“Mas o meu povo não
quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Pelo que eu os entreguei aos
desejos do seu coração, e andaram segundo os seus próprios conselhos” (Sl
81.11,12).
Uma verdade bíblica que pouco temos ouvido dos pregadores da Palavra é que o ser humano não deseja a Deus. Jesus disse aos judeus de Sua época: “E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40). Isso é natural do ser humano. Ele não quer ir a Cristo para ter vida. Isso é mais cristalino que a água: se ele só terá vida em Cristo, é porque está morto antes disso. Se está morto, obviamente não irá querer vir a Cristo, pois morto não quer nada.
Mas o que nos espanta neste salmo é a fala de Deus para Israel depois de ter libertado esse povo do Egito e tê-lo tornado povo Seu exclusivo! A figura aqui aponta para uma pessoa salva que não quer Cristo! Mas não podemos nos espantar, pois no NT encontramos algo parecido: a igreja de Laodiceia não queria mais saber de Cristo. Ela O colocou para fora de suas portas! Quando Ele disse “eis que estou à porta e bato”, Ele não estava falando para mundano, e sim para uma igreja que não queria mais Ele...
Portanto, eis aqui uma prova de que o homem não quer mesmo Deus! Quando nós O desejamos é porque Ele primeiro transformou nosso desejo de rejeição em aceitação. Até mesmo depois de convertidos, corremos o risco de não querermos Cristo. Essa é uma verdade triste e espantosa, mas é uma verdade!
Então, Deus diz pelo salmista que entregou o povo “aos desejos do seu coração”. Talvez não haja pior disciplina do que esta. Observe que Deus também faz isso com o ímpio. Paulo diz que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável” (Rm 1.28). O apóstolo ainda diz que eles receberão “em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (v. 27). Mas para com o ímpio, isto não é disciplina e sim castigo e punição.
Entretanto, Deus pode fazer o mesmo com Seus filhos, porém não como castigo e punição, senão como disciplina e repreensão. Sim, foi o que Ele fez com Israel, Seu povo da antiga aliança. Mesmo tendo-os salvo do Egito, eles rejeitaram a Deus e Deus os entregou para andarem segundo seus próprios conselhos. O resultado foi o cativeiro, embora mais tarde houvera a restauração do exílio.
Às vezes Deus também nos entrega aos nossos próprios conselhos. Ele deixa que trilhemos os caminhos do nosso coração. O resultado não é diferente: entramos em muitos cativeiros e só saímos de lá pela misericórdia do nosso Pai com profundas lições para nossa vida!
Na verdade, o que Deus quer que nós entendamos é o que Ele
diz pelo salmista: “Ah! Se o meu povo me
escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! Eu, de pronto, lhe abateria o
inimigo e deitaria mão contra os seus adversários. Os que aborrecem ao Senhor
se lhe submeteriam, e isto duraria para sempre. Eu o sustentaria com o trigo mais
fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha” (vs. 13-16).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário