Não havia, porém, em todo o Israel homem tão belo e tão aprazível como Absalão; desde a planta do pé até à cabeça não havia nele defeito algum (Samuel 14:25).
Por: Mário Gardini
No palco da vida, diante dos outros, colocamos o nosso verniz para tapar os nossos defeitos.
Já se disse com muito acerto: comportamento é o que fazemos para atender as expectativas de quem nos olha. Caráter é o que somos quando não somos vistos.
Um poeta morava numa casa que fazia fundos com um lindo bosque. Todos os dias, o poeta tinha a pachorra de contemplar aquele belo bosque e ficava horas sentindo a brisa suave e cheirosa que exalava daquele lugar.
Um dia, pegou fogo no bosque. Todos os que moravam ao seu redor, correram pressurosos para salvar aquele lindo lugar, cheio de plantas e de flores encantadoras.
O poeta também fez a sua parte. Levando água para apagar o fogo, observou que muitos animais repelentes e nojentos saiam do interior do bosque. Disse o poeta: quem diria, lindo bosque, que em teu seio havia tanto bicho feio.
O adágio popular é de clareza inconfundível: por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento.
Apreciamos a beleza. Mas devemos cuidar com o engano dos nossos olhos. O guapo mancebo e a formosa donzela podem ser grandes atrativos para os apetites da nossa paixão, mas ao final, poderá trazer grande “decepção”.
Não vai aqui uma apologia contra o “apolíneo”, o “belo”, “o encanto”, mas vivemos num mundo de aparências e enganos. É preciso cuidar com os nossos valores e o grau de nossos desejos e apetites por coisas e pessoas.
Jesus aferia as pessoas não pelo externo, mas pelo interior. Vejamos o sábio ensino do Grande Senhor, autêntico analista do ser humano:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas" (Mateus 23:25-30).
Sejamos cuidadosos. Avaliemos o nosso interior. A Cruz é o tratamento exato para possuirmos as lentes perfeitas para enxergamos a nós mesmos e os outros. Avaliar o exterior sempre terá como ponto de partida a avaliação sincera do nosso INTERIOR.
Mário Gardini é escritor
e colaborador de artigos
no Teolatria.
Infelizmente, não tenho como escapar do meu verniz. Ele me orna diante da sociedade cristã. Diante da Cruz eu sinto vergonha de mim mesmo e me reduzo a pó e cinza perante Cristo.
ResponderExcluirQuando olho pra mim mesmo, vejo minha miséria e o quão pecador sou! Preciso confiar na cruz, confiar no sangue que lá foi vertido por mim.Senhor, limpa meu interior para que teu nome seja glorificado na minha vida.
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