absurdas, cedo ou tarde vão acontecer; vulgarização da família já existe, só vai ser legalizada; perseguição e mordaça são fatos que em breve estarão em voga. O mundo caminha a passos largos para a iniquidade e não adianta os cristãos berrarem (podemos até berrar, mas de nada vai adiantar), porque a Escritura tem que se cumprir. Logicamente não vamos contribuir com nosso voto para legalizar o pecado. Mas os demais brasileiros vão. O povo não quer saber de questões religiosas, ou morais, quer saber quem vai encher sua barriga. Tanto é que vendem seu voto por cesta básica.

Mas o medo maior do cristão brasileiro parece que é o medo de ser perseguido por causa de sua fé. Isso sim, me preocupa! Somos uma geração que se apostata por qualquer coisa, imagina por causa da perseguição... Aí é que está o porém. A geração dos cristãos primitivos considerava que ser perseguido por amor do evangelho era um privilégio alto. Paulo dizia que não tinha sua vida por preciosa, desde que cumprisse o seu chamado com alegria, dando testemunho do evangelho da graça de Deus (At 20.24).

A vida dos cristãos de hoje é preciosa demais para eles. Viveram acumulando tesouro nessa terra e não querem perdê-lo. Adquiriram fama e não querem viver mais no anonimato, por isso lutam pela liberdade de expressão. Enquanto tiveram essa liberdade não anunciaram o reino de Deus e agora querem defender liberdade. Mas tal liberdade é para continuarem livres para enganar mais pessoas com um falso evangelho. Ainda se sofressem pelo verdadeiro evangelho, nisso haveria glória, mas ser perseguido pelas falcatruas que cometem não é perseguição, é limpeza. Falsos pastores consideram-se perseguidos quando suas malandragens são reveladas, quando a polícia lhes dá voz de prisão, quando a justiça fecha seu estabelecimento comercial (ops... igreja), quando um arauto denuncia seu engano, aí se acham perseguidos... coitadinhos... deixa os caras fazerem a "obra de Deus"...

Enquanto isso, nos países fechados e nas terras dominadas pela lei islâmica radical, os verdadeiros servos de Deus, que dão sua vida pelas missões morrem, são presos, maltratados... não acumulam riqueza terrena para si (ah, mas também não são filhos do rei, né? Quem manda não tomarem posse de ser príncipes?). Vivem pelo Cristo que pregam e morrem pelo que pregam de Cristo. Eles têm um tesouro celestial, uma pátria atemporal, seu coração está na riqueza que não se corrompe.

Aqui não temos estas pessoas? Sim, temos. Verdadeiros exemplos cristãos dignos de imitação. Embora vivam num país livre não se acomodam com essa liberdade, mas falam do evangelho de Cristo sem temor, amam as pessoas que caminham para a perdição.

A questão é a seguinte: estamos com medo da perseguição? De perdermos os templos que construímos? De termos nossos próprios bens confiscados? Se temos medo da perseguição não prestamos para ser discípulos de Cristo!

Quem não está pronto para até morrer por Cristo, também não está pronto para viver com Ele (2Tm 2.11-13)!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O revelado da Batista da Floresta explica seu ponto de vista sobre o revelador

Assista o vídeo clicando aqui

Pastor usa internet para fazer revelação na Batista da Floresta em BH

Pregar o quê?

Sábado à noite houve um bom trabalho evangelístico na pequena cidade de Pimenteiras aqui em Rondônia. O pessoal da Comunidade montou um som legal (leve e bem eficiente) que atraía quem passava pelas ruas. Talvez gerasse dúvidas do tipo: "Que político será que vai fazer o comício hoje?" ou, "Será que vai ter um showzinho por aqui?" Mas éramos nós, os crentes de novo. Ligar o som pra cantar sobre Jesus e depois pregar o evangelho. Convencional e menos atrativo do que a montagem do som...

Por falar em evangelho, eu fui convidado para falar do evangelho lá. E agora? Faz tanto tempo que não participo mais de "ar livre" como chamávamos os cultos com pequenas caixas de som amplificadas, cujas entradas (apenas três) já estavam entupidas com os plugues de um microfone (tipo aqueles de vender pamonha) e uma ou duas guitarras Tonantes (hummm...). Cultos feitos à porta de alguma casa que se dispunha a "pagar o mico" de receber os crentes que iam gritar a tarde toda de domingo, atrapalhando os programas de TV dos vizinhos.

Será o quê se deve pregar hoje em "ar livre"? As pessoas se acostumaram a ir às igrejas e ouvir sermões (acho que nem se pode chamar aquilo de sermão) que prometem vida fácil em troca de "pequenas" ofertas gordas e generosas, ouvir revelações que geram comentários do tipo: "Puxa, ele falou toda minha vida, sem nem me conhecer", ver espetáculos miraculosos que mais precisa de um milagre para acreditar que aquelas farsas são milagres do que o próprio milagre operaria na sua realidade (vixi que bagunça)! Enfim, pregar o quê?

O evangelho, uai (diria o crente mineiro). Simples. O evangelho. E lá fui eu. Quando tudo tava parecendo inócuo, os curiosos já se tinham retirado, então pensei: "Meu Senhor, vou pregar o evangelho pra crente..." Mas comecei. Li aquela passagem de Lucas 13 em que os discípulos perguntam: "Senhor, são poucos os que se salvam?" Hum... a resposta de Cristo não é das mais agradáveis: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar e não conseguirão". Pra nego inteligente, já sabe: muitos não conseguirão, ou seja, poucos salvos serão.

E não é que o povo que tinha ido embora começou a voltar? Fiquei impressionado com duas coisas: com Deus por fazer aquela obra (como sempre fico impressionado com as obras de Deus) e com o magnetismo que aquelas palavras causaram aos ouvintes, de modo que foram ao local do "ar livre" para ouvir mais de perto aquele pregador (eu) desconhecido e que falava palavras duras, mas que só podiam estar carregadas de razão.

É o evangelho. Não se deve subestimar o poder que ele é. Deve-se pregar o que Deus quer dizer e não o que o povo quer ouvir. No fim das contas o povo vem ouvir de todo jeito. Isso que me impressionou. Eu poderia (mas jamais faria) ter utilizado recursos atrativos, inclusive dizer palavras motivacionais e cheias de cobiça materialista para chamar a atenção dos ouvintes. Mas foi só o evangelho! Só o evangelho! Sola scriptura...


É... dá pra ficar tranquilo por um lado ao saber ainda há pregadores que não estão envolvidos com esses palhaços vestidos de pastores, bispos e apóstolos que prestam um desserviço ao verdadeiro evangelho do nosso Senhor, mas não dá pra ficar tranquilo sabendo que ainda há muitas pessoas que correm atrás disso porque a palavra do evangelho tornou-se rara, está em extinção o alimento bíblico, como disse Amós: "Vem dias... fome... não... de pão... mas de ouvir as palavras do Senhor" (Am 8.11). O profeta disse que correrão de um mar até o outro e não acharão a palavra de Deus, é mole?

Pregue o evangelho sem florear nadinha e mesmo assim eles virão te ouvir.

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Que dia será esse? (Is 29.17-24)

Isaías 29.17-24: "Porventura, dentro em pouco não se converterá o Líbano em pomar, e o pomar não será tido por bosque? Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro, e os cegos, livres já da escuridão das trevas, as verão. Os mansos terão regozijo sobre regozijo no Senhor, e os pobres entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. Pois o tirano é reduzido a nada, o escarnecedor já não existe, e já se acham eliminados todos os que cogitam da iniquidade, os quais por causa de uma palavra condenam um homem, os que põem armadilhas ao que repreende na porta, e os que sem motivo negam ao justo o seu direito. Portanto, acerca da casa de Jacó, assim diz o Senhor, que remiu a Abraão: Jacó já não será envergonhado, nem mais se empalidecerá o seu rosto. Mas, quando ele e seus filhos virem a obra das minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; sim, santificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel. E os que erram de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores hão de aceitar a instrução."

Que dia será esse?

Os surdos continuam surdos hoje, e os que tinham um pouco de audição perderam-na por completo! Está em extinção quem ame a Palavra do Livro! Os cegos continuam em trevas e os que pouco enxergavam já estão confinados à escuridão! Preferiram ser guiados por outros cegos! Já não vemos mais mansos que se regozijam duplamente no Senhor, pois os homens se tornaram indomáveis e os pobres querem riquezas sócio-econômicas e não alegria no Santo de Israel!

Que dia será esse?

A tirania continua nos púlpitos das instituições eclesiásticas, e as cadeiras das igrejas estão cheias de zombadores projetistas de iniquidade... Parece se repetir em nossos dias o v. 21: "os quais por causa de uma palavra condenam um homem, os que põem armadilhas ao que repreende na porta, e os que sem motivo negam ao justo o seu direito".

Que dia será esse?

Será o dia que nós e a nossa geração deixarmos de olhar para as obras humanas, deixarmos de ser antropocêntricos e olharmos para a obra das mãos de Deus, que Ele faz no meio de nós; será o dia que deixarmos de profanar o nome santo de Deus e santificarmos o Seu nome (Mt 6.9) e Ele mesmo em nosso coração (1Pe 3.15); será o dia que aprendermos o significado do temor do Senhor.

Nesse dia "os que erram de espírito virão a ter entendimento". O bom testemunho do povo de Deus exercerá nos pecadores um constrangimento espiritual que os levará a uma decisão, e os murmuradores, os queixosos, os que zombam do evangelho até mesmo dentro do evangelho aceitarão a instrução. Nesse texto, o maior pecado dos murmuradores é o pecado da soberba, pois não se permitem ser ensinados. São pessoas intratáveis e não-ensináveis. Não compreendem o sentido de ser discípulo e rejeitam ser discipuladas.

Mas toda essa barreira é construída justamente pelo próprio povo de Deus, infelizmente. Desviamos nossos olhos daquilo que Deus fez e faz para olharmos para as coisas finitas e temporais feitas pelo homem. Trocamos o eterno pelo vento de doutrina. Preocupamo-nos mais com modas, métodos, estratégias e afins do que em santificar o nome de Deus entre nós.

"Assim escureceu a nossa luz diante dos homens e eles viram nossas más obras e não glorificaram ao Pai que está nos céus". (Mt 5.16 - versículo invertido).

Que dia será esse?

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson