Oferecer-te-ei
holocaustos de vítimas cevadas, com aroma de carneiros; imolarei novilhos com
cabritos (Sl 66.15).
Geralmente, quando lemos sobre as ofertas de holocaustos oferecidas a Deus pelos filhos de Israel, pensamos que Deus não aceitava esse tipo de sacrifício e, frequentemente, julgamos que todos os ofertantes eram fingidos, que faziam isso para tentar aplacar a ira de Deus, mas viviam sempre em seus pecados.
Mas não é esta a realidade. Deus mesmo instituiu esse tipo de oferenda para Ele, como podemos ler no Pentateuco, os 5 livros da lei de Moisés. Deus não rejeitaria aquilo que Ele mesmo ordenou.
Mas também porque e, essencialmente por isso, cada animal sacrificado apontava para Seu Filho, que seria imolado na cruz. Quando alguém oferecia um novilho, carneiro ou algum outro animal estipulado pela lei a Deus em sacrifício, aquela morte era substitutiva, isto é, o animal morria no lugar do ofertante. Assim, Deus sempre Se lembrava do dia em que daria Seu Filho em lugar dos eleitos.
A diferença era que ali, na antiga aliança, era o ofertante que preparava algo para Deus e Lhe ofertava. Na nova aliança, Deus é quem preparou a oferta, que é Seu Filho, para dá-la em nosso favor. As estipulações que eram feitas para os animais eram as mais exigentes possíveis, para tentar representar de forma mais próxima a perfeição do Cordeiro que havia de vir.
É obvio que esse tipo de oferta não era a oferta final. O salmista sabia disso. Mas também ele sabia que Deus não rejeitaria essa sua oferenda, porque ele a apresentava de coração sincero. Ele diz: Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido. Entretanto, Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração (vs. 18,19).
Porém, ele também sabia que nada disso Deus aceitava por causa do capricho do salmista, mas simplesmente por Sua graça soberana: Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça (v. 20).
Deus aspirou muitos sacrifícios na velha aliança, lembrando-Se sempre do
dia em que enviaria Seu Filho para ser o sacrifício, não nosso, mas aquele
perfeito, que o próprio Deus separou para nós. Assim como este salmista havia
cevado animais para Deus, isto é, havia reservado para o tempo certo, assim
Deus também “cevou” Seu Filho para que, no tempo certo, O enviasse para ser a
propiciação pelos nossos pecados. Assim como o salmista fez subir o cheiro dos
carneiros, “Cristo nos amou e se entregou a si
mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5.2). E assim como o
salmista imolou novilhos, Deus imolou Seu próprio Filho em nosso lugar para que
“por Suas feridas fôssemos sarados” (1Pe 2.24).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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