Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0466 - A LOUCURA DO HOMEM E A IRA DE DEUS

 


Disse eu aos loucos: Não enlouqueçais, e aos ímpios: Não levanteis a fronte; não levanteis a vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura” (Sl 75.4,5).


Quanto mais passa o tempo e este se aproxima do fim, tanto mais os homens vão se endurecendo contra Deus. Antigamente, mesmo que as pessoas não tivessem compromisso com Deus, todavia, elas resguardavam um temor acerca do Seu nome e O respeitavam. Hoje, pouco vemos esse respeito, na realidade, parece que se tornou até mesmo vantajoso se voltar contra Deus e os que fazem isso gozam até de prestígio diante de muitos.

Mas o salmista Asafe chama a atenção das pessoas que agem dessa forma. Em outra versão lemos: “Aos arrogantes digo: Parem de vangloriar-se! E aos ímpios: Não se rebelem! Não se rebelem contra os céus; não falem com insolência” (NVI). Falar contra Deus é não somente loucura, mas também arrogância sem limites.

Espanta-nos ainda o fato de que tais arrogâncias também são proferidas contra Deus dentro das igrejas. Tanto na boca de falsos profetas, que dizem que você deve determinar a Deus sobre sua vitória, que você deve se revoltar contra Deus pela situação que você está vivendo, que você deve tomar a caneta da mão de Deus para escrever sua história, ou uma borracha para apagar a história dEle e assim por diante! Como também nos espanta muitos crentes proferirem arrogâncias contra Deus em suas murmurações sem fim!

O v. 7 nos lembra de algo que não deveríamos ter a audácia de nos esquecer: “Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta”. Em geral, as pessoas perguntam: então por que Deus não age logo? Por que permite o mal grassar acelerado entre os homens? Mas o nosso tempo não é o de Deus. Ele diz no v. 2: “Tu dizes: Eu determino o tempo em que julgarei com justiça”. Na realidade nós nem sempre desejamos que Deus faça a verdadeira justiça, pois isto incluiria a nós também. Em geral, queremos que Ele tome vingança por nós. Justiça, só para os outros...

Essa questão do tempo adequado de Deus agir contra todo mal ser tão diferente do nosso tempo, é porque Deus tem um cálice, diz o v. 8: “Porque na mão do Senhor há um cálice cujo vinho é tinto; está cheio de mistura; e dá a beber dele; mas as escórias dele todos os ímpios da terra as sorverão e beberão”. Por mais que venhamos espernear, querendo que Deus julgue uma causa nossa, todavia, Ele só irá tomar Seu trono de julgamento quando o cálice de Sua ira se encher. Então os ímpios sorverão até as escórias, até aquele pó que sobra da borra do vinho.

Concluímos que, quanto mais o tempo passa, mais ficam loucas e atrevidas as pessoas contra Deus, consequentemente, o cálice de Sua santa ira também está ficando cada vez mais cheio e mais terrível! É recomendado aos que confiam no Senhor procederem como Asafe, enquanto o juízo de Deus não chega: “Quanto a mim, para sempre anunciarei essas coisas; cantarei louvores ao Deus de Jacó” (v. 9).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0465 - ORGULHOSOS ENTRE AGRACIADOS

 


Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4.33).


Quando Lucas escreve o livro de Atos, de vez em quando ele para, a fim de fazer um resumo de como estava andando a igreja primitiva. Ele faz isso no cap. 2.42-47; aqui no cap. 4.32-35; em 5.12-16; 9.31 e assim por diante em todo o livro. Aqui, no cap. 4, quando Lucas faz sua segunda observação sobre como andava a igreja, ele ressalta a graça abundante do Senhor que era derramada sobre os crentes, conforme lemos.

O resultado dessa graça abundante era que a distribuição de renda entre os irmãos era feita de forma igualitária, porém voluntária. Não era como o socialismo, uma imposição do governo, antes, uma espontaneidade que fluía de corações graciosos que desejavam que todos tivessem de igual forma o resultado daquilo que possuíam.

Este cenário, todavia, traçou o pano de fundo que Lucas precisou para falar de outro assunto: orgulhosos entre os agraciados. Mesmo havendo graça abundante na igreja primitiva; mesmo seus corações sendo liberais e generosos; mesmo os apóstolos testemunhando com poder, havia também o silencioso pecado do orgulho, aquele que, entre os anjos, precedeu a história da humanidade.

José, um discípulo apelidado de Barnabé, que quer dizer “filho da consolação”, provavelmente por ser um irmão que, quando falava, sempre encorajava a igreja, vendeu uma propriedade e trouxe o dinheiro perante os apóstolos para que fosse também distribuído na igreja. Vendo isto, um casal por nome Ananias e sua esposa, Safira, resolveram receber os aplausos da igreja, fazendo o mesmo que Barnabé.

Porém, não levaram todo o dinheiro e sim, apenas uma parte. Mas alegaram a Pedro que aquele dinheiro era integral. Como já sabemos a história, ambos morreram no culto público, ao serem confrontados pelo apóstolo cheio do Espírito Santo (At 5.1-11). Esse triste episódio gerou temor na igreja e todos passaram a respeitar a igreja.

Não devemos nos iludir com nossos ajuntamentos de culto. Certo que ali é uma igreja, onde se reúnem pessoas diferentes, porém lavadas pelo sangue do Cordeiro, para adorar ao Senhor, ministrar os sacramentos, pregar a Palavra, orar, desfrutar da comunhão e edificar-se nos dons. Entretanto, em todas as igrejas sempre haverá pessoas com sentimento de orgulho e mentira! Sempre no meio da graça abundante, também haverá pecado!

Assim será até o dia da colheita. A chuva e o poder do Espírito sempre serão derramados sobre a igreja do Senhor. A mesma chuva que fará crescer o trigo é a mesma que também fará crescer o joio. E somente naquele Dia é que o Senhor ordenará a separação! De que lado você está, da graça de Deus, ou do orgulho satânico?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 29 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0464 - NEGAÇÃO OU CONFISSÃO?

 


Então, a donzela que guardava a porta, disse a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Disse ele: Eu não sou” (Jo 18.17 – KJF).


A vergonhosa história da negação de Pedro nos traz algumas lições relevantes, mas muitíssimo sérias no que diz respeito a conhecermos a Deus e a nós. Certamente, Pedro não duvidava de seu próprio caráter, quando disse ao Senhor que jamais O abandonaria. Ele não achou que seria covarde diante de uma menina empregada, uma porteira da casa do sumo sacerdote. Aliás, ele imaginava que encararia até o próprio sumo sacerdote para defender seu Mestre.

As lições começam aqui, quando nós também garantimos coisas ao nosso Senhor que não temos condição de manter. São impulsos do nosso eu, nossa autossuficiência, o orgulho antecipado que, ao menor sinal de perigo, acionam nosso mecanismo de autodefesa, renegando a própria fé.

Algo curioso é que João contrasta a fala de Pedro com a fala de Jesus diante do perigo. Pedro se preservou, amou a sua vida, quando Jesus disse que quem amar a sua vida a perderá. Pedro, ao invés de dizer “eu sou um dos Seus discípulos”, ele disse “eu não sou”, enquanto que Jesus, diante do perigo, disse aos soldados: “Eu sou ele” (vs. 4-6).

Isto já nos mostra algo maravilhoso sobre Cristo: que Ele não pode negar-Se a Si mesmo, como disse Paulo a Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: que, se morrermos com ele, também viveremos com ele; se sofrermos, também reinaremos com ele; se o negarmos, ele também nos negará; se não crermos, ainda assim ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.11-13). Embora Jesus negue aqueles que O negam, entretanto, a Si mesmo Ele não pode negar, pois isso feriria Seu caráter perfeito!

Mas outra lição maravilhosa é que, diante desse cenário vergonhoso de Pedro negando seu Senhor, nós conhecemos o desfecho dessa história, quando Cristo ressurreto procurou a Pedro! “Para se cumprir a palavra que ele tinha dito: Dos que me deste nenhum deles eu perdi” (Jo 18.9). Em Jo 21.15-17, Jesus pergunta a Pedro se este O ama e, por três vezes, recebe a resposta que sim! Agora está perdoada a negação deste frágil discípulo! Com toda vergonha da culpa e decepção da autoconfiança, Pedro confessa que ama a Cristo!

Não são poucas as donzelas diante das quais nós temos negado nosso Salvador! São ainda inferiores àquela diante de quem Pedro O negou! Mas se somos um daqueles que o Pai deu ao Filho, de modo nenhum Ele nos perderá. Ele virá ao nosso encontro, algo pessoal e profundo, olhará em nossos olhos e perguntará se O amamos... qual será a sua resposta?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 07 - FINAL)

 


O Pai ama o Filho e entregou todas as coisas nas mãos dele” (Jo 3.35 – NAA).


Traz algumas implicações sérias e práticas para nós o fato de Deus ser três Pessoas, cada Pessoa plenamente Deus, todavia só havendo um Deus. A doutrina da Trindade não é apenas um quebra-cabeça da teologia cristã. Ela é uma verdade com decorrências poderosas e sine qua non, isto é, “sem a qual não” seriam sustentadas outras verdades da nossa fé.

O fato de Jesus ser plenamente homem significa que Ele nos representa perfeitamente diante de Deus, sendo nosso representante espiritual para a perfeição e vida, como Adão foi para nós no que diz respeito ao pecado e à morte. Tendo Jesus vivido perfeitamente como homem, então todo homem que nEle crê é justificado diante de Deus.

Mas também o fato de Jesus ser Deus é de suma importância para a verdade na qual estamos firmes. Pois, se Ele não fosse Deus, jamais poderia representar Deus para nós quando esteve aqui na terra. João diz que o Deus unigênito que está no seio do Pai foi Quem revelou Deus aos homens (Jo 1.18). Por isso Paulo diz que Jesus Cristo, Homem, é mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), pois tanto nos representa diante de Deus sendo homem, como representa Deus diante de nós, sendo Deus.

Anselmo de Cantuária dizia que Deus Se fez homem porque o homem deve pagar pelo pecado, mas não pode; Deus pode, mas não deve. Então Deus, podendo pagar pelo pecado, Se fez homem para assumir a dívida. Estas verdades são centrais para nossa fé, portanto, não crer na Trindade desmoronaria o alicerce da fé cristã.

Crer que o Espírito Santo é Deus também é fundamental para nosso cristianismo ser legítimo. Se o Espírito Santo não fosse Deus, então Jesus seria mentiroso quando disse que Ele e o Pai morariam em nós (Jo 14.23). De que forma Deus habita em nós? Pelo Seu Espírito Santo. No v. 17, Jesus diz que Ele (o Espírito) estará em Seus discípulos!

Outra implicação gloriosa sobre a Trindade para as nossas vidas é que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Se Deus é três Pessoas em uma unidade divina, significa que somos também várias pessoas em uma unidade humana. Ainda mais que isso, somos uma unidade no relacionamento matrimonial, uma só carne e, ainda mais do que isso, somos uma unidade espiritual na diversidade de membros do corpo de Cristo!

Além do mais, Deus ser três Pessoas mostra Sua independência da criação. Se Ele fosse eternamente uma Pessoa apenas, como alegam os unicistas (modalistas), então Ele criaria a humanidade ou os anjos por uma questão de necessidade de companhia, mas isso é tolice, pois Deus é satisfeito em Si mesmo, tanto em Sua unidade divina, quanto em Sua tripla pessoalidade! Que todo aquele que for verdadeiro cristão confesse profundamente as maravilhas da Trindade! E todo aquele que negar, como diziam os antigos pais, seja anátema!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 06)

 


E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz:E todos os anjos de Deus o adorem’” (Hb 1.6).


Quando a igreja afirma que cada Pessoa da bendita Trindade é Deus, ela está apenas repetindo de forma dogmática aquilo que a Bíblia já demonstra, embora a Bíblia não tenha a intenção de dogmatizar. Para crer que o Filho é Deus, assim como também o Espírito Santo, é necessário que a Bíblia mostre que o Filho e o Espírito possuem os mesmos atributos incomunicáveis de Deus Pai. E isso é exatamente o que vemos na Escritura.

Atributos incomunicáveis são qualidades próprias de Deus que Ele não compartilha com nenhuma de Suas criaturas. Os atributos comunicáveis são características de Deus que Ele distribuiu aos seres criados. Por exemplo, o amor é um atributo divino e, embora o homem não ame perfeitamente como Deus, ainda assim o ser humano ama. Por outro lado, Deus é onisciente, isto é, Ele sabe de todas as coisas, passadas, presentes, futuras e subjuntivas! Homens e anjos jamais poderão saber de tudo!

Quando falamos do Filho de Deus, então Seus atributos são os mesmos atributos do Pai. Assim como o Pai é onisciente, Jesus também é. O apóstolo João afirmou que Jesus conhecia a todos os que O rodeavam e não confiava neles (Jo 2.24). Diz também que Jesus já sabia quem eram os que não criam e quem O havia de trair (Jo 6.64).

A onipotência também é um atributo incomunicável de Deus. Todo mundo pode um pouco e alguns podem muito, mas somente Deus pode tudo! Mas o que Jesus diz a Seus discípulos depois de ressuscitado? “Todo poder me foi dado nos céus e na terra” (Mt 28.18). Em João 5.22, Jesus disse que o Pai Lhe confiou todo julgamento! Somente Deus pode julgar e Jesus disse que julgará a todos! Portanto, Jesus é Deus!

De igual forma o Espírito também é Deus. Paulo diz que o Espírito sonda todas as coisas, inclusive as profundezas de Deus (1Co 2.10). Sabemos que ninguém pode conhecer a Deus totalmente, mas se o Espírito assim O conhece é porque Ele é Deus! O Espírito Santo também é onividente, isto é, Ele vê todas as coisas. Em Ap 5.6, João vê o Cordeiro, que é Cristo, com 7 chifres e 7 olhos. O número 7 representa a totalidade; chifre simboliza poder; então quando se diz que o Cordeiro tinha 7 chifres, quer dizer que Ele tem todo poder.

Os 7 olhos, João diz que são os 7 Espíritos de Deus. Sabemos que Deus não tem 7 Espíritos. Mas isto é apenas um modo simbólico de falar que o Espírito de Deus vê todas as coisas! É isto que representa 7 olhos – onividência!

Somente Deus pode ser adorado e, exatamente aqui, no cap. 5 de Apocalipse, na visão que João tem do Cordeiro, que é Cristo, Ele é adorado: “E os quatro seres viventes respondiam: ‘Amém!’ Também os anciãos se prostraram e adoraram” (v. 14). Se só ao Senhor teu Deus adorarás é o que Jesus disse ao diabo e, logo a seguir, o próprio Jesus recebe adoração, ou Ele é um mentiroso, ou Ele é verdadeiro Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 05)

 


Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18).


O NT é muito abundante em referências às três Pessoas da Trindade. Nos Evangelhos lemos sobre o nascimento de Jesus, que o Espírito Santo (Deus Espírito) desceria sobre Maria, o poder do Altíssimo a cobriria com Sua sombra (Deus Pai) e o Ente Santo que dela nascesse seria chamado o Filho de Deus (Deus Filho). Igualmente nas águas do batismo, o Filho de Deus saindo das águas, o Espírito descendo sobre Ele e a voz do Pai é ouvida (Mt 3.16,17).

Por várias vezes Jesus refere-Se ao Pai como sendo uma Pessoa distinta dEle e, por muitas vezes também, refere-Se à Sua unidade indivisível com o Pai, a qual confere a Ele a substância divina. Seus momentos de oração na terra provam isso. Ele falava distintamente com o Pai na segunda pessoa (Mt 11.25). Antes da Sua ascensão, Jesus ordena o batismo, citando a Trindade (Mt 28.19). O Evangelho de João é o que mais prova a divindade de Cristo. Nele encontramos por várias vezes Jesus dizendo que é o “Eu Sou”, o nome de Deus! Ali também Tomé O chama de Senhor e DEUS (Jo 20.28)!

No livro de Atos, temos também abundantes referências sobre a Trindade, inclusive o cap. 5.3,4 nos provam que o Espírito Santo é Deus. Em 10.38 lemos sobre as três Pessoas: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. Muito claro: o Pai ungiu o Filho com o Espírito Santo! Curioso também o que Paulo diz em 20.28, que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue! Veja: quem derramou o sangue foi o Filho, e Paulo O chama de Deus!

Nas cartas então, aí é que temos mais confirmada essa doutrina. Em Rm 9.5 Paulo diz que Cristo é “Deus bendito”; ele também diz a Tito que Jesus é nosso grande Deus e Salvador (Tt 2.13); ele dá a bênção de 2Co 13.13 usando as três Pessoas; Pedro fala sobre a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo (2Pe 1.1), provando que Jesus é Deus; na primeira carta ele cita a Trindade (1Pe 1.2); Judas v. 20,21 também cita a Trindade: “Orando no Espírito... no amor de Deus... a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo”; e, no Apocalipse, temos o Alfa e o Ômega para Deus Pai (1.8) e também para Deus Filho (22.13).

Com tantas provas bíblicas acerca desta doutrina, entendemos que o ensino da Trindade é um ensino progressivo, revelado gradativamente pelas páginas da Escritura. E quando chega à nova aliança, esta doutrina é revelada de modo mais explícito, embora mais organizada pelos pais da igreja para evitar as heresias a respeito.

É uma doutrina maravilhosa, compreensível, mas não em sua totalidade, um mistério que nos humilha e exalta a glória de Deus, mostrando que Sua relação interna (chamada pelos teólogos de “intratrinitária”) é por demais suprema e nos leva a adorar a Deus de modo profundo e reverente!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 04)

 


Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Sl 110.1).


Um dos textos mais claros, profeticamente falando, acerca da distinção entre as duas Pessoas da Trindade (o Pai e o Filho), no AT é este do Salmo 110. Todos sabem que o salmo é messiânico, isto é, aponta para Cristo, o Messias. As duas palavras “Senhor”, no hebraico, são diferentes uma da outra. A primeira é Yahweh e a segunda é Adonai. Então não adianta dizer que o segundo “Senhor” aqui se trata de Davi. Não! Fala de alguém superior a Davi, que todos, inclusive judeus, sabem ser o Messias.

Estando reunidos os fariseus, Jesus lhes perguntou: O que vocês pensam do Cristo? De quem é filho? Eles responderam: De Davi. E Jesus perguntou: Então, como é que Davi, pelo Espírito, chama o Cristo de Senhor, dizendo: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés’? Portanto, se Davi o chama de Senhor, como ele pode ser filho de Davi?” (Mt 22.41-45 – NAA).

O próprio Jesus interpreta este salmo, afirmando que o “Senhor” (Adonai) que recebe a promessa do “Senhor” (Yahweh), trata-se dEle mesmo, isto é, Jesus é o Cristo profetizado por este Salmo. Em nossas Bíblias, a palavra “Senhor” (Yahweh) sempre aparece com letras maiúsculas, enquanto que “Senhor” com letras minúsculas refere-se a Adonai (salvo alguns erros de tradução). No Salmo 110.5 diz que o Senhor (o Messias, que é o Cristo) ferirá os reis no dia da ira de Yahweh.

Para não restar dúvidas de que este salmo é um claro indício profético da divindade do Pai e do Filho, o autor aos Hebreus o interpreta junto com o Salmo 45.6,7 desta maneira: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Hb 1.8,9). E finaliza o primeiro capítulo com este salmo aplicado a Cristo: “E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?” (Hb 1.13).

Poderíamos usar vários textos do AT que apontam para a Trindade, ainda que de modo velado, mas estes salmos, bem como sua interpretação dada por ninguém menos que Cristo e o autor aos Hebreus, já nos bastam para vermos que os vestígios das três divinas Pessoas já estavam sendo desenhados desde as páginas da antiga aliança.

É maravilhoso saber que o Deus Pai confiou todas as coisas às mãos do Deus Filho, isto porque Eles já Se relacionavam em perfeição e plenitude desde a eternidade e ninguém melhor que o próprio Deus para receber a confiança de Deus para executar Seu glorioso plano!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 03)

 


No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1).


Além da heresia do modalismo, conhecido hoje como unicismo, a doutrina da Trindade sofreu também um ataque à divindade de Cristo. Se, por um lado, o modalismo dizia que só há uma Pessoa, por outro lado, o arianismo reconhecia duas Pessoas, mas negava a divindade de Cristo e a personalidade do Espírito Santo.

Ário foi um bispo da igreja da cidade de Alexandria, no século IV. Ele começou a ensinar que Cristo não era Deus e isso corrompeu o ensino da Trindade, que diz que tanto o Pai é Deus, como o Filho é Deus. Este homem foi combatido por um homem chamado Atanásio, também da cidade de Alexandria, secretário do bispo Alexandre, a quem também Ário se opunha.

O arianismo foi condenado como heresia no Concílio de Niceia, mas prevalece até nossos dias sob os ensinos heréticos das testemunhas-de-jeová. Ainda hoje, as testemunhas-de-jeová ensinam que Jesus não é Deus. Elas corrompem os versículos bíblicos que falam claramente que Jesus é Deus. Assim como Ário, elas dizem que Cristo foi criado na eternidade. Ora, isto é um contrassenso. Sabemos que nada se cria na eternidade e, uma vez que se passa a criar algo, a eternidade deixa de ser eternidade e ali se passa a contar o tempo.

Mesmo assim é fácil combater o arianismo das testemunhas-de-jeová. Na própria Bíblia delas (Tradução do Novo Mundo), lemos em Isaías 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; e o reinado estará sobre os seus ombros. Ele receberá o nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”. Todos sabem que este versículo é uma menção profética a Jesus; e aqui diz que Seu nome será “Deus Poderoso”.

Temos outro versículo na própria Bíblia corrompida das testemunhas-de-jeová que comprova a divindade de Jesus. Está em 1João 5.20: “E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para podermos obter conhecimento daquele que é verdadeiro. E nós estamos em união com aquele que é verdadeiro, por meio do seu Filho, Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Muito bem, com estes versículos e ainda muitos outros, destruímos a heresia ariana de que Jesus não é Deus.

Certo é que Jesus não é Deus Pai, como já falamos anteriormente. Mas Ele é sim, o Deus Filho. Talvez você se pergunte por que isso seria importante para sua vida, saber e crer que Jesus é não somente o Filho de Deus, mas também Ele é Deus Filho! Sim, isto é de extrema importância para sua salvação, pois o próprio Cristo disse: “ Por isso, eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Porque, se não crerem que Eu Sou, vocês morrerão nos seus pecados” (Jo 8.24 – NAA).

Como sabemos, Eu Sou é o nome do próprio Deus (Êx 3.14). O versículo inicial que lemos diz que o Verbo estava com Deus, isto é, Ele estava com o Pai. E diz que o Verbo era Deus, isto é, Ele é Deus Filho. Assim como o Pai disse a João em Apocalipse que é o Alfa e o Ômega (Ap 1.8), o Filho diz o mesmo (Ap 22.13). Estas letras, no alfabeto grego, são a primeira e a última. Deus Pai e Deus Filho estão dizendo que são eternos, que nada houve antes dEles e nada haverá depois.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 22 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 02)



Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.8,9).


A doutrina da Trindade sofreu sérios mal-entendidos e, por causa disso, algumas heresias entraram no seio da igreja patrística. Versículos como este trouxeram uma compreensão errada acerca da Trindade e alguns erros doutrinários surgiram, como, por exemplo, o “modalismo”.

Essa heresia é chamada de modalismo porque acredita que só há uma Pessoa na divindade e que esta Pessoa Se manifesta de três modos diferentes, daí o nome “modalismo”. Ela diz que no AT, Deus Se manifestou como Pai; nos Evangelhos, Ele Se manifestou como Filho; e do Pentecostes em Atos 2 para cá, Ele Se manifesta como Espírito Santo; mas nega que são três Pessoas, afirmando apenas uma. Creio que já ouvimos falar isso até mesmo em nossos dias...

Embora esse ensino pareça querer preservar a unidade de Deus, todavia, cai no erro de desconsiderar Sua relação. É muito claro que Deus é um Deus relacional, não apenas com Sua criação, mas essencialmente entre as Pessoas da Trindade. O Pai tem relação com o Filho desde a eternidade, como lemos em Jo 17.5. No batismo de Jesus, as três Pessoas são ali manifestas de modo distinto: o Filho nas águas, o Espírito sobre Ele em forma de pomba e a voz do Pai dando testemunho dos altos céus (Mt 3.16,17).

Infelizmente, o erro do modalismo permanece até hoje, com o nome de “unicismo”. As igrejas unicistas ainda ensinam que há somente uma Pessoa na divindade que Se manifestou de três modos. Mas isso é heresia e confunde completamente inclusive a relação de Jesus com o Pai quando Ele esteve na terra. Jesus orava ao Pai constantemente. Se fosse a mesma Pessoa, isso seria um embuste da parte de Cristo, ou uma verdadeira esquizofrenia! Principalmente na cruz, quando Ele clamou de agonia pelo abandono do Pai. Como poderia Cristo abandonar-Se a Si mesmo e ainda agonizar por isso, chamando a Si mesmo de Seu próprio Pai? Isso é insanidade!

Não admita o erro modalista de nossos dias. Ele torna Deus dependente de Suas criaturas para desenvolver relação, visto que, se Deus é apenas uma só Pessoa, com quem Ele Se relacionava na eternidade, antes de criar qualquer coisa? Ele precisou criar anjos e homens para ter relacionamento? É certo que não. Jesus disse que desfrutava de glória com o Pai antes que houvesse mundo (Jo 17.5).

Ainda mais, se Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, como diz Moisés: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27), então o fato de o ser humano ter sido criado como homem e mulher foi para se parecer com o relacionamento de Deus. Os seres humanos têm relação entre si porque Deus tem relação entre Si, caso contrário jamais seríamos como a imagem de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

SÉRIE: AS MARAVILHAS DA TRINDADE (PARTE 01)

 


A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês” (2Co 13.13).


O Cristianismo é a única religião do mundo que crê na Trindade. O conceito da Trindade quer dizer que Deus é um só em divindade e, ao mesmo tempo, são três Pessoas em Sua individualidade. A princípio parece confuso e, apesar de ser um mistério ainda não desvendado por completo devido à nossa limitação mental, a doutrina é bíblica e evidente.

Na doutrina da Trindade, nós dizemos que o Pai é Deus (Jo 14.1), o Filho é Deus (1Jo 5.20) e o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4), mas só há um Deus (1Co 8.5). Dizemos também que o Pai não é o Filho nem o Espírito; o Filho não é o Pai nem o Espírito; e o Espírito não é o Pai nem o Filho – são distintos como Pessoa. Ainda declaramos que o Pai é eterno e não criado; o Filho é eterno, não criado, mas eternamente gerado do Pai; e o Espírito é eterno, não criado nem gerado, mas eternamente procedente do Pai e do Filho.

Na Trindade não há três deuses, isso seria triteísmo. Na Trindade não há um henoteísmo, isto é, um Deus acima de outros deuses. O que existe na Trindade é igualdade de essência e diferença nas relações. Na Trindade, o Pai glorifica o Filho, este glorifica o Pai e Eles Se amam no Espírito! A palavra “Trindade” não existe na Bíblia, mas seu conceito é totalmente bíblico. A palavra “onisciência” também não existe na Bíblia, mas sabemos que Deus é onisciente por causa do conceito que esta palavra encerra.

A relação na Trindade é eterna. O Filho sempre foi Filho em relação a Deus Pai, por isso se diz que Ele é eternamente gerado e não criado, ou seja, desde sempre Sua relação com o Pai foi de Filho para Pai. Quando se diz nesta doutrina que o Filho é eternamente gerado, não está se referindo à geração do Filho no ventre de Maria, mas se refere à Sua relação com Deus Pai, de Filho para Pai, desde a eternidade.

O apóstolo Paulo diz que há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos (1Co 8.5), mas ele diz também que há um só Senhor, a saber, Jesus Cristo, por meio de quem todas as coisas existem (v. 6). Vemos aqui que todas as coisas foram criadas por Deus, mas por meio de Jesus Cristo. No cap. 12.4-6, Paulo diz que os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo, a saber, o Espírito Santo; os serviços são diversos, mas o Senhor é o mesmo, ou seja, Jesus; as realizações são diversas, mas é o mesmo Deus que opera, isto é, Deus Pai.

Crer na Trindade é essencial para o verdadeiro Cristianismo. O apóstolo João diz: “Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai”. Você não pode negar o Filho e ainda assim ser um verdadeiro cristão. É preciso crer que há um só Deus em três Pessoas Divinas.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 20 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0463 - PARASITAS CRISTÃOS

 


Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).


Uma coisa que não pode existir na vida cristã é o parasitismo. Não existe salvação por procuração, então não tem como alguém viver sua vida cristã à custa de outrem. Não estamos descartando o auxílio mútuo que realmente deve existir entre os cristãos, mas isso não significa que um crente levará outro para o céu.

Quando o apóstolo Paulo diz que devemos levar as cargas uns dos outros, ele também diz que cada qual levará seu próprio fardo (Gl 6.2,5). Uma coisa é nos auxiliarmos em nossas dificuldades, mas outra completamente diferente é assumir nossas responsabilidades.

Um dos maiores problemas dos parasitas cristãos é que eles não trabalham no reino de Deus, não executam seus dons, não se empenham no crescimento da igreja, mas cobram resultados. Vivem comparando sua igreja com outras, colocam defeito naqueles que estão trabalhando se alguma coisa sai errada, criticam o louvor, a pregação, os estudos, embora não participem de nada disso, acusam a igreja de falta de poder e dinamismo, enfim, querem que a igreja seja completa e perfeita, mas sem a participação deles.

A atitude dos parasitas cristãos é apenas de observadores e críticos. Com o coração assim, ainda pensam que estão contribuindo para sua vida espiritual. Pelo reino de Deus pode até ser que estejam contribuindo inconscientemente. Pois, ao criticarem, ao cobrarem, ao se negarem a trabalhar, eles acabam conduzindo os verdadeiros crentes a se manifestarem, como disse Paulo aos coríntios (1Co 11.19). Mas para sua própria vida espiritual não há contribuição alguma, ao contrário, estão se demarcando cada vez mais para sua destruição.

Cristãos parasitas não podem entrar no céu. A vida com Cristo, apesar de ser ganha pela graça, ela é recheada de trabalho. As parábolas de Jesus sempre ilustram as pessoas trabalhando. As cartas sempre nos ordenam que sejamos abundantes na obra do Senhor, pois nEle, nosso trabalho não é vão (1Co 15.58). Não se recebe galardão por trabalho alheio. Por outro lado, a falta de trabalho no reino pode ser um indicativo de perdição e não de salvação.

Mesmo que os cristãos parasitas não incomodem ninguém na igreja, eles não se tornam melhores por isso. Estão ali para fazer número. Não incomodam, mas também não ajudam. Estes enganam-se a si mesmos. Pensam que cumprindo um protocolo de congregar uma vez na semana, ou trazer alguma contribuição para uma ação da igreja, ou talvez de cear em algum domingo do mês, isso lhes trará a vida eterna, mas é realmente um engano. Ninguém pode ser salvo por sugar a igreja de Cristo.

A admoestação é que os cristãos parasitas se soltem das costas de seus irmãos. Que se arrependam e estiquem as mangas para o trabalho. A recomendação é que se despertem e sejam alertados que a Bíblia nunca ensina que somos bem-aventurados em receber e sim em dar. Que se lembrem disso: fomos chamados para servir e não para ser servidos, assim como o próprio Filho do Homem (Mc 10.45).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0462 - EXPERIÊNCIAS COM O ESPÍRITO SANTO

 


Como escaparemos nós, se não levarmos a sério tão grande salvação? Esta, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, depois nos foi confirmada pelos que a ouviram. Também Deus testemunhou juntamente com eles, por meio de sinais, prodígios, vários milagres e a distribuição do Espírito Santo, segundo a sua vontade” (Hb 2.3,4 – NAA).


Há dois extremos no meio cristão com respeito à manifestação do Espírito Santo na igreja. Um deles é o cessacionismo, doutrina que rejeita a manifestação de dons revelacionais para os nossos dias; o outro extremo é o abuso pentecostalista acerca da manifestação e o excesso destes dons no meio da igreja.

Muitos cristãos confundem a manifestação do Espírito com sua própria personalidade. Os que são mais fechados e mais racionais afirmam que tais manifestações não existem mais; os que são mais emotivos e experiencialistas não somente defendem a manifestação, como vivem buscando tais coisas.

Que a experiência com o Espírito Santo é um fato, isso é inegável. Em todos os versículos que falam sobre Sua manifestação, lemos que Ele realiza conforme Sua vontade (1Co 12.11; Hb 2.4). É claro que o Espírito de Deus, em Sua graça, Se derramou por toda a igreja e opera nela em várias áreas, não somente na distribuição dos dons e das experiências místicas. Ainda mais, em casos nos quais a igreja limita isso, o próprio Espírito Se abstém de certas manifestações. Entendemos isso na advertência de Paulo aos tessalonicenses, quando diz: “Não apagueis o Espírito” (1Ts 5.19).

Se nos é dito que não devemos apagar o Espírito (e o contexto mostra isso em uma relação com as profecias), então significa que os que desprezam este dom, automaticamente apagam não a Pessoa do Espírito, mas uma de Suas manifestações na igreja. Mas por que os cessacionistas fazem isso? Um dos motivos é o abuso do pentecostalismo, que são guiados pelos dons revelacionais e não pela Palavra de Deus.

Deixar ser guiado por revelações, profecias, visões, sonhos e outros dons miraculosos também é um extremo que deve ser rejeitado. A igreja não foi instituída para ser guiada por dons e sim única e exclusivamente pela Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Há crentes (e muitos crentes) que basicamente dormem durante uma pregação, mas vivem de antena ligada em uma revelação ou profecia ao redor.

As experiências com o Espírito Santo são maravilhosas, poderosas e servem para confirmar ainda mais a vida do crente, mas viver dirigido por tais experiências produz um crente fraco e raquítico na fé, visto que a única coisa que fortalece o crente é a Palavra de Deus. A Bíblia é o alimento principal e as experiências são sobremesa. Ambas estão numa refeição completa, mas sem a Palavra ninguém pode sobreviver.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0461 - COLHEITA GRANDE, POUCA SEMEADURA!

 


Então disse a seus discípulos: Na verdade, a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9.37 – A21).


Vendo o vertiginoso crescimento do número de evangélicos em nossa nação temos a impressão de que este versículo já está ultrapassado, que já existe número suficiente de obreiros para o trabalho no reino de Deus. Por um lado, realmente há muitos trabalhadores envolvidos na colheita do Senhor. Estima-se que no Brasil, abre-se 14 mil igrejas por ano! Por outro lado, 1.500 pastores abandonam o ministério pastoral todos os meses!

Que a colheita é grande, essa sempre será uma verdade, porque sempre haverá pessoas longe de Cristo e sem Deus no mundo; mas e quanto aos trabalhadores? Certamente não falamos apenas de líderes eclesiásticos, mas de todos os crentes, pois todos fomos chamados para pregar o evangelho. Porém, o fenômeno do crescimento numérico dos evangélicos não contribui para suprir essa carência.

Há várias razões para isso e, dentre elas, uma é que a nova geração de pessoas que se aderem ao círculo cristão está se aproximando com uma cultura relativizada do cristianismo. O que temos hoje são pessoas que vêm para Cristo com outra mentalidade, diferente daquilo que o próprio Senhor propôs a quem desejasse segui-lo. A proposta do Senhor era árdua e abnegadora, mas a oferta para o evangelho em nossos dias é fácil e subjetiva. Não se propõe a renúncia e o que deve reger a vida da pessoa é seu próprio coração.

De um evangelho fácil e no qual as regras são determinadas pelo próprio indivíduo, torna-se óbvio que o crescimento aparente será muito grande, de fato. Digamos que há muita planta que cresceu no meio das pedras, para lembrar a parábola de Jesus. Realmente, por não ter raiz, elas crescem muito rápido. E assim é a maioria deste número que aumenta em nossos dias. Crescimento rápido, raiz superficial.

Jesus olhava para a colheita de Sua época e via a carência de trabalhadores, então disse a Seus discípulos: “rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita” (v. 38). Nós também olhamos para a seara dos nossos dias e ainda vemos carência. Vemos muitos obreiros, sem dúvida, mas não muitos aprovados.

Não devemos nos espantar então, caso o que esteja aumentando em nosso meio seja o número de joio! Todavia, isso jamais deve servir de desculpa para não pregarmos o evangelho. Se não queremos pregar o falso evangelho para não corrermos o risco de estar semeando o joio no reino de Deus, por outro lado também não devemos deixar de pregar o verdadeiro evangelho, usando a justificativa de que ninguém o quer.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 15 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0460 - E SE DEUS NOS ENTREGAR AOS DESEJOS DO NOSSO CORAÇÃO?

 


Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Pelo que eu os entreguei aos desejos do seu coração, e andaram segundo os seus próprios conselhos” (Sl 81.11,12).


Uma verdade bíblica que pouco temos ouvido dos pregadores da Palavra é que o ser humano não deseja a Deus. Jesus disse aos judeus de Sua época: “E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40). Isso é natural do ser humano. Ele não quer ir a Cristo para ter vida. Isso é mais cristalino que a água: se ele só terá vida em Cristo, é porque está morto antes disso. Se está morto, obviamente não irá querer vir a Cristo, pois morto não quer nada.

Mas o que nos espanta neste salmo é a fala de Deus para Israel depois de ter libertado esse povo do Egito e tê-lo tornado povo Seu exclusivo! A figura aqui aponta para uma pessoa salva que não quer Cristo! Mas não podemos nos espantar, pois no NT encontramos algo parecido: a igreja de Laodiceia não queria mais saber de Cristo. Ela O colocou para fora de suas portas! Quando Ele disse “eis que estou à porta e bato”, Ele não estava falando para mundano, e sim para uma igreja que não queria mais Ele...

Portanto, eis aqui uma prova de que o homem não quer mesmo Deus! Quando nós O desejamos é porque Ele primeiro transformou nosso desejo de rejeição em aceitação. Até mesmo depois de convertidos, corremos o risco de não querermos Cristo. Essa é uma verdade triste e espantosa, mas é uma verdade!

Então, Deus diz pelo salmista que entregou o povo “aos desejos do seu coração”. Talvez não haja pior disciplina do que esta. Observe que Deus também faz isso com o ímpio. Paulo diz que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável” (Rm 1.28). O apóstolo ainda diz que eles receberão “em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (v. 27). Mas para com o ímpio, isto não é disciplina e sim castigo e punição.

Entretanto, Deus pode fazer o mesmo com Seus filhos, porém não como castigo e punição, senão como disciplina e repreensão. Sim, foi o que Ele fez com Israel, Seu povo da antiga aliança. Mesmo tendo-os salvo do Egito, eles rejeitaram a Deus e Deus os entregou para andarem segundo seus próprios conselhos. O resultado foi o cativeiro, embora mais tarde houvera a restauração do exílio.

Às vezes Deus também nos entrega aos nossos próprios conselhos. Ele deixa que trilhemos os caminhos do nosso coração. O resultado não é diferente: entramos em muitos cativeiros e só saímos de lá pela misericórdia do nosso Pai com profundas lições para nossa vida!

Na verdade, o que Deus quer que nós entendamos é o que Ele diz pelo salmista: “Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo e deitaria mão contra os seus adversários. Os que aborrecem ao Senhor se lhe submeteriam, e isto duraria para sempre. Eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha” (vs. 13-16).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0459 - COMO PEDIR CORRETAMENTE EM ORAÇÃO

 


Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês” (Mt 7.7 – NAA).


Diante de muitas pregações egoístas, onde ouvimos dizer que Deus está a nosso serviço e, quando pedimos com fé, Ele não pode deixar de atender, alguns outros pregadores partiram para o outro extremo e afirmam que a Bíblia nos proíbe pedir o que quer que seja. Porém, temos que dizer que ambas as afirmações estão equivocadas. Nem Deus é obrigado a fazer o que Lhe pedimos em oração, nem tampouco a Bíblia nos proíbe de pedir o que quer que seja.

Na realidade, a Bíblia nos incentiva a pedir sim, embora pedir não seja a única parte (nem a essencial) da oração. De modo geral, o homem tem um problema em pedir, ou melhor, dois: um é o problema de pedir demais... há pessoas que, como dizem por aí, quando não têm nada para pedir, pedem desculpa! Por outro lado, há outras pessoas que não têm coragem de pedir, ainda mais se for para si mesmas... Novamente, ambas as formas estão erradas. Nem devemos viver pedindo, nem tampouco devemos nos abster de pedir. Uma é egoísmo e a outra é autossuficiência.

Na oração, além da petição, há também outras expressões, a saber, adoração, gratidão, confissão, intercessão, etc. Mas estamos falando da petição. A Bíblia nos ensina a pedir da seguinte forma: em primeiro lugar, devemos pedir com perseverança (Lc 18.1). Há pessoas que dizem: Deus já sabe do que preciso, portanto, não ficarei pedindo. De fato, Ele sabe, porém, não nos proíbe que peçamos. A petição tem que ser realmente perseverante, pois demonstra nossa confiança e dependência daquele a Quem pedimos.

Em segundo lugar, nossa petição precisa ser feita com fé (Mc 11.24). A fé agrada a Deus (Hb 11.6). Pedir a Deus sem fé é o mesmo que esperar não receber. É bom lembrar que Deus não depende da nossa fé para nos responder. Ele pode nos atender ainda que não tenhamos fé. Mas a exigência bíblica é que a fé faça parte da nossa oração de petição. Deus pode responder sem que tenhamos fé; Deus pode responder, tendo nós a fé; Deus pode Se recusar a responder se não tivermos fé; ou Deus pode Se recusar a responder ainda que tenhamos fé.

Em terceiro lugar, nossas orações precisam estar de acordo com a vontade de Deus (1Jo 5.14). Algumas pessoas perguntam: Mas se for pedir para ser de acordo à vontade de Deus, então pra que pedir? Bem, a resposta é simples e já foi dada por nosso Senhor: para que “santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9)! Todas as vezes que pedimos segundo a nossa vontade, nosso nome é que será glorificado; mas quando pedimos segundo a vontade de Deus, então submetemos a nossa vontade à dEle e nos alegramos que somente o nome dEle seja glorificado.

Então, peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Insista, creia, mas submeta seu pedido sempre à vontade sábia e soberana de Deus. Daqui a alguns dias, já estaremos sabendo orar segundo Sua vontade e então, teremos menos “nãos” como resposta!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 13 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0458 - NEM TODO O QUE COMBATE O ERRO ESTÁ CERTO

 


Assim Jeú exterminou de Israel a Baal. Todavia Jeú não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez Israel pecar, a saber, dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em Dã” (2Re 10.28,29).


Conhecemos a história de Jeú, um homem ungido pelo profeta Eliseu para ser rei em Israel, a fim de purgar a nação da idolatria a que Jezabel a subjugou. Este rei foi o responsável pela morte dos dois reis aparentados de Israel e Judá, Jorão, filho de Acabe, rei do norte e Acazias, neto de Josafá, rei de Judá. Nesta época, a rainha Jezabel ainda estava viva.

Jeú recebeu a unção de rei para cumprir a seguinte ordem: “Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de todos os servos do Senhor. Pois toda a casa de Acabe perecerá; e destruirei de Acabe todo filho varão, tanto o escravo como o livre em Israel. Porque hei de fazer a casa de Acabe como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías. Os cães comerão a Jezabel no campo de Jezreel; não haverá quem a enterre” (2Re 9.8-10).

O rei Jeú logo saiu a executar sua tarefa. Matou também a Jezabel, ordenando que a lançassem do alto da janela do castelo. Matou 70 filhos de Acabe, que este tinha com outras mulheres, exterminou 42 filhos de Acazias, matou sacerdotes de Baal, convocou uma reunião de adoração a Baal de modo fingido e, quando reuniu seus adoradores, matou a todos eles e transformou a casa de Baal em uma casa de dejetos, talvez banheiro público.

Quando olhamos para essa história, ficamos impressionados com o zelo de Jeú em cumprir a palavra do Senhor por meio de Eliseu e com sua sagacidade para destruir os adoradores de Baal. Gostaríamos de elogiá-lo. No entanto, o texto sagrado nos diz que ele repetiu os pecados do primeiro rei de Israel do reino dividido, Jeroboão. Além disso, Jeú foi desleixado com a lei do Senhor (v. 31).

O que aprendemos disso é que nem todo que combate o erro está certo. Em nossos dias temos muitos pregadores falsos que combatem outros falsos. Isso não quer dizer que eles estão certos. Há pregadores que combatem a teoria da prosperidade, mas estão envolvidos com a heresia da graça barata. São contra os falsos reveladores, mas destroem os sacramentos. Pregam contra o uso de objetos sagrados, mas pregam a favor do evangelho social. E por aí vai.

Jeú é um exemplo para nós de que não basta destruir as heresias, temos que manter o amor e a fidelidade a Deus. Não foi assim também a igreja de Éfeso? Reconhecia os falsos apóstolos, mas perdeu o primeiro amor. Que Deus nos dê discernimento para sabermos quem anda por Sua Palavra nestes últimos dias, mas que nos dê também diligência para que nós mesmos andemos nela.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 12 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0457 - EXTORSÕES EM NOME DE DEUS

 


E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças, e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias; que devoram as casas das viúvas e isso, com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação” (Mc 12.38-40).


Os aproveitadores sempre encontraram um jeito de extorquir as pessoas de boa fé. Seja no setor comercial, seja no negócio particular ou até mesmo na religião, nunca faltaram oportunistas para tirar vantagem daqueles com quem se relacionam. Alguns usam da mentira, como dizer que tal produto é maravilhoso, quando, na verdade, não presta; outros supervalorizam seu bem e encontram mil defeitos no bem do outro e assim por diante.

Essa manha da trapaça é antiga e tem por pai o próprio diabo. É bom que crentes não se vejam envolvidos nela. A trapaça é irmã gêmea da corrupção, da qual tanto reclamamos que existe em nossos políticos. Mas, quando olhamos bem de perto, a vemos em cada um de nós. Sempre queremos tirar vantagem nos negócios que fazemos. E, depois de termos feito, ainda contamos aos outros como vantagem, esperteza e com deboche.

Nada diferente dos dias de Jesus, hoje também encontramos oportunistas no meio cristão, que aparentam santidade no modo de se vestir, que impressionam as pessoas com sua separação dos demais mortais, que gostam de títulos, de serem reconhecidos como apóstolos, mestres, pais e mães (agora tem essa moda), patriarcas e por aí se vão os títulos infindáveis. Que gostam de ter reconhecimento público e se aproveitam das pessoas com suas orações “fortes” e diferenciadas.

Eles só têm um desejo: devorar! Assim como os aproveitadores e trapaceiros que fazem troca de carros, casas, terras, que fazem negócios para tirar vantagem, que escondem o defeito até que tenham fechado o acordo. Estes, entretanto, pelo menos enganam com coisas terrenas, mas os barganhadores cristãos haverão de responder com maior rigor no dia do juízo. Eles usaram coisas sagradas para extorquir. Os escribas usavam longas orações. Os espertalhões de hoje, além das orações, usam também revelações, profecias, visões e outros dons de Deus para este fim ganancioso.

Por enquanto, eles não imaginam que a mais grave condenação cairá sobre eles. Pelo fato de estarem se dando bem com essas extorsões, eles pensam que o dia da prestação de contas nunca vai chegar. Mas chegará sim! Naquele dia, mesmo que queiram devolver tudo o que devoraram das pessoas, de nada adiantará. Podem rir agora dos que eles estão devorando, mas naquele dia serão devorados sem ser consumidos, eternamente, e chorarão com grande choro e ranger de dentes!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0456 - TESOUROS LADRÕES!

 


Não acumuleis  para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19).


Este mandamento de Jesus é um dos mais distorcidos que encontramos no meio dos crentes da nossa época. Vivemos em dias nos quais as pessoas querem fazer o amor ao dinheiro e o amor a Deus andar de mãos dadas de todo jeito. Vivemos na era em que os crentes querem que Deus aceite o dinheiro como outro deus sem ficar ofendido.

Por certo não há proibição em usar o dinheiro. O próprio Jesus diz como fazer isso em Lucas 16, na parábola do mordomo infiel. Entretanto, o que o nosso Senhor nos proíbe aqui é o acúmulo e Ele dá as razões para que não façamos isso.

A primeira é porque a traça e a ferrugem corroem. Não faz o menor sentido você acumular coisas que são perecíveis. Como já disse, sempre haverá pessoas que darão as melhores desculpas para fazê-lo. Não estou interessado nelas. A mensagem de Jesus é que se você não faz parte deste mundo, então não deveria estar interessado em juntar coisas deste mundo.

Segunda razão é porque os ladrões escavam e roubam. Veja o tipo de pessoa que está realmente interessada nos tesouros da terra: os ladrões. Não é novidade. Nosso país sabe muito bem o que é isso. Entretanto, parece ser o desejo de todos os cidadãos, não apenas dos governantes ou ladrões. Basta uma brechinha e todos aproveitam a oportunidade do golpe. Pequenas oportunidades, pequenos golpes. Grandes oportunidades, grandes golpes.

Uma vez que os ladrões não herdarão o reino dos céus, é normal que se preocupem com os tesouros da terra. Eles não têm interesse no tesouro celestial, pois não é imediato e nem se adquire por usurpação, que é pecado, com o qual estão acostumados. O tesouro do reino é adquirido por arrependimento e fé. Isto é coisa que o ladrão não tem. O negócio dele é roubar e, como neste tesouro ele não pode colocar a mão, então o que lhe resta é perseguir o tesouro daqui.

É certo que nem todo tesouro é conquistado por modos ilícitos. Entretanto, estando ele em nossas mãos, como cristãos, nossa responsabilidade aumenta. Pois o tesouro terreno deve servir ao reino de Deus, caso esteja em nossas mãos. Se servirmos a nós mesmos, seria melhor que ladrões realmente o roubassem, visto que dessa forma, ele (o tesouro) é que está roubando nosso coração e desviando nossa adoração...

Devemos deixar o acúmulo de tais coisas perecíveis para os que vão perecer. Eles serão destruídos juntamente com elas. Quanto a você, que não pertence a este mundo, guarde coisas que são eternas, pois, como disse o nosso Mestre: “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (v. 21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0455 - O ARCO, A ESPADA E O JUÍZO

 


Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto” (Sl 7.12).


Uma das características de um arqueiro quando entesa seu arco é que seu braço vai se cansando e ele não pode segurar a flecha arqueada por muito tempo. A qualquer momento ele vai disparar. Deus também tem Seu arco pronto com Sua flecha preparada. A questão aqui não é se Deus Se cansa ou não. Sabemos que não. Mas a colocação aqui não é para falar sobre isso e sim que a qualquer momento Seu braço vai soltar a flecha.

A espada de Deus também já está sendo afiada. Pacientemente, Ele vai amolando Sua espada no esmeril, afiando de modo paciente, mas certeiro. Ele vai testando se ela já está no ponto de executar Seus propósitos julgadores. Quando Ele definir que Sua espada está o suficiente amolada, então ninguém mais poderá segurar Seu juízo e Sua execução.

Esta figura que o salmista Davi usa é semelhante a outras figuras usadas na Bíblia para falar sobre a paciência de Deus. Que Ele é paciente, isso é óbvio na Escritura. Que Deus é misericordioso, isso é visto de capa a capa. Mas, às vezes a paciência de Deus é retratada como um cálice, uma taça que está a se encher vagarosamente, porém, em um dado momento, ela receberá uma última gota que a transbordará.

As pessoas podem até se assustar e questionar, por que Deus Se revoltou tanto por uma coisa apenas?, referindo-se à última gota que derramou Sua taça. Mas se esquecem de que várias coisas anteriores vinham-na enchendo. Os pecados têm seus dias contados na agenda de Deus. O fato de ser Ele paciente não significa que seja conivente.

É por isso que o salmista coloca o advérbio “se”. Ou seja, “se” o homem se arrepender, “se” ele se converter, então não sentirá o golpe fatal da espada de Deus nem receberá sua flechada. Mas não é o que temos visto em nosso mundo. Os homens se dão por desavisados. As igrejas pregam, é certo que são poucas que pregam, mas ainda há mensageiros que falam sobre a flecha de Deus, que ela está entesada e que o Arqueiro Celeste não a segurará por muito tempo.

No dia em que isso acontecer, não haverá mais tempo para o arrependimento. O universo atingido pela flecha de Deus explodirá em cada átomo! A espada afiada de Deus dividirá ao meio cada indivíduo que não se converteu e nem se arrependeu diante do aviso de Sua Palavra! Todas as coisas serão postas diante de Deus para um juízo justo e sem favorecimentos. Não há quem possa escapar de Sua mão!

Que se repita o aviso e que fique bem claro para os que ouvem e leem: o braço do Arqueiro logo soltará a flecha! Ele não há de segurá-la por muito tempo. Converta-se enquanto Ele dá as últimas esmerilhadas em Sua espada de juízo. Ainda há tempo. Pouco, mas há. Depois disso, o juízo é certo e sem volta!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 8 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0454 - A DOUTRINA DE BALAÃO: O PIOR MAL É O QUE VEM DE DENTRO

 


Contudo, tenho contra você algumas queixas. Você tolera em seu meio pessoas cujo ensino é semelhante ao de Balaão, que mostrou a Balaque como fazer o povo de Israel tropeçar. Ele os instigou a comer alimentos oferecidos a ídolos e a praticar imoralidade sexual” (Ap 2.14 – NVT).


Todos conhecem a história de Balaão, embora muitos façam uma grande confusão sobre ele. Balaão não era israelita e sim midianita (Nm 31.8). Ele não era um profeta de Deus, como a gente costuma ouvir, ao contrário, ele era um agoureiro, um profeta pagão, um amaldiçoador, que usava de encantamentos para fazer suas profecias (Nm 22.7).

Balaão foi contratado pelo rei moabita para amaldiçoar o povo de Israel que vinha passando pelas suas terras em direção à terra prometida. O rei Balaque ficou com medo, pois tinha ouvido falar dos grandes feitos do Deus de Israel pelo Seu povo. Então contratou este agoureiro para amaldiçoar a Israel. Como sabemos, o Senhor não o permitiu, mas, depois de consultar outra vez a Deus, ele foi, desde que só dissesse o que Deus lhe ordenasse.

Porém, no meio do caminho, talvez por ter mudado de ideia, Balaão e seu animal de montaria foram surpreendidos pela presença do Anjo do Senhor, que o mataria, caso a jumenta não o tivesse visto e se desviado dele. Balaão não via o anjo e por isso espancava sua mula. Deus abriu a boca dela, a qual conversou com seu dono, indagando por que ele a surrava tanto. Outra coisa que sempre ouvimos, que Deus usou a jumenta e falou através dela. Isso não é verdade. O texto diz que Deus abriu a boca dela, no hebraico, “abrir, soltar, descarregar, irromper”, enfim, Deus não usa boca de animais. Ele apenas a fez se expressar com raciocínio humano.

Embora Balaão não tenha conseguido amaldiçoar o povo, pois já era um povo abençoado por Deus, todavia, para não perder o prêmio da injustiça (2Pe 2.15), ele fez uma proposta para o rei: que as prostitutas cultuais praticassem suas orgias nos cultos pagãos e assim, atraíssem os filhos de Israel para suas práticas licenciosas. O plano deu certo, e cerca de 24 mil israelitas morreram de praga por causa desse pecado (Nm 25.1-9). Entretanto, Deus vingou Seu povo, ordenando o extermínio dos midianitas, entre eles, o falso profeta Balaão (Nm 31.1-8).

Balaão foi destruído ao fio da espada, mas infelizmente, sua doutrina não. Ela atravessou séculos e entrou pelas portas da igreja. O nosso Senhor Se queixa disso à igreja de Pérgamo. Ali havia gnósticos que ensinavam que o corpo é mau, enquanto o espírito não se mancha com nada; que os crentes poderiam fazer o que quisessem com o corpo, que isso não contaminaria seu espírito. Em Ap 2.16, Jesus diz que se os crentes não se arrependessem, Ele faria como Moisés fez com Balaão, só que com a espada de Sua boca!

Não resta dúvida de que esse ensino ainda se veste de novas roupagens. Dizem por aí que se você já está justificado, então seu modo de vida não importa. Isso é doutrina de Balaão. Na verdade, ser protegido da maldição é até simples, pois Deus nos protege, mas fugir dos desejos da carne nunca foi uma batalha fácil para qualquer servo de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0453 - OS PENSAMENTOS DE DEUS E O JUÍZO SOBRE O MUNDO

 


Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55.8).


Depois da Queda, o homem sempre achou que podia confrontar a Deus em seus pensamentos banais e inúteis. Na realidade, o homem pensa que não precisa de ninguém para pedir conselho nem para prestar contas daquilo que já decidiu fazer. Ainda mais perigoso que isso, o homem moderno deseja substituir os pensamentos de Deus pelos seus próprios.

O pensamento antideus já se tornou proeminente em todos os setores da vida do homem. Na ciência, o darwinismo; na sociologia, o marxismo; na psicologia, o freudismo; na filosofia, o nietzschianismo; na teologia, o liberalismo teológico e muitos outros “ismos” que não caberiam em qualquer reflexão.

A questão é que o homem está cada vez mais em um nível elevado de afronta ao seu Criador. O homem deu um salto pecaminoso da idolatria ao ateísmo; da blasfêmia à negação; da divisão da glória de Deus ao roubo completo. Antes dividia a glória de Deus com outros supostos deuses; hoje, rouba completamente a glória de Deus para si.

É claro que a marca registrada da vida sem Deus é o tédio e o esforço inútil por eliminá-lo. Ou tenta se eliminar o tédio ou tenta se eliminar Deus. E assim, essa crise humana também adentrou as portas da igreja. Os crentes também pensam que podem manipular Deus. Acham que Deus está na obrigação de atender às demandas pessoais exigidas de cada um. Mas Deus está dizendo: “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos”.

Os pensamentos de Deus são eternos como Ele. Não há nenhuma opinião humana que Deus já não conheça desde a eternidade. Não há conselho que possa convencer Deus do contrário daquilo que Ele já estabeleceu fazer desde sempre. Tudo o que acontece na história da humanidade, na história dos anjos, na história do universo, já foi decretado por Deus e ninguém tem uma ideia inédita que possa surpreender a Deus. Portanto, prevalecerá aquilo que Ele sempre quis.

No final dos últimos dias aparecerá um homem que tentará se parecer com Deus. Ele se assentará como Deus, ele falará como um homem de Deus, ele fará sinais parecidos com os de Deus. Os homens da altermodernidade se encantarão com a aparição deste homem e o exaltarão como se fosse o próprio Deus. Crentes (assim chamados) e descrentes se unirão em torno deste homem e o seguirão, aprovando seus ideais e trabalhando para ele numa conformação completa com este sistema chamado mundo.

Embora ele queira ser um substituto dos pensamentos de Deus, na verdade estará sendo um fantoche na mão de Deus, cumprindo exatamente os pensamentos de Deus sobre o fim do mundo. E todos os que o seguirem, ainda que pensem estar cumprindo a vontade de Deus, também estão sendo entregues pelo próprio Deus à operação do erro para crerem na mentira e serem condenados. Não se iluda, os pensamentos de Deus sempre serão mais altos que os seus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 6 de outubro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0452 - PREGADORES HUMILDES PARA APRENDER

 


Apolo começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram falar, levaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus” (At 18.26 – NAA).


A breve história de Apolo, um judeu-egípcio da cidade de Alexandria, é bem conhecida dos cristãos de todos os tempos. Lutero, inclusive, achava por bem atribuir a autoria da carta aos Hebreus a este pregador. Não sabemos de que forma ele se converteu ao chamado de João Batista, mas andava pregando o batismo de arrependimento que era a marca de João. O versículo anterior diz que ele também pregava com exatidão a respeito de Jesus, mas só dentro da perspectiva de João.

Ele chegou a Éfeso assim que Paulo havia saído de lá, deixando ali Priscila e Áquila (v. 19). Nessa visita a Éfeso, Paulo não se demorou ali. Apolo chegou a Éfeso também, pregando de forma eloquente e poderosa as Escrituras. O texto grego dá a entender que a pregação dele era lógica e fervorosa. No entanto, o que ele falava com tanta precisão acerca de Jesus, já era ultrapassado. Ele dizia que Jesus, o Messias, estava por vir, quando na verdade já tinha vindo.

O casal discípulo de Paulo o chamou e expuseram para ele com mais exatidão ainda o caminho de Deus. O v. 25 diz que Apolo era instruído no caminho do Senhor, mas Áquila e Priscila mostraram algo mais para ele sobre o caminho de Deus. Jesus já tinha vindo. Ele já havia feito a expiação. As profecias a Seu respeito já haviam se cumprido. O batismo de João ficou obsoleto. Agora o caminho do Senhor não tinha que ser preparado, como anunciava João, ao contrário, o Caminho, que é o Senhor havia chegado e feito Seu trabalho redentor!

Esta é a humildade que falta em muitos pregadores. Eles podem ser eloquentes e fervorosos, mas se não estiverem falando sobre Jesus, precisam ser corrigidos, precisam ser ajustados com mais precisão. Há muitos “Áquilas e Priscilas” que, apesar de não serem tão vigorosos nas pregações, são verdadeiros mestres que podem afiar mais ainda o preparo dos pregadores entusiasmados.

Apolo foi para as regiões da Acaia e, em Corinto ajudou profundamente a igreja de lá, tanto auxiliando os que haviam crido, como combatendo os judeus, provando que Jesus era, de fato, o Messias (vs. 27,28). Mais tarde, houve um grupo de Corinto que se identificou tanto com Apolo, que dizia que pertencia a ele, mas foram repreendidos por Paulo (1Co 3.4-6).

Se tivermos pregadores humildes para aprender, nossas igrejas serão abençoadas com a maior precisão acerca da pregação da Palavra. Os jovens pregadores precisam assentar-se aos pés dos experientes mestres da igreja, serem humildes o suficiente para curvarem suas frontes diante do aprendizado e assim, se levantarem como expositores da Palavra fiel! Essa é a vitamina dos pregadores. O veneno é achar que já sabem tudo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson