Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0118 - EU VELO PELA MINHA PALAVRA

 


“Veio ainda a palavra do SENHOR, dizendo: Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o SENHOR: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.11,12).


O tronco da amendoeira é o primeiro que floresce em Israel, antecipando-se à primavera e por isso, em hebraico, se chama shaqed, que quer dizer “vigilante”. É isto que Deus mostra para Jeremias em sua visão, uma vara de amendoeira, e o profeta responde a Deus que está vendo uma shaqed. Deus então, responde a Jeremias que está vendo corretamente, porque Deus vela por Sua Palavra para a cumprir. Velar no hebraico é shoqed. Aqui há um jogo de palavras entre “amendoeira” e o verbo “velar”, que na nossa língua não tem a mesma sonorização como tem no hebraico. Essa didática é muito comum nos livros bíblicos, especialmente os proféticos, para fazer fixar a mensagem do Senhor na mente do povo.

E a mensagem é exatamente esta. Que Deus vela por Sua Palavra para que ela se cumpra. Naturalmente, é comum encontrarmos mensagens sobre este versículo afirmando que as promessas de Deus pra sua vida se cumprirão, porque Deus vela por Sua Palavra e ela se cumprirá em sua vida. Isto é obviamente verdade. Entretanto, o contexto do profeta Jeremias nos faz refletir um pouco mais seriamente sobre o sentido com o qual Deus diz esta frase.

No próximo versículo (13), Deus dá uma nova visão para o profeta, mostrando-lhe “uma panela ao fogo, cuja boca se inclina do Norte”. Nos vs. 14,15 Deus mesmo explica o que ela significa: “Do Norte se derramará o mal sobre todos os habitantes da terra. Pois eis que convoco todas as tribos dos reinos do Norte, diz o Senhor; e virão, e cada reino porá o seu trono à entrada das portas de Jerusalém e contra todos os seus muros em redor e contra todas as cidades de Judá”.

Esta era a palavra que Deus iria velar para fazê-la cumprir. Não era uma promessa de bênção, mas de castigo. E a razão para isso está no v. 16: “por causa de toda a malícia deles; pois me deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas próprias mãos”.

Havia uma promessa de Deus para Jeremias que, apesar do povo se levantar contra ele por não aceitar sua mensagem, todavia Deus o protegeria das ciladas deles (v. 19). De fato, Deus protegeu o profeta das más intenções do seu povo que rejeitava sua mensagem, muito embora todos foram testemunhas oculares, bem como também vítimas do cumprimento da palavra do Senhor, quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém e as demais cidades de Judá.

Não é fácil ser porta-voz de Deus num mundo de pecado. O proclamador terá algumas opções. Ou ele fala o que Deus diz em Sua Palavra e angaria inimigos como resultado da mensagem fielmente proclamada, ou ele fala o que o povo gosta de ouvir e obtém o aplauso dos condenados, ou ele se cala e terá de responder por omissão no dia do Tribunal Divino!

Jeremias preferiu angariar inimigos como resultado de entregar a verdade da Palavra de Deus. O rei de Judá, os falsos profetas da época e muitos outros judeus queriam matá-lo, mas ele estava determinado a anunciar somente a Palavra que Deus velava para cumprir! E nós hoje? Temos nos calado, temos dito o que eles querem ouvir, temos omitido algumas coisas e falado outras, ou temos anunciado apenas a Palavra de Deus para nossa geração?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 30 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (07) - O VENCEDOR E O TRONO DE JESUS

 


“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.21,22).

Laodiceia era uma cidade localizada entre Colossos e Hierápolis, na Ásia Menor, num entroncamento entre três cidades. Naturalmente tornou-se um ponto favorável de comércio, o que enriqueceu a cidade. A água que ela recebia era uma mistura das águas frias de Colossos com as águas quentes de Hierápolis. Estas águas chegavam pelos dutos para abastecimento de Laodiceia, mas eram mornas. A água fria serve para matar a sede e a quente para banhos terapêuticos. Porém a morna não serve para consumo, pois provoca náuseas.

Mas o que fazia os cristãos se sentirem assim, apáticos e tépidos? Era a sua riqueza material (v. 17). Geralmente, a situação financeira favorável conduz o indivíduo à indiferença e à insensibilidade. Quando se pensa que não precisa de nada porque tem dinheiro, a mornidão toma conta. Todavia, na análise de Jesus, esta igreja era pobre, aliás, miserável! Enquanto aos olhos dos homens a igreja de Esmirna era pobre, mas no checkup de Cristo era rica, aqui é exatamente o contrário.

O conselho de Cristo é que, para ser curada de sua miséria, esta igreja precisava adquirir as coisas de Cristo e não da terra (v. 18). Talvez seja este o maior desafio do vencedor. Ser assolado por perseguições, ser afrontado por heresias, correr o risco da apostasia, talvez tudo isso manifeste a força e a integridade do vencedor; mas estar cercado de conforto e bem estar, encontrar fartura na terra da peregrinação, ficar encantado porque as coisas dão certo no mundo onde tudo normalmente daria errado, torna-se um problema muito sério.  Pode cegar os olhos do peregrino e fazê-lo esquecer para onde está realmente indo...

O vencedor, ao ser repreendido e disciplinado pelo Senhor, ele entende que é porque o Senhor o ama (v. 19). Isto o leva ao zelo e ao arrependimento. Até mesmo nesta igreja que nada tinha a ser elogiado, Jesus chama pelo vencedor. Ele diz: “Se alguém ouvir a minha voz” (v. 20). Ele fala no singular! A salvação é individual, embora seu reflexo seja coletivo. O vencedor reconhece a voz do seu Pastor e abre a porta! Resultado, ele participa de uma ceia, de uma verdadeira comunhão com Jesus Cristo!

O que aguarda o vencedor é o trono de Cristo. Ele rejeita as riquezas deste mundo para alcançar uma riqueza incorruptível! Jesus Se assentou no trono do Pai porque rejeitou os tronos deste mundo. E é isto que faz o vencedor. Ele não se ilude com as fantasias das riquezas, pois a semente que germinou em seu coração não foi em terreno espinhoso (Mt 13.22). Os espinhos, disse Jesus, são as fascinações das riquezas deste mundo. Isto não fascina o vencedor. Ele sabe que no Dia do Juízo, nenhuma riqueza conquistada nesse mundo comprará um lugar na vida eterna; ele sabe que nenhuma roupa espetacular desta terra cobrirá sua nudez diante dos olhos do que está assentado sobre o trono; ele sabe que o vencedor pode até fechar a porta, mas com Jesus do lado de dentro!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 29 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (06) - O VENCEDOR E A COLUNA DO TEMPLO DE DEUS

 


“Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome” (Ap 3.12).

Filadélfia havia sido destruída por um terremoto no ano 17 d.C. e foi reconstruída pelo imperador Tibério César. Por várias vezes essa cidade mudou de nome. Filadélfia, Neocesareia, Flávia e outros nomes. A promessa de Jesus para o vencedor é que ele será coluna no santuário de Deus, ou seja, jamais será abalado. Não há terremoto que possa removê-lo da presença de Deus. Ele também terá sobre si o nome de Deus, da cidade de Deus e o nome de Jesus, ou seja, ele é propriedade do Pai e do Filho e será parte da Nova Jerusalém, que é a igreja celestial.

As qualidades do vencedor aqui são relatadas. O vencedor, mesmo tendo pouca força, guarda a Palavra e não nega o nome de Jesus (v. 8). Para ser vencedor não precisa ter muita força, pois quem abre a porta é Jesus e não nós.

Os vencedores sabem que só eles é que são o santuário de Deus. Os demais religiosos não passam de sinagoga de Satanás (v. 9). Naquela época, os judeus é que se achavam portadores da verdadeira religião. E, embora fossem antigamente, a revelação havia progredido e o judaísmo ficou obsoleto. Qualquer religião ou prática que exclui, substitui ou tenta complementar Cristo é sinagoga de Satanás. Mas Jesus diz que fará com que todos reconheçam quem de fato são os que Ele ama – os Seus vencedores!

O vencedor também guarda o que tem (v. 11). Ele sabe que Jesus voltará em breve e não permitirá que o que lhe foi dado seja tomado. Ele trabalha fielmente com aquilo que recebeu de Cristo, para que ninguém tome sua coroa. Aqui não fala de perder a salvação e sim galardão. Não se guarda a salvação, pois Cristo a guarda por nós. Guardamos nossos dons com os quais ganharemos coroa de galardão. Vencedores são vitoriosos e não condenados. Mas se não conservarem o que receberam de Cristo, poderão sofrer dano, todavia serão salvos como que pelo fogo, como diz Paulo em 1Co 3.15.

É na hora da provação que os vencedores são conhecidos (v. 10). Os que não guardaram a palavra da perseverança desistirão da fé e negarão a Cristo na hora da provação. Mas os vencedores guardam a palavra, conforme vimos no v. 8 e, como recompensa, serão por Cristo guardados e preservados da hora da provação que há de vir sobre toda terra, isto é, serão capacitados para não negarem sua fé. Serão colunas firmes e não negarão a Cristo sob qualquer hipótese, ainda que isso lhes custe a vida!

Oremos ao Senhor, a fim de que Ele nos ajude a perceber que somos vitoriosos mesmo em meio a nossa pouca força. Que possamos confiar nAquele que tem a chave de Davi, que abre a porta do reino não terreno e passageiro de Davi, mas do reino eterno e duradouro do Filho de Davi para viver eternamente com Seus vencedores!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 28 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (05) - O VENCEDOR E AS VESTES BRANCAS

 


“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5).

As vestes brancas representam a justiça de Cristo. A justiça de Cristo nos concede paz com Deus. O vencedor é aquele que não confiou em sua própria justiça e aceitou a de Cristo pela fé nEle. Portanto, foi vestido com as vestes de Cristo e assim tem paz perfeita com Deus. Por isso que seu nome jamais será apagado do Livro da Vida. Não tem como alguém ser desjustificado. Uma vez justificado, nenhuma condenação resta mais para tal pessoa (Rm 8.1,33). Jesus não o negará no último dia, mas confessará perante Deus que o conhece!

A batalha que os vencedores da igreja de Sardes passaram foi uma batalha muito séria. Tinha nome de viva, mas estava morta (v. 1). Esse tipo de igreja é aquele que o mundo considera como uma boa igreja. Se uma igreja agrada o mundo, consequentemente já desagradou a Deus. Não adianta ter fama e não ter vida.

Os vencedores têm que lutar contra o estado terminal (v. 2). Havia alguns ali que também caminhavam para a morte espiritual. Na opinião deles, estava tudo bem, mas não no diagnóstico de Cristo. As obras deles não eram íntegras. Hoje também há muitas pessoas com a síndrome de Sardes. Suas obras não são íntegras e elas pensam que vai tudo bem.

O vencedor sempre se lembra do que tem ouvido (v. 3). Mas não somente ouve, como também guarda e caminha pela trilha do arrependimento! Além disso, ele vigia, e não será pego de surpresa na vinda de Cristo.

O vencedor não contamina suas vestes (v. 4). Ele vive na lama do mundo, mas com ela não se contamina. Na igreja de Sardes não havia o problema de perseguição nem de heresia, mas sim de pecado, mundanismo e associação com a iniquidade. Mas os vencedores não estavam nesse meio, embora estivessem nessa igreja. Isto nos mostra que nem sempre precisamos sair de uma igreja para sermos vencedores. Andar sem sujar as vestes não depende da igreja em que nós congregamos, mas de nós mesmos.

Em que estado nos encontramos agora? Temos nome de crentes, mas somos mundanos? Nossas obras são íntegras na presença de Deus? Temos nos lembrado do que temos recebido e guardado, ou o que recebemos sai do outro lado do ouvido? Nossas vestiduras estão brancas ou contaminadas? Assim como em Sardes, muitos crentes hoje têm se iludido quanto à sua justificação, pois não dão prova dela pela sua santificação. Que o Senhor nos desperte enquanto é tempo e abra nossos ouvidos para a voz do Espírito (v. 6).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 26 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (04) - O VENCEDOR E A ESTRELA DA MANHÃ

 


“Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.26-29).

Na carta à igreja de Tiatira, encontramos muitas qualidades de um vencedor. No v. 19 encontramos suas obras. Ele tem amor, fé, serviço, perseverança e produtividade. O amor reflete a virtude divina. O apóstolo João diz em sua carta que aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor (1Jo 4.8). Ao contrário da igreja de Éfeso, Tiatira não havia abandonado o primeiro amor. Uma excelente virtude cristã que deve acompanhar o vencedor.

Aqui também fala da fé, a qual é o princípio da caminhada cristã. É por meio dela que somos salvos (Ef 2.8). A fé é a identificação com Jesus numa relação de Senhor e posse, Ele sendo o Senhor e nós Sua posse. Crer em Cristo é confiar nEle a ponto de entregarmos nossa vida ao Seu governo exclusivo.

Porém, como Tiago diz que a fé sem obras é morta, os vencedores de Tiatira provavam isso também. Sua fé não era morta. Ela continha obras. O v. 19 diz que eles não apenas tinham amor e fé, como também serviço. Crer em qualquer coisa é muito fácil. Mas para crer de acordo com a Escritura é necessário ter obras que comprovem a fé. Há muitos que creem nas doutrinas bíblicas, mas sua vida é dicotomizada da prática cristã. Têm ortodoxia, mas lhes falta a ortopraxia.

O vencedor também tem perseverança. Ele não para no meio do caminho. Vemos muitos que começam bem, trabalham intensamente, mas não perseveram. No fim de sua caminhada cristã, eles fazem menos do que no início. Mas não os vencedores. Além de perseverantes, eles também multiplicam suas obras. Elas são maiores que as primeiras.

Mas o vencedor também tem seus desafios. Ele precisa ser corajoso diante dos falsos ensinos que contaminam a fé pura e sã. Todo tipo de mistura doutrinária é prostituição contra Deus e Sua Palavra. Toda participação com o secularismo é adultério espiritual. Os vencedores precisam estar alertas quanto às facilidades dos nossos dias, onde as pessoas estão diluindo a verdadeira teologia e transformando-a em concessões baratas e transigentes. Toda novidade ou desprezo quanto às doutrinas antigas do Cristianismo precisam ser rejeitados fortemente. O Cristianismo não aceita novidades nem aleijamento de suas doutrinas instituídas por Cristo e Seus santos apóstolos. Isso é que são as coisas “as coisas profundas de Satanás” (v. 24).

O vencedor não precisa se aderir a este século, pois ele receberá autoridade sobre as nações (v. 26). No dia do juízo, o vencedor se assentará com Cristo para julgar homens e anjos (1Co 6.2,3) e reduzirá as nações a pedaços, como faz o oleiro com o barro, coisa que Tiatira conhecia, devido às associações de negócios que havia na cidade, incluindo a de oleiros.

O vencedor receberá a Estrela da Manhã (v. 28)! De acordo com Ap 22.16, essa Estrela é o próprio Cristo! Não há maior presente do que o próprio Cristo; e é isto que o vencedor irá receber!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

SÉRIE "OS VENCEDORES" (03) - O VENCEDOR E O MANÁ ESCONDIDO

 


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Ap 2.17).

O vencedor da cidade de Pérgamo tem alguns desafios em sua caminhada cristã. Eles são semelhantes aos nossos. Essa cidade tinha ali estabelecido o trono de Satanás (v. 13), isto é, além de altares a deuses gregos como Zeus e Esculápio, foi também a primeira cidade a instituir o culto ao imperador. De uma forma ainda um tanto escondida, é assim que nossa política está se instalando na sociedade, como dominadora das famílias e exigindo praticamente a mesma coisa, adoração em forma de adaptação secular. Os vencedores desta igreja não negaram a fé diante destas circunstâncias, ainda que vissem ser morto Antipas, um irmão fiel por amor a Cristo.

Mas o vencedor tem seus desafios internamente também. Não somente luta contra o endeusamento da sociedade lá fora, como também contra o mundanismo na igreja cá dentro (vs. 14,15). Há muitos hoje misturando, diluindo, corrompendo e degenerando a doutrina. O vencedor não aceita nem tolera isso. Ele não tem um discurso amigável com a heresia. Em Pérgamo, o discurso herético dentro da igreja dizia que comer coisas sacrificadas não tinha nada a ver. Assim é o discurso que começa entrando sorrateiramente nas igrejas para destruição. Dizem que essas associações com o mundo não têm nada a ver. Elas tomam aparência de evangelho e passam a fazer morada no interior de uma e de outra igreja local. Mas os vencedores detectam isso e não o admitem.

É vencedor também aquele que, mesmo estando nas condições pecaminosas desta carta, vem ao arrependimento (v. 16). Antes que a espada destruidora de Cristo venha, o vencedor, mesmo envolvido no pecado, corre para se arrepender.

Ele receberá o maná escondido (v. 17). Cristo é o Pão da Vida (Jo 6.48). Escondido sim, do mundo, mas revelado aos pequeninos (Mt 11.25). O vencedor não se alimenta dos sacrifícios a ídolos, mas do Pão do céu! Ele tem prazer na mesa de Deus! O vencedor receberá uma pedrinha branca, diz o v. 17. Esta pedra simboliza acesso livre à presença de Deus. Ali tem escrito um nome novo, ou seja, nome fala de personalidade. A nova personalidade é dada ao vencedor. Ele tanto se alimentou do maná, que as propriedades deste Pão Celeste agora passaram a fazer parte dele! Cristo é seu alimento, seu maná! Cristo é sua pedra branca, seu acesso a Deus! Por isso ele é vencedor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 25 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (02) - O VENCEDOR E A COROA DA VIDA

 


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte” (Ap 2.11)

De acordo com Apocalipse 20.14, a segunda morte é o lago de fogo, isto é, a condenação eterna. E aqui, a promessa é que o vencedor não será atingido pela segunda morte, isto é, sobre ele não pesa a ira eterna e condenatória de Deus. É importante notar também que esta não é uma promessa apenas a uma igreja específica, uma vez que “o Espírito diz às igrejas”. Isto vale para todos os crentes de todos os lugares e em todas as épocas.

Mas sobre o quê esta igreja representa a vitória? No v. 9 temos algumas indicações. Esta igreja sofria tribulações. E como consequência das tribulações que passava, ela era boicotada, o que a levava à pobreza. Note como os perseguidores privam os crentes de terem alguma coisa. Todavia, o diagnóstico de Jesus é que esta igreja era rica. Ao que nos parece, a igreja de hoje busca riquezas através de pactos com os sistemas político, econômico e religioso a fim de com isso não ser perseguida, o que lhe gera recursos materiais. Mais à frente, Jesus chamará uma igreja assim de miserável, pobre, cega e nua (3.17). Os vencedores são vencedores sobre essas situações atribuladas que lhes sobrevêm.

Os vencedores reconhecem os verdadeiros judeus, que são espirituais. Os demais são sinagoga de Satanás. Os verdadeiros filhos de Abraão são os que o são pela fé e não pela carne e sangue (Rm 9.6,7; Gl 3.6-9). O verdadeiro Israel de Deus é a igreja e não uma nação com seu exclusivismo nacionalista. Os vencedores não têm medo das coisas que terão de sofrer (v. 10). Deus permitiu ao diabo que lançasse alguns de Seus servos na prisão a fim de prová-los. Todavia, os vencedores não têm medo disso. Ainda que tais prisões e perseguições resultassem em morte, como nos parece indicar o final do v. 10 (“Sê fiel até à morte”), o medo não é uma palavra que faz parte do vocabulário cristão.

No século II, Policarpo, que foi um discípulo do apóstolo João, era bispo na cidade de Esmirna e, ao ser confrontado para negar sua fé em Cristo, respondeu ao procônsul: “Por 86 anos tenho servido a Jesus e Ele nunca foi injusto comigo. Como, então, poderia eu amaldiçoar meu Rei e Salvador”? Foi ameaçado de ser jogado às feras famintas e depois de ser queimado vivo, ao que respondeu: “O senhor me ameaça com um simples fogo que queima por uma hora e depois se apaga. Nunca ouviu falar do fogo do julgamento vindouro e do castigo eterno reservados para os ímpios? Por que está demorando tanto? Faça logo o que quiser comigo”! Assim são os vencedores. Vencem o medo. Não têm ansiedade alguma.

Quando Jesus nos diz para sermos fiéis até à morte, Ele também diz que nos dará a coroa da vida. Ser fiel até à morte pode realmente desencadear na morte física, mas nos livrará da morte eterna! Vamos nos lembrar: coroa da vida é apenas para aqueles que não amaram a sua própria vida! Vencedores não lutam por sua vida aqui. Lutam para ser fiéis, pois, vencendo, sabem que sobre eles a segunda morte não tem autoridade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 23 de maio de 2023

SÉRIE "OS VENCEDORES" (01) - O VENCEDOR E A ÁRVORE DA VIDA

 


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2.7).

Uma palavra do Espírito Santo a todas as igrejas: quem tem ouvidos, ouça. Não quer dizer que todos têm os ouvidos necessários para ouvir o que o Espírito diz. Coisas espirituais se discernem espiritualmente e o homem natural não pode compreender estas coisas (1Co 2.14).

A palavra aqui dirigida é ao vencedor. O vencedor não é aquele que prospera aqui na terra, que tudo dá certo pra ele, que sempre estampa um sorriso no rosto como se nada de mal lhe estivesse acontecendo. O vencedor é vencedor sobre circunstâncias ruins, sobre batalhas ferrenhas e tenebrosas, sobre desafios que impõem propostas de abandono e apostasia de sua fé e, no entanto, ele as rejeita e vence. Vencedor fala de uma trilha dura, uma jornada espinhosa, todavia, perseverante, a ponto de chegar ao final com a mesma confiança com a qual a iniciou.

Quais são os desafios aos vencedores que esta igreja de Éfeso representa? Primeiro que eles são laboriosos e perseverantes (v. 2). O vencedor não pode ser ocioso nem tampouco desistente. Aliás, isto prova que não vencerá nada, pois não pode ser tido como vencedor aquele que luta até a metade. Segundo que eles não suportam homens maus. Eles colocam à prova os que se dizem apóstolos e não o são. Esta igreja tinha o que a de hoje não tem: discernimento. Muitos hoje se dizem apóstolos e não o são, entretanto, são tidos como se fossem. Essa não é a característica de uma igreja vencedora. Ela detecta o erro. Terceiro que os vencedores suportam provas e aflições por causa do nome de Jesus e não se esmorecem (v. 3). Embora hoje nossa realidade não seja essa, ainda que haja muitos servos do Senhor que sofram perseguições por causa do Nome em outros países, todavia, mesmo na liberdade religiosa, muitos crentes negam sua fé. Não podem então estar entre os vencedores.

Outra batalha dos vencedores é para que não abandonem o primeiro amor (v. 4). Essa é uma constante luta dos cristãos, pois esfriam no seu amor tanto para com Cristo como para com seu irmão. Ao lermos a carta de Paulo aos efésios, vemos que o amor que eles revelavam era o amor entre os santos (Ef 1.15). Esse é o amor que tinham perdido. Não para com Cristo, mas uns para com os outros. Tornaram-se tão puros no discernimento de quem detinha a verdadeira palavra, mas se esqueceram de que conhecer a palavra manifesta-se em atos de amor mútuo entre a igreja! A luta dos vencedores é contra o orgulho que não lhes deixa se arrepender (v. 5), que não lhes permite voltar à prática das primeiras obras.

Quem vencer estas coisas terá parte na árvore da vida, que está no paraíso de Deus. Adão trocou a árvore da vida que estava no meio do jardim pela árvore do conhecimento do bem e do mal, a fim de tornar-se como Deus e ficou perdido. Os vencedores consideram qualquer coisa desta vida como perdidas e as refugam para um dia participarem da árvore da vida que simboliza sua vida eterna. Que Deus nos dê forças para sermos um desses vencedores!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 22 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0117 - O VIVER É CRISTO E O MORRER É GANHO

 


“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

Extensos escritos têm sido feitos sobre o apóstolo dos gentios, grandes volumes enchem as páginas de enciclopédias, dicionários, livros e comentários de quase todas as bibliotecas do mundo acerca da vida, obra e teologia deste ímpar homem de Deus.

De tanto que se poderia falar deste homem, uma coisa é notável em seus escritos: que ele não podia mais viver sem Cristo! Seu amor intenso e incomparável por Jesus Cristo é tão notório, que os estudiosos conseguem enxergar as emoções prorromperem como cataratas do coração deste profícuo escritor do NT!

Talvez para nós seja menos difícil falar que o morrer é ganho do que falar como Paulo, que o viver é Cristo! De fato, para cada detalhe da vida deste homem, vemos Cristo como o centro! Paulo era cristocêntrico em cada centímetro de seu caminhar! Cristo estava no falar, no agir, no sentir de Paulo, como ele nos relata em outras de suas cartas. Quando ele escreve aos efésios, por exemplo, sobre como tinha de ser a conduta do crente, ele sempre põe Cristo como padrão para tudo. Mulheres, sejam submissas a seu marido como ao Senhor; maridos, amai vossa mulher como Cristo amou a igreja; filhos, obedecei a vossos pais no Senhor; servos, obedecei a vossos senhores na carne como a Cristo; senhores, tratai vossos servos com dignidade, sabendo que tendes um Senhor no céu; e assim por diante! Cristo é o ponto de referência para tudo na vida do crente!

Ao dizer “o morrer é ganho”, Paulo está pensando que a morte o levaria para mais perto ainda dAquele por Quem o apóstolo viveu! Em outras palavras, ele está dizendo que o morrer é Cristo tanto quanto, ou até mais do que o “viver é Cristo”! Pois para quem viveu Cristo dessa maneira, o que seria a morte, a não ser um transporte para levá-lo a estar face a face com o Senhor?

Nós também sabemos que a morte nos levará para Cristo, embora não a consideremos ganho na maioria das vezes. Mas será que o nosso viver é realmente Cristo? Será que tudo o que fazemos, pensamos e dizemos leva o nosso Senhor em consideração? Todas as nossas ações, palavras e pensamentos realmente são feitos porque antes pensamos em Cristo? Fazemos as coisas pensando que Cristo faria daquela forma? Negamos o pecado como sabemos que Cristo negaria? Se nosso viver não é Cristo, o morrer, de fato, será ganho?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 21 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0116 - LEVAI AS CARGAS UNS DOS OUTROS

 


“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo... Porque cada um levará o seu próprio fardo” (Gl 6.2,5).

Algumas pessoas consideram estes dois versículos como uma contradição bíblica. Acusam a Palavra de Deus de conter contradições e citam estes dois textos como um exemplo para justificarem tal acusação. Todavia, o apóstolo Paulo está falando de dois assuntos diferentes, embora a figura seja muito parecida.

Para compreendermos a diferença entre os dois sentidos aqui expressos, seria interessante remetermos nossa mente à cena da crucificação. Ali temos a Pessoa de Cristo carregando Sua própria cruz. Logo a seguir temos outro personagem que O ajudou nessa tarefa cruenta, Simão de Cirene. O que Simão fez por Jesus associa-se ao v. 2 do texto que lemos, ele levou a carga de Cristo. Mas o que Cristo fez, Simão nem ninguém poderia fazer. Levar os pecados (além da cruz) era uma tarefa exclusiva de Cristo e, por mais que Simão O tenha ajudado com o peso do madeiro, não pôde aliviar em nem um miligrama o peso do pecado que Jesus suportou sobre Si, pois isso era tarefa exclusiva dEle.

Então, o que o apóstolo Paulo está falando no v. 2 é que nós, como cristãos, temos a tarefa de nos ajudar mutuamente a levarmos nossas cargas, isto é, nossas dificuldades e tribulações. Não devemos deixar que nossos irmãos sofram sozinhos, devemos estar sempre estendendo nossos braços para, de algum modo, aliviar o peso da caminhada do nosso irmão em Cristo. Ainda que isso se trate de o ajudarmos a vencer um determinado pecado, como nos informa o v. 1. Essa é uma tarefa de todos, inclusive de quem está sendo ajudado.

Já no v. 5, o apóstolo está falando da responsabilidade pessoal que cada cristão tem perante Deus. Nós não podemos responder pelas atribuições individuais que foram dadas por Deus para cada crente. Como exemplo, um pai cristão não pode responder pela insubmissão de seu filho cristão diante de Deus. A função de obedecer é de seu filho. Ele pode responder diante de Deus por sua falha na tarefa paternal e deve, aliás; mas não pode responder por uma tarefa exclusiva dada a seu filho, assim como seu filho não pode responder diante de Deus pela fraqueza de autoridade do seu pai, pois não era sua tarefa governar a casa e sim de seu pai. Aqui temos um caso em que, embora ambos, pai e filho, pudessem se ajudar mutuamente a conduzir sua tarefa, cumprindo o v. 2 como irmãos em Cristo, todavia, não poderiam jamais fazer o que é de responsabilidade particular do outro, conforme diz o v. 5.

Que o Senhor nos dê um coração amável a tal ponto que sempre ofereçamos nosso ombro para aliviar o sofrimento de nossos irmãos, mas também nos dê um coração responsável para sabermos que nossa própria carga não podemos lançá-la como responsabilidade de outrem, mas assumi-la de modo que respondamos a Deus por nossa própria tarefa diante dEle, de nós mesmos e dos que nos rodeiam.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 19 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0115 - MEUS FILHOS ANDAM NA VERDADE

 


“Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3Jo 4).

Na era apostólica, falar sobre a verdade tinha apenas um sentido. A igreja não relativizava a verdade. Ela era definida com uma única frase: o ensino de Jesus e Seus apóstolos. Qualquer coisa fora disso podia até conter alguma verdade, mas não era o caminho seguro e inquestionável por onde os discípulos deveriam andar.

Andar na verdade aqui não significa apenas ser verdadeiro, honesto, sincero, essas coisas relativas à moralidade; mas significa essencialmente obedecer à doutrina de Jesus e Seus apóstolos. Se alguém não andasse em conformidade com o ensino doutrinário apostólico, tal pessoa era vista como alguém que não andava na verdade.

Diótrefes era um líder da igreja para a qual o apóstolo João está escrevendo e este homem queria exercer primazia, rejeitando não somente os missionários enviados por João, como também o próprio apóstolo João. Ele ordenava que ninguém da igreja recebesse os missionários e excluía quem lhe desobedecesse. Impressionante a rebeldia desse pastor (vs. 9,10)!

Porém, mais impressionante ainda do que sua franca oposição ao apóstolo, era o fato de que naquela igreja ainda havia filhos de Deus que andavam na verdade! Exemplo disso era o próprio destinatário da carta, o presbítero Gaio que, provavelmente, pastoreava essa igreja junto com esse ditador e outro irmão chamado Demétrio a quem o apóstolo João elogia o comportamento digno de cristão (vs. 3,12).

Ainda hoje há pastores que se colocam como donos do rebanho de Jesus Cristo, usurpando primazia, tornando a igreja exclusivista e abusando da autoridade eclesiástica. Tais líderes com certeza não se alegram de ver pessoas andando na verdade, pois eles mesmos não ensinam a verdade nem tampouco andam nela. A alegria deles é ver seus seguidores andando de acordo com seus falsos ensinos, debaixo de suas cangas e arrastados por seus cabrestos! Eles têm medo de que seus seguidores descubram a verdade, pois se isso acontecer, eles perdem sua posição de manipuladores, por isso fazem questão de ocultar a doutrina teológica e ensinar apenas truques hipnóticos aos que adoram seus espetáculos!

Mas não o apóstolo João. E assim como ele, todos os verdadeiros pastores se alegram de ver que os discípulos andam na verdade. Não apenas que conheçam a doutrina teológica, mas que andem nela, que a pratiquem, que vivam todo o ensino doutrinário para a glória de Deus! Esta é a alegria dos verdadeiros pastores! Mesmo que os discípulos cresçam mais que eles, isso lhes traz maior alegria ainda, pois sabem que ensinaram a igreja a andar na verdade absoluta da Palavra e não no subjetivismo relativista de hoje, que dilui a verdade em uma névoa obscura e passageira.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 18 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0114 - O NOVO MANDAMENTO

 


“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34).

O mandamento do amor sempre fez parte da vontade de Deus revelada para Seu povo. Afinal, porque Deus é amor (1Jo 4.8), todos os que Ele chama para serem Seus, Ele os ordena que também amem.

Foi assim desde quando o Senhor fez o pacto da antiga aliança. O segundo maior mandamento, de acordo com Jesus, dizia: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18; Mt 22.39). Perdia em importância apenas para o maior de todos que é amar a Deus de todo coração, alma e entendimento (Dt 6.4,5; Mt 22.37).

Apesar de muitos interpretarem o mandamento de amar ao próximo tendo a si mesmo como padrão, isto é, devo amar meu próximo como amo a mim, todavia, não é este o significado do mandamento. Amar o próximo como a si mesmo significa amá-lo como se ele fosse você. Não é como muitos dizem: “Se você não se amar, como vai amar os outros”? Isto decorre, inclusive, para algo mais egoísta ainda: “Se eu não me amar, quem vai me amar”? Errado! A Bíblia nunca manda você se amar!

O “novo” mandamento que Jesus nos deu vai além deste mandamento antigo. O novo não diz mais “ame ao próximo como a ti mesmo”, mas ele diz: “ame como Eu te amei”. Não ame o próximo como se ele fosse você, mas ame-o como se fosse Jesus amando. Creio que não haveria volumes que comportassem a descrição do amor de Cristo por nós! E é assim que o novo mandamento do amor nos constrange a fazer!

Uma pequena descrição dele seria que Cristo, ao nos amar, deu a vida por nós. E, como diz o apóstolo João em sua carta: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). De modo triste devemos admitir: às vezes não damos um minuto ou uma hora pelo nosso irmão, quem dirá a vida...

Que o Senhor nos leve a entender que este novo mandamento considera a vida do outro mais preciosa do que a nossa...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 17 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0113 - COMO SUSPIRA A CORÇA

 


“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma”­ (Sl 42.1).

O anseio de uma corça por águas para saciar sua sede é algo incontrolável. Aliás, de qualquer ser vivente. Entretanto, por ser ela um animal indefeso, pois sua única vantagem é correr velozmente e nada mais, quando ela se encontra sedenta, a gazela não se importa mais nem mesmo com sua própria vida, colocando-a em risco, quando se aproxima dos ribeiros de água para se dessedentar, pois fica exposta a seus predadores, custando-lhe, às vezes, a própria vida...

O salmista sabe que é isso que acontece no reino animal e aí está a terrível lei da sobrevivência. A corça, para sobreviver necessita da água e seu predador se alimenta dela em busca de sua sobrevivência também. Ele era um observador desse processo em sua época e região. Então, compara-se a este animal quando se vê diante de Deus. Ele considera Deus como a fonte suprema que sacia a sede de sua alma! E assim deseja por Deus, por comunhão e satisfação!

É triste perceber como muitos hoje se aproximam de Deus: desejam ser premiados por Ele, mas não podem suportar um momento com Ele. Afinal, para se ter um momento real de comunhão com Deus é necessário antes passar por Seu Filho, reconhecendo-O e declarando-O como Senhor exclusivo de sua vida. E isso tais pessoas rejeitam, pois reconhecer Jesus como Senhor lhes faria sujeitar suas vontades cobiçosas à vontade perfeita de Deus e isso eles não querem.

Mas os que têm sede de Deus aproximam-se dEle por meio de Seu Filho para ter sua sede saciada e seu vazio preenchido! Quem tem sede verdadeiramente por Deus, não tem sua vida por preciosa; ele desfrutará de sua comunhão com Deus ainda que isso lhe custe a vida pelos predadores inimigos que perseguem o povo de Deus. Ele sabe que se amar sua vida aqui, perderá aquela lá; mas se aborrecer esta vida aqui, alcançará a vida eterna. Assim, esta vida terrena pouco lhe custa, pois seu prazer está em desfrutar de Deus!

Aproxime-se da fonte de Deus, que é Jesus Cristo! Beba da água da vida que forma em você uma fonte que jorra para a vida eterna. Não preserve sua vida, entregue-a ao Senhor de forma plena. Deixe que os predadores e perseguidores façam o papel deles, enquanto você sacia sua sede em Deus! A garantia é que do lado de lá “jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida” (Ap 7.16,17).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 16 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0112 - EXAMINE-SE PARA A CEIA

 


“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1Co 11.28-32).

Geralmente, nas celebrações eucarísticas (da ceia do Senhor), costumamos ouvir uma palavra de admoestação ou advertência antes de participarmos da ceia. Em geral, o objetivo é levar o crente a uma análise de sua vida para saber se está apto a tomar a ceia naquele dia.

Na verdade tem que haver um autoexame, diz Paulo. Mas depois disso, deve o crente comer e beber a ceia. Porém os que comem e bebem sem discernir o corpo, participam para sua condenação. Todavia, não é a condenação do inferno, diz Paulo. O que seria não discernir o corpo, ou tomar a ceia indignamente? No contexto, significa o crente que não compreende a unidade da igreja. Paulo vem falando deste tema desde o cap. 10 e prossegue até o 13, onde fala da unidade do corpo, cada membro com seu dom, mas todos em amor.

Aqui no cap. 11, Paulo havia reprovado a atitude de certos cristãos mais abastados, que chegavam às reuniões antecipadamente (v. 21), comiam e bebiam, inclusive até se embriagar! Que absurdo! Eles não consideravam os crentes mais pobres, que não tinham o que levar para este momento de comunhão e passavam fome. Estes irmãos glutões e beberrões não discerniam o corpo de Cristo, não entendiam que igreja é igualdade, não há ninguém maior aos olhos de Deus.

Deus então disciplinava alguns desses crentes com enfermidades ou até mesmo morte física (v. 30). Todavia, fazia isso para salvar-lhes a alma. É o que Paulo diz no v. 32, que quando Deus nos julga nesse aspecto, na verdade Ele está nos disciplinando para não sermos condenados com o mundo. Em outras palavras, é como se dissesse: “Deus castiga com doença e até morte física esse tipo de crente, porque é salvo e não pode ser condenado com o mundo no dia do juízo; então, antes que ele se desencaminhe por completo, Deus o tira desta vida como ato disciplinar para poupar-lhe a alma”.

O conselho prevalecente é que nos julguemos a nós mesmos (v. 31). Se fizermos isso, não precisará que Deus nos julgue (aqui, claro, no sentido de disciplina). A pergunta que nos cabe é: será que entendemos o que significa ser igreja? Entendemos que todos somos um só pão (10.17) que, embora muitos membros, somos um só corpo (12.12)? Compreendemos que nossa unidade não pode ser vituperada pelas nossas preferências? Que nosso irmão menos afortunado deve participar das mesmas bênçãos de que eu fui objeto? Se entendemos estas coisas e as praticamos, então estamos discernindo sim o corpo de Cristo. Caso contrário, estamos como diz o apóstolo João, pecando para a morte “e por esse não digo que ore” (1Jo 5.16).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0111 - O SARMENTO NO FOGO

 


“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, que mais é a árvore da videira do que qualquer outra árvore, ou do que o sarmento que está entre as árvores do bosque? Toma-se dela madeira para fazer alguma obra? Ou toma-se dela alguma estaca, para que se lhe pendure um vaso? Eis que é lançado no fogo, para ser consumido; ambas as suas extremidades consome o fogo, e o meio dela fica também queimado; serviria porventura para alguma obra? Ora, se estando inteiro, não servia para obra alguma, quanto menos sendo consumido pelo fogo, e, sendo queimado, ainda se faria obra dele?” (Ez 15.1-5).

A videira é um tipo de árvore cujo caule não serve para se aproveitar. Dele não se faz estaca, não se pendura vaso algum, dali não sai qualquer obra de arte. Ela nada é em comparação com outras árvores do bosque. Assim é que Deus compara Israel e Judá. Este povo foi escolhido por Deus não por suas características intrínsecas, mas por pura bondade divina.

A questão é que Deus diz aqui que este sarmento seria lançado no fogo, seguramente porque não produziu nada. Se, quando tinha vida não tinha serventia, quanto mais agora que seria descartado! E assim foi; como conhecemos a história, Judá também foi levado cativo para a Babilônia e ali sofreu o fogo da provação e talvez da punição divina por suas transgressões! O profeta Zacarias chega a dizer que o sumo sacerdote Josué era “um tição tirado do fogo” (Zc 3.2), ou seja, um homem que foi arrancado do cativeiro para continuar prestando serviço a Deus pelo povo que havia retornado do exílio!

A igreja, da mesma forma, é também um sarmento. Ela é uma árvore sem expressão. Seu caule não é um tronco forte, mas fino e flexível. Isto é assim para que a glória seja de Cristo e não de nós. Todavia, Ele nos nomeou para darmos fruto e que nosso fruto permaneça (Jo 15.16). Não temos estrutura para que de nós se produza alguma obra de arte, para que se pendure algum vaso, nada que temos pode sustentar uma ornamentação. A única coisa que podemos fazer é dar fruto e isto, se estivermos ligados em Cristo e Ele em nós (Jo 15.4).

Finalmente, temos que estar informados de que se não dermos o fruto correspondente à natureza que dizemos ter em Cristo, então o fim é ser lançado ao fogo. Porém, não um fogo que tem retorno, como foi o caso de Judá. Foram para o cativeiro, mas 70 anos depois retornaram. O fogo que aguarda os que não dão fruto em Cristo é um fogo eterno e de onde não há saída!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 15 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0110 - TUDO É DELE E PARA ELE


“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja.” (Cl 1.15-18).

Neste cântico de exaltação a Cristo, Paulo faz algumas afirmações teológicas importantíssimas, nas quais fundamentamos nossa Cristologia. Cristo é a imagem do Deus invisível, isto é, ao mesmo tempo em que ele declara que Deus é Espírito, confirmando assim a invisibilidade de Deus, ele confirma a encarnação. Cristo é Deus vindo em carne e isto é essencial para a nossa salvação, pois somente em carne Ele poderia morrer por nós, pois estava assumindo as limitações humanas sobre Si.

Quando Paulo chama Jesus de “o Primogênito de toda a criação”, ele jamais está dizendo que Jesus foi criado, ou no dizer de algumas seitas, o primeiro a ser criado na eternidade. Os que afirmam isto negam a divindade de Cristo e cometem um anacronismo, afirmando que na eternidade alguém foi criado. Se era eternidade, então não pode ter sido criado, pois na eternidade não há tempo nem espaço. Quando algo ou alguém vem à existência dentro da eternidade, então já não é mais eternidade. 

Quando Paulo diz que Ele é o Primogênito, ele está usando um termo de família. Ele fala da primazia e dos direitos que o filho mais velho tinha sobre as coisas de seu pai. Ou seja, Jesus tem primazia sobre tudo que foi criado, sendo Ele o Primogênito Filho de Deus. Se Jesus não fosse Deus, o v. 19 (e também em 2.9) estaria se contradizendo, pois afirma que nEle habita a plenitude da divindade. Deus pode até habitar na criatura, mas não em Sua plenitude... se a plenitude da divindade habita em Cristo, naturalmente Ele é Deus!

Depois de ter dito que todas as coisas, visíveis e invisíveis, poderes e autoridades, foram criados nEle, Paulo prossegue dizendo que não somente foram por meio dEle criados, mas para Ele. Cristo é o Dono de tudo o que existe, quer conheçamos ou não. Sejam coisas materiais ou invisíveis, sejam seres ou coisas; tudo é dEle! Tudo o que existe, não somente tem sua origem em Cristo, como também sua continuidade. Paulo diz que nEle tudo subsiste! Nada pode permanecer existindo sem a interferência e o controle de Jesus Cristo!

Porém, Sua relação conosco é diferente. Ele continua sendo supremo e soberano, mas com relação à igreja, Ele é chamado de cabeça, ou seja, o que guia, orienta, está ligado diretamente ao corpo, que é sua igreja. É uma relação pessoal, é íntima, é um relacionamento de amor. Ele é dono de tudo, mas de Sua igreja é marido! Como um rico fazendeiro, dono de tantas empresas e posses, mas sua esposa é dele de um modo diferente, assim Cristo conosco! Somos dEle sim, mas como parte dEle! Temos uma relação de intenso amor que ainda nem mesmo entendemos a dimensão. Mas ela se aprofundará à medida que caminhamos aqui com Ele e conheceremos disso mais ainda na eternidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 12 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0109 - DEUS CUMPRE SUAS PROMESSAS


“Quando o sol já havia se posto e já estava escuro, surgiu um fogo fumegante e uma tocha de fogo que passaram entre aquelas metades. E naquele mesmo dia o Senhor fez uma aliança com Abrão dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra” (Gn 15.17,18 – A21).

Na antiguidade, quando duas pessoas faziam pactos, era comum que elas partissem animais ao meio e colocassem as metades de cada lado. Por entre aquelas metades, aqueles pactuantes passavam para jurar cumprimento de sua parte na aliança que estavam fazendo. Eles diziam que se caso algum deles viesse a quebrar aquele concerto, então que o seu fim fosse como daqueles animais!

Aqui em Gn 15 encontramos o relato do pacto de Deus com Abraão. Deus não somente lhe promete um filho, como promete multiplicar sobremodo a sua semente. Ele crê em Deus e é justificado (v. 6). Torna-se agora o pai de todos os que creem. Porém, ele pergunta a Deus como ele saberia que haveria de receber esta promessa, que garantia ele teria da parte de Deus (v. 8). Deus então lhe diz que traga alguns animais, corte-os ao meio e coloque as bandas de um e outro lado (v. 9).

Agora, ao fazer Seu juramento, Deus mesmo manifesta Sua teofania, a saber, um fogo fumegante e uma tocha de fogo que passam entre as metades daqueles animais! Deus está dizendo a Abraão que o mesmo fim trágico aconteça a Deus se Ele não lhe cumprir Sua promessa! Que repouso e segurança para a fé daquele patriarca!

A Nova Aliança que Deus pactuou em Cristo Jesus também teve um corpo rasgado. Porém não de animais, mas o corpo do Seu próprio Filho, em Quem Deus jurou salvação a todos os que creem no Seu nome! Não precisamos ter o fim trágico da morte, pois Jesus já suportou isso por nós. Ele recebeu a morte para que tenhamos a vida. Todo este processo indica que o grande amor de Deus por nós se cumprirá totalmente nos dando a salvação que nunca merecemos, mas a alcançamos exclusivamente por Sua graça.

Paulo diz que se Deus não poupou ao Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos dará também de graça todas as coisas? (Rm 8.32). O mais difícil e improvável Ele já nos deu. Assim também nos dará graciosamente todas as coisas de que necessitamos para que aquilo que Ele nos deu em Seu Filho se cumpra em nós. Tais coisas podem ser (e serão mesmo) provações e aflições, como no caso de Abraão também. Seus descendentes não receberam a promessa sem antes passar por 400 anos na escravidão (Gn 15.13). Mas no fim, Deus lhes concedeu a Sua promessa (v. 18).

Assim também com Sua igreja. Tudo o que for necessário que Ele nos dê para que cheguemos ao Seu propósito, que é a nossa conformação à imagem de Seu Filho, Ele nos dará, para que isso aconteça. Por isso, Paulo diz: “Sabemos que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam, dos que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0108 - O CHORO PODE DURAR UMA NOITE

  


“Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5).

Grande consolo encontramos neste verso, principalmente em sua frase final. Esse verso final tem sido usado há séculos como um verdadeiro conforto para a alma ferida e cansada do sofrimento que lhe persegue. A cada manhã, sempre surge uma esperança de que o choro da noite anterior seja interrompido por uma notícia de alegria que lhe supere.

Em muitos casos, é exatamente isso que acontece. Dure a “noite escura da alma” o quanto for, dias, meses e anos, mas existe um alvorecer que irrompe com uma novidade providencial. Deus levanta um novo raiar, onde os olhos que dantes vertiam lágrimas, agora brilham pela esperança dessa nova aurora. Crentes de todos os tempos experimentaram a realidade disso como uma promessa cumprida, uma verdadeira árvore de vida.

Todavia, olhemos mais de perto para este verso. Ele fala que a ira de Deus dura só um momento e no Seu favor está a vida. Sim, a ira de Deus (que aliás, dura para sempre) durou apenas um momento sobre Seu Filho na cruz do Calvário para perdoar nossos pecados e nos conceder a vida eterna pelo Seu favor! Foi um momento condensado que carregou a infinitude de nossos pecados. Mas foi por este favor que recebemos a vida!

Os três dias que Jesus ficou sepultado foram de fato uma longa noite onde o choro durou. Mas antes mesmo do romper da alva daquele domingo, outra Alvorada surgiu da sepultura: o Filho de Deus, vivo e glorificado, trouxe alegria aos que choravam e, de lá para cá, nunca mais anoiteceu sobre os que creem em Seu nome!

Eis o sentido supremo deste Salmo que sempre alegrou os crentes que sofrem. Porém, a mensagem de alegria que ele traz é muito mais profunda. Trata-se da alegria de contemplar a Luz do mundo, o Sol da Justiça, que traz a salvação em Seus ombros e, como diz o profeta Malaquias: “saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria” (Ml 4.2).

Você que chora durante vários e vários dias de sua vida que, na verdade, são noites escuras, não se derrame na tristeza dessa escuridão, mas levante os olhos e contemple o Ressurreto! Saia da estrebaria e salte de alegria e júbilo, pois a ira de Deus que duraria para sempre sobre você, durou apenas um momento sobre Jesus, embora Ele tenha absorvido a totalidade dela na cruz, para que você, pelo Seu favor, tivesse vida, vida em abundância, vida eterna!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 11 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0107 - A INCAPACIDADE DO HOMEM DE CONHECER A DEUS

 


“Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. Quando os bárbaros viram a víbora pendente da mão dele, disseram uns aos outros: Certamente, este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Porém ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Mas, depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus” (At 28.3-6).

Os homens saltam de um extremo a outro em suas precipitadas conclusões sobre moral e espiritualidade. Os bárbaros haviam recebido bem os náufragos daquele navio em que Paulo viajava para Roma. Enquanto preparavam uma fogueira para se aquecerem naquela ilha, este incidente aconteceu com Paulo na frente de todos os presentes. O primeiro juízo que eles fazem é de que Paulo é um assassino. Fugiu de Poseidon, deus do mar, mas não pode fugir de Themis, deusa da Justiça, segundo eles. Por isso, ela envia a víbora para aplicar a justiça em Paulo.

Como diz o relato de Lucas, obviamente cumpriu-se a palavra de Jesus que disse “pegarão em serpentes; e... não lhes fará mal” (Mc 16.18). Todavia, a opinião daqueles homens muda de um extremo para outro. Agora consideram Paulo um deus, quem sabe um titã, ou um semideus. Assim é a concepção dos homens que estão em trevas. Não possuem senso de moralidade, muito menos de espiritualidade. Embora Paulo tenha curado alguns enfermos naquela ilha, não há relato na narrativa de Lucas de que alguém tenha se convertido.

Mais tarde, Paulo escreve aos romanos acerca dessa atitude dos homens nas suas trevas: “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1.21). Por não admitirem Deus em sua lista de prioridade, os homens corrompem a ideia furtiva de Deus que já têm em algo inferior. É por isso que Deus os entrega à imundícia e às cobiças deles (v. 24), “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém”! (v. 25).

A infinidade de deuses fabricados e o crescente fenômeno dos deuses negados hoje em dia, corrobora essa verdade bíblica. Os homens desconhecem Deus, mas insistem em não reconhecê-lo nas Suas indisputáveis revelações pela natureza e pela consciência! Será que aceitarão por Sua revelação especial, que é a Palavra? Só mesmo anunciando para ver. Como Paulo fez assim que chegou a seu destino. Diz o v. 24 do texto que lemos: “Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que ele dizia; outros, porém, continuaram incrédulos”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 9 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0106 - A BABILÔNIA E A IGREJA

 


“Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria” (Ap 18.23).

A Babilônia, no livro de Apocalipse, significa, em primeira mão, a Roma antiga, a perseguidora do povo de Deus, que também prostituía os povos com sua idolatria. Por isso ela é chamada de “BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA” (17.5).

Por extensão, podemos dizer que todo sistema, seja religioso, político ou social que se levanta contra Deus e quer usurpar Seu lugar, esse sistema é a Babilônia em sua continuidade, uma vez que o império romano daquela época não existe mais.

Não é de admirar que este seja o sistema de todas as épocas. A igreja de Jesus é a única sociedade que se diferencia de todo o sistema mundano antideus. Ela é regida pela vontade de Deus e todos os demais sistemas são regidos pela força maligna (“o mundo jaz no maligno” – 1Jo 5.19).

O capítulo 18 descreve de maneira simbólica a destruição deste sistema chamado Babilônia. E neste versículo que lemos, percebemos que nela não brilhará sequer luz de candeia. Que contraste intenso com a noiva de Cristo! No cap. 22.5 diz que a igreja do Senhor não precisará nem da luz da candeia nem da luz do sol, pois Deus mesmo brilhará sobre ela e ela reinará para sempre!

Aqui também diz que em Babilônia não se ouve voz de noivo ou noiva. Mais um contraste com a noiva do Cordeiro, a igreja, pois ali se ouvirá a voz do Noivo e Sua noiva para todo sempre, isto é, ali será um ambiente de festa perene (21.2)!

Aqui diz que os mercadores da Babilônia foram os “grandes” da terra e as nações foram contaminadas por sua prostituição, ou seja, por sua falsa religião. Ali, porém, a noiva do Cordeiro será presenteada pelos reis da terra com sua glória, bem como as nações lhe trarão sua honra e glória (21.24,26)!

Que contraste! Que diferença! A Babilônia tentou se glorificar aqui na terra (18.7). Os reis da terra, que viveram em sua luxúria testemunharão sua queda (18.9). Porém a igreja do Senhor que aqui foi humilhada pela Babilônia, inclusive teve seu sangue por ela derramado (18.24), ali na eternidade, será glorificada por Deus! Sua glória será eterna, pois reinará com seu Senhor para todo o sempre!

De que sistema você faz parte? Da igreja agora rejeitada, ou da Babilônia agora exaltada? Saiba que no último dia, a posição certa será revelada. Quem fez parte da Babilônia cairá com ela e com ela será julgado, mas quem foi de fato a noiva do Cordeiro, quem foi igreja aqui e até mesmo perseguido, será glorificado com Cristo e Seu Pai para todo o sempre! Soli Deo Gloria!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 8 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0105 - NÃO ORES POR ESTE POVO

 


“Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos. Disse-me ainda o Senhor: Não rogues por este povo para o bem dele” (Jr 14.7,11).

Nada pode ser pior para uma pessoa ou uma nação do que a rejeição de Deus. Enquanto rejeitamos a Deus, resta ainda uma esperança de que Ele não nos tenha rejeitado. Entretanto, uma vez que Deus tenha nos abandonado, que esperança resta? E ainda que pensemos que não há rejeição em Deus, todavia, não podemos fugir desta realidade perante a Bíblia.

Deus rejeitou qualquer oração de Jeremias por Seu povo, pois, embora Jeremias fizesse uma oração de arrependimento, se incluindo no erro do povo judeu, ainda que ele mesmo não tivesse praticado o pecado do povo, mesmo assim Deus rejeitou sua oração e disse que não o ouviria se pedisse para o bem do povo (7.16). Conhecemos bem a história e, de fato, nenhuma intercessão adiantou de nada, pois o povo foi inevitavelmente para o cativeiro babilônico.

Não é diferente na visão do NT. O apóstolo Paulo adverte em suas cartas que a rejeição constante de Deus pode inverter e, no fim das contas, Deus é quem rejeitará. Ele diz aos romanos que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28).

Ele também alerta aos tessalonicenses que “por este motivo [por não acolherem o amor da verdade], Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade” (2Ts 2.11,12). Vemos, portanto, que a rejeição de Deus é pior do que a rejeição que os homens fazem dEle.

Ainda estamos vivendo no tempo em que a porta da graça e do perdão está aberta para todos quantos arrependidos vierem ao Senhor. Mas não podemos negar que estamos caminhando para um tempo em que as coisas vão se afunilar (e quem sabe já não estamos vivendo?), em que todos os que não se importaram com a verdade serão finalmente abandonados por Deus e entregues aos seus próprios desejos para serem condenados. Chegará o tempo em que nem mesmo a oração de um intercessor será ouvida, pois Deus já decidiu executar Seu juízo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 7 de maio de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0104 - PODER DE DEUS PARA COM OS QUE CREEM

 


“E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais” (Ef 1.19,20).

Frequentemente ouvimos as pessoas dizerem que exercem a sua fé em Cristo por vontade própria. Não ouvimos isso apenas de pessoas não cristãs, mas, sobretudo, de cristãos, tanto leigos, como pregadores, pastores e estudiosos.

Todavia, não é o que lemos aqui. O que o apóstolo Paulo escreve é que nós cremos por causa da suprema grandeza do poder de Deus e segundo a eficácia deste poder. E para que tenhamos uma ideia de quão imenso e operoso é esse poder, o apóstolo cita a ressurreição de Cristo como exemplo. Ele diz que Deus utilizou esse poder para ressuscitar Seu Filho dentre os mortos! Incrível! O poder que Deus opera para que nós creiamos é o mesmo poder que Ele usou em Cristo para ressuscitá-lo dentre os mortos! Pouca coisa?

Não deveríamos nos sentir à vontade, afirmando que cremos se quisermos. Pelo que diz o santo apóstolo do Senhor aqui, nossa fé é produto do poder supremo e eficaz de Deus. Não é produto de um mero desejo ou esforço humano que, no pecado, não tem nenhuma condição de exercitá-lo.

Dessa forma, passamos a entender por que razão um verdadeiro crente jamais perde a sua fé. Assim como Cristo ressuscitou e já não morre (Rm 6.9), assim também um crente redivivo pelo poder de Deus não volta a ser incrédulo.

Há muitos que creem sim, nos fatos bíblicos e em suas afirmações. Mas a fé salvadora refere-se a uma identificação com Cristo. É crer “em” e não apenas crer “que”. Crer que Jesus nasceu de uma virgem, crer que viveu uma vida sem pecado, crer que morreu pelos nossos pecados, crer que ressuscitou dos mortos etc. é bom e necessário, mas não é a fé salvadora, é apenas a fé confessional. A fé salvadora crê “em”. É crer em Jesus e não apenas nos fatos ocorridos com Ele.

Se a sua fé é estabelecida em um relacionamento pessoal e íntimo com Jesus Cristo, então isso não aconteceu porque você quis, mas porque Deus operou um poder tão supremo e eficaz em você, da mesma forma que Ele operou para levantar Cristo dentre os mortos, de sorte que você também ressuscitou dos mortos espirituais e veio à fé em Cristo. Desta forma você tem um relacionamento com Jesus por causa do poder de Deus. A glória somente a Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson