“Porque o reino dos
céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha” (Mt 20.1).
Se retrocedermos ao cap. 19 de Mateus, entenderemos por que Jesus contou essa parábola. O jovem rico havia se afastado de Jesus devido ao seu amor pelo dinheiro. A observação de Jesus foi que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (v. 24). A reação dos discípulos foi de grande espanto: se um rico (que na opinião vigente era favorecido por Deus) não podia salvar-se, quem então poderia? A resposta de Jesus foi universal: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível” (v. 26). Ou seja, a salvação não é impossível só para ricos, mas para todos os homens. Ela só é possível para Deus, pois ao Senhor é que pertence a salvação (Jn 2.9).
Mas Pedro, como sempre, não deixaria passar batido. Visto que o rico não quis abandonar nada por causa de Cristo, Pedro já indagou o Mestre: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?” (v. 27). Depois de ter dito a Pedro que eles assentariam em 12 tronos para julgar as 12 tribos de Israel (v. 28), que também receberiam muitas vezes mais e ainda a vida eterna (v. 29), Jesus adverte seriamente: “Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros” (v. 30). Veja essa conjunção: “porém”.
Agora temos o pano de fundo da parábola no cap. 20. Um dono de casa saiu de madrugada e contratou trabalhadores para sua vinha por uma certa quantia. Ele fez isso com pessoas diferentes e em horários diferentes, mas sempre contratando pelo mesmo preço. Quando ele foi fazer o pagamento dos contratados, os que haviam chegado primeiro começaram a murmurar do dono da vinha, porque receberam todos a mesma quantia, independente de quanto tempo trabalharam. Eles julgavam que mereciam mais que os que trabalharam menos. Aqui é onde Jesus encaixa Pedro. Ele se achava merecedor da vida eterna por ter largado tudo, ao passo que aquele jovem rico não quis fazer o mesmo.
A resposta do senhor da vinha equivale àquela que Jesus já havia dado antes, de que para os homens é impossível a salvação, ela depende de Deus. Ele respondeu aos murmuradores que ele não era injusto, que não deveria parecer mau aos olhos dos trabalhadores que ele fizesse o que quisesse com seu dinheiro, afinal o dinheiro era dele, assim como a salvação é de Deus e Ele a dá a quem Ele quiser. Apesar de os judeus terem sido os primeiros a serem chamados para a salvação, todavia, eles não têm maior parte nela do que os gentios. Deus distribui isonomicamente a salvação que Lhe pertence a quem Ele desejar. É por isso que muitos primeiros serão os últimos e vice-versa.
Sempre devemos nos lembrar de que não merecemos a salvação.
Estávamos isolados como aqueles homens que não achavam trabalho. Éramos
destituídos da glória de Deus. Quanto aos que são chamados para a salvação, não
importa o tempo em que isso ocorre. O ex-ladrão na cruz, em sua última hora,
foi tão salvo quanto Pedro, que seguiu Jesus o tempo todo. Deus não deve
parecer injusto aos nossos olhos se faz o que quer daquilo que é Seu! Como ele
disse a Moisés: “terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êx
33.19).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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