“E eis que um
leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes
purificar-me” (Mt 8.2).
Quando Lucas relata a cura deste homem, ele diz que estava “coberto de lepra”, no grego, plērēs, ou cheio de lepra! Com seu olhar clínico de médico, Lucas sabia que este homem estava sem esperança, seu caso era mortal! A situação de um leproso não era fácil em nenhum aspecto. Sua pele era corroída até à carne e, finalmente, perdendo membros, seus ossos eram também carcomidos. Os rabinos contavam os leprosos com os mortos. Eram quatro: o pobre, o leproso, o cego e o homem sem filhos.
Além do mais, o leproso era isolado de sua família e da sociedade. Sua situação era tão deplorável que, além de passar pelo desprezo de ser leproso, ainda tinha que gritar em alta voz “Imundo! Imundo!”, se fosse se aproximar de um grupo de pessoas (Lv 13.45ss), correndo o risco até mesmo de ser apedrejado, caso se aproximasse arriscadamente.
De acordo com a lei, o leproso também era considerado imundo no sentido espiritual. Tudo que ele tocasse, ou pelo menos estivesse a seu redor, era considerado imundo! Devia deixar desgrenhados seus cabelos, crescer a barba e rasgar sempre suas vestes. Enquanto perdurava a doença, o leproso sentia na carne e na alma o abandono de Deus! Sua morte era uma das piores, cheia de dores, mau cheiro e desamparo... não podia imaginar outro lugar para onde estava indo, senão o inferno!
Ao se aproximar de Jesus, que vinha do monte com uma multidão, o súbito é claro pela interjeição de espanto de Mateus: “E eis”! Imaginamos a multidão correndo e se afastando, enquanto permanece somente Jesus e tem um diálogo com aquele pobre homem! E na sua oração, ele não pede a cura; ele diz: “Se quiseres, podes purificar-me”... Estava desejoso mais de ser livre da maldição de Deus do que de qualquer outra dor. E este leproso repete o que Jesus havia ensinado aos discípulos na oração do Pai Nosso: “Seja feita a Tua vontade” e não como os determinantes de hoje que querem ordenar a cura! Ele reconhece o poder, mas deixa o querer nas mãos do Senhor...
E o Salvador diz: “Quero”! Eis aqui uma palavra de ordem, criativa, que faz ressurgir a vida daquele zumbi desprezível! Mas não apenas diz, nosso Senhor também o abraça! O termo “tocou-lhe” (v. 3), pode ser traduzido como “abraçou-lhe, apoderou-se dele, o tomou nos braços”! O oposto do que a lei dizia acontece: não é Jesus que fica contaminado; é o homem que fica purificado! A vida vence a morte, como mais tarde nosso Senhor vai mostrar.
Nosso Salvador também nos abraçou na cruz do Calvário! Ele
assumiu nossa lepra, nosso pecado e sofreu a rejeição, não dos sacerdotes e da
aldeia, mas a rejeição do próprio Deus, que foi aplicada sobre Ele. “O castigo que nos traz a paz estava sobre
Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5)! Não precisamos nos
mostrar ao sacerdote, porque o mesmo Sacerdote que nos curou, é o mesmo
Cordeiro que Se ofereceu como nossa oferta!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Glória a Jesus Cristo nosso Salvador.
ResponderExcluirEssa passagem toca na alma e nos leva a chegarmos a Jesus com confiança em seu amor e misericórdia, a beleza do amor e compaixão de Jesus é transmitida através da leitura e nos mostra como Deus é misericordioso para conosco.
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