domingo, 6 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 06

 


E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4).


Os pais cristãos precisam saber que não são donos de seus filhos. Deus somente é dono absoluto de todas as coisas, embora tenha nos concedido a honra de administrar certas coisas de Sua maravilhosa criação. No caso dos filhos, apesar de os pais terem o dever de protegê-los, inclusive do sequestro do Estado, quando este diz que o filho de qualquer família pertence a si e que este é que é encarregado de sua educação, mesmo os pais tendo o dever de proteger seus filhos de tal absurdo e doutrinação, ainda assim, devem saber que seus filhos não lhes pertencem.


Quando Paulo ordena que os pais não devem provocar a ira dos filhos, ele está dizendo que os pais, que já passaram pelas fases da vida, devem respeitar seus filhos que ainda estão neste caminho. Devem alimentá-los, diz o apóstolo (no original, criar, quer dizer alimentar), e não os provocar. E criá-los na admoestação do Senhor, ou seja, seus filhos são para a glória de Deus e não para a sua própria.


Pais irritam seus filhos quando os corrigem, mas não dão exemplo; pais irritam filhos quando os corrigem, mas não os ouvem, não lhes dão a oportunidade de falar sobre o fato; pais irritam filhos quando os corrigem com excesso, com ira, como nem mesmo se faz com um animal, quando os espancam, quando brigam com eles como se fossem inimigos de fora; pais irritam filhos quando lhes exigem mais do que são capazes, quando não os elogiam, quando os tratam como estranhos; pais irritam filhos quando não veem seu crescimento, quando os tratam sempre como crianças, quando não acompanham sua maturidade e assim por diante. Não dá para enumerar.


Como pais, nós devemos estar presentes na vida de nossos filhos, conduzindo-os para a glória de Deus, disciplinando, não como o mundo faz, mas na admoestação do Senhor, isto é, assim como a Bíblia diz que tem que ser. Nossos filhos não devem ser deixados à solta em suas tendências, pois todos nascem no pecado e sua tendência natural é distanciar-se de Deus. A Palavra inculcada neles desde sua tenra infância, fará com que estejam mais atrelados a ela quando crescerem.


Pais não devem ser amigos de seus filhos. Devem ser pais. Foi para isso que Deus os chamou. Quando você exercer sua função de pai e mãe, seu filho irá confiar em você e lhe relatará tudo, não como amigo, mas como filho mesmo, pois para ele, você será melhor que um amigo. Você será o que tem que ser, um pai, uma mãe em quem ele confia mais do que em seus próprios amigos.


Hoje os pais cristãos estão mais preocupados em formar seus filhos para o mundo do que prepará-los para enfrentar o tribunal de Cristo! Cristãos dizem o mesmo ditado de lá de fora: “Não criamos filhos para nós, criamos para o mundo”. Não! O cristão cria seus filhos para Deus! Eles são como flechas nas mãos do valente (Sl 127.4). Devem ser atirados para dentro do reino de Deus e não para as parvoíces deste mundo! Que o Senhor conceda pais de verdade para seus filhos.


Día tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sexta-feira, 4 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 05

 


Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6.1).


Depois que Paulo fala do relacionamento a dois, ele se volta para uma terceira parte que também deve submissão e obediência, a saber, os filhos. Assim como ele vai fazer quando se referir aos empregados e patrões. Estes ficam por último, pois a submissão é um dever dos empregados. Não que as autoridades não tenham seu dever (como veremos mais tarde), mas que é necessário falar primeiramente da parte sujeita, a fim de que a ordem seja mantida.

Quando os filhos chegam ao lar, este já existia antes deles. Os pais deveriam saber mais que os filhos que foram eles (pai e mãe) que formaram o lar que agora acolhe o recém-chegado. Entretanto, a maioria dos pais permite que seu filho, que nada sabe sobre nada, tome conta do lar e o coloque “de pernas para o ar”, conforme as exigências do infante. É óbvio que há uma total mudança na rotina dos pais que devem se encaixar nas necessidades da criança, entretanto, sua agenda não deve ser modificada de acordo com a exigência egoísta do bebê.

À medida que a criança cresce, sua natureza humana passa por diversas fases, como já sabemos, e, paradoxalmente, nelas vemos como, por um lado, seu caráter se constrói e, por outro, suas exigências aumentam e seus valores se modificam. É a construção natural de uma pessoa. Porém, eles devem ser ensinados desde cedo que ali há pais cristãos. Sua vontade é que prevalecerá. O que Paulo diz aos filhos, ele o diz considerando que tais filhos já compreendam o teor do mandamento. Enquanto não compreendem, por serem muito infantes, é tarefa dos pais os criarem de tal modo que, na medida em que crescem, já conheçam bem as regras e a elas se submetam.

Pois bem, aos filhos, a palavra é que é justo que obedeçam a seus pais. O autor está dizendo que qualquer um sabe disso, até os ímpios. Porém, ele vai além e diz que esta obediência deve ser feita “no Senhor”, ou seja, indo além também dos judeus, que obedeciam por causa do mandamento que Paulo relembra no v. 2: “Honre o seu pai e a sua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa”. O filho cristão deve ir além do ímpio, que sabe que é justo obedecer aos pais; deve ir também além dos judeus, que obedecem por causa da lei e da promessa nela contida; eles devem obedecer a seus pais “no Senhor”, ou seja, para refletir a glória de Deus!

Portanto, que os pais encaminhem seus filhos desde o berço ao caminho da obediência. Isto se faz mais com “não” do que com “sim”, pois a natureza humana desde o berço se desencaminha para a impiedade (Sl 58.3). Dirigindo a natureza de seus filhos para a obediência, mediante toda disciplina, os pais terão, mais tarde, filhos que se submetem à obediência voluntariamente.

Filhos, enquanto morarem com seus pais, devem-lhes submissão, honra e obediência. Após se casarem, devem-lhes somente honra. Se for filha, então ela deverá submissão a seu marido e não mais a seus pais, porém a honra é até o fim da vida. Se for filho, ao se casar, ele se torna autoridade em sua casa, porém, a seus pais, deve a honra até morrer.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 3 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 04

 


Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês, ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações” (1Pe 3.7 – NVT).


A única autoridade máxima que existe é Deus. Todas as demais autoridades são derivadas. Por mais que haja um governo totalitário, todavia, ele não é autoridade máxima, embora oprima e puna seus dominados. Nós devemos respeito e submissão a toda autoridade, porém, quando a mesma entra em conflito com a Autoridade Máxima, então já não mais lhe devemos submissão.

O mesmo se dá dentro de casa. O marido é autoridade constituída, não absoluta. A autoridade constituída precisa observar fielmente a lei que a rege, no caso, o marido precisa dirigir seu lar conforme os parâmetros da Escritura, que é maior que ele. Isto é viver para a glória de Deus, é tornar seu lar uma esfera que mostra e exalta essa glória divina.

Os textos doutrinários que falam sobre a vida em família são textos que consideram que as pessoas sejam novas criaturas. Não estão falando para ímpios. Os autores supõem que sejamos regenerados e nos ordenam que sejamos completamente diferentes dos mundanos. Todavia, o que mais encontramos nos relacionamentos cristãos, são as mesmas coisas que encontramos no mundo.

Homens estúpidos, que maltratam e destratam sua esposa, que a consideram como escrava e não como adjutora; por outro lado, homens frouxos, que deixam as responsabilidades masculinas com sua mulher, fazendo-a sufocar-se; homens que olham para sua mulher com olhos mundanos, como objeto sexual, desprezando-a no dia a dia e se valendo blasfemamente de textos bíblicos para satisfazer seus apetites diabólicos; homens agressivos verbal e fisicamente, desconsiderando a fragilidade física e emocional de sua mulher; homens ímpios, que se dizem crentes, mas não conduzem sua casa na oração e na Palavra... não dá pra enumerar...

O que Pedro diz? Que essas coisas impedem nossas orações! Incrível, como a Palavra enxerga o relacionamento do casal: ele tem ligação direta com nossa vida espiritual. Há pessoas que separam essas coisas e dizem: meu casamento é uma coisa, minha vida com Deus é outra... Absolutamente, meu querido! Se você conduz seu casamento como você bem entende, você é um obstinado contra a Palavra e depois quer que Deus receba sua oração? Jamais, diz o apóstolo!

O amor do marido por sua esposa deve espelhar o amor de Cristo pela igreja, diz Paulo em Ef 5.25 a seguir. De tal modo que venha a dar a sua vida por ela. Mas você jamais será capaz de morrer por sua esposa se você não vive por ela! Antes de Cristo morrer por nós, Ele viveu por nós. É por isso que Deus nos aceita como justos diante dEle, porque Cristo viveu a vida justa em nosso lugar. Se você não vive por sua mulher, morrer por ela será um martírio inútil.

Corrija seu tratamento com sua esposa, para que Deus receba suas orações. Vida cristã não é dividida em fatias. Todas as coisas são para a glória de Deus, principalmente seu casamento.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 03



Esposas, que cada uma de vocês se sujeite a seu próprio marido, como convém no Senhor” (Cl 3.18).

 

Célula é a menor parte funcional do corpo de um ser vivo. Chama-se célula a unidade de estrutura de um ser. Assim, um famoso jurista brasileiro chamou a família, de “célula mater da sociedade”. Para que qualquer estrutura funcione bem, ela precisa ter ordem, é necessário ter organização. Antes de falarmos da sociedade como um conjunto, precisamos olhar para a família, como a célula, a menor parte funcional da sociedade. É dali que a sociedade brota.

Assim como a sociedade mais ampla precisa de ordem, de estrutura, de hierarquias, de sujeição e autoridade, assim principalmente, a sociedade mater que é a família. Sem essa organização, nada pode subsistir, especialmente uma família. A estrutura da família é uma maquete da estrutura da sociedade. A sociedade mais ampla está em colapso porque as famílias estão em colapso. A sociedade destrói a família porque a família formou mal esta mesma sociedade que hoje a destrói.

E sobre a estrutura familiar, Deus começa em Sua Palavra falando aos crentes, justamente sobre a parte que deve submissão, a parte da esposa. Se não houver submissão, não haverá ordem, então a família estará em colapso, o que leva a sociedade a ser formada sem estrutura e mais tarde ela se voltará contra as famílias. Veja, se você se insurge contra seu chefe, você é despedida, se você se volta contra a ordem, a polícia te prende, e assim por diante. O que seria de uma sociedade sem submissão e autoridade? Assim também com a família.

Poderíamos falar dos vários motivos por que as mulheres odeiam ser submissas. Mas não somos mundanos, não iremos falar sobre isso. O que deveria nos espantar é por que as mulheres crentes também odeiam isso! Se a Palavra diz para que você seja submissa a seu esposo e você sabia disso desde sua infância e era contra, então por que se casou? Para afrontar a Bíblia? Não é ela sua regra de pensamento? Ainda mais, se você sempre foi contra a submissão, então por que você diz que é crente? Uma mulher que é contra o que diz a Palavra de Deus é suficientemente ofensora para apontar o dedo na face de Deus e Lhe dizer que está errado!

Se você responde que isso era para a época da Bíblia, então você não entendeu justamente que a Bíblia atravessa as eras, por isso que ela está intacta até hoje. Os céus e a terra passam, menos as palavras do Senhor! Se você diz que não concorda com a Bíblia, então você ultraja a Deus com sua arrogância maligna! Se você diz que concorda com a Palavra, que a aceita, mas não consegue, então você está dizendo que não nasceu de novo. Se você diz que aceita outras partes, mas não essa, então você está se colocando como juíza e a Bíblia como ré. Agora se diz que luta por isso, porque sabe que a Palavra é o ideal da glória de Deus, então, mesmo que às vezes consiga e às vezes não, então você é filha de Deus e está no caminho certo.

A submissão, mulheres, é tão gloriosa, que, na Trindade, ela representa a sujeição do Deus Filho ao Deus Pai! Isso é maravilhoso, você poder imitar a Cristo no seu relacionamento de casada! No plano eclesiológico, a mulher representa a submissão da igreja a Cristo e isso também deve lhe causar alegria! Nenhuma estrutura, seja social, política, empresarial, sobrevive sem submissão e autoridade. Aliás, elas imitam o que Deus ordenou para o casamento. Por isso muitas empresas sobrevivem e muitos casamentos não.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 1 de abril de 2025

A VIDA EM FAMÍLIA - PARTE 02

 


Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27).


O princípio para uma vida a dois é o mesmo princípio para uma vida de solteiro, ou seja, a glória de Deus. Assim como o solteiro deve refletir a glória de Deus em sua vida sem união conjugal, assim os casados devem viver para a glória de Deus em sua vida de casal. Quando um casal cristão se une em matrimônio, ambos devem pensar como cristãos e não como o mundo. E devem manter seu pensamento cristão durante toda sua vida e não somente nos primeiros dias.

O maior erro de um casal cristão é olhar para seu casamento como o mundo olha. Isso acontece de diversas formas. São muitas as maneiras de se desagradar a Deus. Quando o casal disputa o poder na relação, quando pensa que beleza física mantém o casamento, quando briga por causa de dinheiro, quando permite a entrada de relações pecaminosas em seu leito, quando vive independente um do outro, quando cada qual diz que tem seu salário e vai usar como quiser, quando eles desautorizam um ao outro na frente do filho, quando se esfriam na relação sexual e assim por diante. Não dá para enumerar.

Antes, o casal cristão deveria seguir um único padrão para seu casamento, que é o padrão de toda sua vida, para todas as coisas, a Bíblia Sagrada. Quando você aceita apenas uma parte da Bíblia (em geral a que lhe é mais conveniente), então você não glorifica a Deus. Você tenta, na verdade, humilhá-lo, dizendo em outras palavras que você sabe o que é melhor para seu relacionamento e não Deus, que você sabe mais do que aquilo que Ele revelou em Sua Palavra! Isso é arrogância maior que a do mundo!

O casal cristão que vive para glorificar a Deus não busca sua felicidade e paz no seu casamento, antes, ele continua feliz e em paz com Deus. Se você busca felicidade e paz no seu casamento, então este não passa de um ídolo, no qual você tenta encontrar a razão de sua vida, ao invés de ter isso em Deus. Seu casamento, assim, passa a ser um concorrente de Deus. O resultado é frustração, como todo ídolo frustra mesmo.

Você não se casa para ser feliz nem tampouco para fazer o outro feliz. Ambos, se são cristãos, já devem ser felizes em Cristo antes de se casar. Quando se casam, apenas se juntam duas pessoas felizes e em paz com Deus para compartilhar mais intimamente sua felicidade. Quem busca paz e felicidade no casamento é um idólatra e quem acha que vai fazer o outro feliz é um usurpador da divindade, visto que somente Deus pode fazer alguém feliz.

Não resta a menor dúvida sobre a destruição dos relacionamentos. Houve procura por coisas que o mundo ensina e não um objetivo de refletir a glória de Deus. Quando um casal cristão deseja mesmo a glória de Deus e não seu pensamento mundano, não há o que possa destruir seu relacionamento. Se houver acertos, Deus é glorificado; se houver erros, haverá perdão e Deus será glorificado também.

Mas quando se vive para sua própria glória, então, os acertos servirão para exaltar um e, quando houver erros, servirão para humilhar o outro. Em todo caso, a glória de Deus está sendo roubada e o casamento não subsistirá.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson