“Amados, não
estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos,
como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1Pe 4.12).
Nossa geração de crentes é avessa ao sofrimento e à provação. Às vezes passa por situações que são consequências do que ela mesma plantou e acha que está sendo provada. O sistema cultural e ético deste século, que inverte os valores morais e suprime a verdade pela injustiça, ensina aos nossos filhos, usando os próprios pais, que eles devem ser superprotegidos e blindados de quaisquer dificuldades, mínimas que sejam. Em geral, ouvimos dizer: “Não quero que meu filho passe pelo que eu passei”. Entende-se agora por que essa geração é incapaz de aguentar o mínimo por amor de Cristo...
O apóstolo Pedro está dizendo que não devemos estranhar o fogo ardente da provação. Na realidade, deveríamos estranhar a ausência de provas! Mas, quanto menos provações, mais feliz se sente a geração cristã atual, que vai perdendo seu valor a cada dia que passa. Os cristãos de hoje insistem em achar normal viver sem provações. Para o apóstolo, deveríamos nos alegrar, visto que, quando sofremos, nos tornamos semelhantes a Cristo. E, se somos semelhantes a Ele em Suas provações, o seremos também em Sua revelação (v. 13).
Cristo não estranhava o fogo ardente no qual viveu aqui nesta terra. O profeta já dizia que Ele seria um “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3). O autor aos Hebreus disse que Cristo, “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8). Mas, se tem uma coisa que os cristãos de nossos dias não querem nem pensar em se parecer com Cristo, é no sofrimento! Pedro perguntaria: como poderão então, se parecerem com Ele na glória?
O apóstolo, então, faz distinção entre o sofrimento que glorifica a Deus e o sofrimento que nós provocamos contra nós mesmos. Ele diz: “Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome” (v. 15,16). Ao que parece, temos visto exatamente o contrário. Crentes que não têm vergonha de serem chamados de malfeitores, enrolados, intrometidos, mentirosos e outros adjetivos imorais, mas morrem de medo se lhes disser que terão que sofrer por amor a Cristo...
Finalmente, Pedro explica mais um pouco por que o crente sofre. Porque, segundo ele, o juízo começa pela casa de Deus (v. 17). O raciocínio é o seguinte: se nós, que somos salvos, sofremos, passamos pelo fogo da provação aqui para chegarmos ao céu, imagina o ímpio, os que não obedecem ao evangelho de Deus, que fim não terão? Eles não terão um céu para chegar, portanto, o fogo que lhes aguarda é inextinguível!
Podemos passar pelo fogo da provação aqui, mas ele terá um
fim. Aqueles, porém, que não temem a Deus, podem até não serem provados na
fornalha desta vida, mas perecerão eternamente nas fornalhas da morte! E você
cristão, ainda acha que é legítimo reclamar das provações?
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário