“Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).
Quando Jesus pronunciou estas palavras, parece evidente que Ele falava de modo comparativo a bois que trabalham puxando arado. O jugo é o mesmo que uma canga, uma peça de madeira ou ferro, que vai sobre o pescoço do animal, prendendo-o ao arado ou carroça. Geralmente se usava mais de um boi, mas sempre com um experiente. O boi novo teria que ficar preso ao outro que já estava acostumado ao trabalho, para que aprendesse também a trabalhar.
Geralmente o boi novo é mais afoito, querendo se ver livre do jugo, dá pinote, quer apressar o passo, mas tudo isso lhe machuca e ele se vê obrigado a andar nos passos do boi experiente! Até que ele se ajuste ao ideal do que o dono quer, ele sofre bastante, mas é limitado pela canga que está atrelada ao pescoço do animal mais velho.
Ao usar essa ilustração, Jesus está querendo nos ensinar sobre nossa natureza – ela é brava, selvagem e arrogante. Somos precipitados e afoitos, queremos as coisas ao nosso modo, queremos dizer a Deus como Ele tem que resolver nossos pedidos, como se Ele precisasse de conselheiros! Claro que tudo isso nos machuca. Grande parte das nossas feridas e dores vem por causa da nossa teimosia e obstinação. Até que aprendamos a andar nos passos de Jesus, já teremos sofrido o suficiente para nos amansar.
Os teólogos antigos sempre viram Jesus na figura dos quatro seres viventes de Ap 4.7, relacionando-os aos quatro Evangelhos. O primeiro, com rosto de leão, eles diziam que era a forma como Jesus era apresentado no Evangelho de Mateus, como leão, como Rei; o segundo, com rosto de boi, era como Marcos apresentava Jesus, como Servo; o rosto de homem era interpretado como Lucas mostrava Jesus, em Sua humanidade; e o rosto de águia era Jesus no Evangelho de João, como Filho de Deus. Embora não seja isso que Ap 4.7 significa, mas a ilustração é boa.
Certo é que os discípulos de Cristo devem andar em Seus passos. Jesus Se fez servo realmente, quando se tornou homem (Fp 2.7), submeteu-Se sem reservas à vontade de Deus (Jo 6.38) e carregou o jugo da obediência irrestrita, por meio da qual padeceu por nós (Hb 5.8). Assim devemos ser cada um de nós. Não adianta espernear, gritar, achar que determinamos algo a Deus, não adianta esbravejar, dar ouvidos a essa natureza de boi bravo, atropelando as coisas. Isso só vai nos machucar. Devemos seguir os passos do Servo experiente! Se andarmos nos passos de Jesus, sob Seu jugo, o que vai acontecer conosco não é que iremos nos cansar e fatigar. Ele disse que acharemos “descanso para a nossa alma”, pois o jugo dEle é suave e Seu fardo é leve (v. 30).
É assim, quem anda com Jesus, debaixo do jugo dEle, aprende
a ser manso, a ser humilde, mas não se machucará, não se fatigará na jornada.
Ao contrário, achará aquilo que mais desesperadamente todo homem procura:
descanso para sua alma!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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