“E, agora,
constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me
acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me
esperam cadeias e tribulações” (At 20.22,23).
Quando o apóstolo Paulo se despediu dos efésios, ele convidou os presbíteros para lhes dar as últimas instruções, fazer os devidos alertas sobre os lobos devoradores que entrariam no meio do rebanho para destruir e qual deveria ser o procedimento deles, vigiando e se lembrando que enquanto Paulo esteve com eles não agiu de modo cobiçoso sobre riquezas, mas sempre preocupado em anunciar puramente o evangelho de nosso Senhor.
Mas em meio ao seu discurso de despedida, o apóstolo disse aos presbíteros que estava indo para Jerusalém e que não sabia o que lhe aconteceria ali naquela cidade. Mas ele sabia de uma coisa e isto ele tinha convicção, assegurado pelo Espírito Santo: que de cidade em cidade, cadeias e tribulações lhe esperariam! De fato, o Senhor havia avisado ao discípulo Ananias que mostraria a Paulo o quanto importava que ele sofresse pelo nome do Senhor (At 9.16).
Um homem com um chamado missionário tão glorioso como Paulo só podia ter certeza de uma coisa: em cada cidade que chegasse com o evangelho, o resultado seria uma surra, uma prisão, tentativa de homicídio, etc. Ele chegou a dizer a Timóteo: “Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor” (2Tm 3.10,11).
Sabemos que depois desta segunda carta a Timóteo, Paulo não saiu mais da prisão, a não ser para a pena de morte por decapitação! Desta o Senhor não o livrou!
Hoje, vemos muitas pessoas no meio cristão querendo ser como Paulo, desejando o ministério apostólico, tomando como glamouroso o título de apóstolo, exibindo com pompa e soberba um cargo que já não se pode atribuir a mais ninguém, exceto aos que o próprio Jesus chamou no primeiro século. Mas será que levariam o evangelho de cidade em cidade, se tivessem a certeza de que, chegando em cada uma delas, tomariam uma surra? De fato, cada um de nós sairia de nossa cidade para apanhar em outra e, não desistindo, continuaria mudando de cidade para levar o evangelho e apanhar outra vez?
Paulo fazia isso e ele mesmo diz por quê: “Porém em nada considero a vida preciosa para
mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).
Esta é a verdadeira honra do servo de Cristo: levar o evangelho da graça ainda
que sua recompensa seja tomar uma surra daqueles a quem você desejaria salvar!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém. \o/
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