Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0236 - AS TENTAÇÕES DE JESUS

 


Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).


De acordo com a instrução bíblica, nós sabemos qual o processo da tentação que nos leva ao pecado. Para definir o termo “tentação” com simplicidade, podemos dizer que “tentação é a atração externa que desperta a cobiça interna”.

Como todos nós já nascemos com o vírus do pecado em nosso coração, como diz o apóstolo Paulo em Ef 2.3: “éramos, por natureza, filhos da ira”, isto significa que tudo que há no mundo vai corresponder ao nosso desejo interno, de modo que o diabo se aproveita daquilo para nos induzir ao pecado, pois o que há lá fora já é o que desejamos.

Assim, entendemos como se dá o processo da nossa tentação, nós os pecadores. Mas e Cristo? Como Ele foi tentado, sendo que Ele não é semente de Adão? Como as tentações de Cristo poderiam ser reais, se de fato Ele jamais teve cobiça por qualquer coisa deste mundo?

A resposta é que, embora Cristo nunca tivesse em Seu santo coração cobiça por qualquer coisa que seja deste mundo, como Ele disse a Seus discípulos: “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim” (Jo 14.30), mesmo assim havia uma “cobiça” no coração de Cristo. E Ele mesmo diz qual é: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34).

Se era isso que reinava no coração de nosso Senhor, então entendemos por que o mestre do engano jamais ofereceu a Cristo qualquer tipo de pecado. De fato, Satanás, ao tentar nosso Senhor, nunca Lhe ofereceu pecado algum! Toda oferta do maligno para Cristo estava relacionada ao desejo que havia em Seu santo coração, o desejo de fazer a vontade do Pai! Porém, o diabo, como mestre na arte da tentação, oferece a Jesus algo que corrompia a vontade do Pai.

Como exemplo, no deserto da tentação, ele diz a Jesus que Lhe daria todos os reinos e as glórias do mundo (Mt 4.8,9). De fato, a vontade do Pai é que todos os reinos e as glórias todas pertençam somente a Cristo (Ap 11.15). Mas não era daquela forma, prostrando-Se diante do diabo e o adorando que a vontade do Pai se cumpriria! Era pelo caminho estabelecido: a cruz e a ressurreição! Por isso Jesus era digno de abrir o livro: porque foi morto e com Seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua e nação (Ap 5.9).

Jesus venceu o diabo porque confiou na Palavra de Seu Pai. Quando o diabo tentou manipular Pedro para fazer Jesus desistir da cruz, Ele disse a Satanás: “Tu és uma pedra de tropeço, pois tua atitude não reflete a Deus, mas, sim, os homens” (Mt 16.23 – King James).

Não se engane, meu irmão. Satanás é mestre na arte de iludir. Ele pode nos tentar inclusive nas coisas legítimas, como fez com Jesus. Não somente nas coisas erradas. Mas ele pode usar as certas com propósitos distorcidos e peçonhentos. Confiemos apenas e somente na Palavra de Deus para vencer!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 28 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0235 - EVANGELHO VERDADEIRO, MOTIVAÇÕES FALSAS - QUAL O PROBLEMA?

 


Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro” (Fp 1.18).

Uma das razões por que o falso evangelho prospera em nossos dias é porque usamos indevidamente o texto de Paulo aos Filipenses, quando ele diz que “importa que o evangelho seja pregado”. Mas vamos seguir o contexto para ver do que o apóstolo está falando.

No v. 12, ele diz que tudo que lhe aconteceu tem servido para o progresso do evangelho. E o que é que aconteceu com o apóstolo Paulo? Ele foi preso. A carta aos Filipenses foi escrita da prisão. No v. 13 ele diz que até os guardas ficaram sabendo que ele estava preso por causa de Cristo. Isso motivou os irmãos a anunciarem o evangelho com mais determinação (v. 14).

Agora, no v. 15 ele relata que existem algumas pessoas que pregam a Cristo por motivo ignóbil, entre os quais, inveja e rivalidade, embora outros o fazem de boa vontade. Os que pregam de boa vontade fazem isso por amor, sabendo que Paulo foi chamado para defender o evangelho (v. 16).

Mas os que pregavam por motivos torpes, o faziam por ambição egoísta, hipocritamente, pensando que aumentariam o sofrimento de Paulo, que já estava preso (v. 17). Mas Paulo não se importava (v. 18). É aqui que entra a interpretação correta desse versículo. Paulo diz que se alegraria se Cristo estivesse sendo pregado, não importando os motivos – falsos ou verdadeiros! Observe que Paulo está falando que não importam os motivos e não a pregação em si. Se a pessoa está pregando a verdade, suas motivações não nos importam, ela dará conta disso ao Senhor. É bom que tenha motivações corretas, como Paulo tinha e os demais que foram estimulados por sua prisão. Mas se há os que têm motivos torpes, isso é problema deles, desde que preguem a Cristo, a mensagem verdadeira...

Paulo não está dizendo que não importa a mensagem. Quanto ao conteúdo do evangelho, ele já havia dito aos gálatas que se alguém pregar outro evangelho, seja anátema, e não deve ser aceito (Gl 1.8,9). Veja que em Gálatas, ele não está falando das motivações, se são falsas ou verdadeiras – com isso ele não se importa. Mas ele está falando do conteúdo da mensagem. Com isso ele se importa sim. Se o pregador alterar o conteúdo, seja anátema!

Em resumo, se você prega o evangelho verdadeiro, suas motivações não alteram o poder da mensagem (embora é bom ressaltar que o pregador deve ter motivos nobres para pregar). Mas se você prega o falso evangelho, não importa sua motivação, sua mensagem é maldita!

Eis aí um dos motivos pelos quais o falso evangelho proliferou. As pessoas pregam o falso evangelho e, ao invés de usarmos o texto de Gálatas para combater, usamos erradamente o texto de Filipenses e dizemos: “Ah, o importante é que Cristo está sendo pregado”. Mas isso não é verdade. O falso evangelho não anuncia a Cristo! Ele é maldito e deveria ser extirpado do nosso meio, não interessa quem esteja anunciando! Mas nós damos as mãos para a falsa pregação nos baseando numa interpretação errada de Filipenses...

Como disse Paulo no v. 16, ele defendia o evangelho. Que o engano vai crescer, isso é bíblico. Mas não é bíblico deixarmos de defender o evangelho e de alertar os que amam a verdade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0234 - LÁBIOS INSTRUÍDOS ANUNCIAM A PÉROLA DE GRANDE VALOR

 


Há ouro e abundância de pérolas, mas os lábios instruídos são joia preciosa” (Pv 20.15).


Com o surgimento do pós-modernismo, o século 21 se caracterizou pelo “elogio à ignorância” (plagiando um pouco de Erasmo). Juntou-se a isso também o velho e antigo amor ao dinheiro. Como resultado, temos ambas as coisas em abundância em nossa geração, mas não em contraste, como este provérbio que lemos. Poderíamos parafrasear este versículo para retratar nossa sociedade mais ou menos assim: “Há busca de ouro e pérolas, e os lábios tolos são elogiados mais ainda”!

Todavia, conquanto o sábio reconheça o valor que têm o ouro e as pérolas, ainda assim, ele diz que lábios instruídos são mais preciosos. Obviamente, ele faz aqui um elogio à sabedoria. Como se quisesse dizer que de lábios cheios de sabedoria nós podemos angariar joias mais preciosas que ouro e pérolas!

É obvio também que para nossos contemporâneos, isso não passa de uma piada. Num mundo onde o deus é o dinheiro, as pessoas pouco se importam com a ignorância e a tolice. As pessoas admiram o tolo rico e desprezam o sábio pobre. Elas dizem: de que adianta ter sabedoria se não usa isso para ficar rico? Melhor ser burro e milionário!

Mas os crentes bíblicos avaliam o contrário: que adianta ser rico e não ter sabedoria? Aliás, a pergunta mais sábia já feita na terra: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26). Não vou falar dos crentes modernos, que dizem: Dá para ser rico e sábio... Sim, porém, se usar a sabedoria para ficar rico, mostra que é escravo de Mamom; e se usar a riqueza para investir em sabedoria, não sabe o que isso significa, pois dinheiro investe em conhecimento, não em sabedoria!

Agora, há uma sabedoria que, ao ser pronunciada por lábios instruídos, ela faz com que aquele que ouve a receba como uma pérola de altíssimo valor. Esta sabedoria é o evangelho. Jesus disse: “O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra” (Mt 13.45,46).

Existe, de fato, ouro e abundância de riquezas nesta vida. Mas quando os lábios instruídos pelo Senhor proclamam a Palavra do evangelho e da salvação, os valores retornam à sua devida escala! As palavras do evangelho superam qualquer ânsia por riquezas e fama, elas abalam o coração do que crê de tal modo que nada mais importa para ele, a não ser a beleza deste evangelho! Ele deseja esta nova pérola, a de grande valor, a pérola do evangelho! Ele deixará tudo o que o impede de adquirir esta pérola. Somente ela importa e tudo mais ficará para trás!

Foi assim com Pedro e seu irmão, Tiago e seu irmão, que deixaram as redes e seguiram a Jesus, foi assim com Mateus, que deixou a alfândega para seguir a Jesus, foi assim com inúmeros personagens na história que deixaram tudo, inclusive a própria vida, para seguirem o tesouro maior, a pérola de grande valor.

Pode ser assim comigo e com você. Quando entendermos que os lábios realmente instruídos são daqueles que anunciam o evangelho e que o valor destas boas novas é infinitamente maior do que tudo aquilo que nos chama a atenção neste universo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 25 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0233 - COMO O AMOR TRATA A HERESIA

 


“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1Tm 1.5).


Quando o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo sua primeira carta, ele tinha por objetivo que Timóteo “admoestasse a certas pessoas, a fim de que não ensinassem outra doutrina” (v. 3). Mas também o objetivo do apóstolo era que o combate ao aumento das heresias fosse feito pela maior virtude cristã, o amor!

Ele mostra três fontes de onde deve proceder o amor cristão: um coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida. Se ligarmos estas características ao contexto, veremos que um herege falha exatamente nesses três pontos, portanto, seu amor não pode ser verdadeiro.

Sobre cada uma destas características, poderíamos fazer sermões inteiros. Mas vamos nos bastar com seus pequenos apontamentos. Por “coração puro”, o apóstolo nos fala de um amor que surge de um coração sem interesses. Infelizmente, tanto na época de Timóteo, como hoje, muitos pregadores e pastores têm seu coração impuro e sujo, cheio de interesses pessoais e não de um amor limpo e altruísta.

Uma “boa consciência” é resultado natural de um coração puro. Se o coração de um pastor é puro e limpo para com o rebanho do Senhor, ele pode dizer como Paulo diante do Sinédrio: “Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje” (At 23.1). O autor aos hebreus também diz que quando nos aproximamos de Cristo pela fé temos o coração purificado da má consciência (Hb 10.22). O homem herege, por mais que grite, sua consciência não é boa. É acusada e atormentada porque seu coração não é puro.

Uma “fé sem hipocrisia” diz respeito a uma vida cristã inteiramente de acordo com a profissão de fé que foi feita, quando se diz que crê em Cristo. Paulo diz que “ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1Co 12.3). Bem, o que vemos e ouvimos todos os dias são pessoas dizendo que Jesus é o Senhor. Mas a única profissão de fé válida é aquela que é feita mediante o convencimento interior do Espírito Santo na vida de quem Ele transformou. Dizer que Jesus é o Senhor não significa que foi pelo Espírito Santo (Mt 7.21). Mas quando é pelo Espírito Santo, essa confissão é válida.

Mas não é o que os hereges fazem. Eles não confessam a Jesus como Senhor, nem mesmo por sua mente carnal, quanto menos pelo Espírito Santo!

Por isso que Paulo deixa claro o intento de sua carta a Timóteo. E essa não deveria ser a nossa preocupação? Haja vista que deixamos muitas heresias correndo soltas em nosso meio, em nome da cordialidade cristã e outros nomes bonitos para coisa feia.

A mensagem de Paulo é atual, ela serve para hoje mais ainda do que para Timóteo. Certas pessoas estão ensinando outra doutrina, cujo coração é corrompido, a consciência é má e a fé é hipócrita! E nós estamos deixando. Será que isso não seria um problema do nosso coração?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0232 - O GOVERNO DOS HOMENS É PASSAGEIRO

 


“Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação. Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Sl 146.3,4).


Desde que pecamos em Adão, nós, a humanidade, ficamos distantes do governo de Deus e o resultado é que, ora nos digladiamos, combatendo pelo poder a fim de dominar outros, ora nos submetemos servilmente aos que entre si digladiaram e tomaram o poder à força! Em decorrência disso surgem revoltas, conspirações, medo e outras reações diante dos domínios pecaminosos a que estamos submetidos entre nós.

Por outro lado, há também a tendência de confiarmos no governo de outros. Nosso país é um exemplo de como parte da população idolatra seus governantes ou sua ideologia. Numa sociedade humana contaminada pelo pecado, todos os esforços pelo poder, ou todas as guerras anarquistas contra o poder, ou toda confiança no poder é tudo distorcido e igualmente pecaminoso!

Há milhares de anos, o salmista disse: “não confieis em príncipes”. Mesmo vivendo em um ambiente monárquico, o salmista sabia que confiar no governo humano é vaidade! Se este salmo foi escrito depois do cativeiro, o autor dele tinha consciência de como todos os reis pré-exílicos foram indignos da confiança da nação. Ele sabia que os príncipes não passavam de homens e que neles não há salvação.

Constantemente, em conversas sobre política, ouvimos as pessoas depositarem sua esperança em um certo partido, ideologia, ou pessoa. Imaginam que se fosse fulano ou beltrano no poder, as coisas seriam diferentes, seriam melhores. Entretanto, se esquecem de que tudo isso se trata da humanidade, pedaços de carne, em quem não há salvação!

O salmista diz: “sai-lhe o espírito, volta para a terra”. Os governantes não passam de um vapor, como qualquer outro ser humano. Seus ideais e pensamentos perecem no mesmo dia. Eles morrem, eles passam, sua ideologia se esvai e logo outra a substitui.

Mas no próximo versículo, o autor nos mostra como deve viver um crente: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus”. Todos os governos humanos vieram e se foram, mas o governo divino dura para sempre. Os versículos posteriores mostram a glória infinita desse Ser Soberano e eterno.

Ele que criou todas as coisas e guarda Sua verdade para sempre (v. 6). Ele que faz justiça aos oprimidos e sustenta de pão (v. 7). Ele que opera cura física e psicológica (v. 8). Ele que opera saúde social (v. 9). Por isso que Ele reinará para todo sempre e somente Ele merece ser louvado (v. 10)!

Tudo que os homens nos impõem hoje tem um prazo de validade. Suas ameaças, seu poder, sua trama terão um fim o mais breve possível, porque são pó. Mas as palavras do Senhor permanecem eternamente.

Encerro com as palavras de Jeremias: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor” (Jr 17.5,7).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0231 - NEM MEUS OSSOS PARA O EGITO!

 


Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará; daqui, pois, levai convosco os meus ossos” (Êx 13.19).


Depois da morte de Jacó, pai de José, seus irmãos ficaram atemorizados, imaginando que essa seria a hora da vingança por tudo aquilo que lhe fizeram. Como conhecemos a história, os irmãos de José o venderam como escravo para os ismaelitas que, por sua vez, o venderam ao Egito. Potifar, um oficial de faraó, comprou José e o colocou como administrador de sua casa.

José foi preso, ao ser acusado pela mulher de Potifar de assédio moral e atentado ao pudor. Todas estas coisas ruins aconteceram por culpa de seus irmãos, que o venderam para uma caravana estrangeira. No entanto, Deus tirou José da prisão, ao dar um sonho enigmático para faraó, o qual nenhum de seus astrólogos soube interpretar. José foi chamado da prisão para interpretar o sonho e, como recompensa, foi feito governador do Egito!

Essa foi uma providência divina, pois durante os 7 anos de fome que viriam sobre a terra, se José não estivesse no governo da única terra onde havia comida (o Egito), sua família certamente teria perecido de fome e a promessa de Deus a Abraão jamais se cumpriria! Assim, a família de José passa a habitar no Egito, formando ali dentro uma nação.

José não leva em consideração toda perseguição humilhante de seus irmãos contra ele. Pelo contrário, considera que tudo aquilo foi providência divina para manter a promessa. Ele disse a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20). Quando lemos o v. 24, percebemos que José cria mais na promessa de Deus feita a seu bisavô Abraão do que seus irmãos (Gn 15.13,14). Então José diz que Deus tiraria Seu povo do Egito e os faz jurar que levariam seus ossos dali quando saíssem para o êxodo!

Moisés cumpre o pedido de José. Quando tira o povo do Egito, leva consigo os restos mortais de seu patriarca! Esse pedido que José fez em vida revela seu nível de fé: Deus não falha em Suas promessas e não foi o Egito que Ele prometeu a meu bisavô, nem a meu avô, nem a meu pai. Ele prometeu Canaã! Então, vocês não vão ficar aqui! E quando saírem, levem meus ossos, pois, ainda que morto, quero entrar na terra prometida!

O autor aos Hebreus considera o pedido desse patriarca como um ato de fé! Ele diz: “Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos” (Hb 11.22). Uma reflexão que fica para nós é a seguinte: se nos encantamos com o Egito aqui e entregamos a ele nossos membros, será que na ressurreição, nossos ossos serão levantados em glória para a Terra Prometida, ou para a destruição eterna?

Um crente verdadeiro não entrega seu corpo para este mundo nem em morte, quanto mais em vida... Termino com as palavras do apóstolo Paulo em Rm 6.13: “Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 21 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0230 - BABILÔNIA CIENTÍFICA

 


“Porque confiaste na tua maldade e disseste: Não há quem me veja. A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar, e disseste contigo mesma: Eu só, e além de mim não há outra” (Is 47.10).


É notório que a cada avanço da humanidade em termos de sabedoria e ciência, tanto mais os homens se afastam de Deus. O homem fica embevecido por suas descobertas e esse êxtase o faz derrotado diante de sua responsabilidade moral – ele rejeita Aquele que o permite fazer suas descobertas!

Babilônia também passou por esse mesmo processo. Levou cativos muitos povos, desenvolveu maravilhosas arquiteturas, entre as quais, uma das sete maravilhas do mundo antigo, os jardins suspensos de Nabucodonosor. Todo avanço científico da época estava em suas mãos e esse reino caía diante do fator moral decisivo: “Não há quem me veja”!

Ter sabedoria e adquirir ciência não é pecado. Afinal, Deus é a fonte de toda ciência. Em Cristo “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3). O problema é sempre a postura do homem diante do fator moral aqui envolvido. Ele está diante de Deus, que o permite desenvolver sua sabedoria e ciência, no entanto, o homem retribui retirando a glória de Deus, não Lhe dando graças – por isso são indesculpáveis (Rm 1.20-22). Paulo diz: “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos”.

O apogeu da busca humana é a felicidade, a paz de espírito e a imortalidade. Entretanto, a busca humana falha em parar um minuto só e ouvir o Criador sobre sua felicidade. Quando o homem busca sua própria glória, não encontra a felicidade, porque ele não foi criado para sua própria glória. Ele foi criado para a glória de Deus (Is 43.7). Quando Deus busca Sua própria glória, Deus Se interessa pela felicidade do homem, pois se Ele fez o homem para Sua glória, então só haverá felicidade para o homem quando este buscar a glória de Deus em tudo! Os homens pensam o contrário sobre Deus. Que Ele é egoísta e arrogante ao querer a glória somente para Si.

Nessa tentativa de usurpar o que não é seu, o homem perde o que busca – a felicidade. Foi o que nossos primeiros pais fizeram no jardim. Tentaram usurpar o que não lhes pertencia e perderam o que era seu.

A Babilônia existe figuradamente até hoje. Ap 17 e 18 fala da mulher, a grande meretriz, que é chamada de Babilônia. É o sistema antideus, que se opõe a tudo que pertence a Deus. É o sistema corrupto tanto político como religioso de todos os tempos, que sobrevive do orgulho e toma de sobremesa o sangue dos servos fiéis de Deus (Ap 17.6; 18.24).

A palavra final para esse sistema permanece. E diz: “Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (Ap 18.21). E a palavra para os servos de Deus é: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (v. 4).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0229 - O SALVADOR VEIO DE FAMÍLIA PECADORA

 


Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela prole que o SENHOR te der desta jovem. Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho” (Rt 4.12,13).

Nos dias dos juízes em Israel, houve uma mulher cuja história marcou a nação de Israel para sempre. Essa mulher foi Rute, uma moabita, não israelita, mas que deixou sua nação para seguir o Deus de sua sogra Noemi, o Deus de Israel.

Noemi havia se mudado com a família para Moabe, porque em Belém não havia pão (Belém, em hebraico, significa “casa do pão”). Naquela terra, seus dois filhos se casaram, e um deles foi o esposo de Rute. Mas morreram naquela terra não somente o marido de Rute, mas seu cunhado e seu sogro.

Ela e sua sogra voltaram, ambas viúvas, para a terra de Belém. Mas Rute conheceu Boaz, um senhor bondoso e parente próximo do falecido sogro dela. Segundo a lei de Moisés, o parente mais próximo poderia resgatar a viúva, caso ela não tivesse filho, para que o nome de seu falecido marido não ficasse no esquecimento. Boaz então, se casa com Rute e estas são as felicitações que todo o povo e os anciãos de Belém desejaram a Rute, que sua casa ou família fosse como a casa de Perez, filho de Judá com Tamar.

O problema é que Tamar era nora de Judá. Em Gn 38 encontramos a história de como Judá teve relações com sua nora e a engravidou de gêmeos!

Tanto essa história antiga e feia entre Judá e sua nora, como a história de Rute, uma estrangeira se casando com um dos filhos de Israel, vieram a fazer parte da genealogia de Jesus (Mt 1)! O evangelista Mateus faz questão de citar os nomes das mulheres pecadoras na genealogia de Cristo, algo estranho e incomum nas narrativas judaicas.

Mas não era só isso. Boaz era filho de Raabe, a prostituta que protegeu os dois espias que Josué enviou para observar a cidade de Jericó e que depois foi salva quando Israel conquistou aquela cidade (Mt 1.5)!

Como nos mostra esse episódio, os antepassados de Jesus estavam envolvidos em pecado, como toda humanidade. Mateus, quando cita os nomes das únicas mulheres no mínimo suspeitas em sua genealogia, ele está querendo dizer que Jesus veio, de fato, como disse o anjo a José, para salvar o Seu povo de seus pecados (Mt 1.21).

Quando lemos a história desses pecadores na Bíblia, nossa esperança se acende! Cristo veio para salvar pecadores de seus pecados! E nem mesmo Seus antepassados estavam livres disso! Eles mesmos precisaram do Salvador! Por isso Maria cantou: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc 1.46,47). Seu próprio filho era seu Deus, seu Salvador!

O filho de Rute, que nasceu de seu casamento com Boaz, recebeu o nome de Obede que, em hebraico, quer dizer “servo”. De fato, esse significado foi um dos adjetivos atribuídos a Cristo Jesus, tanto pelo profeta Isaías (o “Servo do Senhor”), como também, posteriormente, o próprio Jesus disse a Seus discípulos: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 19 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0228 - CRISTO E A MALDIÇÃO DA LEI

 


“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” – Gl 3.13.


Ao contrário do pensamento popular cristão sobre a lei, Deus jamais deu a lei com a intenção de salvar. A lei serviu para três coisas principais, entre outras: mostrar a santidade de Deus, revelar a incapacidade do homem e, finalmente, apontar para Cristo como Salvador.

Ao mostrar a santidade de Deus, a lei exibe a pureza moral divina, revelando quão santo Ele é e quão distante está dos seres pecaminosos. A lei é pura, santa e justa porque Deus é puro, santo e justo.

Ao mesmo tempo, a lei revela a incapacidade do homem de cumprir a vontade de Deus, por ser o homem pecador. Seu coração odeia a lei de Deus, pois a santidade da Sua lei afronta a pecaminosidade humana! Não há problema algum na lei de Deus, ao contrário, o problema está em nossa natureza decaída e amante do pecado.

Há basicamente dois aspectos na incapacidade humana diante da lei de Deus: o primeiro é que sempre estamos aquém daquela perfeição que Deus exige de Suas criaturas morais, ou seja, não conseguimos atingir o que deveríamos. O segundo é que sempre vamos além daquilo que Deus nos restringe em Sua lei, ou seja, quebramos aquilo que Deus nos proíbe. Em outras palavras, fazemos o que não deveríamos e deixamos de fazer o que deveríamos.

A questão é que quando não cumprimos a lei, ela nos resulta em maldição. Debaixo deste cenário, todos os homens estão sob maldição, pois não há sequer um que cumpra a lei de Deus! Aqui é que entra o terceiro propósito da lei: apontar para Cristo!

Enquanto a lei humilhou todos os homens que já existiram sobre a terra e deles zombou por não haver quem a cumprisse, Jesus Cristo cumpriu a lei completamente, sem deixar passar dela um só pequeno sinal! A lei nunca pôde apontar seu dedo amaldiçoador contra Cristo para acusá-lO de nada! Viveu uma vida perfeita, em total consonância com a vontade de Deus. Por isso não mereceu a morte, visto que ela é o salário do pecado (Rm 6.23) e Cristo jamais pecou!

É por isso que o texto que lemos diz que Ele “Se fez” maldição em nosso lugar. Ele jamais poderia ser maldição, porque Sua vida foi perfeita! Mas Ele Se fez maldição no lugar daqueles que Ele haveria de perdoar! A maldição que deveria cair sobre nós, pecadores, recaiu sobre Jesus quando, voluntariamente, foi pendurado no madeiro por amor dos salvos!

Quando lemos Levítico 26 ou Deuteronômio 28, encontramos uma série de maldições que a lei lançava sobre os que lhe desobedeciam. Qualquer maldição da lei que deveria cair sobre nós porque a desobedecemos, caiu sobre Cristo, quando Ele assumiu nossa maldição! Quando Ele assumiu nossa desobediência em Sua morte, Ele nos transferiu Sua obediência que teve em vida! Por isso o Pai nos vê justos como Cristo foi, porque viu Cristo maldito como nós fomos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0227 - A TENTAÇÃO DA PIEDADE

 


“As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Cl 2.23).


A falsa piedade é um inimigo tão mortal quanto a perversidade. Quando Jesus veio à terra, viveu rodeado de falsos religiosos, que escondiam debaixo de sua capa de falsa piedade a sua identidade verdadeira, a qual Jesus fazia questão de descobrir e mostrar aos Seus ouvintes. A verdade sobre eles era feia, mas para eles era mais fácil cobrir a feiura de sua identidade com a capa da falsa piedade.

Paulo combateu isso também no início da igreja cristã. Não somente judeus que se convertiam ao cristianismo queriam trazer seus rituais para “completar” a obra de Cristo, como também pagãos queriam trazer seus misticismos e disciplinas para “melhorarem” o cristianismo.

Entretanto, a questão não é somente com a capa da falsa piedade, mas, sobretudo, com o nosso coração enganoso. Ou seja, o problema não é somente com os rituais que julgamos “melhorar” nossa santidade, mas também com as práticas legítimas do cristianismo. Por exemplo, é bíblico orar, é correto. Porém, de que maneira usamos a oração? Com que fim praticamos a oração?

Os fariseus a praticavam “com o fim de serem vistos pelos homens” (Mt 6.5). Os pagãos a usavam em vãs repetições (v. 7). Um fazia para os homens e não para Deus; o outro fazia mecanicamente e não por um relacionamento.

Orar é legítimo, é uma prática cristã. Mas como nos levantamos da oração? Com o espírito compungido ou com a carne satisfeita por termos cumprido uma prática cristã? A realidade é que às vezes usamos aquilo que é cristão para inflar nosso orgulho. É por isso que Jesus ordena que toda prática da piedade seja feita às escondidas. Não somente para que outros não vejam e nos glorifiquem, mas também escondidas de nós mesmos para que não nos glorifiquemos! Assim, Jesus diz: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6.3), porque uma mão pode elogiar a outra.

Paulo nos adverte de falsas práticas, cuja aparência é carregada de piedade. Mas podemos nos avaliar a nós mesmos e aplicar essa advertência também às práticas realmente piedosas. Se, ao concluir um período de jejum, por exemplo, meu eu se satisfaz com aquela prática, então o jejum perdeu sua validade. Se eu me levanto da oração orgulhoso por ter orado, então minha oração foi farisaica. Se ajudo as pessoas ou o reino de Deus com minhas ofertas e saio falando, então aquilo eu paguei para receber glória.

Para vencermos esse tipo de tentação da piedade, devemos exercê-la apenas porque temos um intenso amor por Cristo. Quando amo a Cristo, eu oro para ter uma relação espiritual com Ele. Quando amo a Cristo, eu jejuo porque tenho fome dEle, que é o Pão da Vida. Quando amo a Cristo, eu oferto e ajudo, porque é assim Seu coração para com todos. Enfim, não é minha prática devocional que me faz piedoso, mas minha piedade que me leva à devoção verdadeira!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0226 - A CIRCUNCISÃO E O NOVO NASCIMENTO

 


“Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15).


Ao combater os judaizantes que tentavam perverter o evangelho na região da Galácia, o apóstolo Paulo lutava, entre outros motivos, mais especificamente contra o rito da circuncisão. Como sabemos, a circuncisão foi instituída por Deus a Abraão, como sinal de Sua aliança com o povo de Israel (Gn 17).

Mas se era sinal da aliança e foi instituída por Deus, o que levou Paulo a combater fortemente este ritual?… A questão é que tudo que pertencia à antiga aliança apontava para Cristo. Todas as coisas ali instituídas eram sombra. Uma vez Cristo já chegado, todas as sombras deveriam ficar para trás. Os símbolos antigos não podem fazer sombra sobre Cristo.

Os judeus confiavam em ritos externos. A circuncisão era uma marca exterior, um corte feito no prepúcio, um sinal externo. Era tudo simbólico, apontava para Cristo. Ele sim, era o verdadeiro sinal da aliança. Não teve somente Seu prepúcio cortado quando nasceu, mas todo Seu corpo cortado e dilacerado quando morreu! Aquele era o verdadeiro sinal da aliança com Deus, cortes profundos que esgotaram todo Seu sangue derramado em favor de nós! Por isso Paulo diz no v. 14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”.

A revelação de Deus é progressiva. Os ritos do AT eram apenas apontamentos para uma realidade futura que se encaixavam perfeitamente na Pessoa do Filho de Deus. Quem não compreendesse isso jamais poderia desfrutar da verdadeira liberdade cristã. Por isso é que as sombras ficaram para trás. Em Cristo, todas elas se cumprem e se encerram. Cristo é a satisfação de Deus, porque cumpre perfeitamente Sua santa vontade infalivelmente! Por isso, frequentemente a voz do Pai dizia: “Este é meu Filho amado em quem me comprazo”!

Então, Paulo diz que a circuncisão não é nada e a incircuncisão nada é, mas sim o ser uma nova criatura. Ou seja, o fato de ser judeu, o fato de ser um não-judeu, não significa absolutamente nada para a salvação de um indivíduo. Mas uma coisa é requerida: nascer de novo! Seja judeu ou gentio, se não nascer de novo não pode ver o reino de Deus (Jo 3.3).

A pergunta não é se temos alguma marca externa que nos sinaliza como pertencente a esta ou àquela religião. Não é se passamos por rituais, ainda que significativos no cristianismo, mas a pergunta é se nascemos de novo! A verdadeira circuncisão, diz Paulo aos romanos, é aquela que é do coração (Rm 2.29).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0225 - CHAMADO, ARREPENDIMENTO, DISCIPULADO E MINISTÉRIO

 


“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mt 4.17-20).


Depois da prisão de João Batista, Jesus Se retira de Nazaré e vai morar em Cafarnaum, para que se cumprisse o que o profeta Isaías disse: “Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (vs. 15,16; cf. Is 9.1,2).

Entretanto, a pregação de Jesus não é do tipo de autopromoção, não é cordial aos ouvintes, não faz propaganda de Si mesmo, como se dissesse: “Venham até a Mim, porque Eu sou o cumprimento das profecias”. Não! Sua pregação era sobre arrependimento! O v. 17 nos diz isso. O discurso de Jesus queria dizer que para sair das trevas para a luz era necessário caminhar pelas vias do arrependimento!

Tudo indica que, ao ver os dois irmãos, Simão e André, Jesus também continuou com Seu discurso de arrependimento. E quando os chamou após Si, o resultado foi que eles deixaram imediatamente as redes e O seguiram. Eles não seguiram a Jesus por havê-los chamados para uma nova profissão, mas porque Suas palavras, ao pregar sobre arrependimento, compungiu o coração daqueles irmãos!

Aqueles homens cuja pele era queimada pelo sol, que passavam noites e noites em seu investimento e labuta, agora ouviram um chamado que lhes causou mudança de mente. Um chamado ao arrependimento vem antes do chamado ao ministério. Agora sua pele se queimará e muitas noites serão perdidas em busca de almas para o reino de Deus, não mais em busca de peixes.

Só quem ouve interiormente a voz do Filho de Deus pode realmente se arrepender. E só quem se arrepende verdadeiramente pode seguir Ao que o chamou. E só quem segue Ao que o chamou é que pode se tornar um pescador de homens. A ordem é essa: chamado, arrependimento, discipulado e ministério!

Que nós possamos dar amostra clara do nosso arrependimento quando fomos chamados. Os arrependidos serão feitos por Cristo pescadores de homens, mas antes disso, devem seguir a Jesus. Ninguém pode assumir um ministério se antes não estiver seguindo a Cristo, depois de haver deixado toda sua vida antiga para trás. Seguir a Cristo e ser pescador de homens não é glamour, mas é a prova mais verdadeira do nosso arrependimento!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0224 - O PESO DOS PRAZERES

 


“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra” (Lc 21.34,35).


À medida que se aproxima o dia da vinda do Senhor, o mundo nos entope com sua licenciosidade e seus excessos. Toda a tentativa do maligno é envolver as pessoas a um nível que se torne irracional qualquer preocupação com a parousia.

Existe uma gula que é própria do ser humano e esta gula não se refere ao estômago e sim ao seu coração insaciável. O estômago e a glutonaria são apenas representação desta insaciabilidade.

Os desejos são normais e, dentro das limitações impostas por Deus, são perfeitamente legítimos. Satisfazê-los não é pecado, observadas as restrições que Deus estabelece, justamente por conhecer a avidez da nossa natureza pecaminosa.

Entretanto, quanto mais se aproxima o dia do retorno do Senhor, mais o mundo naufraga em prazeres e loucura. A satisfação buscada há dez anos não é mais suficiente e a humanidade tem que se afundar um pouco mais. E assim vai no decorrer das gerações.

Por isso, a advertência de Jesus a nós é que olhemos por nós. A palavra no original significa “estejam atentos”. O nível de atenção que devemos ter começa por não considerarmos e nem concordarmos com os conceitos mundanos. Quem anda de acordo com os conceitos que este sistema define no mundo, obviamente não poderá estar atento a nada absolutamente. Para este mundo, encher-se na glutonaria, na bebedice e nos excessos e envolvimentos da vida não tem problema algum. Quem concordar com isto, jamais estará atento à proximidade daquele dia.

O verbo “carregar” (de glutonaria, etc.) contrasta com o substantivo “improviso”. Porque “carregar” aqui não significa “levar”. O significado desse termo é “ficar pesado, sobrecarregado, oprimido”. Uma pessoa que fica pesada não pode reagir com a devida rapidez ao improviso. Ela não tem reflexo. É como alguém embriagado ao volante: seus reflexos se sucumbem ao peso de sua embriaguez.

Por isso Jesus diz que virá como um laço. Para o conceito mundano, embriagar-se, ser glutão e avarento pelas coisas desta vida não são um peso. De fato, pessoas se comportam dessa maneira para serem destacadas na sociedade. Então, diz Jesus, virá como um laço sobre todos os que habitam na terra. Por aqui, entendemos como vai estar o conceito de crentes e mundanos quando Jesus voltar!

Por isso devemos olhar por nós. Olhar com os olhos de Deus. Dizer não às gulas do nosso coração é estar satisfeito com as provisões de Deus para nosso deleite! Assim, teremos reflexo para quando chegar de súbito aquele dia!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0223 - DELAÇÃO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

 


“Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (Hc 2.11).


A corrupção moral e econômica não é prerrogativa do nosso século nem do nosso país. É um mal que, como qualquer outro, tem sua raiz na Queda de nossos primeiros pais e infecta nossa essência assim que somos gerados no ventre da nossa mãe.

Temos presenciado em nossos dias um discurso sobre crise econômica e que a única maneira de evitá-la é explorando mais dos empregados – tanto com mais tempo de serviço como com menos recurso previdenciário. Em contrapartida, enquanto isso, os poderosos aumentam mais ainda seus exorbitantes salários e diminuem seu tempo de serviço.

Suas belas mansões são construídas, suas enormes fazendas são adquiridas, seus bens são multiplicados infinitamente com os recursos do trabalho alheio e, como diz o Senhor pelo profeta, “ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr em lugar alto o seu ninho, a fim de livrar-se das garras do mal” (v. 9)! Não parece o retrato do invasor de Judá e sim dos governantes do Brasil...

O profeta Habacuque também viu este mal se aproximando de sua terra, Judá, com este rei babilônio, cuja boca engolia todos os reinos que estivessem à sua frente (v. 5)! O excesso de poder fazia com que Nabucodonosor fosse soberbo (v. 4). Ele construiu seu reino com o sangue de outros povos (v. 8)! Por isso Deus está decretando através do profeta a sua derrota!

Assim também o Senhor fará com todos os governos humanos. Todos eles apresentaram aquilo que já existia em seu coração, a maldade, a imoralidade, a avareza, a corrupção, a injustiça e todos os males que procedem do coração caído do homem, como testificou Jesus (Mc 7.21,22). No dia do Juízo, sua sentença estará irrevogavelmente decretada.

O versículo lido no começo diz que até mesmo o material de construção usado para edificar suas casas luxuosas irá clamar contra esses injustos! “A pedra clamará da parede”, diz Deus. No último dia até o tijolo, o cimento, a madeira, a areia, a pedra e outros materiais darão seu testemunho “ocular” contra os opressores! Como se naquele dia pudéssemos escutar a voz da pedra e do caibro dizer: “Sim, Senhor! Estes injustos me usaram na construção de suas mansões com dinheiro ilícito e manchado de sangue”!

O apóstolo Tiago também diz em sua carta que isso acontecerá no dia do Juízo contra os injustos: “O vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes” (Tg 5.3).

Nenhuma injustiça ficará impune diante do Senhor de todas as coisas. Todos estarão diante dEle naquele dia, quer vivos, quer mortos. As sepulturas, o mar e as portas do além serão obrigados a devolver cada morto para prestar contas diante de Deus no Dia Final! E o Juiz que não aceita suborno julgará a cada um segundo suas obras (Ap 20.13)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0222 - A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS

 


“Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo” (Mt 21.28-31).


Perto de concluir Seu ministério terreno, Jesus conta uma série de parábolas aos Seus ouvintes, a maioria oponentes judeus, parábolas essas que confrontam a postura deles em relação à sua rejeição do Filho de Deus como Messias. Uma delas é esta, a parábola dos dois filhos, em que, o filho que diz que vai e não vai, representa os judeus e o outro que se arrepende e vai representa os gentios.

Os judeus pensavam que somente eles eram filhos de Deus. Nesta parábola, Jesus mostra que há muitos gentios que também são filhos de Deus, além de alguns judeus. Jesus não nega nesta parábola que muitos judeus realmente sejam salvos.

Mas Ele mostra que muita gente fora de Israel também é salva e que, inclusive, entrará no reino de forma muito mais abundante do que eles, que são considerados povo de Deus desde a antiga aliança, porque se arrependeram e creram. Jesus diz: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele” (vs. 31,32). 

Mas ainda há outras lições aqui. Primeiro, encontramos que filhos também são trabalhadores. Há muita gente hoje na igreja dizendo desfrutar da relação de filhos de Deus, mas se recusam a trabalhar para Deus. É claro que servir não torna ninguém em filho, mas todo filho de verdade serve.

Segundo, somos ensinados que Deus não leva em conta somente aquilo que falamos, mas também aquilo que fazemos. O primeiro filho disse que iria trabalhar e não foi. Mas os ouvintes concordaram que quem fez realmente a vontade do pai foi o segundo, que, no fim das contas, mesmo tendo dito que não ia a princípio, depois foi trabalhar.

Terceira lição é que não adianta apenas ir trabalhar para Deus sem antes se arrepender. O segundo filho disse que não ia trabalhar, mas antes de ir, ele se arrependeu. Isso serve para judeus também. Se querem realmente provar que são filhos de Deus, têm que se arrepender como os demais e devem crer, não em João Batista, mas no Filho de Deus! Há um segmento cristão que acha que Israel tem um plano especial de salvação, que não precisa passar pelo arrependimento como os gentios. Isso nunca foi verdade. Sem arrependimento e fé jamais houve salvação na Bíblia.

Todos nós, gentios ou judeus, nos identificamos com um destes dois filhos. Muitos dizem sim para o serviço de Deus, mas não o realizam; outros dizem não, mas depois se arrependem e vão. Se de fato somos filhos, cedo ou tarde vamos nos arrepender e provar nossa lealdade a Deus. Os que não são filhos jamais se arrependerão. Seu destino é outro, seu lugar não é na casa eterna do Pai!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0221 - BARRABÁS E O EGOÍSMO PSICOLÓGICO

 


Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Mc 15.15).


O egoísmo psicológico é a característica do egoísmo que manifesta nossa empatia por pessoas que se parecem conosco. Não necessariamente porque estejamos realmente pensando na pessoa, mas pelo fato de vermos nela um retrato nosso.

Por exemplo, não temos compaixão de um estuprador assassino e achamos justo se acontece sua morte, mas outro estuprador assassino não acharia sua morte justa. Da mesma forma como não achamos justa a morte de alguém que não seja tão mau assim, porque em última análise, achamos que também não somos tão maus assim. Estamos pensando em nós e não no outro. Isso é o egoísmo psicológico.

Na condenação de Jesus, as pessoas têm seus interesses em particular. Pilatos quer manter-se no poder e acalmar os ânimos dos revoltosos, os principais sacerdotes querem eliminar o incômodo chamado Jesus e a multidão tem um egoísmo psicológico, ao pedir que Pilatos solte Barrabás.

A multidão pensava ter-se identificado com Jesus, no entanto, a principal expectativa popular não foi realizada por Jesus. Ele não Se revoltou contra o império, Ele não Se insurgiu contra a opressão romana, Ele não usou Seu poder em benefício político ou religioso e, para ser honesto, não era com isso que a multidão se identificava.

Ela se identificava com Barrabás, um revolucionário, um que dava a cara a tapa diante das revoltas levantadas contra o governo romano, um assassino, não se sabe de quem, mas bem provável que tivesse matado um romano, mostrando que almejava a libertação de Israel. Quando a multidão pede que lhe solte Barrabás, está pensando em si, não nos dois prisioneiros, mas pede que solte o que mais se parece com ela, que se aproxime de seus anseios.

Hoje, Jesus tem inúmeros seguidores. Barrabás não foi mais falado na História. A fama de Jesus por haver ressuscitado, por haver uma religião que leva Seu nome, conquista cada vez mais adeptos em todo lugar do mundo. Mas a pergunta é: quantos destes seguidores, na realidade, pensam em si mesmos e não em Jesus? Será que para muitos, seguir a Jesus não é apenas uma questão de identificação? Não seria um egoísmo psicológico?

Jesus não pode ser usado como um reflexo do nosso espelho egoísta. Nós é que temos que nos parecer com Ele e não achar que Ele Se parece conosco. Seguir a Jesus não pode ser fruto de egoísmo psicológico, pois há muita coisa nEle e em Suas palavras que nós rejeitamos. Às vezes construímos uma imagem de Jesus em cima do nosso ídolo Barrabás e adoramos a nós mesmos na imagem de Barrabás travestido de Cristo!

Que Deus nos livre de estarmos olhando para o espelho chamado Barrabás, vendo a nós mesmos e achando que nos identificamos com Jesus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0220 - MOISÉS E A ROCHA

 


“Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel” (Êx 17.6).


O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, escreve aos coríntios que a pedra que jorrava água para os israelitas no deserto, espiritualmente era Cristo (1Co 10.4).

Deus nada faz sem pensar no Seu Filho. Tudo que Deus fez foi por Ele, para Ele, por meio dEle, através dEle, enfim, Cristo estava no centro de tudo quanto Deus fazia! Quando Deus providenciou uma pedra no deserto que jorrasse água para Seu povo, Ele estava prefigurando Seu Filho, que seria tanto a pedra “angular e de esquina” sobre a qual Ele construiria Sua igreja (Mt 21.42; 1Pe 2.7), como também a água que mata a sede da vida (Jo 4.14).

Entretanto, Deus mandou que Moisés ferisse a pedra. Deus estava dando sinais de que Seu Filho seria enviado ao mundo para ser ferido por nós. Mais tarde, o profeta Isaías diz: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).

Pedro nos confirma a obra gloriosa que Cristo fez por nós quando foi ferido na cruz: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe 2.24). Não resta dúvida, portanto, de que, ao ordenar que Moisés ferisse a rocha, Deus estava prefigurando o suplício de Seu Santo Filho para nos curar dos nossos pecados.

Mas houve outra ocasião em que a situação com os hebreus se repetira e Deus ordenou que Moisés falasse à rocha (Nm 20.1-8). A ordem agora não era mais para ferir e sim para falar. Entretanto, o texto de Nm nos mostra que Moisés duvidou da palavra de Deus: “Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros?” (Nm 20.10). Esta pergunta de retórica significa simplesmente: “Ouvi, agora, rebeldes: não faremos sair água desta rocha para vós”.

Moisés fere a rocha por duas vezes e Deus repreende a Moisés e seu irmão: “Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei” (vs. 11,12). A questão de Moisés diante da rocha não foi apenas de desobediência, mas, sobretudo, de incredulidade! Claro que Moisés não sabia dos significados espirituais de tudo aquilo, mas devia crer e obedecer, independente de compreender!

Futuramente, o autor aos Hebreus nos explica que Jesus não poderia ser ferido duas vezes. Ele diz: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo... pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.11,12).

Seu sacrifício não poderia ser repetido, uma vez que é perfeito! Assim como ao homem está ordenado morrer somente uma vez, assim também Cristo ofereceu-Se somente uma vez para tirar os pecados de muitos (Hb 9.25-28)!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0219 - SEM VESTE NUPCIAL

 


“Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 22.11-13).


Frequentemente, Jesus ensinava Seus ouvintes através de parábolas, ilustrações que clareavam a verdade que Ele queria transmitir. Às vezes, a parábola também servia para confundir, ou até mesmo ocultar a verdade, para que fosse revelada somente a Seus discípulos, como o caso da parábola do semeador. Jesus disse que não explicaria essa parábola, senão somente a Seus escolhidos (Mt 13.11).

Nesta parábola de Mt 22, há muitas comparações claras aos ouvidos dos fariseus que estavam debatendo com Jesus. Visivelmente eles compreenderam que aquelas últimas parábolas de Jesus se referiam a eles (21.45).

O rei que celebra as bodas de seu filho representa Deus e Seu Filho Jesus Cristo (v. 2). Ao chamar os convidados para as bodas, os servos que fizeram isso representam os profetas e os convidados são os judeus (v. 3). Ao rejeitarem o convite do rei, aqueles convidados até agrediram e mataram os servos do rei (v. 6). De fato foi o que aconteceu com os profetas e apóstolos – foram mortos pelos judeus. Deus Se irou contra eles, exterminou-os e lhes incendiou a cidade: sabemos o que aconteceu a Jerusalém no ano 70!

Os próximos convidados vieram à festa, mas entre eles havia bons e maus (v. 10). O rei, andando por ali, percebe que há um que não traja as vestes nupciais – uma desonra para o anfitrião! Esses próximos convidados que lotaram a sala do banquete representam os gentios que aceitaram o convite do evangelho. Todavia, nem todos são realmente salvos! Há pessoas que vêm a Cristo, mas permanecem com suas roupas sujas do pecado!

No Dia do Juízo, Deus vai olhar para nós e o que Ele quer ver são as vestes de justiça de Cristo colocadas sobre nós. Deus não aceita ninguém em Sua presença alegando justiça própria! Isaías disse que nossas justiças diante de Deus são como o trapo da imundícia (Is 64.6)! Se quisermos ser aceitos por Deus, tem que ser com os atos de justiça de Seu Filho e não os nossos!

Há muitos crentes que pensam ser justificados, mas permanecem com suas roupas de réus! Os justificados recebem uma nova roupa, por isso Paulo sempre diz: “Revesti-vos do novo homem” em suas cartas (Ef 4.24; Cl 3.10). Isto significa novo modo de andar e proceder!

Vamos aprender uma coisa de uma vez por todas: ninguém pode se apresentar diante de Deus com suas próprias obras e ser aceito! E se nos dizemos aceitos por Deus, nossas obras têm que ser diferentes das que tínhamos antes! Para que não venhamos ouvir a frase final da horrível sentença: “Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0218 - A UNIÃO DE SATANÁS

 


“Se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir; antes tem fim” (Mc 3.26).

Diante destas palavras de Jesus, uma coisa é certa: Satanás preserva seu reino e sua casa até hoje porque é unido e não dividido. É claro que sua união não se dá por bons e nobres motivos. É como o povo da época de Ninrode, ajuntou-se para o mal, para a construção de uma torre, a fim de contrariar a ordem do Senhor dada a Noé, frutificar e multiplicar-se sobre a terra, povoando-a (Gn 9.7). Aquele povo estava tão determinado a ir contra o Senhor, que o escritor bíblico diz que o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam”. E sabe à qual conclusão o próprio Deus chegou? Eis que o povo é um...” (Gn 11.5,6). Não fora a confusão das línguas providenciada pelo Senhor e sabe-se lá onde esses homens teriam parado...

Mas, se Satanás sabe que a união é fundamental para a preservação de um reino, aliás é assim que ele age no reino dele, então por que a igreja de Corinto aceitava divisão? A divisão é uma proposta de Satanás justamente para a destruição, pois, se por um lado a união promove a subsistência de uma determinada instituição, por outro lado, a divisão a destrói por completo. Satanás não usa a divisão no reino dele, contudo, é a artimanha mais utilizada contra o reino de Deus.

O apóstolo Paulo chegou a pedir à igreja de Corinto “pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que sejais unidos no mesmo sentido e no mesmo parecer” (1Co 1.10). Ele pergunta: “Está Cristo dividido?” (v. 13), sendo esta uma pergunta de retórica, cuja resposta óbvia é um enfático “NÃO”! Cristo não está dividido. Mas é isso que o diabo quer. Que a igreja de Jesus seja destruída pela desunião.

Falando sobre destruição, Paulo informa aos crentes de Corinto que “se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá” (1Co 3.17). O contexto deixa bem claro como é que se destrói o templo de Deus: através da desunião, da divisão. Muitas pessoas interpretam esse versículo dizendo que não se pode fumar ou beber, porque assim se destrói o templo do Espírito Santo... Bem, não levando em conta outras razões por que de fato é pecado o vício, esse texto nada tem a ver com isso. Pessoas que vivem assim não são templo do Espírito!

Paulo está falando justamente sobre a divisão. Ela é a causa maior da destruição e o diabo sabe disso. Por isso ele não divide o reino dele, mas tenta todos os dias dividir o reino de Deus. Vamos pensar nisso e, por assim dizer, frustrar os planos de Satanás, mostrando para ele que, se ele que é mau, consegue manter seu reino unido, quanto mais nós, que temos o Espírito do bom Deus, lutaremos não somente para manter o reino de Deus em unidade, como também para tirar mais pessoas do reino das trevas e trazer para o reino de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson