“As quais têm, na
verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em
disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da
carne” (Cl 2.23).
A falsa piedade é um inimigo tão mortal quanto a perversidade. Quando Jesus veio à terra, viveu rodeado de falsos religiosos, que escondiam debaixo de sua capa de falsa piedade a sua identidade verdadeira, a qual Jesus fazia questão de descobrir e mostrar aos Seus ouvintes. A verdade sobre eles era feia, mas para eles era mais fácil cobrir a feiura de sua identidade com a capa da falsa piedade.
Paulo combateu isso também no início da igreja cristã. Não somente judeus que se convertiam ao cristianismo queriam trazer seus rituais para “completar” a obra de Cristo, como também pagãos queriam trazer seus misticismos e disciplinas para “melhorarem” o cristianismo.
Entretanto, a questão não é somente com a capa da falsa piedade, mas, sobretudo, com o nosso coração enganoso. Ou seja, o problema não é somente com os rituais que julgamos “melhorar” nossa santidade, mas também com as práticas legítimas do cristianismo. Por exemplo, é bíblico orar, é correto. Porém, de que maneira usamos a oração? Com que fim praticamos a oração?
Os fariseus a praticavam “com o fim de serem vistos pelos homens” (Mt 6.5). Os pagãos a usavam em vãs repetições (v. 7). Um fazia para os homens e não para Deus; o outro fazia mecanicamente e não por um relacionamento.
Orar é legítimo, é uma prática cristã. Mas como nos levantamos da oração? Com o espírito compungido ou com a carne satisfeita por termos cumprido uma prática cristã? A realidade é que às vezes usamos aquilo que é cristão para inflar nosso orgulho. É por isso que Jesus ordena que toda prática da piedade seja feita às escondidas. Não somente para que outros não vejam e nos glorifiquem, mas também escondidas de nós mesmos para que não nos glorifiquemos! Assim, Jesus diz: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6.3), porque uma mão pode elogiar a outra.
Paulo nos adverte de falsas práticas, cuja aparência é carregada de piedade. Mas podemos nos avaliar a nós mesmos e aplicar essa advertência também às práticas realmente piedosas. Se, ao concluir um período de jejum, por exemplo, meu eu se satisfaz com aquela prática, então o jejum perdeu sua validade. Se eu me levanto da oração orgulhoso por ter orado, então minha oração foi farisaica. Se ajudo as pessoas ou o reino de Deus com minhas ofertas e saio falando, então aquilo eu paguei para receber glória.
Para vencermos esse tipo de tentação da piedade, devemos
exercê-la apenas porque temos um intenso amor por Cristo. Quando amo a Cristo,
eu oro para ter uma relação espiritual com Ele. Quando amo a Cristo, eu jejuo
porque tenho fome dEle, que é o Pão da Vida. Quando amo a Cristo, eu oferto e
ajudo, porque é assim Seu coração para com todos. Enfim, não é minha prática
devocional que me faz piedoso, mas minha piedade que me leva à devoção verdadeira!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Outra verdade que o mundo não entendem. Podem até entender, mas faz de conta que na visão dele, está certo. Amém!
ResponderExcluirVerdade!
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