“Quem ama o seu pai
ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).
Em países intolerantes, filhos que se convertem ao Cristianismo encontram, não só resistência a essa sua decisão, como também a rejeição e, muitas vezes, até mesmo a denúncia às autoridades. Nós, que vivemos na “liberdade” ocidental, ainda não sabemos dimensionar o sofrimento que muitos filhos cristãos suportam da parte dos próprios pais, pelo fato de terem se convertido a Jesus. Acredito ser uma lição que envergonha muitos jovens de nossas igrejas...
Mas, de que maneira devem proceder os filhos cristãos, cujos pais não se converteram? Em primeiro lugar, o princípio de autoridade permanece. Os pais não são autoridade sobre os filhos porque são cristãos e sim porque são pais. Embora a Queda tenha atingido seriamente a percepção dos pais sobre sua responsabilidade para com os filhos, ainda assim, mesmo maculando, não excluiu essa autoridade. É bom que filhos entendam isso, para não caírem naquele erro de achar que só devem obedecer a seus pais se estes forem perfeitos...
Em segundo lugar, o mandamento da honra e obediência aos pais permanece, visto que o jovem crente está submisso à Palavra de Deus e é nela que encontramos este mandamento. Nenhuma concessão é feita nas cartas do NT que abra precedente para que algum filho desonre ou desobedeça a seus pais. E olha que os apóstolos presenciaram esta realidade em sua época. Timóteo, por exemplo, era filho de mãe judia crente e pai grego (At 16.1). Na carta aos coríntios, Paulo fala de casais cujo cônjuge não era crente (1Co 7.12-16).
Como exemplo dessa obediência, podemos citar o que muito acontece. Pais incrédulos que proíbem seus filhos crentes de congregarem. O filho não deve enfrentar essa proibição logo de início. Ele deve tentar ganhar seus pais por meio do princípio bíblico da obediência e da honra. Em geral, os pais cedem e seus filhos acabam conquistando essa liberdade de participar das atividades da igreja. Mas precisam ser sábios, cumprir seus deveres, seus horários de chegar em casa, etc., para com isso ganharem não somente a liberdade de cultuar, como ganharem também seus pais para Cristo.
Nos casos extremos, onde os pais chegam a expulsar seus filhos de casa por serem crentes (quero abrir parênteses aqui para dizer que desde que os filhos não provoquem isso com sua malcriação), então os filhos, por amor a Cristo e ao evangelho, devem aceitar a expulsão. Seu amor por seu pai ou sua mãe não pode ser maior do que seu amor por Cristo. Lembre-se do que nosso Senhor disse: “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37)!
Quando isto ocorre, a igreja onde esse jovem congrega deve
assumi-lo como filho e sustentá-lo como se faz em uma família normal. Jesus
disse a Pedro que “todo aquele que tiver
deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu
nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna” (Mt 19.29). O
que seria receber muitas vezes mais, senão ter uma igreja que o acolhe como
filho? Mas lembre-se de que sua sabedoria silenciosa em obediência pode ganhar
seus pais muito mais do que uma fé barulhenta.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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