Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0138 - VÓS SOIS O SAL DA TERRA

 


“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).


O sal tem diversas características que são facilmente aplicadas à vida cristã, principalmente nos dias de Jesus. Ele podia simbolizar pureza, devido à sua brancura, tanto que o sal era incluído em várias oferendas, não só dentre o povo de Israel (Lv 2.13), como também nos sacrifícios pagãos. Podia simbolizar também a preservação, pois numa época em que não havia refrigeradores, o sal era, no dizer de Plutarco, uma nova alma inserida na carne morta. Simbolizava também sua principal característica, que era dar sabor aos alimentos.

Sendo assim, facilmente se percebe que Jesus está dizendo que Seus seguidores devem ser puros, devem também exercer influência preservadora da moral no mundo podre em que vivem e também devem dar sabor, transmitindo vida e alegria a tudo e a todos, uma vez que a vida com Cristo é de fato a verdadeira vida.

Porém, mais três características nos chamam também a atenção na figura do sal. A primeira é sua proporção em relação ao alimento. É uma proporção mínima. Da mesma forma que o sal em relação à comida é gritantemente inferior, assim também os seguidores de Jesus em relação ao mundo – sempre será numericamente desproporcional! Todavia, isso jamais impede que o sal exerça função, assim como também o fato de os crentes serem numericamente inferiores não impede que exerçam sua função influenciadora no mundo.

Em segundo lugar, é importante notar que, para o sal exercer sua tarefa, ele precisa se dissolver. Há um serviço de entrega na função do sal. O seguidor de Jesus deve sempre se lembrar de que sua vida cristã é uma vida de entrega e abnegação, assim como foi a do seu Mestre, o qual dizia: “Como o Filho do homem que não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). O cristão não vive para si. Sua vida é um punhado de sal na mão de Jesus. Será salpicado em algum lugar, ainda que isto lhe faça desaparecer. Ele é sal da terra, não de si mesmo.

A terceira qualidade é que o sal nunca aparece. Se isso acontecer, ele estraga a comida! Quando um alimento é bem temperado, ninguém elogia o sal e sim a comida ou o cozinheiro. Assim também o crente deve sempre existir de tal modo que jamais ele seja notado ou glorificado e sim suas obras sejam notadas e Deus, o cozinheiro que lhe usou, seja glorificado!

E se não servirmos ao propósito de sal? Jesus disse que para nada mais prestamos, exceto para ser lançado fora e pisoteado pelos homens. Sim. O crente não serve mais para nada neste mundo, exceto para cumprir o sabor de Deus. Caso ele se recuse a isso, o que lhe resta é ser pisado, isto é, ter seu nome na boca dos incrédulos como motivo de escárnio e não para glória de Deus!

Temos sido de fato o sal da terra?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 28 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (08) - OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA

 


“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.10-12).


No encerramento das bem-aventuranças, Jesus não fala de uma propriedade que agrada o mundo; Ele não faz referência a uma aceitação por parte das pessoas; Jesus é decisivamente claro quando diz que o bem-aventurado sofre perseguição. Isto deve concluir para nós que a ideia do mundo é violentamente oposta à de Deus! Para Deus, estas pessoas são bem-aventuradas; para o mundo, elas são odiadas! De fato, a sabedoria deste mundo para Deus é loucura e vice-versa: a sabedoria deste mundo é loucura para Deus!

Jesus fala de perseguição por causa da justiça. Que justiça é essa? Observe que ninguém em são juízo perseguiria alguém por estar fazendo obras de caridade, então, ainda que o crente execute boas obras para o seu semelhante, todavia há algo mais que faz o mundo lhe perseguir!

É que a justiça de Deus Se revela no evangelho de fé em fé, diz Paulo em Rm 1.17. Quando anunciamos a justiça de Deus pelo evangelho, o homem se irrita e se volta contra nós. Por dois motivos: primeiro porque se a justiça de Deus for aplicada ao homem, este perecerá, pois é pecador e merece a condenação. Segundo porque se a justiça de Deus é aplicada sobre Cristo, que Se fez pecado por nós, só nos resta receber esta justiça pela fé e não por algo que possamos fazer! Isso também irrita o homem, pois deseja ter participação na salvação de Deus sobre si. De ambas as formas, o mundo se irrita com a justiça de Deus: tanto se ela for aplicada ao pecador condenando-o, como sendo ela aplicada em Cristo, restando ao homem apenas crer e não fazer trabalho nenhum. Resultado: seremos perseguidos por causa da justiça!

Por isso que muitas pregações têm buscado uma parceria para que o mundo não persiga os crentes: ou se anuncia que Deus ama o pecador e só aborrece o pecado, isto é, nesse tipo de evangelho, a justiça de Deus não é revelada; ou se anuncia que você tem uma participação na sua salvação, que depende do seu querer para Deus lhe salvar, isto é, nesse tipo de evangelho, você não é justificado pela fé somente! Dessa forma, os pregadores pensam que estão em paz com Deus e em paz com o mundo!

Todavia, Jesus deixa claro que com os profetas na Antiga Aliança não foi assim. Eles não transigiram com os pecados de seus contemporâneos para se livrarem da perseguição. Quanto mais nós, os bem-aventurados da Nova Aliança! Não temos que aliviar a pregação da justiça de Deus para nos livrarmos das perseguições! Senão, seremos bem-aventurados para o mundo e perseguidos por Deus! O reino dos céus só será concedido aos que forem perseguidos pelo mundo por causa da justiça, pois esta é uma das maiores provas que não pertencemos ao mundo – “Grande é o vosso galardão nos céus”!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 27 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (07) - OS PACIFICADORES

 


“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9).


Quando ouvimos falar de pacificadores, rapidamente nos lembramos da situação em que eles têm que atuar, isto é, a guerra. Um pacificador vai promover a paz entre dois inimigos. E quando falamos em guerra, não devemos pensar apenas no aspecto mundial de guerra entre nações, pois esta não passa de uma ampliação que já existe no coração humano, dentro de seus lares, comércios, casas de leis, congressos, que se estende e alcança proporção mundial.

Lembramo-nos de Tiago, que escreveu em sua carta: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam”? (Tg 4.1). O apóstolo está nos dizendo que as guerras provêm de um coração imundo, cheio de inclinações aos prazeres. Ao contrário disso, porém, temos aqui nesta bem-aventurança, que os pacificadores são aqueles cujos corações são limpos (cf. v. anterior).

Entretanto, quando falamos de paz, sempre nos lembramos de paz entre nações, entre famílias, entre pessoas. Mas o que Jesus nos fala aqui é de uma paz com o pior inimigo do homem pecador, que é Deus! Sim! O diabo é, sem dúvida, um adversário perigoso, porém das mãos dele, Deus pode nos livrar. Mas tendo Deus como nosso inimigo, quem poderá nos livrar de Suas mãos? Para comprovar que Deus tem os pecadores como Seus inimigos, lemos Rm 5.10: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”.

Aqui é que entra o papel de pacificador. Jesus foi o nosso Pacificador por excelência. O profeta O chama de Príncipe da Paz (Is 6.9). O apóstolo nos diz que Ele é o cumprimento profético de Miqueias 5.5: “E este será a nossa paz”, quando mostra que de fato Cristo é a nossa paz, não somente entre nós, os gentios e Israel, mas entre todos nós e Deus (Ef 2.14-17).

Porém, além de Deus ter nos reconciliado consigo em Cristo, Ele também nos confiou o ministério da reconciliação (2Co 5.18-20), isto é, nos chamou, nós os reconciliados, para que proclamemos essa paz a outros que ainda estão em inimizade contra Deus, a fim de que também se reconciliem com Deus! É isto que somos, pacificadores! Proclamadores da paz que os homens podem ter não somente uns com os outros, mas sobretudo com Deus!

Se você é um proclamador da paz de Deus aos homens, não uma paz que, politicamente correta, passa despercebida pelo pecado, mas uma paz que, pela fé em Cristo, perdoa pecados, então você é um bem-aventurado, pois é chamado filho de Deus. Sim, por ter sido alcançado por Cristo, agora, como filho de Deus, você proclama aos perdidos pecadores que eles também podem ter paz com Deus por meio da fé no Filho de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 26 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (06) - OS LIMPOS DE CORAÇÃO

 


“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5.8).


Nessa bem-aventurança, Jesus fala de um coração limpo. O que isto significa? Davi orava no Salmo 19:12: “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos”. Quem pode realmente dominar seu próprio coração? Deus diz pelo profeta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Não podemos confiar em nosso coração, portanto, não podemos dar o diagnóstico de que ele é puro!

Então, quem pode fazer parte dessa bem-aventurança? As bem-aventuranças não são qualidades que Deus encontra no homem para torná-lo feliz, mas são propriedades colocadas ali pelo próprio Deus, quando o indivíduo é confrontado pelo evangelho. Essas características são evidência de um novo nascimento. Isso é o que as bem-aventuranças retratam, o caminho de uma pessoa que está nascendo de novo.

Uma bem-aventurança está interligada a outra. E quem é o limpo de coração aqui? É aquele que já foi confrontado pela santidade majestosa de Deus e, ao se sentir pobre e vazio, completamente condenado diante de Deus, chorou pelos seus pecados, foi consolado, tornou-se manso e humilde como o Senhor. Esta é a pessoa cujo coração está sendo purificado, pois ela tem fome e sede de justiça.

Uma das coisas que mais evidenciam que seu coração está sendo limpo é exatamente o exercício da misericórdia, pois nos é dito que nós amamos a Deus, quando amamos nossos irmãos! Eis aí quem são os limpos de coração. São aqueles que, além de regenerados, foram justificados, mas agora andam em santificação! Sim, a pureza de coração diz respeito a nossa santificação enquanto peregrinamos do lado de cá do céu!

O sagrado escritor nos confirma o que disse nosso bendito Senhor: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Os limpos de coração, isto é, os que seguem a santificação, verão a Deus! Esta é uma das mais maravilhosas promessas que há na Palavra de Deus – a visão beatífica (ver ao Senhor).

Davi já almejava isso de antemão, quando escreveu o Salmo 17.15: “Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança”! Que compreensão extremamente avançada para sua época! Este rei desfrutava de tal comunhão com o Senhor, que já vislumbrava revelações que seriam concedidas apenas mais tarde aos apóstolos!

De modo semelhante, o apóstolo João nos diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo 3.2). Se você purifica seu coração a cada dia pelo Espírito que já habita em você, então é bem-aventurado, pois um dia verá a Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (05) - OS MISERICORDIOSOS

 


“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7).


A misericórdia é uma característica, antes de tudo, revelada em Deus. Enquanto que a graça fala do amor de Deus em relação ao homem pecador, a misericórdia fala do amor de Deus em relação ao homem miserável. A graça perdoa os pecados, a misericórdia livra dos sofrimentos do pecado. Duas palavras compõem este termo: ­miser no latim e cardia em grego, que é coração, ou seja, quando alguém coloca o coração na miséria alheia. Ninguém melhor que Deus fez isso.

De fato, Jesus atesta aqui, nas bem-aventuranças, que Deus fez isso. Ele havia dito que serão consolados os que choram copiosamente por seus pecados. Ele acabara de dizer que serão saciados os que têm fome e sede de justiça. O que é isto, senão que o indivíduo está recebendo a misericórdia de Deus?

Agora Jesus parte para o resultado natural de alguém ter sua fome e sede de justiça saciadas. E o resultado natural é que este alguém exercerá misericórdia para com os outros pecadores miseráveis como ele. A fartura de justiça deve transbordar em misericórdia para com outro miserável ao nosso lado. Alguém já disse que evangelizar é um mendigo dizendo a outro onde encontrar pão.

O exercício da misericórdia também atua na área do perdão. Um miserável que foi alcançado pelo consolo e fartura de justiça não pode negar o perdão a outro miserável, ainda que ele não tenha sido alcançado pela mesma misericórdia divina. Negar o perdão a outro pecador é exigir um direito que não temos. Pois fomos perdoados pela graça e retirados da miséria do pecado pela misericórdia. Tudo isso sem merecimento.

Se negamos o perdão ao nosso próximo, estamos cobrando um direito que não temos e então nos colocamos sub judice, isto é, debaixo do juízo de Deus, de quem dizemos que obtivemos nosso perdão. Em outras palavras, se negamos o perdão ao nosso próximo, dizemos para Deus que não precisa nos perdoar, que podemos resolver nossa dívida com Ele por conta própria. Porém, uma vez perdoados, alcançados pela imerecida graça e misericórdia divinas, então perdoar ao nosso próximo torna-se nossa obrigatoriedade.

Dessa forma é que comprovamos para nós mesmos que alcançamos a misericórdia divina. Se você não retém a fartura de justiça apenas para você, deseja misericórdia e exerce socorro para com seu irmão, então você é um bem-aventurado. Não foi apenas encontrado pela misericórdia divina, como também a alcançará dia após dia na sua caminhada cristã.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 24 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (04) - OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA

 


“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos” (Mt 5.6).


As bem-aventuranças retratam o perfil de alguém que foi alcançado pela graça de Deus de forma imerecida e não ao que o homem faz para alcançar algum favor da parte de Deus. Sendo assim, quando Jesus diz que são bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, precisamos saber a quê Ele está Se referindo.

A palavra justiça pode ter o significado forense, como também o sentido ético. No primeiro, a justiça é atribuída ao homem quando ele crê. Assim foi com Abraão (Gn 15.6). Ele creu em Deus e isto lhe foi imputado para justiça. Paulo ensina em Rm 4.4,5: “Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida; porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça”.

Neste sentido forense, é impossível a qualquer ser humano alcançar o status de justo diante do tribunal de Deus por qualquer boa obra que possa fazer, pois as tais não passam de trapo da imundícia (Is 64.6). Este mesmo profeta já havia dito que o Servo Sofredor haveria de justificar a muitos e levaria suas iniquidades sobre Si (Is 53.11). Jeremias, por sua vez, disse que o Senhor Se tornaria “Justiça nossa” (heb. YHWH Tsidqenu). Portanto, não é possível a nenhum de nós conquistar esse alvará de justo perante o tribunal do Santo Deus! Só se recebe esse status pela fé em Jesus (Rm 5.1).

Mas também há o sentido ético da palavra justiça. Nesse aspecto, a justiça significa que nossas obras nos acompanham depois de justificados. Jesus dizia que nossa justiça devia exceder em muito a dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Ao mesmo tempo, o Mestre nos ensinou que não devemos exercer a nossa justiça diante dos homens (Mt 6.1). Hendriksen falou apropriadamente: “Embora seja impossível que as obras justifiquem alguém, é impossível que uma pessoa justificada possa viver sem praticar boas obras”. (Com. Mateus Vol. 1 – p. 381 – Ed. Cultura Cristã).

Ter fome dessa justiça é quando o pecador, que já se sentiu miserável e perdido diante da assombrosa santidade de Deus, chora desesperadamente pelos seus pecados e, ao ser consolado pelo perdão divino, torna-se manso; então, essa justiça pela qual ele foi alcançado passa a fazer parte de sua conduta, de modo que não é somente a justificação que ele recebe, mas, na santificação, ele mostra como é o procedimento de alguém que foi perdoado. Sua fome e sede são um desejo que quanto mais se sacia, mais se sente! Ele só será farto e transbordante dessa justiça quando estiver no estado da glorificação, onde se verá livre da presença do pecado para sempre.

Se você já foi justificado por dentro, viva isso por fora! No v. 10 Jesus diz que também são bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça. Ninguém te perseguirá por você estar fazendo alguma caridade social. Mas vivendo a justiça de Deus pela fé revelada no evangelho, com certeza você conquistará inimigos! Esta é mais uma bela razão para que você continue a ter fome e sede de justiça, pois no final, Deus lhe dará uma mesa farta na presença de seus inimigos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 23 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (03) - OS MANSOS

 


“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5).

As bem-aventuranças não significam felicidade, como dizem algumas traduções. A definição de felicidade é muito variada e a maioria soa subjetivamente. Felicidade em nossa língua pode significar uma sensação de bem estar e um estado de alegria. Pode significar ausência de conflitos em uma vida pacífica e ordeira.

Mas quando prosseguimos em nossa leitura e meditação das bem-aventuranças, já compreendendo que elas estão interligadas, percebemos que seu significado não é subjetivo. Nada tem a ver com aquilo que eu sinto nem tampouco com as circunstâncias em que vivo. As bem-aventuranças, muito antes de falar de mim, elas falam de Deus. Falam de Deus no sentido de que são aquilo que Deus declara sobre mim e não exatamente como eu me sinto.

Se elas são um estado, então são um estado em que Deus me colocou e não um estado em que por acaso eu me encontrei. O bem-aventurado não é aquele que fez alguma coisa para agradar a Deus, mas aquele de quem Deus Se agradou e lhe concedeu Sua imerecida graça!

Quando Jesus diz que os mansos são bem-aventurados, Ele não está falando daquelas pessoas pacatas, sossegadas, que não brigam com ninguém, que são por natureza educadas e gentis. Não! Jesus Se refere aqui ao resultado de um pobre desgraçado que se viu falido e condenado, que se encontrou com a santidade terrível de Deus e chorou desesperadamente por sua perdição e miséria! O resultado é que ele foi consolado e agora tornou-se um indivíduo perdoado, aliviado, resolvido, curado e por isso, manso!

Agora nada mais pode perturbar sua paz, por mais que seja acusado. Muitos poderão questionar: “Como pode alguém que antes era tão miserável e mau, estar agora convicto de sua salvação? Ele é um pecador, apenas está tentando se esconder atrás de uma religião”! Várias acusações como esta podem vir sobre o manso que foi perdoado por Deus. Entretanto, ele não se importa. Agora ele é manso. Agora ele é humilde. Ele sabe que realmente foi um pecador insistente e impiedoso. Sabe inclusive que era pior do que aquilo de que o acusam. Todavia, ele foi consolado, foi perdoado, não há mais culpa sobre ele! Se você foi de fato perdoado e justificado por Jesus quando reconheceu sua falência e chorou amargamente sobre isso, então jamais se irritará com acusações e outros levantes contra sua vida.

Jesus disse que os mansos herdarão a terra. O reino eterno de nosso Senhor não pertence aos valentes. Desde os dias de João Batista até o início do ministério de Jesus, as pessoas se esforçavam para entrar no reino e os poderosos o violentavam (Mt 11.12). Mas agora, Jesus está dizendo que não é assim. Não são os poderosos e sim os mansos que herdarão o reino de Deus.

Os grandes e imponentes podem possuir esta terra, mas aquela terra é prometida para os que se reconheceram destruídos pelo pecado, choraram tão amargamente por sua ruína que, por fim, se tornaram mansos pelo consolo que lhes foi dado por Jesus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 22 de junho de 2023

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (02) - OS QUE CHORAM

 


“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5.4).


As bem-aventuranças servem como uma introdução ao Sermão do Monte. Nelas, Cristo revela o que o Seu discípulo deve ser, enquanto que no restante do Sermão, Ele ensina o que o crente deve fazer. Somente depois das bem-aventuranças é que o ensino de Jesus diz respeito a como deve viver e andar o crente que Ele caracterizou nas bem-aventuranças. Então, as bem-aventuranças dizem respeito ao caráter cristão, enquanto o restante do Sermão fala da prática cristã.

Depois de ter falado do pobre espiritual, de como se percebe um pecador que teve um encontro com a terrível santidade de Deus, Jesus agora fala dos que choram. Ao contrário do que muitas vezes pensamos, Jesus não está dizendo que esse choro são nossas lutas, dificuldades, doenças, perdas, decepções, os males desta vida. Não! Este choro é um resultado natural da bem-aventurança anterior. Quem se viu arruinado diante da santidade de Deus vai realmente desabar em choro desesperado, pois sabe que não há solução para sua desgraça!

Aqui quem chora é exatamente o pobre de espírito. Ele chora porque viu que sua condição é uma notável miséria irreparável! Seu choro é um desespero, é um pranto de angústia na alma, por entender seu real estado! Quando o pobre de espírito assim se enxerga, os demais prantos de sua vida não fazem sentido. Há realmente um choro a ser lamentado, há um gemido profundo a ser soluçado! Que é o choro da doença e da dor aqui da terra diante da dor eterna da separação de Deus? Que representa a perda de um ente querido diante da perdição eterna de sua própria alma?

Quando pregamos o evangelho, deveríamos falar de tal modo acerca da situação pecaminosa do ouvinte, que ele pudesse chegar ao ponto de querer abrir um buraco no chão e se esconder diante da santidade de Deus a qual ele afronta! Quem dera pregássemos como Pedro, a ponto de os ouvintes sentirem seu coração se compungir e nos perguntarem como perguntaram ao apóstolo Pedro: “E agora, que faremos”? (At 2.37). Aí sim, teríamos a resposta do evangelho! Poderíamos dizer que se arrependessem aos prantos, pois já se perceberam desnudos e miseráveis diante de Deus!

Se você já chorou desesperadamente, como resultado de ter se visto pobre e desgraçado diante de Deus, se seu choro foi um arrependimento profundo por ter nascido e vivido em afronta ultrajante contra Deus, então você é um bem-aventurado, pois Jesus disse que você será consolado! Deus enxugará de seus olhos toda lágrima, não só no futuro, mas aqui e agora! O perdão gracioso e benigno dEle te envolverá e você não mais terá nenhuma inimizade contra Deus! Por Cristo Jesus você é feito filho e recebido na família de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

SÉRIE "OS BEM-AVENTURADOS" (01) - OS POBRES DE ESPÍRITO

 


“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).


Antes de falar sobre as bem-aventuranças individualmente, é necessário compreender o seu todo. As bem-aventuranças não são algo que alguém tenha que fazer para que Deus lhe conceda alguma coisa. Não se trata de bons modos, cortesia ou diplomacia, muito menos de boas ações. As bem-aventuranças são as reações de um indivíduo que foi encontrado por Deus e não as ações de um indivíduo que quer encontrar Deus.

Por isso que Jesus começa com a característica do “pobre”. Este termo aqui significa alguém que está em uma situação de miséria tão extrema, que ele nem sequer levanta a mão para receber absolutamente nada, pois sabe que nada do que receber vai mudar seu estado! O pobre aqui é o falido, completamente destruído, totalmente desmantelado, reconhecidamente insuficiente para qualquer coisa que agrade a Deus! Jesus diz que ele é pobre em espírito, isto é, espiritualmente arruinado!

Observe que ninguém pode se ver assim, pois o homem sempre vê algo de bom em si mesmo, ainda que pouco. Alguns consideram até mesmo sua miséria algo digno de merecimento de alguma coisa. Ainda que alguém seja um largado, oprimido e miserável da sociedade, ainda pensa que sua situação pode capturar os olhares piedosos de alguém. Tal pessoa não é o pobre espiritual a que Jesus Se refere.

O pobre de espírito é aquele indivíduo que já esteve de frente com a santidade de Deus! Não é o pecador em sua perdição, mas o crente em sua primeira experiência com o terror da santidade divina! O ímpio é pobre espiritual, mas não sabe disso. E quando fica sabendo, não admite. Aqui, entretanto, Jesus está falando de alguém que ficou sabendo que é assim e o admitiu. E de que maneira alguém pode se ver nesse estado de impossibilidade de agradar a Deus com o que quer que seja, senão pelo encontro transformador com o poder da Palavra e da santidade de Deus?

Isaías, quando viu a santidade de Deus, ele mesmo estabeleceu sua sentença: “Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.5). Ele se viu perdido, porque sua maldade foi contrastada com a santidade de Deus! Este é o pobre de espírito, o falido espiritual. O encontro poderoso com o Rei, o Senhor dos Exércitos, é tão pujante na vida dele, que ele se vê despojado de tudo absolutamente!

Seu encontro com Deus o deixou assim? Eis uma comparação final. O pobre em espírito é semelhante a um homem em alto mar se afogando sob as ondas bravias e impiedosas. Se houver um pedaço que seja de madeira ao qual este homem tente se agarrar, ele não pode mais ser comparado ao pobre de espírito que Jesus está falando aqui! O pobre espiritual é totalmente vazio, inteiramente nu e sem nada nas mãos! Se foi assim que você se percebeu no seu encontro com Jesus, então você é um bem-aventurado, porque a você Ele dá o reino dos céus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 20 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0137 - ADÃO E CRISTO: DE QUEM VOCÊ NASCEU?

 


“Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida” (Rm 5.18).


Existe um ensinamento herético, contrário às Escrituras, que se chama “Universalismo”. Essa doutrina ensina que no final das contas Deus salvará a todos. Embora isoladamente este versículo pareça apoiar essa falsa doutrina, quando diz que “veio a graça sobre todos os homens”, todavia, pelo contexto e por todo ensino bíblico, percebe-se claramente que isso realmente não passa de uma heresia.

O contexto faz a distinção, isto é, o contraste, entre Adão e Cristo. Por Adão entrou o pecado no mundo (v. 12). O v. 15 diz que pela ofensa de Adão, muitos morreram; e pela graça de Jesus Cristo, o dom de Deus foi abundante sobre muitos. Paulo está falando aqui de representação federal. Porque Adão pecou, assim Deus atribuiu sua desobediência a todos os homens.

Existe outro ensinamento (e esse é bem mais aceito nos círculos cristãos – o Arminianismo!) que afirma que ainda que todos tenham sido afetados pelo pecado, todos também recebem a “possibilidade” de serem justificados. Aqui há uma diferença do Universalismo no sentido de que, embora não se afirme que todos serão salvos, entretanto, afirma-se que seria possível a salvação a todos, pois Jesus a deixou disponível a todos.

Mas o que percebemos pelo contexto é uma representação definida, não uma possível representação. Adão representa definidamente os pecadores e Cristo representa definidamente os salvos. Quem nasce de Adão é pecador e não um possível pecador. Por isso que Jesus disse a Nicodemos que se alguém não “nascer de novo” (que, no grego também pode ser traduzido nascer “do alto”) não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3). Se por um lado, quem nasce de Adão é pecador e não um possível pecador, por outro lado, quem nasce de Cristo é justo, não um possível justo!

Essa segunda doutrina alega que o termo “todos” aqui tem que significar “todos” mesmo, sem exceção, uma vez que Adão representa todos os pecadores que dele nasceram e a Bíblia diz que todos pecaram (v. 12)! Com isso os defensores desse ensino concluem que todos os que são representados por Cristo devem ser todos também sem exceção, visto que está no mesmo versículo, não pode significar outra coisa.

De fato, o termo aqui carrega o mesmo sentido tanto para Adão, quanto para Cristo. Todos os que nasceram da carne são representados por Adão e, por isso, pecadores. Mas todos os que nasceram do Espírito são representados por Cristo e, por isso, são justos! Sim, Adão representa todos os carnais; Jesus representa todos os espirituais! Adão representa os que vão para o juízo; Jesus representa os que vão para a vida eterna! Adão representa todos os homens sem Cristo; Jesus representa todos os homens sem Adão! Adão representa o mundo; Cristo representa a igreja!

A pergunta não é se Jesus deixou a salvação disponível para você escolher, pois ninguém escolhe de quem nascer! A pergunta fatalmente é: De quem você nasceu? De Adão é inquestionável; mas estreitando o sentido do que Paulo disse: Você nasceu de novo? Você nasceu de Cristo?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 19 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0136 - A DÚVIDA DE JOÃO BATISTA

 


“Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro” (Mt 11.2,3)?


Não é nada fácil estar em face da morte e ser assolado por incertezas diante de tudo o que você defendeu, pregou e viveu. Um homem do deserto como João, como bem observou William Barclay, deve ter considerado a prisão como uma verdadeira fobia e apavoramento! Um homem que nem mesmo em casa vivia, senão sob a abóbada celeste, à liberdade do sol e das estrelas, agora se encontra enclausurado, quase que imóvel...

Ele havia pregado sobre o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29); ele havia anunciado que o que vinha após ele era mais poderoso do que ele, que batizaria as pessoas com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11,12); todavia, João não entendia de que forma isso ia acontecer. Para João, o batismo com fogo era a condenação dos ímpios e, até então, ele não tinha visto Jesus condenar nenhum. Será que ele morreria por um anúncio enganoso?

A certeza da morte João tinha, mas não tinha tanta certeza assim de que Seu sucessor fosse realmente aquilo tudo que ele dizia! Não era fácil enfrentar a morte diante de um executor ímpio como Herodes, ainda mais se não tivesse a convicção plena de que tudo o que havia proclamado fosse realmente a verdade!

João não estava errado sobre Jesus, apenas misturado, desorganizado. Jesus realmente veio para batizar com o Espírito Santo e com fogo. O batismo com o Espírito é salvação; o batismo com o fogo é condenação. João não estava errado. Mas o batismo com fogo não era para aquela hora. Isso que João não percebeu. O juízo virá depois, na segunda vinda.

Talvez seja esse o seu dilema atualmente. Talvez você tenha criado uma expectativa sobre Jesus, a qual você não viu cumprir. Talvez você esteja errado sobre Jesus, ou apenas tudo esteja confuso em sua mente sobre Ele. Diante das prisões da vida, você pensa que Jesus não era aquilo tudo que disseram para você.

Mas veja o que Jesus manda dizer para João: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (vs. 4-6).

João não viu a cruz. Ele não sabia que o Cordeiro de quem ele falava, morreria como sacrifício em lugar dos pecadores. Era um profeta, o maior dos profetas, mas não podia ser maior que o menor no reino dos céus (v. 11)! Ele ainda esperava que Jesus fosse usar a espada, mas Ele usou os cravos! Ele esperava que Jesus reivindicasse a coroa de ouro, mas Ele tomou a de espinhos! Ele queria ver Jesus assentado no trono, mas Ele foi pregado numa cruz! Ele queria ver o cetro nas mãos de Jesus regendo com vara de ferro, mas Suas mãos se estenderam de leste a oeste no madeiro para abraçar uma multidão de pecadores e reconciliá-los com Deus!

Se você olhar assim para Jesus, certamente não haverá de esperar outro! É Ele mesmo o que havia de vir!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 18 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0135 - LIMPOS DA LEPRA DO PECADO

 


“Havendo, pois, o sacerdote examinado, se a inchação da praga, na sua calva ou antecalva, está branca, que tira a vermelho, como parece a lepra na pele, é leproso aquele homem, está imundo; o sacerdote o declarará imundo; a sua praga está na cabeça. As vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e os seus cabelos serão desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Imundo! Imundo” (Lv 13.43-45)!


Triste era a situação de alguém com alguma doença dermatológica na sociedade israelita antiga. Longe de qualquer recurso, no meio de um deserto, sem avanço medicinal e sem medicamento, a única opção era marginalizar o doente, com qualquer que fosse seu problema na pele, até que alguma providência divina o curasse, ou ele seria definitivamente excluído da aldeia social.

Além de ficar completamente segregado da sociedade, o doente era chamado leproso e sua obrigação era gritar “Imundo! Imundo!”, assim que visse alguém, a fim de que aquela pessoa não se aproximasse dele e também fosse contaminada pelo contato físico, qualquer grau que fosse.

Esta era uma das formas de Deus declarar e ensinar Sua santidade ao Seu povo. A frase chave do livro de Levítico é exatamente essa: “Sede santos, porque Eu sou santo” (11.45). Deus mostrava Sua pureza e santidade através de coisas visíveis, como proibir ou permitir certos animais como alimentos, chamando-os de puros ou imundos; proibir as pessoas de participar das coisas sagradas quando estavam em seus fluxos, seminais ou menstruais; considerar pessoas impuras quando tivessem contato com cadáveres, etc. Assim, o povo foi aprendendo sobre a santidade de Deus.

Assim também o pecado manchou a nossa alma, como uma lepra incurável e ficamos afastados do arraial de Deus. Nosso destino era viver eternamente isolados de Deus, pois Ele é santo e nós somos contaminados pelo pecado. Mas Jesus, como Sacerdote de Deus, Se ofereceu em sacrifício por nós, para nos limpar da sujeira do pecado e, ao nos avaliar, não por nossas obras, mas pelo Seu perdão, Ele vê que não temos mais a nódoa da iniquidade sobre nós e nos recebe na família de Deus.

Ele nos deu Suas vestes de justiça e, ao invés de gritarmos que somos imundos, fazemos como aqueles leprosos que se encontraram com Jesus “que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós” (Lc 17.13)! Sim, por Sua compaixão, Ele nos livrou da mancha da alma, a qual nenhum isolamento, nem sequer a melhor medicina deste mundo poderia purificar. E agora limpos, podemos participar da família de Deus, podemos ter convicção que “antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2.10).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 16 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0134 - O TESOURO OCULTO

 


“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo” (Mt 13.44).


Realmente, no v. 38, Jesus havia dito que o campo é o mundo. Aqui neste mundo, mesmo sendo um lugar amplo e dominado pelas trevas, aprouve a Deus estabelecer o início do Seu reino aqui. Foi aqui que Jesus Cristo veio para buscar e salvar o que se havia perdido. Foi aqui que Jesus, subjugando o poder das trevas, estabeleceu o reino de Deus no coração dos homens.

A presente parábola nos diz que um homem escavava naquele lugar e achou este tesouro oculto. Ele não era dono do campo, uma vez que a parábola diz que ele o compra somente depois de vender tudo o que tinha. Não sabemos com que direito escavava aquele campo. Possivelmente fosse um arrendatário.

Era comum os donos de alguma riqueza enterrarem seus tesouros, devido a grande exposição deles aos ladrões. Visto que não tinham como garantir segurança para seus bens, eles preferiam enterrar. Normalmente deixavam isso para seus filhos, mas ao que parece não foi o caso do antigo dono desse campo na referida parábola.

O certo é que o escavador ficou possuído de transbordante alegria. Sua alegria é tal, que ele não consegue enxergar mais valor em tudo o que tem, vendendo assim todas as suas posses para adquirir aquele campo. Não precisamos de muita perspicácia para entender o que Jesus quer dizer com esta parábola.

Ao encontrar o tesouro precioso do evangelho, o homem nascido de novo não vê mais valor em nada daquilo que dantes possuía. Assim como o apóstolo Paulo declara em Fp 3: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (vs. 7,8).

Infelizmente não é assim que muitos têm procedido quando afirmam que encontraram o tesouro do evangelho. Com uma das mãos querem segurar o supremo tesouro e com a outra querem manter o que possuíam antes. Para tais pessoas, Cristo não é tão sublime assim. Ele é apenas um complemento para a satisfação que já traziam antes.

Mas para os que descobriram o verdadeiro valor do evangelho, nada mais importa. Cristo lhes basta e a alegria de ter encontrado o tesouro do evangelho transborda a ponto de nada mais significar alguma coisa, a não ser a sublimidade do amor e do conhecimento de Cristo! Estes sim, se desfazem de tudo que pertence ao seu passado, tomam um verdadeiro banho e se limpam completamente de sua velha vida, jogam fora toda suposta alegria e prazeres nos quais viviam antes e assumem a verdadeira alegria que o tesouro do evangelho lhes traz.

Foi assim que reagimos quando encontramos o tesouro do evangelho de Jesus Cristo?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 15 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0133 - CACOS NÃO QUESTIONAM

 


“Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça” (Is 45.9).


Isaías viveu mais de 150 anos antes de Ciro, o rei da Pérsia que libertou os judeus do cativeiro. No entanto, Deus usou esse profeta para dizer exatamente como isso se daria e ainda citou o nome do rei, um século e meio antes dele nascer! Ciro não libertou os judeus por iniciativa própria. Sua vontade foi dirigida e determinada por Deus. Vejamos bem os detalhes de como Deus iria agir.

O v. 1 diz que Deus o tomaria pela mão direita. Ele abateria nações e descingiria os reis, mas Deus era quem faria isso, Deus é quem abriria portas para que ele fizesse isso. O v. 2 diz que Deus é quem iria adiante dele, abrindo os caminhos tortuosos, quebrando as portas de bronze, despedaçando os ferrolhos de ferro. O v. 3 diz que Deus é quem daria a ele os tesouros escondidos e as riquezas encobertas. O propósito disso é para que ele soubesse que Deus era o verdadeiro Deus, o Deus de Israel.

O v. 4 diz que Deus o chamaria pelo nome e lhe daria sobrenome (ungido [Messias], um prelúdio de Cristo – que honra!), por causa de Seu amor para com Seu povo eleito, ainda que Ciro não fosse um salvo (o texto diz “ainda que não me conheces” – conhecer, na Bíblia, quer dizer relacionamento íntimo). O v. 5 diz que o Senhor cingiria a Ciro, ainda que este rei não tivesse um relacionamento íntimo com Deus, para que, de acordo com o v. 6, todos de todos os lugares da terra soubessem que o Senhor é Deus e que não há outro!

Geralmente, quando Deus Se apresenta dessa forma, surgem os questionamentos pecaminosos. A resposta de Deus começa aí no v. 9 para os questionadores: “E não passa de um caco de barro entre outros cacos”. Penso que não seja uma resposta agradável. É meio humilhante... Deus responde mais nos vs. 11,12: “Quereis, acaso, saber as coisas futuras? Quereis dar ordens acerca de meus filhos e acerca das obras de minhas mãos? Eu fiz a terra e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens”.

Mais tarde, o apóstolo Paulo também fala sobre a soberania intocável de Deus e, prevendo que alguns também questionariam, ele já antecipa a resposta: “Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra”? (Rm 9.18-21).

Se queremos ser sábios, cantemos com o profeta Isaías nos vs. 15-17: “Verdadeiramente, tu és Deus misterioso, ó Deus de Israel, ó Salvador. Envergonhar-se-ão e serão confundidos todos eles; cairão, à uma, em ignomínia os que fabricam ídolos. Israel, porém, será salvo pelo SENHOR com salvação eterna; não sereis envergonhados, nem confundidos em toda a eternidade”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 14 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0132 - A MELHOR PARTE

 


“Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas” (Lc 10.40,41).


Não é apenas mal de brasileiro, mas de toda a raça humana, deixar as coisas para a última hora. Com algumas exceções aqui e ali, em geral, o ser humano não é muito de se preparar com antecedência. Mesmo que já saibamos de um certo compromisso ou agenda, ainda assim vamos deixando, deixando, até que, quando nos despertamos, o compromisso já chegou, a hora já venceu e nós ainda não estamos prontos.

Com Marta não foi diferente. O versículo primeiro desse texto nos mostra que Jesus já havia enviado 70 discípulos para irem de dois em dois a cada cidade e lugar onde Ele estava para ir. Então dois destes discípulos passaram antes na casa de Marta. Ela foi avisada que o Senhor passaria em sua casa. No entanto, como a maioria de nós, Marta deixa as coisas para a última hora.

Ela não está sendo censurada por Jesus por estar cuidando das coisas materiais e Maria das espirituais. O crente é espiritual mesmo quando está fazendo coisas materiais... não é essa a questão. Marta deveria ter-se antecipado e preparado tudo para Seu hóspede e não deixar para fazer isso quando Ele já tivesse chegado. Jesus tinha urgência missionária. Por isso, mesmo enquanto Marta prepara as coisas para servir Jesus, nosso Senhor já ensina a Maria. Não há tempo a perder. Foi isso que Ele mesmo havia dito a alguns pretensos seguidores (9.60-62) 

Já que não havia se preparado, então que deixasse agora essas coisas pra lá. Já não eram mais importantes. O que era importante agora era o que sua irmã fazia. Lançada aos pés de Jesus, assentava-se a ouvir Seus ensinamentos (v. 39). Marta fazia muitas coisas; Maria, uma só. Agora, muito já não era mais importante e sim pouco. Às vezes fazer muito pode nos fazer perder o necessário.

Que o Senhor nos dê o discernimento do que é realmente urgente e importante. Faremos muita coisa sim, faremos o que é material sem deixarmos de ser espirituais; mas quando for o momento de estar com o Senhor, somente isso, apenas isso e nada mais será importante! Não vamos nos iludir com aqueles que fazem muito, mas na hora errada. Não deixemos que nenhum super ocupado venha nos tirar a melhor parte!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0131 - CRENTES FORTES E CRENTES FRACOS

 


“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos” (Rm 15.1).


Temos alguns mandamentos aqui neste versículo, bem como também em todo o texto dos capítulos 14 e 15 de Romanos. O apóstolo fala de uma postura de crentes mais maduros em relação aos mais fracos na fé.

Encontramos aqui, no início deste versículo, que não é errado se perceber um crente forte. Claro que há alguns problemas com isso. Um problema frequente é alguém que não é forte pensar que seja. Outro é alguém que realmente é um cristão forte negar ajuda porque se acha fraco. Outro problema é um crente forte querer ser muito humilde e acabar se orgulhando de dizer que é fraco, embora saiba que não é. Ainda há o risco de se orgulhar por ser forte... e assim se multiplicam os problemas com a questão de ser um crente forte.

O mandamento central é que os fortes devem suportar as debilidades dos fracos. Os fortes são os capazes, no grego, os “poderosos”. As debilidades, no grego, são as “enfermidades”, claro que no sentido figurado. E os crentes fracos são os “impotentes” (outra realidade que encontramos na igreja e que este versículo não faz questão de esconder). Realmente existem os crentes fracos, de consciência enferma, e os fortes espirituais. Digamos em outras palavras: os fortes são os maduros e os fracos são os crentes crianças, independente do tempo de fé que possuem.

Sobre o verbo “suportar”, Paulo não está falando de tolerar. Como se viesse se aproximando um irmão inconveniente e os demais tivessem que fazer um enorme esforço para conversar com ele. Não é isso. O verbo que Paulo usa significa “levantar, sustentar, dar suporte”. Às vezes, dizemos com um tom desanimado: “Tenho que suportar esse ou aquele irmão”, com o sentido de tolerar, ter que aguentar. Porém, o mandamento apostólico é que demos suporte ao irmão fraco.

O mandamento negativo deste versículo é que não devemos agradar a nós mesmos, ou seja, não devemos, no seio da igreja, buscar nossa própria satisfação ou contentamento próprio, mas sempre o do nosso irmão. Isto é uma característica do Cristianismo. Pensar no outro, amar o outro, entregar-se, doar-se pelo outro, sempre o outro está em primeiro lugar em relação a mim e em segundo em relação a Deus.

Lembremo-nos de que crentes fracos sempre existirão. Os fortes também precisam existir. Que não sejamos encontrados satisfeitos na posição de fracos, ainda que estejamos nessa posição por algum motivo. Mas que busquemos a posição de crentes fortes, para que, através da nossa força, os demais possam conhecer o nosso apoio e saber como funciona o amor de Cristo entre nós.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 12 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0130 - CAÇADORES DE MILAGRES


“Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal” (Lc 23.8).


Os caçadores de milagres estão em todo lugar. Onde se sabe que alguns sinais são manifestos, ali estão eles. Desde a época de Jesus, os caçadores de sinais ali também estavam, andavam em Seu encalço, sempre pedindo que Jesus satisfizesse sua insaciável curiosidade. Os judeus que viram a multiplicação dos pães e desse milagre participaram, comeram e se fartaram, procuraram por Jesus no outro dia, e quando O acharam do outro lado do lago, tiveram a coragem de perguntar a Jesus que sinal Ele faria para que cressem nEle (Jo 6.30)! Incrível!

Não foi à toa que Jesus disse que uma geração má e adúltera Lhe pedia um sinal e que Ele não lhe daria (Mc 8.12,13). Paulo também diz em uma de suas cartas que os judeus buscavam sinais (1Co 1.22). Nicodemos, grande mestre em Israel, não ficou livre dessa tentação. Disse que a evidência que Jesus provinha de Deus eram os sinais que Ele fazia. Ao que foi retrucado por Jesus imediatamente (Jo 3.2,3). Como podemos ver, sinais são geralmente para incrédulos, pois crentes não precisam de sinais e milagres para crer. Os sinais acompanham os que creem (Mc 16.17). Mas os incrédulos acompanham os sinais.

Herodes não era diferente. Ouvia muito falar de Jesus, mas, como a multidão também era caçadora de milagres, obviamente deve ter relatado a Herodes sobre Jesus somente por causa dos sinais que Ele fazia. Como Herodes não tinha visto Jesus em nenhuma ocasião de Seu ministério, aqui agora, Jesus preso perante Pilatos, é enviado a Herodes, uma vez que Jesus pertencia à Galileia, local que era da jurisdição dele.

Ao ver Jesus, diz o texto, Herodes se alegrou sobremaneira. Assim são os caçadores de milagres. Eles se alegram ao verem Jesus, mas não por causa de quem Ele é e sim por causa dos sinais que Ele faz. Porém, o v. 9 diz que Jesus não respondeu a nenhuma de suas perguntas. De fato, Jesus Se cala diante desses caçadores. Eles não querem ouvir as palavras de Jesus. Não estão ali pra isso. Se lhes é pregado o evangelho, logo se escandalizam e não voltam mais ali.

Quando Herodes viu que não arrancaria de Jesus nenhuma “mágica” que pudesse satisfazer seus cobiçosos entretenimentos, o que ele faz? O v. 11 diz que ele O tratou com desprezo e escarneceu dEle! Eis aí. Assim agem os caçadores de milagres. Se Deus não lhes satisfaz o desejo cobiçoso de seu entretenimento, logo escarnecem de Deus e O desprezam. Pensam que Deus é um “gênio da lâmpada”, que está aqui para lhes conceder inúmeros desejos assim que esfregam seus envelopes, com os quais querem algemar Deus.

Os sinais são placas e apontam para uma realidade superior. Quem seguir o que essas placas indicam, encontrará o caminho. Os que, porém, permanecerem em admiração às placas, perecerão e os próprios sinais e milagres que eles adoraram, servirão de juízo e condenação para eles.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson


REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0129 - LEITE OU ALIMENTO SÓLIDO?

 


“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.12-14).


A igreja atual tem desenvolvido uma leva muito grande não só de crentes crianças, como também de obreiros crianças. O autor desta carta deixa de falar muitas coisas que poderiam ser proveitosas para crentes maduros por causa da infantilidade de seus leitores (v. 11). O tempo na caminhada cristã deveria ser um fator determinante para a maturidade do crente, no entanto, o que frequentemente se vê é crente com muito tempo e pouco crescimento.

Nem todas as igrejas se preocupam com o crescimento de seus membros, mas o que retarda o desenvolvimento de uma igreja que se preocupa com isso é o fato de ter que ficar repetindo acerca das verdades iniciais da fé cristã. Obviamente para os agrupamentos liderados por lobos, isso é uma maravilha, pois eles manterão multidões inexperientes na vida espiritual, com o fim de manipulá-las para seu proveito pessoal. Porém, as igrejas sérias não somente sofrem por verem poucas pessoas obtendo a maturidade, como também sofrem por terem que tornar a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus para crentes velhos sempre e sempre!

O leite aqui representa os ensinos rudimentares ou iniciais da vida cristã. O mantimento sólido, por sua vez, representa o ensino teológico, mais profundo das Escrituras. O autor desta carta reprova os antigos cristãos meninos, que se alimentam de coisas rudes e simples. Ele os chama de inexperientes na palavra da justiça. Que vergonha! Crentes velhos mamando! Os pastores deveriam ponderar sobre isso em suas congregações! Muitos não têm coragem de se aprofundar nas Escrituras, ou porque nem eles mesmos são maduros, ou porque subestimam a capacidade do rebanho que apascentam, considerando que não serão capazes de compreender teologia; quem sabe, às vezes consideram que teologia é alimento pra elite e privam a igreja disso?

O alimento sólido é para os maduros. Quanto mais cedo na teologia a igreja começar, melhor será para a maturidade de seus membros. O normal é que uma igreja exercitada no alimento sólido seja capaz de desenvolver seus sentidos no discernimento do bem e do mal. Um crente menino, imaturo, é impossível que seu juízo sobre o bem e o mal seja realmente equilibrado com a Bíblia, uma vez que é a Bíblia o padrão pelo qual se julga o que é bom e mau! Se ele não está experimentado na palavra da justiça, seu juízo de bem e mal é equivocado e subjetivo. Ele vai achar que certas coisas são boas e outras são más, no entanto, isso procederá de seu coração infantil e não do conhecimento verdadeiro da Palavra de Deus!

Com interesses espúrios, as igrejas da nossa nação têm se desenvolvido como uma multidão de crianças empolgadas, mas todas com mamadeira na boca e vestidas de fraldas. Que o Senhor conceda pastores corajosos e sábios, para instruírem Seu povo com alimento sólido, a fim de que a igreja de nosso Senhor seja inteligente no discernimento do bem e do mal em seus dias!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 11 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0128 - O PERIGO DE SER SOMENTE OUVINTE DA PALAVRA

 


“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência” (Tg 1.22-24).


O ouvinte da Palavra que não pratica, já foi comparado na Bíblia com algumas coisas. Jesus disse que se compara ao homem desatinado que edificou sua casa sobre a areia. Vindo as chuvas, os ventos e os rios, dão contra a sua casa, a qual sofre uma grande ruína (Mt 7.26,27). Jesus está querendo dizer que nada que esta pessoa faz permanecerá de pé no Dia do Juízo, ainda que temporariamente pareça seguro.

Grande semelhança tem esta comparação com a parábola da semente que caiu no meio das pedras (Mt 13.5,6). Jesus diz que este é o que ouve a Palavra e logo recebe com alegria. Porém, não pode suportar as provações, porque não tem raiz em si mesmo. Sua empolgação é de pouca duração (vs. 20,21). Aqui Jesus está falando do sujeito que não calcula os custos de segui-lo. Vem por alguma coisa que tenha achado atraente no evangelho, mas não pode subsistir diante da realidade dos fatos.

Primeiro, Tiago chama o ouvinte que não pratica a Palavra de “enganador de si mesmo”. Tal pessoa supõe que o fato de ouvir a Palavra já lhe traz algum benefício. Todavia, se esquece de que ouvir a Palavra não é meramente um discurso, mas um compromisso. De acordo com Pedro, ouvir e não praticar, seria melhor que nem tivesse ouvido (2Pe 2.21).

Depois, Tiago o compara ao homem que contempla seu rosto no espelho. O que isso tem a ver? A questão é que quando alguém contempla seu rosto num espelho, ao afastar-se dele, logo se esquece de sua aparência. Assim é aquele que ouve a Palavra e não a pratica. Pode até reconhecer algumas falhas em sua vida na hora em que está ouvindo a mensagem, assim como percebemos algo errado em nossa aparência quando nos olhamos no espelho. Mas assim que sai da reunião, do culto, do momento da pregação, este que ouviu e até reconheceu, logo se esquece de tudo, pois não vai pôr nada daquilo em prática, como alguém que, depois de ter dado uma retocada na aparência e se afasta do espelho, não se lembra mais de como era.

Infelizmente, para tais pessoas, embora elas se esqueçam daquilo que a Palavra as alertou e todos os dias voltam a ouvir e tornam a se esquecer, todavia, há Um que não se esquece de nada. Diante dEle todos hão de comparecer para prestarem contas daquilo que ouviram. Jesus mesmo disse que é isso que vai acontecer: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 9 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0127 - SÓ CONHECE A DEUS AQUELE A QUEM O FILHO O QUISER REVELAR

 


“Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.25-27).


Mateus começa essa fala dizendo “por aquele tempo”. Que tempo? Voltemos ao v. 20. Ali diz: “Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido”. Foi no tempo em que Jesus passou a increpar, ou seja, censurar as cidades nas quais Ele havia operado milagres, o fato de que tais cidades não se arrependeram.

O que Jesus impropera, lança em rosto, joga na cara daquelas cidades é que, se em outras cidades onde Ele não foi, Ele tivesse ido, tais cidades teriam se arrependido (v. 21). Impressionante é que Jesus sabia que tais cidades teriam se arrependido. Isto é um subjuntivo, uma possibilidade. Este fato não aconteceu, mas se tivesse acontecido, Jesus sabia seu resultado. E este conhecimento do fato subjuntivo em Jesus era um conhecimento real. A pergunta que fica é: se Deus salva porque prevê o arrependimento das pessoas, então por que Jesus não foi àquelas cidades que Ele previu que se arrependeriam?

A resposta está nesta curta oração de Jesus. Ele diz aqui que o Pai, Senhor do céu e da terra, ocultou “estas coisas” aos sábios e instruídos. Que coisas? Estas coisas da revelação do conhecimento de Deus que Ele diz no v. 27. Jesus está dizendo que o conhecimento do Pai e do Filho está em Sua decisão e não no querer do homem. Jesus diz que o homem só pode conhecer o Pai se o Filho O quiser revelar. E é evidente que Ele não quis revelar Deus para as cidades citadas nos vs. anteriores (Tiro, Sidom e Sodoma)! A revelação do Pai e do Filho não vem pela instrução ou vontade humana, mas somente se o Filho quiser revelar.

Se alguém pergunta “por que seria desse jeito”? Jesus responde no v. 26: “Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”. As coisas são desse jeito porque o Pai assim o quis. Não é, obviamente, uma resposta que satisfaz a curiosidade perniciosa do homem, mas Deus não está aqui para satisfazer nossas curiosidades, principalmente quando elas questionam Sua soberania. Ele está aí desde sempre para fazer apenas aquilo que Ele mesmo deseja (Sl 115.3).

Agora imagina quantas cidades poderiam ter-se arrependido, caso vissem a Cristo, ou dEle ouvissem falar... no entanto, foi do agrado do Pai que isso não acontecesse! Incrível! Assim como também foi da vontade do Pai que muitas cidades que viram Jesus ou escutaram a Seu respeito O rejeitassem, a fim de que sua condenação no Dia do Juízo fosse mais rigorosa! Não foi isso que Jesus jogou na cara de Cafarnaum? “Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo” (Mt 11.24).

Se você ou sua cidade ouviram falar de Jesus e nEle creram, então considere-se um bem-aventurado, pois foi do agrado do Pai esconder estas coisas dos entendidos e revelar a você. Agradeça a Cristo Jesus, pois você foi um dos que Ele quis revelar o Pai a fim de que você conhecesse e desfrutasse de Sua graça salvadora! Mas se você rejeita a Jesus e Suas palavras, então seu sofrimento no inferno será pior do que seria se você não O conhecesse!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 8 de junho de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0126 - NÃO RESPONDA ANTES DE OUVIR

 


“Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv 18.13).


A humanidade sempre procura inovar as eras de sua existência com novidades e revoluções em todas as áreas, acreditando no potencial do homem para encontrar sua busca infinita da realização e da paz. Novos métodos surgem a cada era, contrariando métodos anteriores, que em sua época eram considerados importantes e necessários. Nisso, a busca do ser humano jamais tem fim pelo fim que ele tanto almeja.

Um método atualmente utilizado na didática de nosso país afirma que o professor não deve impor seu conhecimento ao aluno, mas ser um facilitador das ideias do mesmo, pois podemos aprender uns com os outros. Não resta dúvida de que realmente aprendemos uns com os outros, independente do nível ou grau de instrução formal de cada um. Entretanto, para que alguém aprenda de fato sobre um determinado assunto, ele precisa primeiro ouvir sobre aquilo. Ninguém deixa seu filho crescer à solta, para que posteriormente venha aprender alguma coisa com ele. Pelo contrário, até para que nosso filho nos ensine algo posteriormente, foi antes necessário que nós o ensinássemos até mesmo a se comunicar, visto que nada se aprende sem a comunicação.

Este método atual fere o princípio bíblico lido aqui. Responder antes de ouvir não é só tolice como também vergonha. Não se pode opinar acerca de algo que não se conhece. Não há como desenvolver um senso crítico sobre um assunto que não se sabe como se originou e qual sua intenção ou propósito. Mas é assim que tem sido distribuído o conhecimento nas instituições de ensino atualmente. Não de se ensinar sobre a disciplina, mas querendo saber a opinião de cada um sobre determinado assunto, do qual, na maioria das vezes, ninguém tem conhecimento algum e, quanto mais revolucionária for a opinião, mais aplaudida ela será.

Toda a Bíblia nos mostra que o ensino era para ser inculcado na mente das crianças, “falando” dele em todo e qualquer lugar, “escrevendo” onde pudesse ser visto para ser lembrado (Dt 6.6-9). Não era perguntando o que a criança achava da lei de Deus. Mas era falando o tempo todo dessa lei até a criança gravar e sujeitando os filhos aos ensinos desta lei para que eles fossem abençoados. Assim também o livro de Provérbios sempre repete a admoestação: “Filho, ouve o conselho de teu pai” e outros termos parecidos.

O próprio evangelho foi trazido à humanidade em termos de proclamação. As pessoas devem ouvir o evangelho e não opinar sobre ele. Elas devem ouvir antes de falar. O apóstolo Paulo nos mostra que o discurso de quem não entende do que fala é coisa de falsos mestres. Ele diz: “pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações” (1Tm 1.7). E Tiago nos diz: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar” (Tg 1.19).

O mundo pode mudar seus métodos (e aliás, deve mesmo mudar, uma vez que nenhum deles está certo), mas a Palavra de Deus permanece imutável. E com ela finalizo, usando uma mensagem de Paulo a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson