Teolatria

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terça-feira, 19 de março de 2013

O SI MESMO E A CRISE DE IDENTIDADE


Por: Rev. Wellington Miguel

O si mesmo é algo que sou que nunca deveria ter sido.

O si mesmo é algo que tenho sido e não o que devo ser.

O si mesmo é tudo aquilo que tenho sido e que é contrário ao que tenho que ser.

O si mesmo é alguém que não se enxerga como aquele alienado fariseu de Lc 18.11,12 que diz: “Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens...”. O si mesmo, além de não se enxergar, vê no outro aquilo que ele é em pior estado. É aquele que ensina os outros, mas não ensina a si mesmo.

O si mesmo é tão confuso que ele chega a dizer “um dia eu vou ser alguém”. Assim diz, porque o seu si mesmo é formado a partir de formas deste mundo. O alguém que ele quer ser é determinado pelos ditames do seu tempo.

O si mesmo é uma paixão, é algo que toma e domina a consciência e anula aquilo que deveria ser, dizendo que devo ser aquilo que eu não deveria ser.

O si mesmo é tão embaraçoso que é impossível seguir o caminho do discipulado se ele não for abandonado. Portanto, este é o primeiro critério para continuar na caminhada da Graça.

Negar o si mesmo é negar uma alienação, uma forma, a forma deste mundo com tudo aquilo que ele chama de “valor”; é negar o engano tido por verdade, por status, por vitória, por esse tal “de um dia ser alguém”. Negar-se a si mesmo não pode estar reduzido ao negar determinados pecados e vontades, mas negar uma filosofia diabólica construída para determinar que tais práticas (pecaminosas) são um exercício da liberdade, uma filosofia diabólica que defende o relativismo, a fragmentação da verdade, que defende o sucesso a partir do que tenho, que anula o ser, que negocia a solidariedade e a partilha, que cultiva corações pretensiosos, que prenuncia o livre-arbítrio, mas escraviza consciências. Negar o si mesmo é nadar correnteza acima, é caminhar na contramão deste mundo convergido para si.

Negar-se a si mesmo, é trilhar um caminho em busca da descoberta do “eu”, o que devo ser que não seja o esquizofrênico e paranoico “si mesmo”.

Cansados no caminho, um suave convite nos é feito: “Vinde a mim todos os que estais cansados e eu vos aliviarei, tomai o meu jugo e aprendei de mim...”. Aprendei o “quem devem ser”. Anelamos pela felicidade, mas a buscamos pelo lado de fora, mas como ela não está lá, fadigamos na busca. Daí a necessidade de dEle aprender.

Como caminhantes, seguimos a Ele por uma via tão comum e simples, a via do Evangelho. Um Evangelho que não se reduz a meras estruturas teológicas e filosóficas, mas que com sua simplicidade e poder, adentra o ser do alegre receptivo da Palavra. Ali, no silêncio do ser, o Evangelho, a luz da glória de Cristo, irrompe fazendo com que o si mesmo com suas densas trevas do engano e vaidade despareçam. Começa a ser recriado o novo, o “eu” como identidade, como alguém, alguém que agora é pleno, não em razão das esquizofrênicas formas deste mundo, mas é pleno pelo o que ele é: “criação de Deus em Cristo Jesus”. O Reino e Sua justiça é a sua primazia existencial, e descansa, não na ociosidade do irresponsável, mas descansa nAquele cuja presença é real e cujo governo é ativo no mundo, no cuidado e providência. Para este o viver é Cristo e o morrer é lucro. A sua pátria está nos céus de onde ele espera o Senhor. Como peregrino e forasteiro, caminha em sua missão de evidenciar a realidade de Cristo no mundo em sua vida, que não mais é determinada pelas fantasias e paixões, mas pelo que ele simplesmente é: Cristo nele. Não o confuso si mesmo, mas o alguém em Cristo, o ser em Cristo, o viver em Cristo, sendo assim, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio dEle, para glória e louvor de Deus.

Que não sejamos o alienado “si mesmo” preso nas molduras deste século, mas o “eu” nEle, em Jesus, onde está nosso significado, razão existencial, felicidade, inefável prazer, VIDA...

NEle, o Amado!

Wellington Miguel

Servo de Deus e vosso

Rev. Wellington Miguel é
pastor na IMVC - Esmeraldas/MG
e pós-graduado em aconselhamento

3 comentários:

  1. Senhor, me ajude a negar o "si mesmo" dia após dia e a viver dentro de tua santa e perfeita vontade!

    Wesley A.Peronica

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    1. Sim, meu amigo Wesley, Ele haverá de nos ajudar mediante o gracioso Espírito de vida que nos libertou da lei do pecado e da morte. O nosso prazer e plenitude em Cristo, dia a dia, nos levará a opção e graça para negar "o si mesmo" de forma que até mesmo negando sentiremos prazer e não dor.

      Forte abraço!

      NAquele que nos fortalece!

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  2. O que dizer diante de uma palavra maravilhosa como esta? Melhor se calar e meditar!


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