“Tornai-vos, pois,
praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem
que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla,
e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência” (Tg
1.22-24).
O ouvinte da Palavra que não pratica, já foi comparado na Bíblia com algumas coisas. Jesus disse que se compara ao homem desatinado que edificou sua casa sobre a areia. Vindo as chuvas, os ventos e os rios, dão contra a sua casa, a qual sofre uma grande ruína (Mt 7.26,27). Jesus está querendo dizer que nada que esta pessoa faz permanecerá de pé no Dia do Juízo, ainda que temporariamente pareça seguro.
Grande semelhança tem esta comparação com a parábola da semente que caiu no meio das pedras (Mt 13.5,6). Jesus diz que este é o que ouve a Palavra e logo recebe com alegria. Porém, não pode suportar as provações, porque não tem raiz em si mesmo. Sua empolgação é de pouca duração (vs. 20,21). Aqui Jesus está falando do sujeito que não calcula os custos de segui-lo. Vem por alguma coisa que tenha achado atraente no evangelho, mas não pode subsistir diante da realidade dos fatos.
Primeiro, Tiago chama o ouvinte que não pratica a Palavra de “enganador de si mesmo”. Tal pessoa supõe que o fato de ouvir a Palavra já lhe traz algum benefício. Todavia, se esquece de que ouvir a Palavra não é meramente um discurso, mas um compromisso. De acordo com Pedro, ouvir e não praticar, seria melhor que nem tivesse ouvido (2Pe 2.21).
Depois, Tiago o compara ao homem que contempla seu rosto no espelho. O que isso tem a ver? A questão é que quando alguém contempla seu rosto num espelho, ao afastar-se dele, logo se esquece de sua aparência. Assim é aquele que ouve a Palavra e não a pratica. Pode até reconhecer algumas falhas em sua vida na hora em que está ouvindo a mensagem, assim como percebemos algo errado em nossa aparência quando nos olhamos no espelho. Mas assim que sai da reunião, do culto, do momento da pregação, este que ouviu e até reconheceu, logo se esquece de tudo, pois não vai pôr nada daquilo em prática, como alguém que, depois de ter dado uma retocada na aparência e se afasta do espelho, não se lembra mais de como era.
Infelizmente, para tais pessoas, embora elas se esqueçam
daquilo que a Palavra as alertou e todos os dias voltam a ouvir e tornam a se
esquecer, todavia, há Um que não se esquece de nada. Diante dEle todos hão de
comparecer para prestarem contas daquilo que ouviram. Jesus mesmo disse que é
isso que vai acontecer: “Quem me rejeita
e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho
proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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