“Contudo, tenho
contra você algumas queixas. Você tolera em seu meio pessoas cujo ensino é
semelhante ao de Balaão, que mostrou a Balaque como fazer o povo de Israel
tropeçar. Ele os instigou a comer alimentos oferecidos a ídolos e a praticar
imoralidade sexual” (Ap 2.14 – NVT).
Todos conhecem a história de Balaão, embora muitos façam uma grande confusão sobre ele. Balaão não era israelita e sim midianita (Nm 31.8). Ele não era um profeta de Deus, como a gente costuma ouvir, ao contrário, ele era um agoureiro, um profeta pagão, um amaldiçoador, que usava de encantamentos para fazer suas profecias (Nm 22.7).
Balaão foi contratado pelo rei moabita para amaldiçoar o povo de Israel que vinha passando pelas suas terras em direção à terra prometida. O rei Balaque ficou com medo, pois tinha ouvido falar dos grandes feitos do Deus de Israel pelo Seu povo. Então contratou este agoureiro para amaldiçoar a Israel. Como sabemos, o Senhor não o permitiu, mas, depois de consultar outra vez a Deus, ele foi, desde que só dissesse o que Deus lhe ordenasse.
Porém, no meio do caminho, talvez por ter mudado de ideia, Balaão e seu animal de montaria foram surpreendidos pela presença do Anjo do Senhor, que o mataria, caso a jumenta não o tivesse visto e se desviado dele. Balaão não via o anjo e por isso espancava sua mula. Deus abriu a boca dela, a qual conversou com seu dono, indagando por que ele a surrava tanto. Outra coisa que sempre ouvimos, que Deus usou a jumenta e falou através dela. Isso não é verdade. O texto diz que Deus abriu a boca dela, no hebraico, “abrir, soltar, descarregar, irromper”, enfim, Deus não usa boca de animais. Ele apenas a fez se expressar com raciocínio humano.
Embora Balaão não tenha conseguido amaldiçoar o povo, pois já era um povo abençoado por Deus, todavia, para não perder o prêmio da injustiça (2Pe 2.15), ele fez uma proposta para o rei: que as prostitutas cultuais praticassem suas orgias nos cultos pagãos e assim, atraíssem os filhos de Israel para suas práticas licenciosas. O plano deu certo, e cerca de 24 mil israelitas morreram de praga por causa desse pecado (Nm 25.1-9). Entretanto, Deus vingou Seu povo, ordenando o extermínio dos midianitas, entre eles, o falso profeta Balaão (Nm 31.1-8).
Balaão foi destruído ao fio da espada, mas infelizmente, sua doutrina não. Ela atravessou séculos e entrou pelas portas da igreja. O nosso Senhor Se queixa disso à igreja de Pérgamo. Ali havia gnósticos que ensinavam que o corpo é mau, enquanto o espírito não se mancha com nada; que os crentes poderiam fazer o que quisessem com o corpo, que isso não contaminaria seu espírito. Em Ap 2.16, Jesus diz que se os crentes não se arrependessem, Ele faria como Moisés fez com Balaão, só que com a espada de Sua boca!
Não resta dúvida de que esse ensino ainda se veste de novas
roupagens. Dizem por aí que se você já está justificado, então seu modo de vida
não importa. Isso é doutrina de Balaão. Na verdade, ser protegido da maldição é
até simples, pois Deus nos protege, mas fugir dos desejos da carne nunca foi
uma batalha fácil para qualquer servo de Deus!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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