Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0514 - O LIVRINHO DE DUPLO SABOR

 


Peguei o livrinho da mão do anjo e o devorei. Na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo” (Ap 10.10).


O apóstolo João, com as visões que recebera sobre a história da igreja, suas perseguições e sobre a vitória final de Cristo sobre o mal, recebeu também a incumbência de escrever as visões e anunciá-las às igrejas da Ásia, escrito que chegou até nós.

Aqui no cap. 10, ele vê um anjo muito poderoso, rosto como o sol, pernas como colunas de fogo (v. 1). Ele tinha um livrinho e deu um grande grito, logo, sete trovões clamaram após seu grito, mas ele não deixou João escrever o que os trovões haviam gritado (v. 4). É o mistério que será revelado somente na volta de Cristo (v. 7), na sétima trombeta.

O apóstolo recebe uma ordem para pegar o livrinho da mão do anjo (v. 8). Quando ele pede o livrinho ao anjo, este lhe diz para comê-lo e que no seu estômago, o livro seria amargo, mas na sua boca seria doce como o mel (v. 9). O que isto quer dizer?

O livrinho representa as palavras da profecia que o apóstolo João tem ouvido e visto. Comê-lo significa que ele é o porta-voz, o que está recebendo a revelação inspirada, então nada poderá falhar. Ser doce à boca, significa tanto que as palavras são verdadeiras, como também que servem de consolo para os salvos (que sofriam terríveis perseguições na época). Ser amargo ao estômago quer dizer que o seu cumprimento era certo e também terrível para os ímpios, ou seja, julgamento sem compaixão!

Quando comparamos esta visão do apóstolo João com a missão que a igreja tem de pregar o evangelho, ainda que não tenhamos que anunciar com estes simbolismos que ele usa no livro, entendemos que o mesmo se dá conosco. O evangelho que anunciamos é doce porque proclama o perdão aos pecadores arrependidos, mas é amargo no estômago, isto é, no seu cumprimento para aqueles que não se arrependerem! Eles serão julgados sem clemência!

O apóstolo Paulo diz que o evangelho é cheiro de vida para os salvos e cheiro de morte para os perdidos (2Co 2.14-16). Ou seja, o mesmo evangelho que salva, também mata. Quando pregamos o evangelho, sentimos o doce sabor que ele tem porque já fomos alcançados pelo perdão de Deus; mas não podemos deixar de anunciar o sabor amargo que ele terá para os que rejeitam o perdão de Deus.

Muitos querem tornar o evangelho doce aos ouvintes. Mas eles devem saber que só será doce se houver arrependimento. Aliás, o evangelho só é boas-novas para quem reconhece que já está perdido! Se o pecador pensa que está tudo bem, ele só sentirá o amargo no dia final. E é exatamente isso que nós precisamos fazê-lo saber!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0513 - NINGUÉM É PREEMINENTE A CRISTO

 


“João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim” (Jo 1.15).


A preeminência de Cristo é uma prerrogativa de Sua eterna divindade. Jesus nunca começou a existir. Ele sempre existiu e Sua existência eterna era de um relacionamento de Filho para com Deus Pai. Como sabemos, entre pai e filho existe uma relação de herança. Jesus, como Filho, é o Herdeiro legítimo de Deus Pai. Sendo assim, Ele sempre teve e terá preeminência sobre todas as coisas e seres que foram criados. Isto é o que Paulo quis dizer quando chamou Cristo de “o Primogênito de toda criação” (Cl 1.15).

Ele começou uma existência em carne, quando assumiu nosso corpo físico e a natureza humana. Isso Ele não tinha na eternidade. Desde sempre Ele viveu como Deus Filho, mas então, Ele assumiu nossa humanidade e viveu Sua vida perfeita, como nós já conhecemos Sua história. Viveu como homem pela primeira vez, sem deixar de ser Deus, ainda que não usasse Seus privilégios divinos para benefício próprio. Depois de ressuscitado, permanece Deus sem deixar nunca mais de ser homem. Os teólogos antigos diziam: “Sem deixar de ser o que era, tornou-Se para sempre o que não era”.

João Batista reconheceu a divindade de Cristo e afirmou a primazia deste sobre si. Segundo os cálculos, João Batista era seis meses mais velho que Jesus; ele começara seu ministério profético um tempo antes de Jesus, provavelmente seis meses também. Normalmente, a prioridade no tempo indicava preeminência, mas a pré-existência de Jesus sobrepujou a precedência temporal de João. E o mais importante é que o profeta reconheceu isto humildemente!

Muitos ditos pregadores nem sequer conhecem a doutrina da preeminência de Cristo; jamais ouviram falar de Sua eternidade – são embaraçados diante de hereges de seitas que negam a divindade de Cristo; mal sabem o que significa “o Filho [ser] gerado eternamente do Pai, gerado, não criado” (Credo Atanasiano). A ignorância sobre o ser de Cristo produz pregadores fracos e muitos deles blasfemos, rebaixando Cristo e exaltando o homem.

João repetiu a fala no v. 30: “É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim”. Quem reconhece a primazia de Cristo se rebaixa. Como João, reconhece que não é digno sequer de desatar-Lhe as correias das sandálias (v. 27). Servos de Cristo não se colocam no nível de Cristo, antes se humilham e dizem: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (3.30).

João Batista, apesar de ainda viver no antigo pacto, tinha um conceito bem mais claro do que muitos crentes que estão na nova aliança. Devíamos aprender com este homem que ninguém é preeminente a Cristo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 19 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0512 - O GRANDE ERRO DA INDECISÃO



“Cheguem perto de Deus, e ele se chegará a vocês. Limpem as mãos, pecadores! E vocês que são indecisos, purifiquem o coração” (Tg 4.8 – NAA). 

Quando se trata das coisas relacionadas a Deus, o homem é sempre indeciso. Poucos há que decidem logo a favor ou contra Deus. A maioria fica numa corda bamba em relação à postura que deve tomar. Há pessoas que já têm a índole assim mesmo, indecisa; mas grande parte não fica nessa insegurança quando o assunto são as coisas do mundo. Ao contrário, parece ser mais rápida que o normal.

O pecado chama o indivíduo de forma urgente e a pessoa aceita porque acha que se não for logo irá perder uma grande oportunidade, ou uma grande alegria. Os homens são rápidos para atender ao convite do pecado porque tem tudo a ver com sua cobiça natural. Não lhes é exigido nada, nada precisam negar ou renunciar.

Já o convite divino é deixado sempre para depois, porque o homem logo percebe que no convite existe uma ordem que não lhe agrada, que ele deve renunciar ao que tem e, principalmente, ao que é. Ele até reconhece que aquela exigência é justa, mas é exatamente por isso que ele adia. Sabe que tem que se encontrar com Deus, mas pensa que pode deixar isso para depois.

O problema é que a pessoa não sabe que, no momento da indecisão, ela já está decidindo a não decidir pelo menos naquela hora! E o evangelho não deixa um centímetro de folga sobre isso. Uma vez que a pessoa ouve falar do evangelho, qualquer postura diante do que ouviu já é uma decisão! Seja a favor, contra, ou neutralidade (que não existe).

Jesus rejeitou qualquer pessoa que viesse segui-lo, mas que considerasse qualquer outra coisa mais importante ou urgente. Alguém, um dia, ao ser convidado pelo próprio Jesus para segui-lo, respondeu que primeiro queria enterrar seus pais. Não que seus pais tivessem morrido, mas que ele queria viver com seus pais até que morressem, para então seguir a Jesus. A resposta do Senhor foi a seguinte: “Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Você, porém, vá e anuncie o Reino de Deus” (Lc 9.60). Jesus estava dizendo que essas coisas, por mais importantes que sejam, não são mais importantes do que o Reino de Deus!

Qual tem sido nossa postura como crentes diante da decisão de servir ao Senhor? Enquanto muitos incrédulos ficam indecisos em relação a se entregarem a Cristo e tê-lo como Senhor, nós como crentes, muitas vezes ficamos indecisos com nossas obrigações quanto ao Reino do Senhor. Já estamos nele, já fomos regenerados, justificados, adotados como filhos de Deus, mas aquele velho sentimento chamado indecisão continua nos regendo e nos fazendo protelar muita coisa que já deveríamos ter feito!

É claro que o oposto da indecisão também é errado, que é a precipitação. Tem gente que, por achar os indecisos errados, se precipita achando que está agindo certo. É errado também. Mas veja como Paulo nos diz qual é o tempo que devemos nos decidir para Deus: Porque ele diz: No tempo aceitável escutei você e no dia da salvação eu o socorri. Eis agora o tempo oportuno! Eis agora o dia da salvação! (2Co 6.2).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0511 - SUBORNADORES DE DEUS

 


As riquezas não servem para nada no dia da ira, mas a justiça livra da morte” (Pv 11.4 – NAA).


Há um ditado entre aqueles que vivem em propinas e subornos, que diz que “todo mundo tem um preço”. É o mesmo que dizer que ninguém é invendável! Quem vive nesse meio corrupto acha que todo mundo cai em alguma oferta de suborno.

E, de fato, tem sido assim. Veja o que é dito no cap. 17.8, na NTLH: “Alguns pensam que, com dinheiro, podem comprar qualquer pessoa; acham que o suborno é uma coisa mágica”. Quem tem dinheiro e poder compra porque o desejo incontrolável da grande maioria é o dinheiro. É simplesmente uma oferta pela cobiça que já existe.

Vemos suborno nos tribunais, nas ofertas de emprego, na política, nas igrejas, nas escolas, nos esportes, enfim, em todos os tipos de relações humanas e sociais. O homem é, ao mesmo tempo, um ser social e um ser pecador, portanto, a sociedade onde ele está inserido sempre será corrupta. Ao contrário do que nos diz a moderna sociologia, não é o meio que contamina o homem. A Bíblia diz que é o contrário!

Porém, o sábio está nos dizendo aqui que haverá um dia em que as riquezas não valerão de nada absolutamente. Esse é o dia da ira, é o dia em que a ira de Deus se manifestará de forma plena e intensa. Esse dia é bem conhecido como o Dia do Juízo Final. Nesse dia, todos os bens que foram colocados em negociação, em ofertas e propinas, não valerão de nada, pois o que então estará em jogo será a alma do indivíduo! Como disse Jesus: “Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26b).

Deus é um Deus que não aceita suborno (Dt 10.17). Primeiro, porque tudo já pertence a Ele, portanto, não haverá nada que alguém possa oferecê-lo para que Ele aceite. Segundo, porque nada pode fazer Deus mudar de ideia, nem Se corromper, pois a essência de Sua natureza é a santidade, não pode ser contaminado pela cobiça. O que restará ao ímpio naquele dia é apenas sofrer a ira de Deus.

Mas o sábio Salomão diz também que “a justiça livra da morte”. Para sua época, ele estava dizendo que alguém justo não seria punido com a morte diante de um tribunal justo. Mas, pela visão futura, que seria mais bem explicada na nova aliança, sabemos que a justiça que livra da morte é a justiça de Cristo. Ele viveu uma vida toda justa diante de Deus e dos homens e, ao final, Se ofereceu como substituto daqueles que deveriam morrer e assim morreu no lugar deles.

Agora, Deus atribui a todo o que confia em Seu Filho, o status de justo. Por isso é que se diz: “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Isto não quer dizer que o crente vive sem trabalhar, que Deus vai sustentá-lo por milagre, não é isso. Paulo está dizendo que, por ter crido em Cristo, o homem é declarado justo e por isso viverá. Simplesmente isso. A vida eterna é concedida a todo o que crê no Filho de Deus! Somente assim a pessoa pode ser salva. Qualquer tentativa própria de se livrar no dia da ira é suborno e só aumentará a condenação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0510 - O MAL E OS ATRIBUTOS DE DEUS

Se você pecar, em que isso afetará Deus? Mesmo que peque repetidamente, que efeito terá sobre ele? Se você for justo, isso será um grande presente para ele? O que você tem para lhe dar?” (Jó 35.6,7 – NVT).


Por ser Criador de todas as coisas, Deus é o único Ser não afetado por nada absolutamente. Como o próprio Eliú disse a Jó nesta passagem, “seus pecados só afetam gente como você; suas boas ações só afetam outros humanos” (v. 8). Deus não pode ser afetado pelo pecado de ninguém. Ao mesmo tempo, Ele também não pode ser surpreendido pela bondade de ninguém. Deus nada tem a perder quando o homem peca e nada ganha quando o homem faz algo bom.

Dentre os vários atributos que Deus quis revelar na Escritura a Seu próprio respeito a fim de que O conheçamos um pouco mais, um desses atributos é a transcendência. Deus não pode ser atingido por nada absolutamente. Outra qualidade própria de Deus é a onisciência. Deus já sabia que o pecado haveria de entrar no mundo e isso não poderia afetá-lo em nada, pois se tivesse de atingi-lo, quando tal conhecimento O teria perturbado, uma vez que Ele conhece o fim desde o princípio? Portanto, dizer que Deus fica perturbado com o mal é o mesmo que dizer que Ele viveu toda a eternidade perturbado, ainda vive assim e assim será um eterno perturbado, pois tem conhecimento do mal desde sempre e para sempre.

Ainda mais um atributo divino é Sua soberania. Deus decreta todas as coisas como elas foram, como elas estão sendo e como elas serão (Sl 115.3). O salmista diz assim: “O Senhor faz tudo como deseja, nos céus e na terra, nos mares e em suas profundezas” (135.6 – NVT). Se Ele faz tudo como quer, então o mal e o pecado não são uma surpresa em Sua criação. Só pode vir à existência aquilo que o Criador decreta que venha. E o mal é um elemento na criação de Deus que só veio a existir porque Ele quis.

Ainda outro atributo de Deus é a sabedoria. Quando falamos que o mal veio à existência por Seu decreto, muita gente fica confusa, pensando “o que Deus ia querer com algo ruim em Sua criação?”, no entanto, esta é a verdade, pois, se Ele não quisesse, o mal não teria sequer surgido. Se surgiu, é porque Ele tem um plano sábio e belo como Ele, que escapa de nossa visão “farol baixo”. Podemos acrescentar outra qualidade de Deus – Sua onipotência. Ele tem poder para destruir o mal na hora que Ele quiser (como de fato sabemos que Ele o fará).

Mas, por fim, é bom ressaltar um atributo maravilhoso desse Deus, a saber, o amor! Pois, mesmo sendo Ele santo, de forma que o pecado não pode Lhe afetar, um dia Ele Se fez homem e, como servo, entregou-Se por nós na cruz, permitindo que nossos pecados O afetassem de forma profunda, a ponto de sofrer a ira do Pai em nosso lugar. Eliú não sabia, mas houve um dia, uma sexta-feira de trevas, reservada para Jesus, na qual Ele seria terrivelmente atingido por nossos pecados e pela ira de Deus, para que Sua justiça fosse um presente para os que nEle creem!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0509 - QUANDO DEUS FICA ZANGADO COM O NOSSO LOUVOR

 


Oferecestes a mim, sacrifícios e ofertas no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes carregaram o tabernáculo de vosso Moloque, e Quium, suas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos” (Am 5.25,26 – KJF).


Que Deus conhece o coração de todas as pessoas, disso todo mundo sabe. O Senhor é tão poderoso, que conhece até mesmo as palavras que iremos pronunciar, ainda antes que tais palavras tenham sequer vindo à nossa mente! Ainda que as pessoas tentem negar a existência de um Deus dessa categoria de perfeição, todavia, não o podem fazê-lo, visto que a mente humana não pode elaborar a perfeição, caso ela não existisse de fato.

Se conseguimos pensar em alguém perfeito é porque esse alguém existe. Afinal, ao mesmo tempo em que concebemos um ser perfeito, conseguimos também avaliar a imensidade de imperfeição que nos rodeia. Isso jamais seria possível se o perfeito não existisse a fim de nos fornecer um padrão, uma régua perante a qual todas as coisas imperfeitas devem se ajustar. Esse é um dos argumentos filosóficos que comprovam a existência de Deus, o Ser Perfeito.

Porém, as pessoas não vivem com temor sobre esse assunto. Elas sabem que Deus conhece o coração de todo mundo, mas vivem como se Ele não conhecesse. A prova disso é que quase todos os que oferecem culto a Deus fazem-no a seu próprio modo. Poucos são os que adoram a Deus da maneira que Ele exige. Os pagãos então, nem mesmo ao Deus verdadeiro adoram, antes, inventam para si um deus que lhes agrada aos desejos e inventam suas formas de adorá-lo.

Veja como Deus mostra para Israel através do profeta Amós que conhecia o seu coração. Ele diz que durante aqueles 40 anos que Israel andou no deserto, não foi a Deus que eles ofereceram sacrifícios e ofertas. Ao contrário, eles carregavam o tabernáculo de Moloque e Quium (ou o deus Sicute e sua estrela Renfã, cf. LXX), deuses adorados na figura de planetas e estrelas. Que 40 anos perdidos! Eles carregavam o tabernáculo de Deus, mas seus corações estavam voltados para os deuses estelares! E Deus sabia disso... nenhum deles O enganou!

Foi por isso que Deus ordenou que Israel afastasse dEle o barulho dos seus cânticos (v. 23). É muito óbvio que nossa geração também apresenta a Deus um cântico falso. Seus lábios falam de Deus sim, mas seu coração está pensando no deus “que fizestes para vós mesmos” (v. 26). Muitos carregam os utensílios de Deus (falando para hoje, isto é, Seus dons), mas usam-nos para adorar aos deuses desta geração, o deus da riqueza, da saúde, da escultura física, do status social, enfim, porém, ninguém hoje engana a Deus também.

O que Deus requer de nós é um louvor como nos é dito em Hebreus 13.15: “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (NVI). Um louvor por meio de Jesus (não diretamente de nós); um louvor contínuo (não somente nas horas boas); um louvor de sacrifício (isto é, de entrega de tudo a Deus); e um louvor de quem já confessou o nome de Cristo como Senhor de sua vida!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0508 - BASE SIMPLES E INAMOVÍVEL DO EVANGELHO

 


Mas ele não está aqui; já foi ressuscitado, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele foi posto” (Mt 28.6 – NTLH).


A religião cristã, caso fosse possível, seria a religião mais fácil de ser desmascarada. O fundamento de todo evangelho para que ele permaneça firme ou não é um evento histórico. Ele não é como outras religiões, que se escondem sob as máscaras de supostas visões, revelações, sonhos ou coisas subjetivas que ninguém pode comprovar ou negar. As demais religiões são fundamentadas ou em conceitos morais, ensinos de natureza ética, ou revelações, sonhos, ou visões de seus profetas. Mas não o Cristianismo. Ele foi construído em cima de fatos.

Claro que a base simples do evangelho não quer dizer que seja um fato banal, corriqueiro, mas ainda é um fato. Este fato é a ressurreição de Jesus. Certamente, é algo bem inédito e anormal, mas é uma realidade histórica. O fato de ser algo extraordinário não significa que não pudesse ser contestado. Aliás, há muita coisa dita extraordinária até hoje que são coisas facilmente contestadas e desmascaradas. Entretanto, a ressurreição de Jesus nunca pôde ser.

Os guardas que vigiavam o túmulo de Jesus presenciaram estupefatos o momento da ressurreição ou, pelo menos, o momento da chegada do anjo para remover a pedra (lembrando que Jesus não precisou do anjo remover a pedra para que Ele ressuscitasse). A remoção da pedra pode ter sido feita após a ressurreição de Jesus, não sabemos; no entanto, os guardas que ali vigiavam “tremeram de medo do anjo e ficaram como mortos” (v. 4).

Incrivelmente, a primeira tentativa de fazer desacreditado esse fato foi o que os principais sacerdotes disseram aos guardas. “Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema. Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje” (vs. 13-15 – NTLH).

Todavia, nem mesmo naquela época, ninguém jamais pôde mostrar onde estava o corpo de Jesus. Certamente, os discípulos, medrosos como eram, jamais teriam encarado uma guarnição de soldados armados para tentarem roubar o corpo de Jesus. Logo eles, que fugiram na noite em que Jesus foi preso... Porém, os mesmos discípulos apareceram mais tarde, cheios de coragem, anunciando (e denunciando) aos judeus que o Jesus que eles haviam matado, Deus O havia ressuscitado dentre os mortos! As autoridades só podiam ouvir aquilo e nada podiam fazer, pois o túmulo estava vazio!

Isso só pode ser porque eles realmente tiveram um verdadeiro encontro com o Jesus redivivo. Eles não seriam capazes de deixar que os matassem, caso realmente eles tivessem roubado o corpo. E, de um estranho modo, esse mesmo Jesus Se encontra com muitas pessoas no mundo desde então e os transforma em pessoas cujas vidas se revelam metamórficas, tornando-se inegável que a base do Cristianismo é simples, porém inamovível!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0507 - DA LAMA PARA A ROCHA!

 


Tirou-me de um poço de desespero, de um atoleiro de lama. Pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos” (Sl 40.2 – NVT).


A condição natural na qual nascem todos os seres humanos, espiritualmente falando, é uma situação de desespero, de um verdadeiro atoleiro de lama, como diz Davi neste salmo. Não é que seus pés estejam atolados de modo que, por mais que se esforcem, eles não conseguem sair, se fosse isso já seria horrível; a questão é ainda pior. Os homens estão completamente submersos na lama e não podem ter força nem desejo para sair dali.

É claro que um descrente não entende essa situação espiritual deplorável em que se encontra desde seu nascimento. Mas um grande problema que temos em nossas igrejas é que crentes ainda pensam e dizem que o pecador pode sim desejar e até se esforçar para sair desta condição. Isto é radicalmente contra o que a Bíblia ensina e ainda gera três problemas.

Primeiro, isso produz falsas conversões. Os ímpios que ouvem esta afirmação começam a se esforçar e muitos deles chegam mesmo a estar entre os crentes, se dizem convertidos e acabam pensando que seu esforço contribuiu com Deus para sua salvação. Em outras palavras, Deus não poderia salvá-los sozinho, precisou de sua ajuda.

Segundo, essa ideia cria nos demais pecadores que não conseguiram juntar-se aos crentes uma sensação de inferioridade em relação aos que dizem que conseguiram. Enquanto que de um lado se produz orgulho no coração de um pecador que se diz arrependido (o que é uma contradição, pois um arrependido teria que se arrepender também de seu orgulho), por outro se produz uma falsa humilhação nos pecadores que não se arrependeram. Não é à toa que vemos muitos crentes orgulhosos, porque pensam que sua salvação dependeu de seu esforço (se é que são realmente salvos).

Terceiro, ela provoca no pecador uma falsa expectativa. Uma vez que depende deles, então, eles podem se converter quando quiserem. Esse pensamento leva os homens a uma esperança de salvação sempre nos seus últimos instantes de vida, como o ex-ladrão na cruz.

Todavia, o que deveria ser pregado e anunciado ao pecador é que ele está atolado na lama do pecado por completo. Não são só seus pés, não é somente até o pescoço, mas completamente afundado! Sua situação é irreversível e ele nada pode fazer (nem querer) quanto a isso! Porém, Deus enviou Seu Filho para descer até essa lama! Foi Ele quem nos tirou daí! Sem Seu poder, teríamos perecido eternamente em nossos pecados.

O que deveria ser anunciado é que o Filho de Deus viveu 33 anos nessa lama como nós, mas sem Se sujar com ela. Que quando Ele foi para a cruz em nosso lugar, ali sim, caiu sobre Ele toda a nossa sujeira! Para que Ele nos tirasse da lama e nos colocasse sobre uma rocha, custou Sua própria vida! Ele carregou nossa lama para que nós ficássemos limpos. Se hoje nossos passos estão firmes, se hoje estamos sobre a Rocha de Sua Palavra, não foi porque nós quisemos nem porque nos esforçamos. Mas porque Ele veio até nós, sobre Ele foi jogada nossa sujeira e pela fé nEle hoje estamos limpos, vivos e firmes!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0506 - A ESPADA INCANSÁVEL DE DEUS

 


Ó tu, espada do SENHOR, até quando não descansarás?” (Jr 47.6 – KJF).


Os homens zombam da paciência de Deus, escarnecem de Sua bondade e cospem contra o Criador num desprezo de Sua existência. Porém, quando a espada de Deus começa a se movimentar, os ímpios prontamente gritam de raiva e revolta. Não há arrependimento, não há temor, o que existe nos seus corações é apenas um acúmulo de pecado, do pouco caso ao ódio contra Deus. Se Deus não os pune, eles aumentam seus pecados; se vem a punição, eles se insurgem.

O clamor é para que a espada de Deus vá descansar. Todavia, não é porque eles se arrependeram. Os transgressores desejam a ausência da espada apenas para que fiquem sem limites em suas transgressões. O que eles querem, na verdade, é que a espada refulgente saia dos portões do Éden para que eles voltem lá e comam do melhor de Deus, porém em pecado!

Quando pensamos que os ímpios rejeitam o julgamento de Deus, por considerarem-no extrapolado e além do que é justo, não devemos pensar que eles aceitam o amor de Deus. Do mesmo jeito que eles acusam o juízo de Deus de ir além da justiça, eles também trazem o amor de Deus para aquém do que é santo. Os ímpios confundem o amor de Deus com permissividade e Sua justiça com intolerância.

Entretanto, a espada de Deus não vai descansar. Aliás, desde o que o homem fez no Éden, essa espada não descansa. Ela revolvia o jardim para protegê-lo da rebeldia humana; ela foi usada contra a humanidade quando a destruiu no dilúvio; ela tomou Sodoma, Gomorra e mais algumas cidades ao redor como exemplo para as demais nações; a espada de Deus já ficou na mão dos israelitas para que expulsassem as nações cananeias por conta de seus pecados; a mesma espada, porém, foi usada por nações que vinham do “norte” para punir o próprio povo de Deus; enfim, a espada de Deus nunca descansou.

Porém, houve um dia no qual a espada incansável de Deus feriu o Seu próprio Filho! A espada de Deus se ergueu contra Seu Pastor e o feriu (Zc 13.7)! Foi quando ela traspassou a Jesus naquele madeiro sangrento do Gólgota! Alguns poderiam gritar, como disse Jeremias: “Acomoda-te em tua bainha, descansa, e aquieta-te” (v. 6). Mas a resposta seria como a do v. 7: “Como pode estar quieta, visto que o SENHOR lhe deu uma ordem”? De fato, Deus determinou o sofrimento e morte de Seu Filho, como podemos ler em At 4.27,28. Mas fez isso por amor daqueles que haveria de salvar (Rm 5.8)!

Porém, mais ainda, a espada incansável de Deus será usada para todo sempre no lago de fogo. Ela será instrumento de justiça sobre todo aquele que não creu no nome do Filho de Deus. Ali, os ímpios chorarão de dor sem fim, mas continuarão rangendo seus dentes contra o Filho de Deus (Mt 8.12; 13.50; 24.51). Eles não compreenderam Seu amor e o rejeitaram, tentaram fazê-lo tolerante; agora que compreenderão a Sua ira, rilharão os dentes em plena e inútil revolta, sabendo que ela é justa e santa!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 04/04

 


E, imediatamente, Saul caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel” (1Sm 28.20).


Já vimos que não houve fraude nem manifestação maligna na consulta de Saul ante a feiticeira. Aliás, todos ali ficaram boquiabertos com o que estava acontecendo. Algo totalmente fora do controle de todos estava ocorrendo e apenas uma mensagem ecoava naquela sala fria e escura, a mensagem de Samuel!

Devemos observar o que diz o texto sagrado e ser respeitosos com ele. Se cremos que a Bíblia é inspirada por Deus e, por isso mesmo inerrante, o que é que diz a narrativa? Observe os vs. 15,16 e 20. O texto inspirado diz que foi Samuel quem conversou com Saul. O tempo todo está escrito assim: “E disse Samuel”, etc. Em nenhum momento se diz que quem falou foi um espírito! Tudo bem que se fosse Saul ou a feiticeira, ou até mesmo os homens de Saul dizendo que era Samuel, poderíamos desconsiderar, pois o que os homens e demônios dizem na Bíblia está passível de erro. Todavia, esta frase veio do escritor inspirado! Impossível haver erro...

Veja, por exemplo, o v. 20: “E, imediatamente, Saul caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel”. Não diz das palavras de um espírito, etc., mas de Samuel! Negar isto é negar a inspiração do autor bíblico. Além disso, como já vimos, a totalidade da fala de Samuel a Saul é idêntica à forma e ao conteúdo do que o profeta dizia ao rei enquanto em vida.

Finalizo, dizendo que não há poder em nenhuma necromante para fazer vir alguém dos mortos, quem quer que seja. Todas as consultas mediúnicas são malignas, são pecado e os demônios realmente se disfarçam nas maneiras das pessoas mortas para enganar, mas só dizem palavras de mentira. O que aconteceu no episódio de Saul e a feiticeira foi algo ineditamente vindo de Deus, uma raríssima exceção! Houve uma permissão de Deus para que o espírito do profeta viesse e decretasse o destino de Saul.

Deus humilhou os demônios com este evento único, mostrando que Ele tem poder sobre os espíritos; humilhou a necromante, tornando-a impotente para conduzir a sessão, mostrando que era Ele quem “dava as cartas”; humilhou Saul, mostrando para ele que todo lugar onde ele não havia encontrado resposta era realmente sinal do abandono divino sobre sua vida e que neste lugar de consultas, Deus o respondeu para humilhá-lo ainda mais, mostrando que seu fim seria semelhante ao daqueles que desobedeciam Sua lei, procurando necromantes!

Deus reprova desde sempre a consulta aos mortos! Em todas elas, o que ali aparece são espíritos malignos enganadores seduzindo os consulentes a voltarem lá até se emaranharem por completo. Mas na história de Saul e da feiticeira foi realmente Samuel, não por invocação, mas por ordenação de Deus, humilhando a todos ali naquela sala, algo único e irrepetível, mostrando também para nós o triste fim dos que rejeitam a Deus – que é ser rejeitados por Ele!

“Quando vos disserem: Consultai os que consultam os mortos e os feiticeiros, que sussurram e murmuram, respondei: Por acaso um povo não consultará o seu Deus? Em favor dos vivos se buscarão os mortos? À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem conforme esta palavra, nunca verão raiar o amanhecer” (Is 8.19,20).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 03/04

 

Samuel disse a Saul: Por que me desinquietaste, fazendo-me subir? (1Sm 28.15).


Estamos prontos para continuar nosso argumento de que não foi um espírito maligno que apareceu naquela noite para Saul. A frase dita “fazendo-me subir” nada tem que ver com o céu ou com o inferno, visto que não há nenhum demônio no inferno. A questão é que o estado dos mortos sempre era visto como o mundo inferior (heb. Sheol).

Como já observamos, um demônio teria mentido, de forma a comprometer a mensagem, no entanto, o que se alega que ele mentiu, ainda que tivesse mentido, não comprometeria a mensagem. Mas, como estamos vendo, nada até agora foi mentira. Nem mesmo estas pequenas coisas insignificantes, como os filhos de guerra que deveriam morrer, um dia a mais ou a menos em que eles morreriam, etc. A mensagem foi dura, foi idêntica ao que Samuel dizia a Saul enquanto estava vivo e se cumpriu cabalmente.

Outra questão que se tem colocado contra o espírito é que ele disse a Saul: “Tu e teus filhos estareis comigo” (v. 19). Sabemos que Samuel foi salvo e Saul não. Como então, poderia esta palavra ser verdadeira, visto que foram para lugares ou estados diferentes? O que Samuel está dizendo aqui nada tem a ver com salvação ou condenação, aliás, doutrina essa pouquíssimo dita nas páginas do AT. O que o espírito falou aqui foi que Saul e seus filhos estariam com ele no estado de morte, fora da vida física.

Um demônio, sem dúvida alguma, não censuraria Saul por ter se rebelado contra Deus. Ao contrário, o encorajaria a continuar com sua prática pecaminosa. Um espírito que se manifesta em necromancia não vem esculachando o consulente. Sempre diz palavras mansas e dizendo que está tudo bem! Portanto, esse texto não serve de base para os espíritas alegarem que sua prática necromante ao menos funcione. Não funciona, porque ali, na sessão espírita, o que acontece é engano, fraude da parte dos espíritos imundos. Mas não é este o caso aqui.

Alguns ainda usam o texto de 1Cr 10.13: Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar. Mas veja que o texto não diz que ele morreu  porque buscou a necromante. Por isso também, mas não só. Além disso, o fato de ter ele ido contra a lei de Deus não nega a aparição de Samuel.

O que aplicamos na reflexão de hoje é que o preço da desobediência e rebelião ao Senhor é algo que custa muito caro. No início de seu reinado, Saul já ouvira de Samuel que rebelião é feitiçaria (15.23). E, de fato, foi o que Saul buscou ao final de sua vida. Já vimos casos de pessoas que decaíram de seu ambiente de igreja, foram para o mundo e, posteriormente, foram humilhadas, consultando a Satanás e o servindo. Embora tenha sido o que Saul buscou, o Senhor não deixou que demônios viessem enganá-lo. A resposta de Deus foi pior do que se a necromancia tivesse dado certo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 02/04

 


E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então, a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra” (1Sm 28.13).


Então será que foi um demônio se passando por Samuel? Também não pode ser pelos seguintes motivos: Primeiro, porque ela não entendia ao certo o que via, a princípio. Ela chegou a dizer que via “deuses” subindo da terra. A palavra elohim carrega vários sentidos no AT. Anjos, deuses, sacerdotes, o próprio Deus, etc. À medida que Samuel se aproximava, ela o distinguiu melhor e disse que via um ancião envolto em uma capa (v. 14). Obviamente, se fosse um demônio, ela já teria reconhecido e Saul o dispensaria, pedindo para que viesse Samuel.

Segundo, porque a intenção de um espírito que vem numa sessão mediúnica é apenas de enganar. E não vemos nenhuma palavra de engano ali para Saul, ao contrário, suas palavras foram tão duras que Saul chegou a cair por terra sem forças (v. 20). Alguns alegam que o espírito errou ao dizer que Saul e seus filhos morreriam no outro dia. Mas mesmo que isso fosse mentira (o que não é), um demônio estaria preocupado em mentir sobre o dia da morte? Como é próprio dos demônios, ele mentiria em algo mais grave, que comprometesse a mensagem.

Na verdade, o livro de Samuel (e muitos outros na Bíblia) não está necessariamente em uma sequência linear. Muitas coisas dos próximos capítulos (29 – 31) aconteceram simultaneamente, ou até mesmo o autor volta alguns dias para explicar o que tinha ocorrido antes. O Rabi Yohanan Aharoni e outros três que comentaram o Atlas Bíblico, dizem que o autor passa de evento para evento para manter um registro das atividades de Saul e Davi.

Um resumo, por exemplo: os filisteus chegaram a Suném num dia (28.4); Davi estava com eles (29.11); Saul os viu (28.5); decidiu visitar a feiticeira na noite do mesmo dia (28.5-8); retornou para o acampamento naquele mesma noite (28.25); Davi desiste da batalha na madrugada do outro dia (29.11a); os filisteus subiram a Jezreel para dar início à batalha contra os israelitas neste mesmo dia (29.11b; 31.1-7) e foi neste mesmo dia, no final do dia, que Saul morreu. Três dias depois de desistir da batalha é que Davi vê sua cidade saqueada (30.1).

Outro fato contestado seria a morte dos filhos de Saul. Alguns alegam que o espírito disse que todos eles morreriam. Mas não é isso que lemos no texto bíblico. O espírito apenas disse “tu e teus filhos” (v. 19) e não “todos os teus filhos”. Sabemos que Isbosete ficou vivo e foi rei em lugar de Saul. De fato, um espírito maligno não diria palavras de terror e que realmente foram verdadeiras a Saul, ao contrário, tentaria enganá-lo, mas não foi o que aconteceu.

Veremos mais argumentos para mostrar que não foi um espírito maligno que apareceu para Saul ali naquela noite. Por enquanto, que nos sirva isto de lição: Satanás é o pai da mentira e homicida desde o princípio (Jo 8.44). Nele não há verdade e nela não se firma, disse Jesus. Um cristão, obviamente não deve buscar consulta a mortos, isso foi atitude de um homem completamente desesperado e desamparado por Deus. Nós temos a luz e não buscamos nos comunicar com as obras das trevas (Ef 5.11).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 5 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 01/04

 


Então, disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte” (1Sm 28.7).


Tendo o Espírito de Deus abandonado a Saul e o rejeitado como rei sobre Israel, Saul se viu apertado em uma batalha contra os filisteus, seus arquirrivais, e resolveu consultar ao Senhor sobre esta guerra. Como Deus já o havia abandonado, não o respondeu por nenhum dos meios convencionais. Nem por sonhos, nem por Urim (pedra que lançava sorte para saber a vontade do Senhor) nem por profetas.

Em uma busca desesperadora por alguma resposta, Saul buscou uma feiticeira, a qual foi encontrada em En-Dor, uma cidade perto do monte Tabor, a nordeste de Suném. Escondida, a mulher mostrou seu medo do decreto do próprio Saul, que havia mandado matar todas as necromantes de Israel no início de seu reinado. Mas o rei, disfarçado, lhe jurara que nada lhe aconteceria, apenas queria que ela fizesse subir alguém.

Há diferentes interpretações para esse texto. O fato é que alguém realmente apareceu ali. Porém alguns dizem que foi um espírito maligno, se passando por Samuel, outros dizem que houve uma prática necromante que deu resultado, outros dizem que foi uma possessão, que o espírito falou através dela, mas vejamos aqui uma quarta posição. Primeiro, não foi uma prática de consulta a mortos. No v. 11, quando a mulher pergunta a Saul quem ele queria que fosse invocado, ele responde que queria falar com Samuel.

Porém, no v. 12, lemos que Samuel aparece sem ser chamado! Portanto, está descartada a invocação de mortos por dois motivos: Primeiro, porque a mulher não invocou a Samuel. Aliás, ela gritou em alta voz! Ela não esperava que aquilo fosse acontecer. E o texto diz que ela viu a Samuel. Se fosse uma sessão espírita enganadora, ela não teria se assustado, visto que era acostumada a enganar as pessoas. Segundo, porque sabemos que mortos não voltam. No máximo, aquilo seria um espírito maligno tentando enganar a todos os presentes naquela sessão mal sucedida.

Desde a lei de Moisés, Deus sempre condenou a prática da consulta a mortos (Êx 22.18; Lv 19.31; Dt 18.10,11; Is 8.19,20). Sua sentença era a morte, coisa que Saul sentenciou no início de seu reinado (v. 3). Porém, agora abandonado, ele procura aquilo mesmo que havia tentado destruir. Porém, o fato de Deus condenar tal prática, não significa que ela funcione. Na verdade, todos os crentes sabem que mortos não voltam – nem mesmo por invocação ou sessão espírita (Hb 9.27)!

Então, se não foi uma invocação que deu certo, será que foi um espírito maligno que veio àquele lugar? Isto é o que veremos na próxima reflexão. Por enquanto, devemos pensar muito profundamente quão terrível é a vida daquela pessoa a quem Deus abandona. Os homens empinam o nariz e abandonam a Deus hoje. Mas o dia em que Deus os abandonar, aí não haverá mais recuperação! Esta foi a situação final de Saul em sua vida física, mas o final eterno dele e de todos que assim procedem será muito pior!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0505 - O REINO DE DEUS NÃO É DO TAMANHO DA NOSSA MENTE

 


Disse João: Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos. Não o impeçam, disse Jesus, pois quem não é contra vocês, é a favor de vocês” (Lc 9.49,50 – NVI).


Antes de João citar esse fato para Jesus, estava ocorrendo uma discussão entre os doze para saber qual deles seria o maior (v. 46). Jesus tomou uma criança e a colocou entre eles, dizendo: “Quem recebe esta criança em meu nome está me recebendo; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior” (vs. 47,48).

Essa resposta de Jesus deslocou os apóstolos de forma intensa! É normal os homens quererem grandeza. Mas no reino de Deus as coisas não são medidas pelos padrões mundanos e pecaminosos. O fato de Jesus ter apanhado uma criança para dar aquela lição a Seus discípulos não quer dizer que a criança seja salva só porque é criança. Ele a usou como metáfora, para mostrar a realidade espiritual compatível. Em outras palavras, uma criança dessa não se orgulha nem briga por grandeza. Assim vocês têm que ser no aspecto do reino de Deus.

O que encontramos hoje são pessoas que estão no reino de Deus, mas nada têm a ver com crianças. Jesus não está falando de inocência, pois ninguém é inocente. Todos pecaram, diz o apóstolo Paulo (Rm 3.23) e Davi diz que em pecado foi concebido por sua mãe (Sl 51.5), atestando a pecaminosidade humana inata. Jesus está falando de dependência e humildade. As crianças dependem por completo de pessoas mais velhas e elas não brigam por poder e posição. Pessoas arrogantes e independentes não podem fazer parte do reino de Deus.

Por outro lado, há pessoas que parecem ser humildes, parecem ser dependentes. Jesus não diz que se uma pessoa se parecer humilde herdará o reino de Deus. Ela tem que ser humilde para herdar. A falsa humildade é tão desprezível para Deus quanto a arrogância. Ações de humildade não dizem nada sobre a sua essência. Alguém pode ser humilde na aparência e terrivelmente orgulhosa no coração. E Deus conhece isto.

Foi por isso que João disse a Jesus que ele e mais um ou alguns discípulos proibiram o homem que encontraram expulsando demônios em nome de Jesus. O Senhor havia dito que deveriam receber os pequeninos em Seu nome. Agora João diz que proibiu um indivíduo que usava o nome de Jesus para praticar o exorcismo. O que Jesus haveria de dizer quanto a isso? João estaria certo? Tudo bem receber uma criança em nome de Jesus, mas um marmanjo que usava Seu nome para expulsar espíritos malignos?

Eis aí, diz o Senhor, este homem é uma criança, ele é para ser recebido em meu nome. Pois a razão de João condená-lo era porque o tal homem “não era um dos nossos”. Jesus diz não! Ele é sim, pois se não é contra, então é a favor. Ele faz por aí o que vocês fazem por aqui. Ele não é apóstolo, mas crê em mim. Ele ainda é uma criança e vocês não devem desprezá-lo. Agora você entende João, o que é ser o maior no reino de Deus? Não reduza o reino de Deus ao tamanho de sua mente.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0504 - OVELHAS DESVIADAS, PASTORES DESVIADORES

 


Meu povo tem sido ovelhas perdidas. Seus pastores as têm extraviado, eles as desviaram sobre os montes. Eles vão do monte para a colina, eles esqueceram o seu lugar de descanso” (Jr 50.6 – BKJ 1611).


Quando olhamos para muitas igrejas em nossos dias contemplamos quantas pessoas têm estado perdidas. Espiritualmente falando, são pessoas cegas, estão na mais preocupante escuridão, ainda que tenham o nome de igreja, de povo de Deus, todavia, o que deveria ser um povo que ilumina, anda em trevas.

É preocupante também o que isto acarretará. A consequência natural dessa desorientação generalizada que estamos testemunhando muitas igrejas passarem, é que os cegos que ali estão, vão achar que aquilo que ouvem e vivem é realmente o evangelho. Nós sabemos que não é, mas eles acham que sim e ninguém os convence do contrário. Porém, isto é culpa de quem?

O texto lido nos diz que primeiro é culpa do próprio povo. Eles é que são ovelhas perdidas. Quem não sabe para onde vai, pouca diferença faz o caminho pelo qual percorre. Se não se sabe nem aonde se quer chegar, por que se preocupar se a estrada é correta? Aliás, para esse povo, não existe estrada correta. Desde que você seja sincero, Deus te aceitará. Para começar, eles nem sabem o que é sinceridade; e depois, nada entendem sobre a aceitação de Deus. Estão perdidos, eles se perderam como ovelhas.

Segundo, Deus diz que seus pastores fizeram o povo errar. Eles as desviaram sobre os montes. Que lástima isso! Aqueles que deveriam ter a direção, o senso norteador do caminho, são aqui acusados por Deus de fazerem o povo se desviar! E até hoje isso é uma triste realidade. O que vemos é um povo cego guiado por pastores cegos. Jesus disse que quando isso acontece, não é só um deles que cai no barranco. Ambos caem (Mt 15.14). Não se pode justificar nem um nem outro. O povo segue os enganadores porque gostam do seu engano.

O versículo termina dizendo que eles esqueceram o seu lugar de descanso. Não é que eles não sabiam. Eles sabiam, mas se esqueceram. No entanto, aqueles que são verdadeiramente ovelhas do Senhor, o próprio Senhor, que é o Pastor, lhes trará de volta. O v. 19 diz assim: “E, eu trarei Israel novamente para sua habitação, e ele alimentar-se-á em Carmelo e em Basã, e a sua alma estará satisfeita sobre o monte Efraim e Gileade”.

Graças a Deus, temos um presente, o Bom Pastor que é Jesus (Jo 10.11). Os que a Ele seguem ouvem a Sua voz e não do estranho (vs. 4,5), não andam em trevas (Jo 8.12). Suas ovelhas são realmente curadas de suas feridas do pecado. Veja como finaliza a palavra no v. 20: “Naqueles dias, e naquele tempo, diz o SENHOR, a iniquidade de Israel será procurada, e nenhuma será achada. E os pecados de Judá, não mais serão encontrados, porque perdoarei aqueles que restarem”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson