“Quando o sol já havia se posto e já estava escuro, surgiu um fogo fumegante e uma tocha de fogo que passaram entre aquelas metades. E naquele mesmo dia o Senhor fez uma aliança com Abrão dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra” (Gn 15.17,18 – A21).
Na antiguidade, quando duas pessoas faziam pactos, era comum que elas partissem animais ao meio e colocassem as metades de cada lado. Por entre aquelas metades, aqueles pactuantes passavam para jurar cumprimento de sua parte na aliança que estavam fazendo. Eles diziam que se caso algum deles viesse a quebrar aquele concerto, então que o seu fim fosse como daqueles animais!
Aqui em Gn 15 encontramos o relato do pacto de Deus com Abraão. Deus não somente lhe promete um filho, como promete multiplicar sobremodo a sua semente. Ele crê em Deus e é justificado (v. 6). Torna-se agora o pai de todos os que creem. Porém, ele pergunta a Deus como ele saberia que haveria de receber esta promessa, que garantia ele teria da parte de Deus (v. 8). Deus então lhe diz que traga alguns animais, corte-os ao meio e coloque as bandas de um e outro lado (v. 9).
Agora, ao fazer Seu juramento, Deus mesmo manifesta Sua teofania, a saber, um fogo fumegante e uma tocha de fogo que passam entre as metades daqueles animais! Deus está dizendo a Abraão que o mesmo fim trágico aconteça a Deus se Ele não lhe cumprir Sua promessa! Que repouso e segurança para a fé daquele patriarca!
A Nova Aliança que Deus pactuou em Cristo Jesus também teve um corpo rasgado. Porém não de animais, mas o corpo do Seu próprio Filho, em Quem Deus jurou salvação a todos os que creem no Seu nome! Não precisamos ter o fim trágico da morte, pois Jesus já suportou isso por nós. Ele recebeu a morte para que tenhamos a vida. Todo este processo indica que o grande amor de Deus por nós se cumprirá totalmente nos dando a salvação que nunca merecemos, mas a alcançamos exclusivamente por Sua graça.
Paulo diz que se Deus não poupou ao Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos dará também de graça todas as coisas? (Rm 8.32). O mais difícil e improvável Ele já nos deu. Assim também nos dará graciosamente todas as coisas de que necessitamos para que aquilo que Ele nos deu em Seu Filho se cumpra em nós. Tais coisas podem ser (e serão mesmo) provações e aflições, como no caso de Abraão também. Seus descendentes não receberam a promessa sem antes passar por 400 anos na escravidão (Gn 15.13). Mas no fim, Deus lhes concedeu a Sua promessa (v. 18).
Assim também com Sua igreja. Tudo o que for necessário que Ele nos dê para que cheguemos ao Seu propósito, que é a nossa conformação à imagem de Seu Filho, Ele nos dará, para que isso aconteça. Por isso, Paulo diz: “Sabemos que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam, dos que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
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