“Porque não temos
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele
tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).
De acordo com a instrução bíblica, nós sabemos qual o processo da tentação que nos leva ao pecado. Para definir o termo “tentação” com simplicidade, podemos dizer que “tentação é a atração externa que desperta a cobiça interna”.
Como todos nós já nascemos com o vírus do pecado em nosso coração, como diz o apóstolo Paulo em Ef 2.3: “éramos, por natureza, filhos da ira”, isto significa que tudo que há no mundo vai corresponder ao nosso desejo interno, de modo que o diabo se aproveita daquilo para nos induzir ao pecado, pois o que há lá fora já é o que desejamos.
Assim, entendemos como se dá o processo da nossa tentação, nós os pecadores. Mas e Cristo? Como Ele foi tentado, sendo que Ele não é semente de Adão? Como as tentações de Cristo poderiam ser reais, se de fato Ele jamais teve cobiça por qualquer coisa deste mundo?
A resposta é que, embora Cristo nunca tivesse em Seu santo coração cobiça por qualquer coisa que seja deste mundo, como Ele disse a Seus discípulos: “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim” (Jo 14.30), mesmo assim havia uma “cobiça” no coração de Cristo. E Ele mesmo diz qual é: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34).
Se era isso que reinava no coração de nosso Senhor, então entendemos por que o mestre do engano jamais ofereceu a Cristo qualquer tipo de pecado. De fato, Satanás, ao tentar nosso Senhor, nunca Lhe ofereceu pecado algum! Toda oferta do maligno para Cristo estava relacionada ao desejo que havia em Seu santo coração, o desejo de fazer a vontade do Pai! Porém, o diabo, como mestre na arte da tentação, oferece a Jesus algo que corrompia a vontade do Pai.
Como exemplo, no deserto da tentação, ele diz a Jesus que Lhe daria todos os reinos e as glórias do mundo (Mt 4.8,9). De fato, a vontade do Pai é que todos os reinos e as glórias todas pertençam somente a Cristo (Ap 11.15). Mas não era daquela forma, prostrando-Se diante do diabo e o adorando que a vontade do Pai se cumpriria! Era pelo caminho estabelecido: a cruz e a ressurreição! Por isso Jesus era digno de abrir o livro: porque foi morto e com Seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua e nação (Ap 5.9).
Jesus venceu o diabo porque confiou na Palavra de Seu Pai. Quando o diabo tentou manipular Pedro para fazer Jesus desistir da cruz, Ele disse a Satanás: “Tu és uma pedra de tropeço, pois tua atitude não reflete a Deus, mas, sim, os homens” (Mt 16.23 – King James).
Não se engane, meu irmão. Satanás é mestre na arte de
iludir. Ele pode nos tentar inclusive nas coisas legítimas, como fez com Jesus.
Não somente nas coisas erradas. Mas ele pode usar as certas com propósitos
distorcidos e peçonhentos. Confiemos apenas e somente na Palavra de Deus para
vencer!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson