Teolatria

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segunda-feira, 5 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0123 - CRISTO MORREU EM VÃO?

 


“Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gl 3.21).


Sempre ouvimos argumentos improcedentes, do tipo: “Se Deus tem Seus eleitos, então não precisava Cristo ter morrido”. Entretanto, o que lemos aqui da parte do apóstolo Paulo é o contrário. Se a justiça é mediante a lei, aí sim, Cristo morreu em vão. Ou seja, se eu sou justificado por aquilo que faço, aí sim, não precisava Cristo ter morrido.

Pensar que nossa salvação é produto de algo que fazemos é anular a graça de Deus, de acordo com a teologia paulina. Se a questão fosse Deus achar em nós algo que fizesse merecer a salvação, então cada um que se esforçasse por merecê-la; Cristo seria poupado da morte na cruz. Sabemos, porém, que não é assim.

Paulo explica “que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus... para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (v. 16). O propósito da lei jamais foi justificar alguém. Como pode a lei justificar seus transgressores? Ela só pode condená-los. Se já nascemos debaixo do pecado, segue-se que é impossível ser justificado pela lei, pois a lei existe para ser cumprida, caso contrário, ela aplica naturalmente sua punição. Como nunca houve ninguém da semente de Adão que cumprisse a lei, então o propósito da lei não é justificar e sim condenar.

O argumento do apóstolo é que através da lei nós morremos. Só que morremos para ela mesma, a fim de viver para Deus (v. 19). Sim, isto é a mais pura verdade. Pela lei nós morremos, mas os que morrem na cruz de Cristo não vivem mais, porém Cristo vive neles. E esta vida que ainda nos resta na carne, ou seja, a vida biológica, deve ser vivida na fé em Cristo e não na lei (v. 20). Se alguém diz que morreu na cruz de Cristo e ainda vive na lei, tal pessoa está transgredindo, de acordo com o v. 18: “Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor”.

Agora percebemos qual pergunta faz mais sentido. Se Deus tem Seus eleitos, segue-se que Cristo morreu em vão? Ou se somos justificados pela nossa justiça, segue-se que Cristo morreu em vão? Obviamente, de acordo com Paulo, se somos justificados por nossa justiça, então Cristo morreu em vão, pois bastaria que cada qual mostrasse sua parcela de justiça para ver se Deus o salvaria e Cristo seria poupado. Mas, uma vez que todos pecaram e por suas obras jamais podem alcançar a justiça de Deus, segue-se que Cristo teria de cumprir a justiça pelos Seus e morrer por eles a fim de torná-los aceitáveis a Deus por meio da fé. Qualquer doutrina fora essa, anula a graça de Deus.

Dia tes písteos.

Pr. Cleilson

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