“Todavia, aos
casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido... e
que o marido não deixe a mulher” (1Co 7.10,11).
Existe rompimento também na relação conjugal. O seu clímax é o divórcio. É do agrado de Deus? Não. Pertence à Sua vontade preceptiva? Não. Ao contrário, o divórcio é algo que Ele odeia. Não por causa do divórcio em si, mas por causa daquilo que o provoca. E o que provoca o divórcio? Jesus disse que é a dureza dos nossos corações (Mt 19.8). E quem é que não tem coração duro? Não há ninguém que não tenha. Jesus disse “a dureza dos vossos corações”. Somente Ele não tem coração duro.
Não vamos entrar na questão de qual foi a permissão para o divórcio no NT, visto que todos já sabemos. No caso de relações ilícitas e abandono do cônjuge incrédulo. Digamos que essas duas razões são as que tornam um divórcio “legitimado”. Porém, o que vemos são casos de divórcios por vários motivos no meio dos crentes. Desde os mais banais até os mais assustadores. Há divórcios por incompatibilidade, como também há divórcios por agressões físicas, verbais e ameaças.
Não podemos deixar de frisar as afirmações bíblicas que não se discutem. Deus odeia o repúdio. Era o que os homens faziam a suas mulheres desde a antiguidade. Eles repudiavam (do grego “abandonar, largar”), mas não divorciavam. As mulheres abandonadas não tinham um documento que as protegessem da reputação de adúlteras perante a sociedade, ainda que não se tivessem provas disso. Por isso Deus permitiu e ordenou a Moisés que legislasse sobre o assunto do divórcio (Dt 24.1-4).
Com a carta de divórcio na mão, a mulher, na verdade era protegida! Incrível que diante da dureza do coração dos homens, Deus concede algo que não é Sua vontade preceptiva para proteger aquela que saía destruída de um casamento, no qual fora abandonada! Se qualquer injúria fosse levantada contra ela, tentando acusá-la de infidelidade, ela teria em suas mãos uma carta que lhe protegesse de tais infâmias! Em outras palavras, a carta de divórcio se tornou como um mal necessário, mas com vistas ao bem de proteger a honra das menos favorecidas.
O divórcio põe fim ao casamento, sim. Não é a vontade preceptiva de Deus, mas não se pode dizer que uma pessoa está presa a seu cônjuge, tendo ela em mãos uma carta de divórcio. Ela está ferida, está frustrada por se sentir impotente de sustentar seu casamento, mas aquele casamento acabou, não há como negar isso. Dizer que alguém divorciado ainda está preso ao cônjuge anterior é escravidão, é querer que alguém se case com um morto.
De fato, a forma de vida conjugal que deságua no divórcio,
já é um estado mórbido de viuvez. O casamento já está morto. A carta de
divórcio é a última pá de cal sobre o cadáver pálido e gélido do matrimônio
falido. Pessoas que passaram por isso devem pedir perdão a Deus e prosseguirem
suas vidas. Não devem ser escravas deste pecado, como de nenhum outro. O único
pecado sem perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos os demais têm
perdão mediante confissão sincera e o divórcio, por mais triste que seja, por
mais que tenha apagado o brilho da glória de Deus no casamento, também tem
perdão, o qual te liberta para continuar sua vida.
Día tēs písteōs.
Pr. Cleilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário