Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

segunda-feira, 31 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0153 - REGOZIJAI-VOS SEMPRE!

 


“Regozijai-vos sempre” (1Ts 5.16).


Dentre os mandamentos da Nova Aliança, encontramos essa estranha ordenança – o imperativo de se alegrar!

Nossa cultura define alegria como resultado de uma sensação de bem estar e prazer. Mas o NT coloca a alegria como um mandamento. Como nem tudo na vida nos traz sensação de bem estar e satisfação, então nem sempre estaremos alegres, de acordo com nossa cultura, até pelo contrário, mais vezes seremos acometidos pelas tristezas. Mas, de acordo com o NT, mesmo que as coisas não nos proporcionem essa sensação, ainda assim temos a obrigação de nos alegrarmos.

Mas como podemos experimentar essa realidade cristã em um mundo tão cheio de dores e revolta?

Primeiro precisamos entender que não devemos esperar que a alegria seja fruto de algum acontecimento bom. Se o mandamento é que nos alegremos, então a alegria não é resultado e sim a causa.

A raiz da palavra “alegria” no grego bíblico é a mesma da palavra “graça”. Este é o segredo pelo qual a alegria é um agente e não uma consequência. Nós fomos alcançados pela graça de Deus. Nossa salvação não veio como uma recompensa por algo bom que tivéssemos feito, pois ainda que fizéssemos, seria desconsiderado no critério santo e perfeito de Deus.

Portanto, quando consideramos a graça que nos alcançou, tendo em vista para onde estávamos destinados (a condenação), logo percebemos por que a alegria nos acompanha a cada dia. Considere que seu destino era como um corpo que cai do alto de um precipício. Pela lei da gravidade, só o chão poderia pará-lo. Pela lei da física da queda e da velocidade, o peso do seu corpo aumenta à medida que é puxado para o chão, impossibilitando a sobrevivência no momento do impacto.

Assim estávamos em direção ao inferno. Porém, a mão de Deus interferiu nesse curso que, por mais que nos debatêssemos, jamais poderíamos mudá-lo, e nos amparou, mudando nosso destino para a glória, tudo isso por graça, somente por graça! Ao pensar nessa cena, o que mais poderia ser motivo de alegria nessa vida?

Problemas da vida, situações de doença, morte, separações, perdas de lucro, depressão, qualquer coisa das piores que sejam, poderia realmente anular nosso destino que foi alterado pelo milagre da graça de Deus? Paulo diz que não: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.35,38,39).

É assim que conseguimos cumprir o mandamento de sermos sempre alegres!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 15 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0152 - PRESERVANDO A PALAVRA DA VIDA

 


“Preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2.16).

A igreja tem muitas responsabilidades na terra enquanto portadora do evangelho. Só aqui no cap. 2 de Filipenses, Paulo elabora algumas delas.

No v. 2, ele diz que os crentes devem ter a mesma forma de pensar, o mesmo amor, devem ser parceiros de alma, não fazer as coisas por politicagem, mas sim por humildade, devem considerar os outros superiores a si mesmos, não pensar em suas próprias coisas, mas essencialmente nas do outro. No v. 12, ele roga obediência da igreja em sua ausência, ordenando que desenvolva a salvação com temor e tremor e no v. 14, manda que tudo que for feito, seja sem resmungo ou disputa.

Mas entre todas estas obrigações estava uma que era primordial para o apóstolo. Ele queria que a igreja preservasse a Palavra da Vida. Se a igreja vivesse tudo que ele havia falado antes, mas negasse a Palavra da verdade, Paulo acharia que perdeu tudo, que seu trabalho foi vão. “Preservar” significa “reter, guardar para si, segurar firmemente”. E Paulo qualifica a Palavra aqui como “palavra da vida”, isto é, a palavra que produz vida naquele que a ouve.

Suponhamos que a igreja não observe esse dever de preservar a Palavra, que é da vida, permitindo sua mistura ou diluição... o que acontecerá com os que a ouvirem? Absolutamente nada! Eles permanecerão no estado em que se encontram, mortos. A Palavra só é da vida se ela permanecer inalterada. De outra forma, ela produzirá qualquer coisa, menos vida.

Paulo apela para o Dia de Cristo, ou seja, o Dia do Juízo. Neste dia, as coisas serão colocadas no aferidor de Cristo. As igrejas locais serão julgadas pelo crivo do Senhor, se de fato proclamaram a Sua Palavra da vida, ou se adulteraram a proclamação e por qual motivo.

No entanto, Paulo não ameaça a igreja ou seus pastores. Mas ele pensa em seu próprio trabalho. Com tanto ardor, esse grande apóstolo fundou várias igrejas, sempre com a Palavra da vida, sempre com a verdade do evangelho. Mas ele pensa que no Dia de Cristo, muitas dessas igrejas que ele mesmo fundou, não passarão pelo crivo do nosso Senhor! E isto ele sente como enorme decepção! Ele chama isso de esforço inútil (trabalho copioso e vazio)!

Infelizmente aconteceu isso com uma das igrejas que Paulo fundou, a igreja de Éfeso! Vemos que obra gloriosa em At 19 a fundação dessa igreja. Lemos a carta mais teológica de toda a Bíblia, escrita por esse apóstolo a essa igreja tão virtuosa. Mas em Apocalipse, cerca de 40 anos depois de sua fundação, Jesus repreende a igreja de Éfeso, dizendo que se não se arrependesse, Ele apagaria a sua lâmpada (Ap 2.5). Isso aconteceu gradativamente. No séc. V, um surto de malária declinou a cidade; no séc. VII, os turcos arrasaram os moradores dali; e finalmente, no início do séc. XV, ela foi totalmente destruída!

Cada igreja atualmente deveria repensar o que está fazendo com a Palavra da vida, se a está diluindo ou se a está preservando!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 14 de julho de 2023

SOBRE SALVAÇÃO DE CRIANÇAS - PARTE 02

 


Se quiser ler a primeira parte, clique aqui.

Quando falamos sobre salvação de crianças, temos algumas posições quanto a isso (estamos tratando aqui de pessoas que morrem na sua infância): uma que diz que todas as crianças são salvas; outra que diz que somente as crianças filhas de crentes é que são salvas e outra que afirma que somente as crianças eleitas são salvas. Não há nenhuma teologia cristã que afirme que todas as crianças são condenadas.

A esmagadora maioria dos arminianos crê que todas as crianças são salvas. A maioria esmagadora dos calvinistas crê que somente as crianças filhas de crentes são salvas. Há alguns calvinistas que creem como os arminianos, que todas as pessoas que morrem na infância são salvas, pois, segundo eles, é um sinal de eleição, a morte na infância. Eu sou do grupo que crê que somente as crianças eleitas são salvas, independente se são ou não filhas de crentes. Eu nego que morte na infância é sinal de eleição. Nego também que todas as pessoas que morrem na infância são salvas. Também nego que todos os filhos de crentes sejam salvos só porque são filhos de crentes.

Contra a teoria arminiana e de alguns calvinistas que acham que se morrer na infância significa salvação, eu me oponho, dizendo que isso torna a infância um mérito salvífico. Reduzindo este pensamento ao absurdo – reductio ad absurdum – assassinar crianças seria um método eficaz de salvá-las. Seria preferível matá-las para garantir sua salvação, a deixá-las crescer e correr o risco de se perderem eternamente! É óbvio que isso é o maior absurdo. Por outro lado, me estranha muito notar que alguns calvinistas têm esse pensamento meritório como os arminianos, de que se morrer na infância é uma prova da eleição. Apenas se trocaram os termos. Para os arminianos, tais crianças não têm pecado (ou, na melhor das hipóteses, não praticaram algum pecado) e para esses calvinistas? A infância é mérito? Prova da sua eleição? Para mim, isso é apenas trocar termos, mas o sentido meritório permanece, o que é antibíblico.

Filhos de crentes que morrem na infância são salvos? Repito: só se forem eleitos. Não tem essa de representação dos pais. Nosso representante ou é Adão ou Cristo. Você não pode incluir seu filho na aliança. Isaque teve dois filhos, ambos foram circuncidados, isto é, estavam fisicamente envolvidos na aliança, mas Deus já havia decidido rejeitar Esaú e nada havia que Isaque pudesse fazer a respeito. Seu filho só será salvo se Deus o eleger para a salvação, caso contrário, é representado por Adão e se não for representado por Cristo, é condenado. Cristãos pedobatistas podem até batizar seus filhos, mas se iludem a respeito de sua salvação, caso morram na infância. Podem ter sido salvos ou não. Se Deus as elegeu sim, caso contrário, o batismo não as salvará.

Eu creio na eleição incondicional. Ela é bíblica, pois não fomos salvos por nada absolutamente que se ache em nós e sim, unicamente, no beneplácito de Deus (Ef 1.5,9,11)! Paulo diz que “Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo” (Ef 2.4,5). Veja a causa: “por causa do grande amor com que nos amou”. Não é porque Ele tenha visto fé antecipada em nós. Caso fosse isso, teria sido um mérito antecipado. Dizem os arminianos que fé não é mérito. Mas se ela vem do homem e por isso é retribuída com a salvação, então é mérito sim. Mas se ela é um dom de Deus, como a Bíblia afirma (Ef 2.8; Fp 1.29), então Ele dá a quem Ele quiser e isto não é mérito e sim um ato de Sua bondade. Inclusive, Paulo diz que a fé não é de todos (2Ts 3.2).

Sendo assim, se a eleição é incondicional e não depende da fé, antes, depende da misericórdia de Deus, que Ele disse que dá a quem quer (Rm 9.18), então, crianças só serão salvas se forem alvo da eleição incondicional divina. O argumento “imagine se Deus seria tão mau, a ponto de jogar crianças inocentes no inferno” é emocionalista e antibíblico. Primeiro, porque o fato de Deus jogar alguém no inferno não é ato de maldade e sim de justiça. Quantos pecaram? Poucos? Alguns? Muitos? A Bíblia diz que foram TODOS (Rm 3.23)! Todos estão fora da glória de Deus, inclusive crianças. Portanto não há inocentes neste mundo. Crianças são tão afastadas da glória de Deus quanto qualquer adulto. Só é restaurado à glória de Deus aquele a quem Deus quiser restaurar. Isso é ato de bondade. Os que Deus não quiser restaurar e sim condenar, isso é ato de justiça e não de maldade. A questão emocional não está em pauta aqui. Não adianta os defensores da salvação universal infantil quererem mover o sentimentalismo de pais e mães que perderam filhos na infância contra a doutrina da depravação total. Todo ser humano já nasce em pecado (Sl 51.5) e devemos estranhar não que Deus venha condená-lo, mas sim, caso Deus o salve. No caso de crianças, ainda paira um mistério, pois não sabemos quais delas foram escolhidas para a salvação. Só saberemos quando lá chegarmos. Adultos também, mas estes, pelo menos mostram algum fruto durante sua vida.

Algumas crianças, no ventre de sua mãe, foram escolhidas por Deus, como Jeremias (Jr 1.5 – “conhecer” aqui não é saber quem é e sim ter um relacionamento íntimo); João Batista (Lc 1.39-45), que foi cheio do Espírito Santo, ele e sua mãe, ao receber a visita de Maria que estava grávida do embrião de Jesus; e Paulo, que foi chamado por Deus desde o ventre de sua mãe (Gl 1.15,16). Mas também temos o exemplo de uma criança que foi rejeitada por Deus desde o ventre de sua mãe também, como é o caso de Esaú (Ml 1.2,3; Rm 9.10-13). As pessoas ficam enraivecidas com esse texto e querem trazer outra explicação diferente da que Paulo dá. Já disseram que a palavra “aborrecer” ou “rejeitar” significa “amar menos”, mas isso em Deus não seria acepção? Deus amou menos a ponto de quê? O texto deixa claro que foi a ponto de rejeitar. Amou menos a ponto de não salvá-lo? Que amor é esse? A ACF diz que Deus “odiou” Esaú. E Paulo diz que isso (Deus amar um e odiar o outro) aconteceu antes de eles nascerem ou sequer de praticarem o bem ou o mal. Isto é, não foi o bem que Jacó fez (Jacó fez algum bem?) que levou Deus a escolhê-lo nem foi o mal que Esaú fez (Jacó era tão mau quanto seu irmão) que levou Deus a rejeitá-lo e sim, diz Paulo, “para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama” (Rm 9.11). Outra coisa, Paulo não diz que Deus amou um rejeitou o outro porque sabia que um deles ia fazer o bem e o outro o mal, até porque nenhum dos dois fez o bem, mas Paulo diz que foi por causa da eleição! “Ah, mas Esaú era fornicário e profano” (Hb 12.16). Muito bem. Mas ele foi rejeitado por Deus porque era fornicário e profano, ou se tornou um fornicário e profano porque já havia sido rejeitado por Deus? Jacó também foi profano, pois aceitou participar do engodo de sua mãe contra seu pai, velho e cego. Mas Deus o havia escolhido antes de fazer o bem ou o mal. Portanto, chegaria o momento em que Deus trocaria o coração deste profano em um coração convertido, não porque Jacó tenha feito algo bom, mas porque Deus já o havia escolhido.

Se, por condenar crianças, Deus for injusto, e na Bíblia há pelo menos um caso de criança rejeitada por Deus desde o ventre, mesmo se fosse um caso isolado, então Ele já seria injusto em um só caso. Mas eu nego que Deus seja injusto e afirmo que Esaú foi rejeitado antes de nascer. Deus disse que Ele Se compadece de quem Ele quer e endurece a quem Ele quer (Rm 9.18). Tudo que Deus faz é bom. Portanto, não importa o que as pessoas acham. Deus não pede a opinião de ninguém. Ele ama a quem Ele quiser e odeia a quem Ele quiser. Se alguém fica horrorizado com isso ou não, é irrelevante. Não adianta tentar blasfemar e culpar Deus de maldade, pois o ódio de Deus é tão santo quanto Seu amor. Deus odeia alguém sem com isso pecar. Deus não é como nós, que somos movidos por pecado quando odiamos. Deus odeia de forma santa e ama de forma santa. Então, quando Deus ama alguém, isso é bom, porque quem está amando é Deus. E quando Deus odeia alguém, isso é bom, porque quem está odiando é Deus. Ele nada faz errado e tudo que Ele faz está de acordo com Sua santidade, prazer e vontade.

Ou você pensa que as crianças condenadas no Egito pela décima praga foram todas salvas? Agora vem com aquela ideia “ah, mas tem que ver se elas já estavam na fase de consciência”! Então você é adepto da teoria de John Locke? Que as pessoas não têm pecado, são tábulas rasas, exceto quando são contaminadas pela sociedade? Por que você acha que um homem já adulto não mantém sua consciência pura? Paulo diz que ele olha para a criação e sabe que Deus existe, mas seu pecado, sua injustiça, abafa o grito de sua consciência e assim, ele não dá glória a Deus (Rm 1.21). Davi disse que nasce o ímpio e já se desencaminha (Sl 58.3). Não tem essa de inocência. A criança pode ser ingênua, mas não inocente.

Deus faz vasos para condenação e para salvação. E Ele faz do mesmo barro. Não diz que é do barro mau. Veja que até mesmo os eleitos nascem debaixo da ira de Deus (Ef 2.3). Ou seja, Deus faz com que todos nasçam debaixo do pecado, para então, usar de misericórdia para com os Seus escolhidos. Deus colocou Adão como representante de todos os que nascem fisicamente e colocou Cristo como representante de todos os que nascem espiritualmente. Se os que nascem fisicamente estão espiritualmente mortos, logo, Ele ressuscita a quem quer (Jo 5.21). Por isso é necessário nascer de novo (Jo 3.3), caso contrário, ficará fora do reino de Deus.

Sendo assim, pessoas que morrem na infância só serão salvas se forem eleitas de Deus. Desde que foram geradas em sua mãe, naturalmente são representadas por Adão e, portanto, filhas da morte. Mas se aprouver a Deus que Cristo as represente, então elas serão salvas, sem mérito algum, nem por obra alguma, mas única e exclusivamente pela graça de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 13 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0151 - MOISÉS E A COMUNHÃO COM DEUS

 


“Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Rogo-te que me mostres a tua glória. Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR” (Êx 33.15,18,19).


Em um grande momento de intimidade com o Senhor, Moisés ousa pedir a Deus algumas coisas bem profundas, nem mesmo disponíveis para sua época. Por causa da idolatria do povo com o bezerro de ouro, Deus havia prometido que Seu Anjo iria com o povo, mas Ele mesmo apenas vingaria o povo de seu pecado (32.34).

Contudo, Moisés sabia que Deus o amava, que Deus o conhecia pelo nome, isto é, Deus tinha prazer em ter um relacionamento íntimo com Moisés (33.12), por isso Lhe roga que Sua santa presença vá com eles, guiando-os pelo deserto! E Deus diz: “A minha presença irá contigo, e Eu te darei descanso” (33.14)! Mas Moisés quer mais... ele quer contemplar a glória do Senhor (v. 18)! E Deus lhe promete que sim, fará passar diante de Moisés toda Sua bondade e lhe proclamará Seu nome!

Isso acontece nesse momento de profunda intimidade e comunhão com Deus. No final do cap. 33, Deus mandou que Moisés ficasse entre as fendas de uma rocha, enquanto o Senhor cobria com a mão até que passasse e então Moisés O veria pelas costas (33.21-23). Era exatamente assim que o povo via Moisés. “Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Quando Moisés saía para a tenda, fora, todo o povo se erguia, cada um em pé à porta da sua tenda, e olhavam pelas costas, até entrar ele na tenda” (33.7,8). Agora era assim que Moisés veria a Deus...

A revelação prometida se cumpre no cap. 34.6-8: “E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade. E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou”. Eis aqui vários nomes com os quais Deus Se revela a Moisés. O Senhor da Aliança, Deus Fiel, o Deus da compaixão, da misericórdia e benignidade...

Ficamos impressionados com as costas de Deus, mas não percebemos que Deus Se revelou em Seu nome? Ficamos admirados com a teofania, a manifestação visível de Deus e nos esquecemos que antes de mostrar Seu nome, Sua personalidade a Moisés, Deus lhe mostrou Suas leis? Nelas é que encontramos o caráter de Deus e é Seu caráter que deve nos levar a adorá-lO! Foi isto que fez Moisés – O adorou (v. 8). Quanto mais dEle conhecermos, mais O adoraremos!

Moisés permaneceu ali 40 dias e quando desceu, seu rosto brilhava (34.28-35). Este é o resultado de quem anda em comunhão com Deus. A luz divina passa a brilhar em seu rosto. Não são nossas trevas que vão escurecer a Deus, mas Sua luz que brilhará em nós.

O brilho dele desvaneceu, pois pertencia ao antigo pacto. E nós, temos desenvolvido uma comunhão tão profunda, a ponto de conhecermos o nome do Senhor, de ficarmos tanto com Ele que Sua luz passe para nosso rosto? Lembre-se: a glória da nova aliança é permanente e, por ela, somos transformados à imagem de Cristo de glória em glória (2Co 3.18).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 12 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0150 - QUEM É ESTE?

 


“E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8.27).

“E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és o Filho de Deus!” (Mt 14.33).


No Evangelho de Mateus, em duas referências, encontramos Jesus Se deparando com episódios semelhantes: a fúria das águas numa terrível tempestade e ventos bravios (Mt 8.23-27; 14.22-33).

Na primeira, Ele Se revelava homem – dormia; na segunda, Ele Se revelava Deus – andava sobre as águas! Na primeira, os discípulos recorreram a Ele para que acalmasse a tempestade; na segunda, os discípulos tiveram medo dEle, pois O confundiram com um fantasma! Na primeira e na segunda, Ele repreende os discípulos e a Pedro por sua pequena fé! Na primeira, Ele repreende o mar e os ventos e eles se acalmam; na segunda, Ele apenas sobe no barco e tudo se faz bonança! Na primeira, os discípulos ficam pasmos e fazem uma pergunta; na segunda, adoram e fazem uma afirmação!

“Quem é este?” foi a pergunta feita na primeira ocasião (Mt 8.27). O tempo que os discípulos haviam estado com Jesus, até então não lhes proporcionara confiança suficiente; eles ainda estavam em fase de conhecimento acerca da Pessoa de Cristo. Mas, tendo andado mais com Ele, participado mais de Sua vida e ministério, vivenciado novas e grandes experiências com o Senhor, na segunda ocasião, eles não perguntaram. Eles afirmaram e professaram: “Verdadeiramente és o Filho de Deus!” (Mt 14.33). Eles trocaram a pergunta pela afirmação, a dúvida pela certeza!

O conhecimento acerca de Cristo, quando aplicado de forma vivencial, leva-nos a ter uma comunhão profunda e a um relacionamento de adoração. Infelizmente, muitos de nós vivemos nas igrejas, ouvindo falar de Cristo, sabendo acerca dEle, cantando a Ele, convivendo com discípulos dEle, entretanto, não desenvolvemos um conhecimento verdadeiro que nos leva a adorá-lO!

Jesus disse à mulher samaritana que eles adoravam o que não conheciam (Jo 4.22). Será que nós também dizemos que adoramos a Cristo sem, no entanto, conhecê-lO verdadeiramente? Estamos perante Ele com a pergunta, ou com a afirmação? Queremos saber “quem é este?”, ou já O declaramos como verdadeiro Filho de Deus a Quem adoramos? Assim também foi com Tomé, que antes duvidava, tinha interrogações. Mas quando viu Jesus ressuscitado, teve convicção e exclamou: “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 11 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0149 - RIQUEZA E PROSPERIDADE

 


“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida” (1Tm 6.17-19).


Com o advento da famigerada “teologia” da prosperidade, dois extremos se estabeleceram nas igrejas atualmente. O primeiro extremo, propagado por esse ensinamento, pendeu para o lado da riqueza como uma recompensa de Deus para aqueles que “semeiam” suas ofertas de sacrifício, doando tudo aquilo que têm, e Deus, vendo sua fidelidade, lhes retribui cem vezes mais.

Por outro lado, tentando combater este falso ensino, o segundo extremo pendeu para o lado de neutralizar as promessas bíblicas para os contribuintes da obra de Deus. Afirmam que nada vai lhes acontecer, que Deus não tem promessas para quem dá dízimo ou oferta, que essas contribuições são apenas para encher bolso de pastor, etc. Mas precisamos fazer algumas distinções.

Primeira distinção é que prosperidade e riqueza são duas coisas diferentes. Embora a riqueza seja um tipo de prosperidade entre outros, a prosperidade não se reduz à riqueza. Prosperidade é algo geral e riqueza é algo particular. Assim como no cardápio alimentar, arroz é comida, mas nem toda comida é arroz. Comida é geral e arroz é particular. Quando distinguimos entre esses dois termos passamos a entender melhor o conceito e a relação do crente com eles.

A riqueza é um dom de Deus (Ec 5.19), Ele concede a quem Ele quer. Se fosse para todos, não haveria pobres, mas, como lemos, os pobres sempre temos conosco (Dt 15.11; Jo 12.8). A prosperidade é algo mais que a riqueza. É um bem estar, uma paz interior, um sossego satisfeito, um contentamento naquele que nos supre em tudo além do material. Um rico pode estar em tormenta, mas um próspero sempre estará em paz. Um rico não sabe o que fazer se perder a riqueza, mas o próspero não perde nada, mesmo perdendo tudo. O rico será outra pessoa se ficar pobre, o próspero sempre será o mesmo, tendo muito ou nada. O que o rico possui está fora dele, o que o próspero possui está dentro.

Portanto, o mandamento de Paulo para que Timóteo ensine aos ricos materiais da igreja é que eles sejam prósperos e não apenas ricos. Não se orgulhem do dinheiro que têm, pois é dom de Deus. Não confiem na incerteza das riquezas, pois assim elas se tornam Mamom. Que sejam generosos em dar e prontos a repartir – as riquezas não são suas, mas de Deus, portanto, usem-nas para servir e não sejam usados por elas. Suas boas obras devem ser tão ricas quanto seus bens. Que acumulem verdadeiro tesouro, que é a vida eterna, “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”, disse nosso Senhor (Mt 6.21).

Não caminhe para os dois extremos que existem em nossos dias, mas esteja dentro daquilo que diz a Palavra de Deus para nosso proveito!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0148 - A LAVOURA DOS ÍMPIOS É PECADO

 


“Os olhos altivos, o coração orgulhoso e a lavoura dos ímpios é pecado” (Pv 21.4).


O livro de Provérbios faz afirmações inacreditáveis e praticamente inaceitáveis sobre a pessoa do ímpio. Nossa geração não suporta algumas falas do sábio. Nem mesmo crentes conseguem conviver com a realidade nua e crua que Salomão traz em seu escrito inspirado e, para não negar a inspiração, na melhor das hipóteses, tentam dar um outro sentido quando leem essas declarações importunas, que na realidade incomodam nossa geração frouxa e mole.

Um exemplo disso é quando ele diz que Deus fez todas as coisas para seus determinados fins, até o ímpio para o dia do mal (16.4). Os crentes ficam abismados com tal asseveração e inventam dezenas de sentidos diferentes, dizendo que não foi isso o que Salomão quis dizer. Tentando adequar a Bíblia à sua compreensão anêmica, acabam por ficar em maus lençóis, pois praticam uma heresia, atribuindo um significado que a Bíblia jamais afirmou. Enfim, dizem o que a Bíblia não diz e negam o que ela diz.

Outra coisa que diz em Provérbios é que Deus abomina a oração do ímpio, ainda que acompanhada de sacrifícios (15.8). Mais uma vez essa geração moleirona não suporta isso. Inventa outro significado completamente estranho ao que o versículo diz com clareza, afirmam que este sentido estranho e incompreensível é que é o verdadeiro e não aquele sentido claro que está ali escrito.

O mesmo acontece com este versículo que lemos, que diz que até a lavoura dos ímpios é pecado. Muitas versões traduziram por “lâmpada”, porque a palavra hebraica não tem diferença na escrita entre “lâmpada” e “solo novo”, apenas na pronúncia. “Lâmpada” no hebraico é ner e “lavoura” é nir. Mas por que razão até a lavoura dos ímpios seria pecado contra Deus?

O fato de o ímpio lavrar a terra que é de Deus, plantar a semente de Deus, ver a operação de Deus na sua plantação, como envio da chuva, orvalho, sol, crescimento da planta, produção do fruto, etc. e continuar ímpio, em rebelião contra Deus não é um pecado simples. Ele usa tudo de Deus contra Deus! Ele se beneficia das coisas de Deus em franca oposição a Deus. Ou negando Sua existência, ou blasfemando dEle, ou rejeitando Sua mensagem, enfim, várias são as maneiras de expressar seu pecado contra Deus. O versículo diz que seus olhos são altivos e seu coração orgulhoso. Por certo, ele quer dizer que o ímpio atribui todas as benesses de sua lavoura a si mesmo, quando na verdade, utilizou-se de tudo que pertence a Deus e no fim Lhe roubou a glória!

Nossa geração de crentes medrosos deveria saber que é dessa forma sim, que a Bíblia descreve os ímpios. Eles não têm nada de Deus, a não ser o que lhes resta de Sua santa imagem. Apenas desfrutam do que é dEle, mas todas essas bênçãos lhes serão como um laço, que no fim, puxará os ímpios à perdição para a qual, de acordo com 16.4, eles já foram feitos para isso mesmo.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 9 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0147 - COMO TRATAR UM HEREGE

 


Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada” (Tt 3.10,11).


A característica mais predominante nos relacionamentos dos nossos dias é o que se chama de “politicamente correto”, ou seja, o estilo de falar que não ofende, o estilo de conviver com as diferenças, independente de quais sejam. Obviamente que o cristão não deve ser alguém grosseiro e estúpido, além do que deve saber de fato conviver com as diferenças.

Contudo, entre os que se declaram cristãos, deve haver uma única norma que os rege. E esta norma, sem dúvida alguma deve ser a Palavra de Deus. Viver fora da regência da Escritura e dizer que é cristão é um disparate que não deve ser aceito em nome da conveniência. Paulo avisava aos coríntios que não se associassem com os impuros (1Co 5.9). Mas ele explica no próximo versículo que não estava se referindo aos impuros mundanos, senão os crentes teriam que sair do mundo. Mas era pra não se associar com os que, dizendo-se cristãos, se comportassem como impuros (v. 11).

Escrevendo a Tito, Paulo diz a mesma coisa, porém com relação aos falsos mestres. O homem faccioso que diz aqui, no grego é literalmente “herético”. O procedimento de um pastor para com um herege é adverti-lo uma ou duas vezes, depois disso evitá-lo (o significado do termo no grego é “rejeitar, recusar, destratar, depreciar”).

Porém, em nome da paz, a verdade é sacrificada. Lutero dizia: “A paz, se possível; a verdade, a qualquer preço”. O autor aos Hebreus diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14), ou seja, a santificação não deve ser sacrificada em nome da paz. Ele não diz “sem as quais”, mas diz no singular, “sem a qual”, referindo-se à última virtude de que tinha falado, a saber, a santificação.

Quando a paz compromete a verdade, devemos ficar com a verdade. Esse tipo de paz que sucumbe a verdade não é paz verdadeiramente cristã. A paz cristã de verdade às vezes traz espada (Mt 10.34).

A ordem de Paulo a Tito é que não faça paz com herege. Tito devia saber e os pastores de hoje também, que o herege já está pervertido, ou seja, desviado e, de acordo com este versículo, está por si mesmo condenado.

O problema é deixar essa pessoa em paz, pois quando se deixa um herege em paz, ele corrompe outros e no fim gera facção, isto é, partidarismo, divisão e seita! Será este o papel de um pastor? Deixar o rebanho do Senhor nas mãos de um homem pervertido, vendo as ovelhas se corrompendo juntamente com ele e não fazer nada? De modo nenhum. A função é advertir seriamente o sujeito e, não havendo sucesso, rejeitá-lo. Devemos guardar o rebanho e não o herege, ele já está condenado.

Que o Senhor nos dê pastores segundo o Seu coração, que apascente com conhecimento e inteligência (Jr 3.15). Que sejam corajosos para espantar os destruidores e ladrões do rebanho e não covardes que em nome de uma suposta paz se calam diante da destruição das ovelhas de Jesus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0146 - O SAL NÃO PURIFICA, JESUS SIM!

 


“Pelo que, ainda que te laves com salitre, e uses muito sabão, a mancha da tua iniquidade está diante de mim, diz o Senhor Deus” (Jr 2.22).


Desde a antiguidade, muitos povos usavam o sal (salitre) não só para cozinhar, mas também como uma ferramenta para se livrar do mal. Mal esse que traz inquietações, conflitos, dúvidas, incertezas, culpas etc. e coloca as pessoas em um estado deprimente diante de Deus. Assim, utilizavam o sal, crendo numa limpeza da alma e dos pecados, seja de uma pessoa, família ou povo.

Diante dos erros cometidos e explicitados por Deus, o povo de Israel já tinha tentado de tudo para se limpar. Eles até usaram o sal para limpar seus pecados. Queriam se livrar da culpa e mais, queriam mostrar pra Deus que estavam limpos.

Um fato importante é que não há limpeza de pecado fora da presença de Deus. Foi o próprio Deus Quem sempre proporcionou meios para o homem se tornar limpo diante dEle, assim mostrando para a humanidade que o ser humano jamais vai conseguir se limpar sem que Deus proporcione o meio (1Jo 4.10).

Hoje existem pessoas e religiões no mesmo anseio, buscando utilizar o sal para se limpar. Tomam banho de sal, jogam sal na entrada da porta, colocam-no em saquinhos, deixando atrás de portas, etc. Associado a isso, acredita-se que o sal também tem poder para expelir coisas más que possam vir.

Passam os tempos e a humanidade continua ignorando a Palavra de Deus. Nela encontramos que somente através de Jesus Cristo é possível obter o perdão dos pecados (1Jo 1.9). Ele sim, e pela Sua entrega na cruz, torna o homem livre da culpa. Somente através dEle alcançamos o arrependimento genuíno e obtemos a verdadeira paz.

O sal e nenhum outro objeto ou prática, jamais limpou os pecados de ninguém, até mesmo no passado (Hb 10.4). O que temos é a morte de um inocente animal e o derramar do seu sangue, mas isso era apenas um sinal de como a humanidade um dia se veria livre do pecado. Assim, Jesus é o único que nos perdoa os pecados e nos livra de todo o mal (Hb 9.28; 1Jo 1.9). Seja livre de qualquer condenação através somente de Jesus Cristo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 7 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0145 - A PERGUNTA DE DEUS A JÓ

 


“Depois disto, o SENHOR, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular?” (Jó 38.1,4,6).


O livro de Jó é um enigma até os nossos dias. Não tanto para nós, que sabemos de toda a trama do que aconteceu entre Deus e Satanás e de como Deus entregou Jó na mão de Satanás (exceto sua vida) para prová-lo. Mas Jó não sabia de nada disso e, ao que parece, morreu sem saber.

De todos os questionamentos de Jó, no percurso de sua provação, Deus não lhe responde absolutamente nenhum! Ao contrário, o Senhor lhe aparece no meio de um redemoinho e lhe faz perguntas. Jó fazia perguntas de suas obras para Deus; e Deus faz perguntas de Suas obras para Jó. O problema é que Jó não sabia responder nem suas questões, muito menos as de Deus!

Várias perguntas de Deus calaram Jó. Mas esta do v. 6 foi cristológica! Sobre que estão fundadas as bases da terra? Estão fundadas em Cristo! Sim, Ele é o Redentor que Jó sabia que vive e que por fim Se levantaria sobre a terra (Jó 19.25)! Mas Jó não sabia que Ele é eterno, que Ele é o Verbo e estava com Deus e o Verbo era Deus (Jo 1.1). Jó não sabia que todas as coisas foram feitas por intermédio dEle e sem Ele nada do que foi feito se fez (Jo 1.3).

Já para o autor aos Hebreus, a ele foi revelado esse mistério. Ele diz: “nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.2,3). O termo grego é charaktēr, isto é, um instrumento usado para gravar sua imagem, uma impressão, como de um anel em uma porção de cera, por exemplo, que os reis usavam para selar uma correspondência. Jesus é a expressa imagem do ser de Deus. É a visibilidade do Deus invisível. Por Ele, não somente Deus fez o universo, como também sustenta por Ele tudo que foi criado. Jesus é a Pedra Angular de Deus!

Aos apóstolos também isto foi revelado. Paulo dizia aos efésios: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.20). E Pedro dizia aos cristãos de sua época: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1Pe 2.4). Jesus é a Pedra, não somente de fundamento da igreja, mas de fundamento de todas as coisas!

Jó descobriu que a grandeza de Cristo era maior em importância do que seu inexplicável sofrimento. Morreu satisfeito em saber que antes só conhecia Deus de ouvir falar, mas agora O contemplava de perto (Jó 42.5). Quando conhecemos a Deus apenas de ouvir falar, ficamos presos às coisas daqui; mas quando O contemplamos e temos experiência com Ele, tudo aqui fenece e somente Ele importa! Soli Deo Gloria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 6 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0144 - FERIR A ROCHA, FALAR À ROCHA

 


“Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água para que o povo possa beber. Assim, pois fez Moisés à vista dos anciãos de Israel” (Êx 17.6).

“Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas. Assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais” (Nm 20.8).


Conhecemos o triste episódio da proibição divina que Moisés não entrasse na terra prometida por não ter obedecido a Deus na ordem para falar à rocha e não feri-la. Sabemos também que ele reagiu daquela forma por causa da murmuração constante do povo de Israel. Entretanto, temos aqui uma curiosidade.

No primeiro texto, o Senhor ordena que Moisés fira a rocha; no segundo, que ele apenas fale a ela. Das duas maneiras, ela verteria água para o povo. Como sabemos, em ambos os casos, Moisés feriu a rocha. Não sabemos se foi o ímpeto de sua ira contra o povo que o fez agir de modo desobediente, ou se foi realmente por desconsiderar os detalhes da ordem divina. O que sabemos é que Moisés não cumpriu a ordem do Senhor como lhe fora dada.

Moisés não era ignorante quanto ao fato de Deus ser detalhista. Pois Deus já lhe havia dado as instruções de como construir o tabernáculo em detalhes e a ordem foi: “Olha, faze conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb 8.5). Portanto, Moisés sabia que Deus era detalhista. A ordem de ferir a rocha foi dada antes de construir o tabernáculo; a ordem de falar à rocha foi bem depois, na época da morte de Miriã e Arão, próximo da morte do próprio Moisés.

A lição é que não podemos ser deliberados quanto às ordens divinas. As coisas não são do nosso jeito. Se elas têm diferença, Deus sabe por quê. A nós cumpre obedecer e não opinar. Sabemos que Moisés, representando a lei, não podia fazer entrar o povo, pois figurava a impossibilidade da lei de salvar. Mas Josué, cujo nome é o mesmo de Jesus, esse sim, tipificava o Salvador e o fato de fazer o povo entrar, representava a salvação pela graça e não pela lei.

No entanto, a lição permanece. As ordens divinas devem ser cumpridas e não adequadas. Não estamos aqui para “melhorar” as determinações de Deus e sim apenas para obedecer. Futuramente, Paulo diria que a rocha era Cristo (1Co 10.4). Mas o próprio Moisés já havia reconhecido isso depois de sua desobediência ter-lhe custado um alto preço. Ele disse: “Ele é a Rocha; suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus é fiel e sem iniquidade; justo e reto é ele” (Dt 32.4).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0143 - O CORDEIRO DE DEUS

 


“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).


Na Antiga Aliança, os pecadores levavam um cordeiro para Deus, para efetuarem seu sacrifício como oferta e assim teriam seus pecados perdoados. Eles deviam reconhecer que quando levavam aquele animal, estavam, na verdade, levando um inocente que morreria em lugar do culpado. Uma vez que o salário do pecado é a morte, quem deveria morrer era o pecador. No entanto, Deus doava Seu perdão para o pecador, mas a justiça de Deus precisava ser executada. Se não fosse no pecador, tinha que ser em algum substituto.

Por isso morria um cordeiro, para substituir o pecador na execução de sua pena de morte. Ao olhar para aquela cena cruenta, o ofertante deveria pensar seriamente sobre seu pecado e sobre aquele inocente animal que morria em seu lugar. Ele devia pensar que tudo aquilo, todo aquele esquartejamento do animal, deveria estar acontecendo com ele e não com o cordeiro que nada tinha a ver com seu pecado. Isto o levaria ao constrangimento e ao arrependimento e Deus o perdoaria.

Mas quando vem Jesus, não é mais o homem que oferece um cordeiro para Deus. Agora, pelo contrário, Deus é quem oferece Seu único Cordeiro ao homem! Não é mais o cordeiro dos homens, mas o Cordeiro de Deus! Deus mostra com isso que os sacrifícios dos homens não eram perfeitos nem suficientes. Mas o que é perfeito e suficiente é o sacrifício que Deus oferece e não o que os homens ofereciam!

Os judeus pensavam que somente eles, como nação, tinham o privilégio de receber as bênçãos de Deus no que diz respeito à salvação. Porém, João diz que o Cordeiro de Deus tira o pecado “do mundo”, dizendo com este termo que a oferta de Deus não estava mais restrita somente aos judeus, mas se estendia a todas as nações da terra. Antes eram vários sacrifícios para um só pecador, agora é apenas um sacrifício para vários pecadores!

Nossos pecados não precisam mais ser apresentados a Deus por meio de algo que nós providenciamos. Eles são redimidos por meio daquilo que Deus mesmo providenciou. Antes, as mãos dos ofertantes estavam cheias de suas ofertas; agora nossas mãos estão vazias. Deus que veio com as mãos cheias de Seu único Filho; nossas mãos vazias agora devem estar abertas para recebê-lo!

“A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (v. 12). Antes Deus recebia sacrifícios, agora nós é que devemos receber o sacrifício de Deus pela fé. Esse é o segredo da salvação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 4 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0142 - PEDRO, TU ME AMAS?

 


“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21.15).


Uma das coisas que deixam o ser humano mais decepcionado consigo mesmo é a negação de uma verdadeira amizade. Não é fácil construir uma amizade que seja verdadeira e, mantê-la para que seja duradoura, parece ser ainda mais difícil.

Quando se trata da fé cristã, do amor que temos por Jesus, é algo ainda mais desafiador para nós, porque o amor exigido a Deus é que seja o maior de todos, o mais esforçado de todos. O maior mandamento é que devemos amar a Deus de todo nosso coração, alma, entendimento e forças (Dt 6.5; Mc 12.30).

O fato é que não amamos a Deus desta forma. Admitimos de pronto que nosso amor por Ele precisa melhorar a cada dia. Porém, algo muito sério pode nos ocorrer quando não sustentamos nosso amor por Jesus: podemos como Pedro, negá-lo! A questão é muito séria, porque Pedro não negou a Jesus premeditadamente. Ele imaginava que poderia sustentar seu amor por Cristo e, apesar de avisado que não podia, protestou e, no fim das contas, negou!

O desespero tomou conta do coração daquele homem, pois viu que ele não era quem queria ser! Não é que ele não queria, mas que ele não podia... talvez a maior decepção seja com nós mesmos, pois descobrimos que não somos o que gostaríamos de ser porque não temos poder para ser...

Um homem desiludido e autodecepcionado busca apenas afastar-se. E foi o que Pedro fez. Ele disse: “Vou pescar” (v. 3). Na mente dele, ele já havia traído seu Amigo, não havia mais esperança, teria de viver com essa decepção de si. Mas Jesus não desiste. Ele vai atrás do homem decepcionado. E a conversa de Jesus com ele não é de cobrança, de censura, mas de um amor insuperável! “Simão, tu me amas”? Um novo desafio surge diante de Pedro: já não posso garantir que meu amor por Ele seja inabalável! Mas não é isso que Jesus quer saber. Ele apenas quer que Pedro diga que O ama!

Voltando a confessar seu amor por Cristo, ainda que balbuciado e trôpego, Pedro podia ser restaurado, podia superar sua negação e sua decepção. Como se Cristo dissesse: “Eu sei, meu rapaz, que seu amor é frágil e pequenino, mas não Me importa isso. Apenas Me importa que você esteja de volta” e vem a palavra-chave: “Apascenta os Meus cordeiros... Eu te quero aqui e não lá”!

Talvez seja essa sua experiência, tão ruim quanto a de Pedro, de se garantir em uma postura que não estava em seu poder e, no fim das contas, você se decepcionou tanto consigo mesmo, como imagina que decepcionou a Deus! Mas não é com sua negação que Cristo Se importa. Agora que você viu que não pode se garantir, deixe que Ele te garanta! Apenas balbucie, apenas sussurre aos ouvidos dEle que você O ama... Ele sabe o que isso significa!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 3 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0141 - MÃOS CANSADAS E JOELHOS DESCONJUNTADOS

 


“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado” (Hb 12.12,13).


Se tem uma advertência na Bíblia que não permite frouxidão é a advertência contra o desânimo e a desistência. Sempre vemos recomendações como as que foram feitas a Josué, Gideão, Ezequiel, Elias e muitos outros personagens bíblicos dizendo coisas como “sê forte e corajoso”, “levanta-te, tem bom ânimo”, “não temas, sou contigo”, etc.

Por outro lado, encontramos também uma condenável falta de companheirismo entre os crentes, pois mesmo que vejam muitos de seus irmãos cansados, raramente se põem ao lado para ajudar em sua caminhada.

Esse texto nos faz lembrar de Moisés, que ficou no monte intercedendo pelo exército de Israel, comandado por Josué. Enquanto suas mãos ficavam estendidas, Josué obtinha vitória naquela guerra contra os amalequitas. Entretanto, quando as mãos de Moisés se cansavam e abaixavam, Israel perdia a guerra. O relato nos informa que o irmão e o cunhado de Moisés estavam com ele e seguravam suas mãos, um de cada lado, para que a vitória fosse concedida plenamente a Israel (Êx 17.8-16).

Ainda que o Senhor requeira de nós que essa postura seja individual, todavia, não podemos desconsiderar que há pessoas ao nosso redor cujas mãos estão muito mais cansadas que as nossas e que precisam do nosso apoio; há pessoas cujos joelhos estão desconjuntados e, se não fizermos veredas direitas para os nossos pés, estas pessoas vão caminhando irregularmente, até que por fim estejam completamente fora do caminho!

Entretanto, somos chamados para nos sarar mutuamente. Nossos relacionamentos como cristãos precisam promover cura e restauração. De acordo com o v. 14, os caminhos direitos que precisamos promover são os caminhos da paz e da santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor. O caminho da paz fala dos nossos relacionamentos horizontais, isto é, com todas as pessoas, enquanto que o caminho da santificação fala do nosso relacionamento vertical, isto é, com Deus.

São estes caminhos que precisam ser cultivados na igreja do nosso Senhor, para que aqueles que ajudamos a levantar suas mãos cansadas possam andar por estes caminhos, ajustando seus joelhos na paz, na comunhão e na santidade, até que por fim, estejam sarados, no caminho direito. Que o Senhor nos ilumine sobre nossa responsabilidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0140 - O PAI DARÁ O ESPÍRITO AOS QUE LHE PEDIREM

 


“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”? (Lc 11.13).


A oração frequentemente é tida como petições levantadas a Deus em algum momento de necessidade. Não resta dúvida que a petição faz parte da oração, embora também haja outras formas de orar. Mas ainda que estejamos falando de petição, mesmo assim precisamos saber o que pedir a Deus.

A primeira questão colocada por Jesus aqui é que nós somos maus. Ele atesta a natureza caída da humanidade, dizendo que esta é a nossa essência. Não a essência criativa, pois Deus não criou o homem mau (Ec 7.29), mas Ele fala da essência da Queda, que afetou a todos os homens desde que nasceram.

Entretanto, o homem, sendo mau, ainda lhe resta vários aspectos da imagem de Deus em si, de sorte que o homem ainda apresenta algumas boas dádivas na sua fase existencial, principalmente em relação à sua prole. Ainda que existam alguns pais ou mães aqui e ali que concedam coisas ruins a seus filhos, todavia esta não é a regra. O normal é, mesmo em sua maldade natural, os homens concederem bons donativos a seus filhos.

Jesus agora fala do relacionamento de Deus para com Seus filhos, ainda que o termo “filhos” não seja usado aqui. Mas sabemos que se trata de filhos por causa da comparação feita com os homens maus e seus filhos. Este relacionamento é bom por natureza, pois Deus é o único bom por natureza. Mateus diz que Deus dará coisas boas aos que Lhe pedirem (Mt 7.11). Isso Ele faz porque Ele é bom.

Todavia, os filhos de Deus precisam saber o que é bom aos olhos daquele que é bom, não o que é bom aos seus próprios olhos. E aqui em Lucas vemos que o que é bom mesmo aos olhos do Pai Celestial é que Seus filhos se satisfaçam com o enchimento do Espírito Santo em suas vidas. Embora Mateus se refira a coisas boas, tais coisas boas são boas no padrão do único que é bom e não no padrão de nossos anseios.

Precisamente por isso é que Lucas coloca a Pessoa do Espírito Santo. Pois Ele é quem habita em nós e nos faz ter uma intimidade profunda com Deus em oração, visto que Ele é Deus e nos conduz a um relacionamento verdadeiro com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. Portanto, se há alguma coisa pelo que o crente vai a Deus para suplicar em oração, em primeiro lugar ele suplica pelo Espírito Santo. Só depois ele pedirá outras coisas boas, pois, uma vez cheio do Espírito, ele terá condições de alinhar seus pedidos à bondade suprema de Deus!

Como tem sido nossas orações? Pedimos a Deus o que é bom para nós? Baseamos o que é bom em nosso conceito dessa natureza caída que temos? Ou pedimos o melhor dom de todos que é o Espírito Santo e, através dEle, desenvolvemos nossos diálogos de oração com Deus submissos àquilo que Ele estabeleceu que é bom? Lembre-se: se Ele nos concede o que é bom em nosso ponto de vista, aquela satisfação terá um prazo e logo se acabará; mas se Lhe pedirmos o Espírito Santo, a satisfação é plena, prazerosa e eterna!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 1 de julho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0139 - VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO

 


“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.14-16).


A metáfora da luz, utilizada por Jesus para comparar Seus seguidores, traz de imediato seu significado óbvio, a saber, que assim como a luz não pode ser escondida, assim também as boas obras de um crente não podem ficar ocultas.

Mas prestemos atenção mais de perto a essa figura. Primeiro Jesus diz que Seus discípulos são a luz do mundo em sentido coletivo. Ninguém é luz sozinho, a não ser o próprio Jesus, que disse algumas vezes: “Eu sou a luz do mundo”. No mais, somos refletores desta luz original. O cristão não é luz por si mesmo, mas tem sua luz derivada de Cristo, como a lua tem a sua luz derivada do sol. Portanto, não existe crente que brilha sozinho, que congrega sozinho, que está ligado diretamente a Cristo sem estar ligado à igreja.

Quando Jesus nos compara à luz neste mundo, Ele está atestando que este mundo jaz no maligno, que ele está em trevas. A igreja é o único povo que tem luz espiritual nesse mundo, pois a luz vem pelo evangelho e a igreja é a portadora do evangelho. O diabo, porém, cega os incrédulos deste mundo para que não lhes resplandeça a luz do evangelho (2Co 4.4).

Depois Jesus diz que é impossível que a luz da igreja fique escondida. Ele diz que “não se pode escondera cidade edificada sobre um monte” e depois diz que “alumia a todos os que se encontram na casa”. As palavras e ações da igreja devem transpor todo obstáculo das trevas deste mundo, seja publicamente (como na metáfora da cidade sobre o monte), seja particularmente (como na metáfora da luz na casa).

Finalmente, Jesus fala sobre a expressão de humildade do crente. O que tem que resplandecer é sua luz e não ele próprio. Quem é a luz do crente? É o próprio Cristo! Portanto, Ele é quem deve resplandecer na nossa vida e não nós mesmos. Diz também que os homens devem ver nossas boas obras e não a nós.  Não é o crente que deve aparecer e sim aquilo que ele faz para Deus perante esse mundo. Depois Jesus conclui que os homens glorificarão ao nosso Pai que está nos céus e não a nós. Esse é o papel da humildade na hora de brilhar a luz.

Como poderão os homens ser iluminados por nossa luz, verem nossas obras e não glorificarem a nós, e sim a Deus? Quando entendermos o que disse Paulo aos efésios: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8). Nós também éramos trevas. E mesmo agora que somos luz, não o somos por nós mesmos, mas somos luz no Senhor. Assim será Deus e não nós glorificado! “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome seja a glória” (Sl 115.1).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson