Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 31 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0368 - COMO TRATAR OS REFUGIADOS

 


Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis” (Lv 19.33).


Estamos vivendo em dias de um aumento enorme do número de refugiados no nosso planeta. Pessoas que fogem de guerras, de opressão e tirania, da fome e pobreza e diversas outras mazelas de seus países em busca de uma vida menos trágica em outros lugares. É óbvio que há também entre estes, os aproveitadores, os terroristas, os espiões, os desterrados, etc.

Sem entrar também no mérito da questão dos países que recebem esses imigrantes, pois alguns alegam ser humanitários, enquanto outros que não recebem, alegam proteger seus portões de invasões suspeitas, fato é que esta é a realidade em que vivemos hoje e isso não vem de agora. Israel também foi uma nação que nasceu dentro de outra nação.

Deus tratou Seu povo na antiga aliança de um jeito que não tinha como eles se esquecerem de suas origens. Nascido dentro de outra nação, Israel viveu mais de 400 anos no Egito, cerca de 200 como escravo e dali foi liberto com mão forte pelo Senhor. Ao tratarem os estrangeiros dentro de suas terras, os israelitas deviam sempre se lembrar de que foram maltratados em terra estranha e com isso dispensar um tratamento amigável e cortês para com os estranhos em sua terra.

Deus tem um povo na nova aliança, a igreja, e este povo veio também do Egito tipológico, isto é, do mundo. Éramos escravos do pecado e por ele vivíamos estrangulados. Mas não parece que muita coisa mudou de lá para cá, pois o comportamento desse povo da nova aliança, às vezes, é semelhante ao do povo de Israel. Nem sempre trata com humanidade (ou espiritualidade) os outros “estrangeiros” que vêm de lá também.

Às vezes exalta o rico que entra na congregação, desprezando o pobre (Tg 2.2-4); outras vezes condena o irmão por um pecado, só porque não é o mesmo pecado que se comete (Rm 14.2,3); às vezes provoca divisão dentro do próprio meio (1Co 3.4); enfim, é notório que a igreja tem dispensado o mesmo tratamento errado que Israel dava aos estrangeiros, esquecendo-se de suas origens.

Quando comparamos o lugar onde estamos com o lugar de onde viemos, não nos restará orgulho algum que nos leve a ter indiferença para com o nosso irmão, ao contrário, nosso coração se encherá de compaixão, pois viemos do mesmo lugar e fomos igualmente alcançados pela graça divina. Sempre iremos nos lembrar de que “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Igreja é lugar de libertação e não de opressão...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 30 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0367 - EM DÍVIDA COM OS EVANGELISTAS!

 


Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei – para não te alegar que também tu me deves até a ti mesmo” (Fm 19).


Filemom, um cristão da igreja de Colossos, provavelmente o que recebia a igreja em sua casa, era um senhor abastado que tinha um escravo chamado Onésimo. Este deve ter fugido de seu senhor, lesando-o em alguma posse, roubando-lhe algum bem ou dinheiro. Por providência divina, este escravo fugitivo para Roma, encontra-se com Paulo, é evangelizado pelo apóstolo e se converte ao evangelho.

A carta que Paulo escreve a Filemom é um pedido de aceitação da volta de seu escravo, não mais como um escravo apenas, mas acima disso, como um irmão em Cristo, porque este havia se convertido. Quanto ao prejuízo que Onésimo havia dado a Filemom com sua fuga e talvez alguma lesão financeira, Paulo diz que pagaria. Mas Paulo lembra a Filemom que este devia a si a sua própria vida. Este ponto é que torna interessante o assunto.

Por esta frase, entendemos que Paulo foi quem conduziu Filemom a Cristo pela pregação do evangelho, assim como havia também conduzido o escravo Onésimo. Quão grande é a dívida que temos para com o evangelho que nos salvou! Aquele que nos pregou a graça salvadora deve ser muito estimado, pois nos trouxe a palavra da salvação eterna e isso não tem preço! Nossa alma foi desacorrentada do poder das trevas por alguém que nos pregou o evangelho!

Não sabemos de que maneira Filemom recebeu de volta seu escravo, mas esta palavra deve tê-lo marcado fortemente! Como ele haveria de cobrar alguma coisa de Onésimo, se agora ele voltava como irmão? Como ele cobraria alguma coisa do apóstolo Paulo, se foi por intermédio deste que sua própria alma foi alcançada pelo evangelho salvador? A única opção que restava para Filemom era apenas perdoar e receber de volta seu novo irmão na fé, ainda que este pudesse continuar sendo seu escravo.

Quando Paulo escreveu esta carta ele estava preso. Mas pela pregação do evangelho, ele libertou quem de fato era preso não só física, mas também espiritualmente, Onésimo! Libertou também o seu senhor, Filemom, que, aparentemente livre diante da sociedade, era também antes escravo como seu escravo. O único liberto aqui era o preso chamado Paulo!

Sejamos gratos a Deus por aqueles que nos levaram o evangelho e, ao mesmo tempo, sejamos também condutores do evangelho salvador para a vida de muitos escravos do pecado, ainda que sejam abastados materialmente, pois o pecado não escraviza apenas os miseráveis, aliás, como senhor cruel do homem sem Cristo, o pecado torna todos os homens miseráveis diante de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 29 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0366 - CONFRONTE OS PRODÍGIOS COM A PALAVRA

 


Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis” (Dt 13.4).


Um dos grandes desejos do homem sempre foi o de ouvir uma voz espiritual falando consigo. Mesmo que o pecado tenha neutralizado a audição humana para a voz de Deus e o tenha atolado em completa escuridão e cegueira, mesmo assim o homem não perdeu o desejo de ouvir alguma orientação para sua vida religiosa.

Claro que o pecado fez com que esse desejo buscasse suprimento em falsas palavras, em consultas místicas a oráculos, lançamento de búzios, cartas e até mesmo em consulta a mortos. Isso realmente prova que o desejo de ouvir orientações espirituais ainda prevalece dentro do coração humano.

Por Sua misericórdia, Deus resolveu Se revelar ao homem, fazendo algumas aparições, falando a alguns homens, levando outros a escreverem Sua vontade, Sua lei e, a outros ainda, usando-os como porta-vozes de Sua mensagem. Entretanto, levantaram-se também imitadores da voz de Deus, passando-se como mensageiros dEle, porém trazendo uma palavra contrária à Sua; estes são os falsos profetas.

É a respeito destes que trata o cap. 13 de Deuteronômio. O v. 1 diz que se algum falso profeta anunciar um sinal ou prodígio, e este sinal se cumprir, ainda assim seria necessário ouvir o que o tal profeta teria a dizer. Se ele dissesse que deveriam seguir a outros deuses e servi-los (v. 2), as pessoas não deveriam ouvi-lo, pois, na verdade, Deus estava provando o coração das pessoas, testando seu amor para com Deus (v. 3).

Até hoje as pessoas se deixam levar pelos sinais e prodígios. Se eles se cumprem, então rapidamente as pessoas se precipitam em afirmar que o tal profeta é verdadeiro. No entanto, o que realmente deveriam fazer não fazem, que é ficar atento às suas palavras. De fato, há muitos sinais e prodígios que acontecem, mas quando o indivíduo abre a boca, dali saem palavras que levam as pessoas a ir após outros deuses, os deuses do nosso século. Um grande exemplo é que certos sinais e prodígios acontecem em algumas igrejas, mas o pregador, ao abrir a boca, induz as multidões a adorarem ao deus Mamom, entre outros ídolos atuais! Deus está testando o coração das pessoas e elas estão sendo achadas em falta: não amam a Deus coisa nenhuma!

E o texto diz mais ainda. Não somente se uma pessoa em nome de Deus fizer isso, mas ainda que teu irmão, teu filho, tua mulher, ou ainda teu grande amigo, qualquer um deles te disser, ainda que em segredo, para seguir a outros deuses (v. 6), você não deve ir, ao contrário, deve inclusive, denunciá-lo (v. 8). De fato, o amor a Deus deve ser testado a esse ponto. Mas as pessoas não passam nesse teste. Nem na época de Moisés nem na nossa. Muitos se afastam de Deus para aceitar essas sugestões idólatras, outros não se afastam, mas também não rejeitam a sugestão idólatra, ou seja, tentam andar de mãos dadas com Deus e os ídolos, mas poucos são os que se viram contra essas sugestões por amor intenso a Deus. A maneira como reagimos a tais propostas revelam de que lado nós estamos.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 28 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0365 - HOJE E SEMPRE ME ALIMENTAREI DO SANGUE!

 


Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis” (Gn 9.3,4).


Em Gn 1.29 lemos que Deus estabelece como alimento para o homem apenas as ervas, isto é, frutos, verduras, legumes, cereais, tubérculos, enfim, os vegetais de um modo geral. Não somente para o homem, como também para todos os animais. Mesmo ainda depois do pecado, a liberação para comer carne foi feita apenas depois do dilúvio, sem distinção de animais considerados puros ou impuros.

Nessa permissão de Deus ao homem para comer carne de animais, destaca-se uma curiosidade: o homem não poderia comer o sangue. Provavelmente, alguns homens não obedeciam a essa restrição. Entre eles, Ninrode que conseguiu o apelido de “poderoso caçador diante do Senhor” (Gn 10.9). Não lemos que ele era poderoso caçador diante dos homens, mas diante do Senhor. Aparentemente, não só matava os animais ferozes que haviam se proliferado grandemente depois do dilúvio, como também devia mastigar sua carne crua em afronta contra Deus e empoderamento diante dos homens.

Isso pode significar a afronta com a qual ele se exibia diante das pessoas contra o Senhor. Inferimos isso pelo fato de ter ele construído Babel (Gn 10.10), a qual foi uma das primeiras cidades que manifestaram sua rebelião contra Deus. O Senhor havia dito a Noé que fossem fecundos e enchessem a terra (Gn 9.1), mas a sociedade “babelita”, sob o domínio de Ninrode, disse que não encheria nem se espalharia sobre a terra, antes, que habitaria na torre (Gn 11.4).

A liberação dos alimentos de origem animal para o homem deveria fazê-lo refletir a que grau de profundidade havia chegado a sua Queda em Adão... chegou ao ponto de que, para manter-se vivo, como numa inútil tentativa de sair de debaixo da maldição de Deus, na qual o salário do pecado é a morte, o homem ceifaria a vida de outras criaturas, como se pudesse manter-se vivo diante da morte de outrem...

Ao proibir o homem de comer o sangue, Deus está dando um recado: você não pode comungar em pecado daquilo que um dia será o símbolo do seu perdão. De fato, todos os animais que eram imolados, ao terem seu sangue derramado, não efetuavam eficazmente o perdão dos pecados, pois apontavam para o verdadeiro e perfeito Cordeiro de Deus. Somente Ele, quando na cruz, derramou Seu sangue, pôde realmente efetuar com eficácia esse perdão!

Depois de Seu sacrifício por nós, tendo nossos pecados perdoados, Ele nos convida a comer de Sua carne e beber de Seu sangue, claro que de modo figurado, místico e espiritual, ou seja, nos convida a ter comunhão íntima com Ele. O pão e o cálice aos domingos, no culto, são um apontamento disso. O sangue de animais não tem mais importância nenhuma em nossa alimentação, pelo menos não em sentido pecaminoso, talvez por cuidados higiênicos, mas não por contaminação de pecado. Ele já verteu Seu sangue imaculado por nós e aquela restrição já encontrou Seu cumprimento. Desde aquela época, Deus estava guardando o sangue para ser o sinal da nossa refeição eterna que teremos com Ele na glória!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0364 - GOVERNADOS POR CRIANÇAS!

 


O Senhor lhes dará meninos por chefes, e crianças governarão sobre eles” (Is 3.4 – NAA).


Não há coisa pior do que uma liderança frouxa e que perdeu as estribeiras. Em qualquer setor da sociedade, seja no trabalho, na justiça, na política, na escola, na igreja, até mesmo no lar, onde quer que seja que houver fraqueza de direção, haverá também um povo desnorteado, desorientado, completamente sem direção.

Num ambiente assim, é natural que crianças se tornem chefes e assumam o comando. Numa sociedade desestruturada, sem limites, sem autoridade, a figura da criança passa a ser notada e considerada. A influência infantil tem sido um dos maiores desastres da sociedade atual, como foi também nos dias do profeta Isaías. Naquela época, o rei, que inclusive assassinou o profeta, começou a governar sobre Jerusalém com apenas 7 anos de idade e reinou 55 anos! Um rei perverso e desobediente a Deus, que a tradição judaica diz que foi ele, Manassés, quem matou o profeta Isaías, serrando-o ao meio!

Assim como Isaías foi vítima de sua própria profecia, a igreja também será. Já estamos vivendo em dias nos quais os nossos governantes, apesar de não serem crianças na idade, mas são crianças em seus discursos, em seus pensamentos e projetos, são egoístas, medrosos, manipuladores, insubmissos e irresponsáveis. Basta ver como não assumem seu comportamento imoral quando têm que prestar contas à justiça, que também é um retrato de infantilidade!

A liderança eclesiástica não está diferente. Meninos são pastores, pastores são meninos, talvez não na idade, mas são imaturos, são infantis, são neófitos, novos na fé, muitas vezes nem mesmo têm fé, nem sabem em que creem. Sobre os tais foram impostas precipitadamente as mãos (1Tm 5.22).

Mas não somente isso. Isaías também fala que “os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à frente do seu governo” (Is 3.12 – NAA). Numa sociedade feminilizada, os homens se tornaram omissos e mulheres assumiram o papel de governantes. De fato, essa é uma tendência para a qual o mundo se inclina naturalmente, mas ao vermos essa omissão nas igrejas, ficamos aterrorizados! A falta da figura de autoridade masculina, do exemplo cristão masculino e toda essa falha da parte dos homens, deu motivos para o surgimento de autoridades eclesiásticas femininas, o que se tornou também natural agora no meio da igreja.

O profeta diz que tudo isso veio do Senhor, mas não como bênção, e sim como punição por terem desafiado o Senhor (v. 8) e por exibirem seu pecado como Sodoma (v. 9). Os guias do povo o enganaram, destruindo o caminho que deviam seguir (v. 12). Na realidade, isso tudo é uma consequência e não a causa. Isso já é o começo do juízo divino sobre um povo que arruinou a vinha do Senhor (v. 14) com sua liderança enganosa e corrupta.

 Mas, como disse o profeta, “naquele tempo, o Senhor lavará a impureza das filhas de Sião e limpará Jerusalém da culpa do sangue que há no meio dela, com o Espírito de justiça e com o Espírito purificador” (4.4). E mais, “um Menino nos nasceu... e o governo está sobre Seus ombros” (9.6). Aguardamos o dia em que esse Menino que “ela deu à luz... há de governar todas as nações com cetro de ferro” (Ap 12.5 – NAA).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0363 - HAJA LUZ!

 


A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1.2,3).


Quando Deus criou o universo, Ele o fez de maneira que apontasse para a realidade da vinda de Cristo. Na verdade, tudo que Deus fez foi olhando para Seu Filho e pensando nEle, em Sua beleza e perfeição. Deus havia olhado para Seu Filho e viu que Ele era a luz, então resolveu criar algo parecido com Jesus, assim fez a luz. Não foi Jesus que quando estava na terra olhou para a luz do dia e resolveu Se comparar à luz; ao contrário, Deus que criou a luz parecida com Seu Filho amado!

A ordem das coisas criadas aponta para a ordem da redenção. Deus fez a terra sem forma e vazia, um caos a princípio, para depois dar forma, porque assim seria lá na frente. O pecado entraria no mundo e só depois Deus enviaria Seu Filho, a Luz do mundo, para resolver o problema do pecado.

O Espírito de Deus, que pairava sobre as águas, também apontava para a obra regeneradora que Ele haveria de fazer naqueles que creriam. O Espírito gerou vida na água pela Palavra de Deus e assim também gerou vida no caos do coração do homem, mediante a Palavra do evangelho!

Parece que Paulo pensa nisso quando ele diz em 2Co 4.6: “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”. Foi por isso que Deus disse “Haja luz”! Porque Ele havia de resplandecer também Sua luz nos corações daqueles que seriam levados ao conhecimento dEle.

Na criação do cosmos, quando Deus disse “haja luz!”, não houve desobediência. Sua ordem foi imediatamente cumprida. Houve luz! Assim também, quando Ele fez resplandecer Sua luz em nosso coração, não houve resistência. Imediatamente se formou a luz em nossos olhos e pudemos ver Sua presença e Sua glória! Oh! Graça Irresistível...

Seu coração pode estar hoje sem forma e vazio. Mas se Deus disser pelo evangelho dentro de você: “haja luz!” nada poderá impedir que você contemple a Sua glória! A voz de Deus não vai ecoar pela densa escuridão do universo, mas pela pregação da Sua Palavra e toda escuridão de Seu coração não poderá resistir à ordem que tem o mesmo poder de quando foi pronunciada para criar todas as coisas... ela recriará uma nova vida para você e não somente Deus, mas todos também verão que é “boa a luz”!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 23 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0362 - O PREÇO DO PECADO DA OMISSÃO

Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança! Mesmo que você diga: ‘Não sabíamos o que estava acontecendo!’ Não o perceberia aquele que pesa os corações? Não o saberia aquele que preserva a sua vida? Não retribuirá ele a cada um segundo o seu procedimento?(Pv. 24.11,12 – NVI).


A Bíblia sempre considerou a omissão de fazer o bem como um pecado. Tiago diz: “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17 – NVI). Os mandamentos positivos, isto é, aqueles que nos ordenam a fazer algo, quando são desobedecidos, são chamados de prevaricação, ou pecados de omissão. Jesus nos alertou quanto a esse tipo de pecado: “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites” (Lc 12.47 – NVI).

Esta declaração do texto que lemos faz parte de 25 declarações dos sábios, que começam em 22.17 e terminam em 24.22. Há muita semelhança com ditados dos escritos egípcios antigos chamados Instruções de Amenemope, coleções de sabedoria que os sábios compilaram e reuniram junto aos provérbios de Salomão.

A moral deste provérbio é que o homem bom não deve ficar inerte quando presenciar a injustiça acontecendo ao seu redor. Muitos julgamentos são escandalosamente injustos e, com isso, muitos inocentes condenados! O que os sábios dizem aqui é que devemos envidar todos os esforços para que a injustiça não seja cometida. Quantos inculpáveis foram condenados até mesmo à pena capital mediante um julgamento parcial e desonesto?

Dizer que não sabia o que estava acontecendo não vai adiantar, pois Deus pesa os corações, Ele sonda e sabe se realmente havia desconhecimento ou não do processo. Aliás, é o que temos ouvido durante os últimos anos em nossa política. Ninguém sabia de nada!

Nos escritos egípcios, o deus que pesa os corações é o deus Toth, o deus da sabedoria. Aqui, os sábios, apesar de não dizerem o nome de Deus, todavia deixam subentendido que o único que tem esse poder é Deus.

No NT, a igreja recebeu uma missão de pregar o evangelho a toda criatura. Salvar os que caminham para a morte física é um ato realmente heroico, mas salvar os que caminham para a morte eterna é um ato sobre-excelente, de valor espiritual e eterno pelo qual os crentes deveriam lutar para fazer. Tiago diz: “Quem converte um pecador do erro do seu caminho, salvará a vida dessa pessoa e fará que muitíssimos pecados sejam perdoados” (Tg 5.20 – NVI).

Se dissermos que não sabíamos, será que o Senhor aceitará nossa desculpa? Nem os sábios egípcios pensavam que poderiam escapar da sondagem do deus Toth (embora é claro que ele não existe), muito menos os hebreus, eles também sabiam que não poderiam se justificar diante de Yahweh, caso deixassem de interferir num evento injusto. E quanto a nós, igreja, sabemos que “não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13 – NVI).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 22 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0361 - O PODER DA LUZ DO EVANGELHO

 


Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça, por que você não deixa de perverter os retos caminhos do Senhor? Eis que, agora, a mão do Senhor está contra você, e você ficará cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridão, e, andando em círculos, procurava quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor” (At 13.10-12).


Em sua primeira viagem missionária, Paulo, Barnabé e Marcos passaram pela ilha de Chipre, de cidade em cidade, até chegarem a Pafos, uma cidade no lado oposto da ilha de onde eles tinham desembarcado. Ali havia um judeu chamado Barjesus (que quer dizer “filho da salvação”), que era mágico e falso profeta (v. 6). Ele ficava com um procônsul romano, chamado Sérgio Paulo, que Lucas diz “que era um homem inteligente” (v. 7). Provavelmente o procônsul gostava de ilusionismo e coisas ocultas que desafiavam o raciocínio.

Por esta mesma razão, deve ter convidado a Paulo, Barnabé e Marcos para lhe explicarem a Palavra de Deus. Enquanto isso acontecia, o mago (que agora Lucas chama de Elimas, que quer dizer “um especialista, um sábio, ou mago”) tenta desviar a atenção do procônsul para que este não chegasse à fé salvadora. Agora é que Paulo (chamado aqui de Paulo pela primeira vez e daí pra frente não mais de Saulo) pronuncia essa maldição sobre o mago.

A forma como Paulo chama o encantador contrasta com o significado do seu nome judaico. Paulo o chama de “filho do diabo”, ao invés de “filho da salvação”. Enquanto Paulo pregava para o procônsul se “converter”, Elimas fazia de tudo para “perverter” os caminhos do Senhor. A maldição de Paulo sobre o mágico é apenas uma confirmação do que acontecia no mundo espiritual.

O deus deste século, a quem Elimas servia, cegava o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandecesse a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus (2Co 4.4). A cegueira que repentinamente sobreveio ao mágico apenas demonstrou publicamente o que já existia nele espiritualmente. Já para o procônsul, Deus disse: “Das trevas resplandeça a luz” para a iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (2Co 4.6). E então ele creu!

Assim éramos nós, iludidos pelos encantos deste mundo, cegados pelo diabo e totalmente afastados dos caminhos do Senhor. Mas quando ouvimos o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação daquele que crê, a voz de Deus soou em nossos corações e Sua glória nos iluminou. Satanás não pôde mais nos deter nem nos reter em suas cadeias do engano. Seus encantos foram quebrados e os encantadores é que ficaram na escuridão. Louvado seja Deus, que nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor (Cl 1.13) para que anunciemos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 21 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0360 - O JULGADO INJUSTAMENTE JULGARÁ ETERNAMENTE!

 


Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14.61,62).


Todos conhecemos a história do julgamento de Jesus, feito injustamente pelo tribunal judaico de Sua época, o Sinédrio. Eles se reuniram no pátio da casa de Caifás, o sumo sacerdote da época, para julgarem o Senhor Jesus. O Sinédrio era a suprema corte dos judeus da época do NT. Julgavam causas políticas, civis e religiosas. Era uma corte composta de 71 pessoas, desde anciãos, ricos, sacerdotes e escribas. No julgamento de Jesus, eles O acusaram de blasfêmia, um crime religioso, embora, ao levarem-no perante Pilatos, o prefeito romano, eles O acusaram de revolucionário, um crime político.

Quando Jesus responde à pergunta de Caifás, Ele nos ensina algumas lições sobre Si. Primeiro, quando Ele diz “Eu Sou”, Ele está usando o nome divino (Êx 3.14), e o atribuindo a Si. Jesus atesta aqui Sua divindade. Se Jesus apenas pronunciasse estas palavras e mais nada, já seria o suficiente para ser condenado pelo Sinédrio. Lá no jardim, Ele já havia dito aos soldados que foram prendê-lo: “A quem buscais?”, e quando eles responderam: “a Jesus, nazareno”, Ele respondeu: “Sou Eu (ou Eu Sou)” e eles caíram por terra (Jo 18.5,6)!

A segunda lição é que Jesus afirma Sua exaltação. O termo “Filho do Homem” era um termo messiânico e Jesus diz que todos verão o Messias à direita do Todo-Poderoso! Quando se fala em assentar-se à direita, refere-se à mais alta honra que alguém poderia receber de um rei. Jesus está dizendo que a mais alta honra pertence a Ele e quem Lho dará é o Pai! Pois como disse Paulo: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas” (Ef 4.10). E também aos filipenses: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9).

A terceira lição é sobre Seu retorno em glória esplendente! Jesus diz que virá com as nuvens do céu! No sermão profético, Jesus diz isso a Seus discípulos: “Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória” (Mc 13.26). É inescapável o que Jesus diz aqui. Seu dia está por vir e nele, todos, inclusive os que O traspassaram, O verão e lamentarão sobre Ele (Ap 1.7).

Essas três falas de Jesus denotam o seguinte: Ele, sendo Deus (“Eu Sou”), Se humilhou quando Se fez homem, mas foi exaltado por Deus Pai, elevado à Sua destra. Ninguém menos que o “Todo-Poderoso” foi que O exaltou, por isso é uma honra que jamais Lhe será tirada, nem pode ser questionada! Sendo de tal modo exaltado, virá sobre as nuvens para julgar a todos, inclusive estes que O julgaram no dia da Sua humilhação, quando O condenaram à cruz! De fato, estes homens e todos quantos O condenaram aquele dia se lembrarão de cada detalhe!

Você pode dizer: o que isso tem a ver comigo? É que a salvação está em reconhecê-lo como Deus, reconhecê-lo como exaltado pelo Pai e reconhecer que um dia voltará para exercer o juízo final. Sem esse reconhecimento seremos réus indefesos diante dEle no último dia!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0359 - A QUEM DEVEMOS TEMER

 


Digo a vocês, meus amigos: não temam os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vou mostrar a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo que a esse vocês devem temer” (Lc 12.4,5 - NAA).


Hoje é muito comum encontrarmos no meio das igrejas uma certa preocupação, até exagerada, um apavoramento em muitos casos, sobre os métodos do anticristo no período da grande tribulação; é um falatório sobre o chip, que seria, na opinião popular, a marca da besta, é uma febre de gravações de vídeos para postar em redes sociais, de como estocar alimento para sobreviver aos dias da perseguição; enfim, grande parte dos cristãos está muito fissurada em assuntos mal explicados pelos intérpretes da Bíblia, o que provoca pânico e insegurança em muitos.

Poder-se-ia dizer muitas coisas sobre as contradições desse tipo de pensamento, mas dever-se-ia perguntar, por exemplo, já que a maioria acredita que a igreja não vai passar pela grande tribulação, por que tanta euforia e medo sobre esse tema? Tem medo de não ser arrebatada? Outra questão que se poderia fazer: estocar alimento vai ajudar em quê, durante esse período? As pessoas acham realmente que o anticristo não vai saber quem tem terras cultivadas para sustento próprio e com isso confiscá-las? E ainda, será que a inserção de um chip na mão mudaria o caráter de um verdadeiro cristão? Veja que com as perguntas certas, essa teoria da conspiração perde seu significado.

Entretanto, as palavras de Jesus são curtas e diretas: não temam os que matam o corpo. Pessoas menos que cristãs já deram suas vidas por menos que o cristianismo e não foram arrebatadas pelo medo. Por que razão um verdadeiro cristão teria medo da grande tribulação? Se o apóstolo Paulo disse que nada, nem a morte, nem a vida, nem anjos, absolutamente nada poderá nos separar do amor de Deus em Cristo, por que os crentes têm tanto medo do anticristo, do chip, do que quer que seja?

O que nos deixa intrigados é o que Jesus disse no final destes versículos e como a igreja se comporta hoje. Ele disse que devemos temer Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. E este, com certeza, não é o diabo. Só que, curiosamente, a igreja não O teme! Crentes que perderam há muito o temor de Deus vivem apavorados com medo do diabo.

Todos sabem que a Palavra de Deus tem que se cumprir. Nada pode alterar o destino para o qual o mundo caminha, pois quem o destinou foi Deus. Porém, os crentes fazem de tudo para escapar daquilo que já está determinado de duas formas erradas: morrendo de medo do anticristo, do diabo, da grande tribulação e de outros elementos do fim e desprezando a Quem deviam realmente temer, a Deus e a Seu trono de julgamento!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0358 - ANSIEDADE x CONFIANÇA

 


Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Será inútil levantar de madrugada, dormir tarde, comer o pão que conseguiram com tanto esforço; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.1,2 – NAA).


O mundo em que vivemos atualmente gira em torno da ansiedade. Essa aflição contaminou também a igreja e muitos crentes vivem sob a pressão do amanhã. A perturbação que a ansiedade causa, tira o sono de muita gente, coloca areia no bocado da comida, salga a água que deveria matar a sede e não muda em absolutamente nada a rotina dos dias.

Não sabemos a ocasião em que Salomão escreveu este salmo. Sabemos que as verdades aqui encerradas são, sem dúvida alguma, reveladas por Deus e servem como princípio universal e atemporal. Nós deveríamos saber que é o Senhor quem controla todas as coisas e é por causa dEle que tudo funciona. Mas, além de sabermos, deveríamos também confiar nessa verdade. Afinal, é por acreditar que tudo procede do Senhor, que nosso coração será capaz de experimentar repouso e descanso.

O que temos encontrado diariamente são crentes que pensam que é a força de seu braço que resolve todas as coisas. Com isso, tem-se aumentado o número de cristãos aflitos e, em muitos casos, distantes de Deus. O que o salmista está dizendo é que todo trabalho dos edificadores é vão, se o Senhor não estiver edificando. Seja cidade, casa, lar, família, projetos, qualquer coisa que se intenta edificar ou construir, será totalmente inútil, se o Senhor não for o projetista!

O autor também lembra que uma cidade construída precisa ser guardada. Mas todo trabalho da sentinela é vão, se não for o Senhor que a estiver guardando. Vivemos em um mundo repleto de violência e um dos maiores problemas que a política sempre fala, mas não consegue resolver, é o problema da segurança. Pais ficam aflitos, sem saber se seus filhos voltarão da escola ou do trabalho. Mas Salomão diz que quem guarda é Deus. Se Ele não guardar, todo esforço da vigilância humana é sem valor.

Até mesmo o trabalho, o ganha-pão, a batalha diária pelo alimento, tudo isso é inútil, se não entendermos que é o Senhor Quem nos sustenta! O pão que comermos será de dores, estaremos mastigando nossa própria fadiga. Mas não quando compreendemos que é Deus o nosso Provedor! Ele prepara tudo para nós enquanto dormimos... sim, aos Seus amados, aos salvos, aos Seus filhos, nosso Deus dispõe todas as coisas para que, quando acordarmos, todas elas estejam prontas para que delas desfrutemos!

Jesus, mais sábio que Salomão, disse: “Portanto, não se preocupem, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de todas elas.  Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6.31-33 – NAA).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 17 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0357 - GIDEÃO E A PAZ DE JESUS

 


Viu Gideão que era o Anjo do SENHOR e disse: Ai de mim, SENHOR Deus! Pois vi o Anjo do SENHOR face a face. Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja contigo! Não temas! Não morrerás! Então, Gideão edificou ali um altar ao SENHOR e lhe chamou de O SENHOR é Paz” (Jz 6.22-24).


A temida presença do Senhor no AT sempre preocupou os homens que a contemplavam. A glória, o poder, o milagre e a manifestação do Senhor remetiam à mente das pessoas aquela imagem da expulsão do Éden dos primeiros pais que haviam pecado contra Deus e não podiam mais ficar em paz diante da Sua presença. Os querubins com suas espadas refulgentes indicavam isso (Gn 3.23,24).

Quando um personagem notava que havia estado com Deus, logo sua mente era arrebatada pelo temor e pavor – afinal, vira o Deus santo e, como pecador que o homem era, sabia qual era seu destino ou sentença: o pecador é destruído pela santidade de Deus. Foi assim com Manoá, Isaías e não foi diferente com Gideão. Por isso, muitas destas teofanias eram suavizadas pela presença do Anjo do Senhor!

O Senhor lhe disse uma frase que revelava Seu nome: “Paz seja contigo”! Esta fala do Senhor para Gideão acalmava seu coração diante do Deus que é fogo consumidor! Ele podia estar em perfeita paz, pois Deus lhe prometia não morrer por causa de Sua santa presença! Com seu coração tranquilo, Gideão edifica um altar ao Senhor e lhe põe o nome de “Jeová Shalom”, o Senhor é Paz. Eis um nome de Deus revelado ao Seu servo, um nome que indicava uma qualidade eterna do nosso Deus. Ele é paz!

Futuramente, Deus enviaria Seu Filho ao mundo e Seu nome seria “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno e Príncipe da Paz” (Is 9.6). Apesar de ter vindo em simplicidade, revestido da carne humana, o Filho de Deus nos livrou da mesma ira que poderia vir sobre os personagens da antiga aliança quando viam Deus. As pessoas que O viam não notavam que Ele era o Filho prometido. Parecia-lhes um semelhante. Ele era o Anjo do Senhor que os livrava lá da presença destruidora da santidade de Deus. Ele é o Filho de Deus encarnado aqui que também nos livra da ira de Deus!

Mas o apóstolo Paulo entendeu que os homens estavam realmente debaixo da ira de Deus e assim nasceram, objetos da ira divina (Ef 2.3). Somente através de Jesus é que os homens podem obter paz com Deus (Rm 5.1). Gideão chamou aquele altar de “O Senhor é paz” e Paulo disse aos efésios: “Porque Ele é a nossa paz” (Ef 2.14). Aí está um nome de Deus que Gideão não conhecia!

Gideão estava levantando um altar que simbolizava Jesus Cristo. Ele sentiu a proteção de Deus ao ouvir a frase: “Paz seja contigo”! Nós também recebemos de Cristo Jesus a paz com Deus quando, em Seu corpo rasgado no madeiro, reconciliou os homens com Deus (2Co 5.19). Quando Deus enviou Seu Filho ao mundo, tendo Ele “vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto”; e agora “temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não [somos] estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e [somos] da família de Deus” (Ef 2.17-19).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0356 - AVALIAÇÕES HUMANAS E DIVINAS

 


Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito” (Pv 16.2).


Embora a maior parte dos provérbios possa encerrar um sentido completo em um só versículo, de vez em quando encontramos alguns provérbios que precisam de outros versículos para se completarem. Mesmo que não seja este o caso, percebemos que o sábio alocou suas sentenças bem próximas umas das outras, de modo que elas tomassem significado completo tanto sozinhas como acompanhadas.

Neste exemplo que lemos, encontramos um sentido completo para este provérbio, mas também podemos associá-lo ao provérbio anterior para compreendermos de modo mais amplo ainda. No v. anterior lemos: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR”. Por que a resposta certa vem dos lábios do Senhor? Porque o homem sempre acha que seus caminhos são puros. Já o Senhor pesa “os espíritos” (no hebraico está no plural).

É interessante que o sábio afirme que o Senhor pesa os espíritos. Na concepção hebraica, o espírito é o fôlego, é a respiração, ou pelo menos é usada tal palavra como figura para falar do interior do homem. De toda forma, o que o autor quer dizer aqui é que Deus é meticuloso. Nem mesmo aquilo que não tem peso (o ar, o sopro) pode escapar do crivo divino. Aqui a palavra “espírito” está sendo tomada em lugar das “intenções”. Ele está dizendo que o Senhor avalia as intenções ocultas no íntimo do homem.

Já para o homem, todos os seus caminhos são puros. Ele imagina que suas ações são limpas e justas. Mas esta avaliação de suas próprias obras não pode ser aceita. Ela é subjetiva e extremamente generosa. Quando avaliamos o outro somos extremamente rigorosos, mas não quando medimos e ponderamos a nós mesmos. Para nós, tudo que vem de nós deve ser melhor intencionado do que o que vem do outro. É por isso que a resposta certa tem que vir de alguém fora de nós, que nos avalia, que pesa nosso espírito, que detalha e tomografa nossas intenções, alguém objetivo, que é o Senhor!

Por isso entendemos melhor também o v. 3: “Submeta ao Senhor os teus empreendimentos e serão fixados os teus planos” (tradução livre e literal). Já que Ele é quem tem o critério meticuloso, então submeter nossos caminhos a Ele revela prudência e sabedoria. Veja que o v. 3 não diz que se você submeter ao Senhor os teus pensamentos, Ele fixará os teus empreendimentos. Não! É o contrário. Você tem que sujeitar os teus atos a Deus e firmados serão teus pensamentos. Ou seja, os resultados deixe pertencem a Deus. Mas você, pense com a mente de Cristo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0355 - NÃO CONFUNDA A PACIÊNCIA DE DEUS COM RETARDAMENTO

 


O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9 – NAA).


Na medida em que o tempo do fim se aproxima mais ainda de seu fim, absurdamente as pessoas pensam que Deus é retardado! Se não pensam conscientemente, suas práticas provam que é esse o juízo que fazem dEle. Não somente incrédulos, mas inexplicavelmente aos que se dizem crentes.

O que deveria se esperar dos crentes no tempo em que nós vivemos? Que se atentassem para a proximidade da promessa da Sua vinda. Mas não! Procedem como os escarnecedores: “Antes de tudo, saibam que, nos últimos dias, virão escarnecedores com as suas zombarias, andando segundo as próprias paixões e dizendo: ‘Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais morreram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação’” (vs. 3,4).

O problema de tais crentes é que confundem paciência divina com retardamento. Deus não é retardado! Sua paciência não pode ser confundida nem ignorada. A base da paciência de Deus não é medida pelo tempo da nossa cronologia. Ele pode esperar pacientemente milhares de anos sem que isso interfira em Sua fidelidade. Já para os tolos e ignorantes, a paciência de Deus é vista como descaso celestial.

É bom ter cuidado com o que se pensa sobre Deus. A filosofia deísta não resolve o problema que aguarda os críticos no Dia do Juízo. Deus não criou o mundo e o lançou à própria sorte. De maneira nenhuma! Ele controla cada segundo de Sua criação e determinou um dia em que há de julgar todos os procedimentos humanos e angelicais (At 17.31). Nada escapará de Seu justo julgamento.

Pedro diz que a paciência de Deus é com vocês, isto é, com os crentes aos quais ele escreveu sua 2ª carta. Vemos isso no 1º capítulo: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (v. 1). Se você obteve essa fé preciosa na justiça do nosso Deus, que é o Salvador Jesus Cristo, então esteja atento, essa palavra é para você! Deus é paciente, não querendo que nenhum de vocês pereça, mas que venham todos vocês ao arrependimento.

Não confunda a paciência de Deus! Se de fato você obteve essa fé na justiça de Cristo, você entenderá essa mensagem. Mas se você apenas pensa que obteve e continua achando que Deus é retardado pelo seu procedimento em relação a Ele e Sua obra, então o Dia do Senhor virá sobre você como um ladrão (v. 10). Tudo, inclusive você, estará reservado para o Dia do Juízo e da destruição dos ímpios (v. 7).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0354 - OS FALSOS PREGADORES E SUAS PAREDES PINTADAS

 


Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto! Visto que andam enganando, sim, enganando o meu povo, dizendo: Paz, quando não há paz” (Ez 13.3,10).


Sempre fez parte do mau caráter dos falsos profetas dizer aquilo que as pessoas gostam de ouvir. É tão satânico esse procedimento, que tem origem no próprio diabo quando, no Éden, convenceu a mulher de que seria como Deus (Gn 3.5). Assim também foi na época de Ezequiel. Ele viveu no tempo do cativeiro babilônico, na mesma época em que Jeremias e Daniel. A palavra verdadeira do Senhor era sempre de que o cativeiro iria durar muito tempo, mas na mente dos falsos profetas, desde a época de Jeremias, já diziam que nada ia acontecer ou que duraria pouco.

Assim também estamos vivendo em dias em que falsos pregadores, falsos apóstolos, falsos pastores, falsos profetas e falsos mestres dizem, pregam e ensinam coisas que são agradáveis ao povo. Sabemos que isso também é o que as pessoas querem ouvir. São como as paredes caiadas ou pintadas dos vs. 12-15. Apenas uma aparência de que tudo está bem, quando na verdade não está.

É inacreditável como a cada dia que passa e que, naturalmente, nos aproximamos do tempo do fim, os pregadores amaciam sua mensagem... ao contrário, deveriam enrijecê-la. Se é no tempo do fim que as tragédias serão mais dramáticas, que a apostasia acontecerá em massa, que os homens mais blasfemarão de Deus, que a iniquidade se multiplicará, então qual a razão dos pregadores trazerem uma palavra mais suave? As palavras macias dos falsos pastores de nossos dias tem a mesma tonalidade dos falsos profetas dos dias de Ezequiel. Eles pregam paz, quando não há paz.

Claro que na medida em que as gerações vão se aproximando do fim dos últimos dias, elas vão ficando mais mimadas e inflamadas em seu emocional. Qualquer verdade que ouvem, já querem processar, dizem que foram prejudicadas, que seus direitos foram tolhidos, que foram agredidas, enfim, a moda atualmente é se fazer de vítima e acusar o outro de intolerância e ditadura. Nesse caso, os pregadores ficam sem alternativa. Ou falam a verdade e são rejeitados, ou escolhem o caminho dos falsos e dizem o que as pessoas gostam de ouvir para serem aceitos.

Mas a palavra do Senhor para estes tais permanece a mesma: “Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito” (v. 3). Diz mais no v. 9: “Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras... não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel”. Quanto a suas mentiras, Deus diz: “Derribarei a parede que caiastes, darei com ela por terra, e o seu fundamento se descobrirá” (v. 14).

Não confie nas paredes pintadas dos falsos pastores de hoje, que são suas palavras agradáveis. Tanto suas paredes como eles mesmos serão destruídos e não mais serão vistos: “Assim, cumprirei o meu furor contra a parede e contra os que a caiaram e vos direi: a parede já não existe, nem aqueles que a caiaram” (v. 15).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0353 - GALARDÃO E SALVAÇÃO

 


Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco. A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades” (Lc 19.16-19).


Quando Jesus conta a parábola dos trabalhadores que estavam desocupados e foram contratados pelo senhor para trabalhar na sua vinha em Mt 20.1-16, ali nosso Mestre está nos ensinando sobre a isonomia da salvação, isto é, no que diz respeito à salvação, ela é igual para todos os salvos, pois é pela graça soberana de Deus. O ex-ladrão na cruz é tão salvo quanto Paulo, que foi o maior cristão de todos os tempos. Não há diferença.

Mas nesta parábola de Lc 19.11-27, nosso Senhor trata de galardões. Esta parábola se parece com a dos talentos, de Mt 25. Mas a diferença é que lá, o Senhor dá os talentos a cada um segundo sua capacidade (v. 14). No reino de Deus uns recebem mais e outros menos. Cada um conforme apraz ao Espírito Santo (1Co 12.11). Em Mt 25 é cobrado dos servos a fidelidade com que executaram seus dons. O que recebera 5 talentos granjeou 100% totalizando 10; o que recebera apenas 2 granjeou 100% também, totalizando 4. Ambos, apesar de terem capacidade diferente, granjearam igualmente 100%.

Agora aqui em Lc 19, é dada uma mina a cada um dos servos. Uma mina valia 3 meses de trabalho. Aqui não se trata de capacidade e sim de oportunidade. 10 servos recebem 10 minas, uma para cada. No entanto, com apenas uma mina, o primeiro servo a fez render 10. O outro servo, tendo a mesma oportunidade, fez render apenas 5. Não sabemos quanto renderam os outros 6 servos. Apenas 3 são relatados. Todavia, o que aprendemos aqui é que a recompensa foi proporcional ao trabalho. O que rendeu 10, ganhou autoridade sobre 10 cidades; o que rendeu 5, sobre 5 cidades e assim por diante, dando-nos a entender que galardões são recompensas de autoridade e hierarquias distintas no novo céu e na nova terra.

O que aprendemos sobre o galardão? Primeiro, que ele é diferente da salvação. Esta é igual para todos os salvos, mas o galardão é proporcional ao trabalho que eles realizam enquanto estão aqui. Segundo, que a negligência no trabalho do Senhor nos tirará parte da recompensa na glória eterna. Por várias vezes Jesus disse “já receberam a recompensa”, “não tereis galardão”, “de modo algum perderá o seu galardão”, etc. (Mt 6.1,2,5; 10.42; etc.).

Paulo também diz que nossas obras determinarão qual será nosso galardão. Se for madeira, feno e palha, não resistirão à prova do fogo, embora o indivíduo ainda seja salvo; mas se for ouro, prata e pedras preciosas, com certeza receberá galardão (1Co 3.12-15). O autor aos Hebreus recomenda que os crentes não abandonem a fé, pois ela tem grande galardão (Hb 10.35). E o apóstolo João diz em sua 2ª carta: “Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão” (v. 8). Ou seja, enquanto salvação não se perde, galardão contudo, pode ser perdido sim.

Há crentes que não trabalham para Deus porque julgam que já estão salvos. Dizem que ainda que não tenham galardão algum, o fato de estarem salvos já é suficiente. Mas salvação não é por esforço, o galardão sim. E normalmente, o esforço que fazemos aqui pelo galardão lá, costuma ser uma das provas de que a salvação foi-nos dada. Nem todo que trabalha é salvo, mas todo salvo trabalha!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 10 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0352 - NEM TUDO É LÍCITO!

 


Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12).


Geralmente este versículo é usado para realmente afirmar que todas as coisas são lícitas, embora nem todas convenham, como se Paulo estivesse dizendo que todas as coisas são lícitas. O termo grego aqui significa “permitido, lícito, possível, legal, correto”. Entretanto, não é isso que Paulo está dizendo. Vejamos o significado da construção desta frase do apóstolo.

Havia um recurso literário chamado “diatribe”, desenvolvido pelos gregos antigos, que era uma dissertação crítica que os filósofos faziam de alguma obra. No recurso diatríbico, o autor, antes de criticar o leitor ou oponente, elaborava uma frase como se viesse do seu leitor, o qual supostamente tentaria debater com o escritor e este, por sua vez, já colocava a resposta na própria frase.

Então, a primeira frase deste versículo, no recurso literário citado, seria dos coríntios. Eles diriam “todas as coisas me são lícitas”; e a próxima frase seria a resposta de Paulo: “mas nem todas convêm”. Eles diriam “todas as coisas me são lícitas” e Paulo responderia: “mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. Na realidade, o apóstolo está rebatendo o ditado popular no qual os coríntios se firmavam para cometer seus pecados.

Vemos isso no próximo versículo: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (v. 13). Novamente, a primeira frase é dos coríntios e a resposta do apóstolo Paulo vem a seguir. Eles queriam dizer que não tinha nada a ver o pecado da prostituição, pois, como diz o ditado: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos”. Em outras palavras, estas coisas, Paulo, diriam eles, só afetam a matéria, só o corpo e não a parte espiritual.

A resposta de Paulo é fatal: “Mas Deus destruirá tanto estes como aquele”! Ou seja, tanto o estômago como o corpo. Mas o corpo não é para a impureza, diz o apóstolo, e sim para o Senhor e o Senhor para o corpo! Em seu recurso de linguagem, aliás, bem conhecido dos coríntios, que eram gregos, Paulo destruiu todos os argumentos a favor da libertinagem. No v. 14, ele usa o argumento da ressurreição, dizendo que como Deus ressuscitou Cristo, ressuscitará também a nós, ou seja, nosso corpo tem valor sim, se não tivesse, nem Cristo nem nós seríamos ressuscitados!

Do v. 15 ao 20, Paulo então estabelece a doutrina. Ele destrói todo argumento falacioso dos coríntios com o recurso diatríbico e diz que nossos corpos são membros de Cristo e santuário do Espírito, não podendo ser feitos membros de meretriz. Nosso corpo foi comprado por um preço muito caro, o sangue de Cristo. A resposta final é: glorificai, pois, a Deus no vosso corpo!

Aprendemos, portanto, que nem tudo é lícito. Dizer que sim seria concordar com os coríntios. Nem tudo convém. Antes, as nossas ações precisam ser medidas pelo padrão da glória de Deus para que encontrem legitimidade.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0351 - O VALOR DA VIDA DE UM MÁRTIR DO EVANGELHO

 


Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.13).


Quando a vida de uma pessoa é transformada desde sua raiz pelo encontro verdadeiro com Cristo, ela passa a não ver mais a sua vida como preciosa a seus olhos. O amor que ela passa a ter pelo evangelho e pela Pessoa de Cristo, a leva a não mais considerar os valores terrenos como grandiosos e sim os valores celestes.

Quase todos os dias recebemos mensagens de pedidos de oração por missionários que têm suas vidas postas em risco nos campos missionários onde eles se encontram, seja por prisão, por ameaças de morte, condenação, restrições, atentados, torturas, violência, imposição governamental, etc. Os pedidos de oração são feitos para que estes irmãos sejam livres dessas ameaças e para que nenhum mal lhes aconteça.

No entanto, quando se conversa com eles, a maioria absoluta destes missionários não tem a sua vida por preciosa. Eles dizem que não querem orações que os livrem da morte, da prisão, seja lá do que for, porque eles não querem amar a sua vida mais do que a Cristo e Seu evangelho. Eles não são como nós. Eles não têm medo de ter seu sangue derramado por amor de Cristo. Aliás, para eles, isto é uma honra sem tamanho! Na verdade, se Deus ouvisse positivamente a todas essas orações, não haveria nenhum mártir do evangelho...

Um profeta chamado Ágabo havia dito a Paulo que se ele fosse a Jerusalém, os judeus o amarrariam e o entregariam nas mãos dos gentios. Os irmãos, com receio, pediram a Paulo que não fosse a Jerusalém. Foi aí que Paulo deu essa resposta: “Por que estão chorando? Acham que ser preso é demais? Isso pra mim não é nada... Estou pronto até mesmo a morrer pelo meu Senhor”! Vendo que não o convenceriam, os discípulos desistiram (v. 14).

De fato, ele foi espancado em Jerusalém e só foi salvo da mão dos seus perseguidores porque o comandante romano enviou suas tropas para livrar Paulo (vs. 30-32). Mas ali estava ele, pronto para sofrer e testemunhar do seu amor por Cristo a quem quer que fosse, dentro ou fora de sua pátria.

 E nós? Por que ainda desejamos orar para que os missionários não sejam martirizados? Será que amamos a vida física deles mais do que eles amam a eterna? Ou o martírio deles nos envergonha porque nada estarmos fazendo para o crescimento do evangelho? Ou será ainda que pensamos que podemos ganhar a vida eterna salvando essa aqui? Lembramo-nos do que disse Jesus, que quem amar a sua vida a perderá? E que quem aborrecer a sua vida, esse a achará?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0350 - O BRILHO DA NOVA ALIANÇA NA TRANSFIGURAÇÃO

 


Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus” (Mc 9.1).


Alguns críticos da Bíblia, com sua confusão falaciosa, procuram agitar a confiança de muitas pessoas na Palavra de Deus, inclusive de muitos cristãos. Uma delas é sobre este versículo. Eles dizem que Jesus estava enganado a respeito de Seu ministério terreno, pois proferiu uma palavra que não se cumpriu. Prometeu que alguns discípulos que ali estavam, isto é, entre os 12, não morreriam até que vissem o reino de Deus chegado com poder, entretanto, todos os discípulos já morreram e o reino de Deus não chegou com poder.

Contudo, todos os três evangelistas que narram tal promessa de Jesus a Seus discípulos, colocam estas palavras antes do evento da transfiguração e ainda, começam o próximo versículo fazendo a ligação necessária para os leitores entenderem que estas palavras se tratavam da aparição de Jesus transfigurado diante de alguns deles. Lemos aqui em Mc 9.2: “Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles”. Mateus diz o mesmo (Mt 17.1,2) e Lucas diz: “Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras...” (Lc 9.28). Portanto, os críticos continuam confusos em seus erros de conclusão sobre a Bíblia.

O objetivo de Jesus ao transfigurar-Se diante de Seus discípulos, era mostrar de fato o poder de Deus para instalar Seu reino. Aquele aparecimento irradiante revelava para os três apóstolos que o reino de Deus não era apenas uma proclamação despretensiosa das boas-novas; não era a instalação de mais uma religião no mundo; era realmente o Filho de Deus com poder, expulsando demônios, curando enfermos, ressuscitando mortos e anunciando o evangelho de Deus. Foi o que Jesus disse aos fariseus que O acusaram de possessão maligna: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lc 11.20).

O reino de Deus chegava com tanto poder (e era isso que Jesus mostrava com Sua transfiguração), que até mesmo a lei e os profetas ficaram para trás como revelação caduca! O fato de Moisés e Elias terem aparecido para Jesus ali no monte da transfiguração, representando a lei e os profetas, mostra que a revelação do AT ficava ensombrada. O autor aos Hebreus diz que esta revelação estava ficando envelhecida e já desapareceria (Hb 8.13)! E Paulo diz que o brilho desta nova aliança é tão sobre-excelente, que o velho brilho já não resplandece diante dele (2Co 3.10).

Muitos ainda, como Pedro, querem exaltar Moisés e Elias ao nível de Jesus, isto é, querem trazer para a nova aliança as velhas quinquilharias da lei e da antiga aliança (Mc 9.5). Mas a voz do Pai interrompe sempre e diz: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus” (Mc 9.7,8).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 7 de maio de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0349 - A SALVAÇÃO NÃO É UMA OPÇÃO HUMANA, É UMA AÇÃO DIVINA

 


Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15).


Cristo veio ao mundo para vários propósitos, mas sabemos que o principal foi este: salvar os pecadores. Claro que os demais propósitos a que Ele veio culminam neste principal. Seu próprio nome, dado pelo anjo, já significa o maior intento de Sua vinda a este mundo. Seu nome quer dizer “o Senhor salva”.

Não há sequer um versículo no NT que indique que Jesus tenha dito algo assim: “Eu vim deixar a salvação”. Não! Quando se trata da salvação, Ele sempre diz: “Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido”.

Uma pergunta pode surgir aos que prestam atenção nas implicações do que a Bíblia diz em comparação com aquilo que ouvem: se não há um só versículo que dê pelo menos a entender que Jesus veio disponibilizar salvação, ao contrário, todos dizem que Ele veio para salvar de fato, então por que todas as pessoas não são salvas? Realmente Jesus morreu para salvar todas as pessoas? Se sim, então por que todas não são?

John Owen, teólogo puritano inglês do séc. XVII, dizia que só havia três opções: a) Ou Cristo morreu por todos os pecados de todas as pessoas; b) ou Cristo morreu por todos os pecados de algumas pessoas; c) ou Cristo morreu por alguns pecados de todas as pessoas. Eliminamos esta última, pois se Cristo morreu por alguns pecados de todas as pessoas, então todas ainda têm que pagar os demais pecados que Jesus não pagou – vão para o inferno.

Se respondermos pela letra a), que Ele morreu por todos os pecados de todas as pessoas, então a pergunta logo vem: por que todas não são salvas? Alguém diria: porque não querem. Mas John Owen faz mais uma pergunta: rejeitar a Cristo não é um pecado? Sim. Mas se Ele morreu por todos os pecados de todas as pessoas, o pecado da rejeição também não está pago? Assim, de toda forma, todos, obrigatoriamente deveriam ser salvos, pois todos seus pecados, inclusive o da rejeição de Cristo, estão pagos!

Se optarmos em insistir, dizendo que a pessoa é que deve decidir se quer ou não que seus pecados sejam pagos, então teremos que nos desesperar em busca de um versículo que diga que Jesus não veio para salvar de fato, mas sim para apenas possibilitar a salvação para quem quiser ser salvo, mas isto simplesmente não existe na Bíblia. A Bíblia diz que estávamos mortos em nossos pecados (Ef 2.1). Por que Jesus deixaria opção para mortos? Que opção mortos têm? Resta-nos apenas a letra b): Cristo morreu por todos os pecados de algumas pessoas. Estas, efetivamente, serão salvas!

Não devemos nos espantar com essa verdade. Até o anjo da Anunciação sabia disso. Ele disse a José: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). E o próprio Senhor disse: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo 5.21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson