“Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis” (Lv 19.33).
Estamos vivendo em dias de um aumento enorme do número de refugiados no nosso planeta. Pessoas que fogem de guerras, de opressão e tirania, da fome e pobreza e diversas outras mazelas de seus países em busca de uma vida menos trágica em outros lugares. É óbvio que há também entre estes, os aproveitadores, os terroristas, os espiões, os desterrados, etc.
Sem entrar também no mérito da questão dos países que recebem esses imigrantes, pois alguns alegam ser humanitários, enquanto outros que não recebem, alegam proteger seus portões de invasões suspeitas, fato é que esta é a realidade em que vivemos hoje e isso não vem de agora. Israel também foi uma nação que nasceu dentro de outra nação.
Deus tratou Seu povo na antiga aliança de um jeito que não tinha como eles se esquecerem de suas origens. Nascido dentro de outra nação, Israel viveu mais de 400 anos no Egito, cerca de 200 como escravo e dali foi liberto com mão forte pelo Senhor. Ao tratarem os estrangeiros dentro de suas terras, os israelitas deviam sempre se lembrar de que foram maltratados em terra estranha e com isso dispensar um tratamento amigável e cortês para com os estranhos em sua terra.
Deus tem um povo na nova aliança, a igreja, e este povo veio também do Egito tipológico, isto é, do mundo. Éramos escravos do pecado e por ele vivíamos estrangulados. Mas não parece que muita coisa mudou de lá para cá, pois o comportamento desse povo da nova aliança, às vezes, é semelhante ao do povo de Israel. Nem sempre trata com humanidade (ou espiritualidade) os outros “estrangeiros” que vêm de lá também.
Às vezes exalta o rico que entra na congregação, desprezando o pobre (Tg 2.2-4); outras vezes condena o irmão por um pecado, só porque não é o mesmo pecado que se comete (Rm 14.2,3); às vezes provoca divisão dentro do próprio meio (1Co 3.4); enfim, é notório que a igreja tem dispensado o mesmo tratamento errado que Israel dava aos estrangeiros, esquecendo-se de suas origens.
Quando comparamos o lugar onde estamos com o lugar de onde
viemos, não nos restará orgulho algum que nos leve a ter indiferença para com o
nosso irmão, ao contrário, nosso coração se encherá de compaixão, pois viemos
do mesmo lugar e fomos igualmente alcançados pela graça divina. Sempre iremos
nos lembrar de que “Ele nos libertou do
império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl
1.13). Igreja é lugar de libertação e não de opressão...
Día tes písteos.
Pr. Cleilson