“Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança! Mesmo que você diga: ‘Não sabíamos o que estava acontecendo!’ Não o perceberia aquele que pesa os corações? Não o saberia aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá ele a cada um segundo o seu procedimento?” (Pv. 24.11,12 – NVI).
A Bíblia sempre considerou a omissão de fazer o bem como um pecado. Tiago diz: “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17 – NVI). Os mandamentos positivos, isto é, aqueles que nos ordenam a fazer algo, quando são desobedecidos, são chamados de prevaricação, ou pecados de omissão. Jesus nos alertou quanto a esse tipo de pecado: “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites” (Lc 12.47 – NVI).
Esta declaração do texto que lemos faz parte de 25 declarações dos sábios, que começam em 22.17 e terminam em 24.22. Há muita semelhança com ditados dos escritos egípcios antigos chamados Instruções de Amenemope, coleções de sabedoria que os sábios compilaram e reuniram junto aos provérbios de Salomão.
A moral deste provérbio é que o homem bom não deve ficar inerte quando presenciar a injustiça acontecendo ao seu redor. Muitos julgamentos são escandalosamente injustos e, com isso, muitos inocentes condenados! O que os sábios dizem aqui é que devemos envidar todos os esforços para que a injustiça não seja cometida. Quantos inculpáveis foram condenados até mesmo à pena capital mediante um julgamento parcial e desonesto?
Dizer que não sabia o que estava acontecendo não vai adiantar, pois Deus pesa os corações, Ele sonda e sabe se realmente havia desconhecimento ou não do processo. Aliás, é o que temos ouvido durante os últimos anos em nossa política. Ninguém sabia de nada!
Nos escritos egípcios, o deus que pesa os corações é o deus Toth, o deus da sabedoria. Aqui, os sábios, apesar de não dizerem o nome de Deus, todavia deixam subentendido que o único que tem esse poder é Deus.
No NT, a igreja recebeu uma missão de pregar o evangelho a toda criatura. Salvar os que caminham para a morte física é um ato realmente heroico, mas salvar os que caminham para a morte eterna é um ato sobre-excelente, de valor espiritual e eterno pelo qual os crentes deveriam lutar para fazer. Tiago diz: “Quem converte um pecador do erro do seu caminho, salvará a vida dessa pessoa e fará que muitíssimos pecados sejam perdoados” (Tg 5.20 – NVI).
Se dissermos que não sabíamos, será que o Senhor aceitará
nossa desculpa? Nem os sábios egípcios pensavam que poderiam escapar da
sondagem do deus Toth (embora é claro que ele não existe), muito menos os
hebreus, eles também sabiam que não poderiam se justificar diante de Yahweh,
caso deixassem de interferir num evento injusto. E quanto a nós, igreja,
sabemos que “não há criatura que não
seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão
descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13 – NVI).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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