“Viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
A cada elemento da criação que Deus ia fazendo, Ele mesmo dava o feedback: isto é bom, aquilo é bom... No final, tudo é muito bom. Havia, antes de finalizar a criação, algo que sob o escrutínio de Deus ainda não era bom, a saber, que o homem estivesse só (Gn 2.18). Ao contrário do que ouvimos dizer, não foi o homem que se sentiu só, mas Deus que viu que não era bom que ele estivesse só. Adão tinha seres abaixo de si para dominá-los, ou seja, os animais; ele tinha um Ser acima de si que o dominava, a saber, Deus; mas não tinha ninguém que fosse seu igual, que lhe completasse. Então, ao finalizar a criação, Deus disse que era muito bom!
Precisamos entender que Deus não está achando isto e aquilo bom. Deus não está sugerindo que seja bom. Tampouco Deus depende da opinião de ninguém para saber se ficou bom o que Ele criara. Quando se diz que “viu Deus que era bom”, isto é o que Ele determina como bom, pois está fazendo isso de acordo com o padrão de bondade que existe somente nEle! Isto e aquilo é bom porque veio do Deus bom e atenderá todo o Seu bom propósito. O que Ele criou não é bom porque é bonito e funciona, mas porque Ele disse que é bom e, ainda que fosse feio e não funcionasse seria bom porque Ele assim o decretou.
Nisto é incompleto o “argumento teleológico” (ou argumento do propósito) que procura provar a existência de Deus, pois este argumento quer mostrar que todas as coisas criadas têm um propósito, sendo assim feitas por um Ser Inteligente. Embora seja verdadeiro que tudo o que existe e tem um propósito revela que alguém inteligente foi o projetor, todavia, mesmo coisas que não têm propósito são criadas por Ele e são boas em essência, pois foram decretadas como boas por Aquele que as criou e estabeleceu!
Nenhum ser criado pode definir se algo é bom ou mau se não tomar como base a bondade de Deus. Nós não temos padrão de bondade entre nós para definirmos o que é essencialmente bom. Nós realmente sabemos definir não só o que é bom, como também os graus de bondade das coisas e ações das pessoas. Todavia, este padrão não está em nós. O ponto de perfeição de onde se compara o grau de bondade de todas as pessoas e coisas é Deus. O próprio fato de sabermos que algo tem maior grau de bondade do que outro, nos remete a algo que seja perfeitamente bom e este algo (que é alguém) é Deus.
Foi o que Jesus disse ao jovem rico. Bom, só há um, que é
Deus. Tudo mais que existe, carece de bondade plena. Se há algum grau de
bondade em tudo que existe hoje, depois da Queda, deve-se exclusivamente à
bondade de Deus que ainda reflete nas coisas e seres que Ele criou. Somente Ele
é bom por essência e perfeição. E tudo o que Ele define como bom assim será.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário