quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0521 - O QUE LIVRA O HOMEM DO DINHEIRO, SEXO E PODER

 


“Quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus… e disseres: Porei sobre mim um rei… Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus… Porém ele não multiplicará para si cavalos… Tampouco para si multiplicará mulheres… nem prata nem ouro multiplicará muito para si” (Dt 17.14-17).


Na lei de Moisés, Deus fez um anúncio de que o povo de Israel realmente iria fazer uma opção por um sistema de governo semelhante ao das nações a seu redor. Deus, como onisciente que é, estabeleceu então as regras para quando esse fato viesse acontecer. Mais tarde, na época de Samuel, de fato, o povo de Israel desejou ter um rei sobre si, assim como as demais nações o tinham (1Sm 8.5).

Dentre os mandamentos para que Israel fosse governado por um rei, havia os negativos e os positivos, isto é, os mandamentos que proibiam coisas para o rei (os negativos) e os mandamentos que ordenavam preceitos para o rei (os positivos). Dentre os mandamentos negativos destacamos três que revelam de modo resumido, mas profundo, como é o coração humano. São eles: dinheiro, sexo e poder!

O primeiro era sobre poder e proibia o rei de multiplicar para si cavalos. Naquela época, o cavalo simbolizava força de guerra, um aparelhamento invencível nas batalhas. Nações que treinavam seus cavalos para os combates eram nações temidas perante seus inimigos! Por isso Davi dizia no seu cântico: “Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus” (Sl 20.7). Portanto, a proibição de Deus aqui, visava afastar o homem da sede de poder.

O segundo era sobre sexo e proibia o rei de multiplicar para si mulheres. Este é outro ponto fraco do homem, que já destruiu reinos, famílias e pessoas – o sexo. Assim como o poder envenena o coração do homem, assim também o sexo o faz. O poder lhe dá a sensação de domínio sobre outros homens e o sexo lhe dá a sensação de domínio sobre mulheres.

O terceiro era sobre dinheiro e proibia o rei de multiplicar para si prata e ouro. A riqueza é outra flecha que cega os olhos do raciocínio humano. A sensação aqui é de domínio sobre o mundo, sobre tudo, o homem se sente um deus! Um homem dominado pela ambição das riquezas é um idólatra (Paulo chama a avareza de idolatria – Ef 5.5; Cl 3.5).

Porém, entre os mandamentos positivos destacamos apenas um, que é essencial! O rei deveria ter uma cópia do livro da lei de Deus (v. 18). Mas não bastava ter uma cópia. Ela devia estar com ele e o rei devia ler o livro todos os dias da sua vida! E a razão era para que aprendesse a temer ao Senhor, guardar Seus mandamentos e os cumprir (v. 19), era também para que seu coração não se exaltasse sobre seus irmãos e nem se apartasse do mandamento do Senhor (v. 20)!

Fica claro, portanto, que nada pode livrar o homem das três piores armadilhas do pecado, dinheiro, sexo e poder, a não ser a bendita e poderosa Palavra de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0520 - POR QUE DEUS CHAMOU SEU FILHO DO EGITO

 


“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” (Os 11.1).


A nação de Israel foi gerada dentro da terra do Egito. Os sete anos de fome vistos por Faraó em seu sonho levaram Jacó e sua família para habitar na terra do Egito, onde José já era governador. Foi ali que Israel, como nação, era ainda um menino. Foi ali que Deus o amou e o chamou. O chamado de Israel para fora do Egito representava o chamado da igreja para fora do mundo. Aliás, é isto que significa a raiz da palavra “igreja” no grego: chamados para fora.

É sobejamente conhecida a história de Israel, desde que saiu do Egito. Dali Deus tirou Seu povo com mão forte e poderosa, enviando dez pragas sobre os opressores, fazendo sair os filhos de Israel com grandes despojos, mostrando para eles um dos maiores milagres já registrados na história da terra, que foi abrir o Mar Vermelho, para que Seu povo o atravessasse a pé enxuto! Enfim, até fazer Israel entrar na terra prometida, Deus realizou milagres incomparáveis nas páginas do AT.

Entretanto, a queixa de Deus por meio do profeta Oseias era que Seu povo, não obstante todas estas coisas, sempre se afastava de seu Deus. Diz Deus no v. 2: “Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença”. Até que, por fim, Deus os entregou aos domínios assírios, conforme lemos no v. 5: “Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se”.

O apóstolo Mateus, ao narrar o episódio da fuga de José, marido de Maria, para o Egito, é lembrado pelo Espírito Santo desse texto de Oseias. Herodes havia sido enganado pelos magos, pois esperava que eles voltassem de Belém, dizendo exatamente onde o Menino Jesus estava. Como isso não aconteceu, esse rei mandou matar todas as crianças em Belém de dois anos para baixo, mas um anjo avisou a José para que fugisse com Maria e o Menino para o Egito.

Havendo este rei já morrido, um anjo avisa a José que já podia voltar para Israel. Assim, Mateus nos diz que se cumpriu a palavra do Senhor por meio de Oseias: “Do Egito chamei o meu Filho” (Mt 2.13-21). Então, pela segunda vez, Deus chama Seu Filho do Egito. A primeira, por meio de Israel, a segunda, por meio de Jesus.

Israel, chamado do Egito, passou pelas águas do batismo “assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés” (1Co 10.2). Cristo também, vindo do Egito, depois de adulto, foi batizado no Jordão, com respeito a toda justiça (Mt 3.15). Depois do batismo de Israel, o povo passou pelo deserto e foi derrotado pelas tentações e pelas serpentes (1Co 10.9). Cristo foi levado pelo Espírito ao deserto logo após Seu batismo e foi tentado pela antiga Serpente, que é o diabo. Porém, ao contrário de Israel, venceu o diabo esmagadoramente (Mt 4.1-11)!

Israel apresentava sacrifícios diante de Deus como expiação temporal por seus pecados. Cristo Se apresentou diante de Deus como sacrifício perfeito e obteve eterna redenção (Hb 9.12). Israel entrou na terra prometida tendo que lutar contra seus inimigos. Cristo entrou no Santo dos Santos, assentando-Se à destra de Deus, “aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés” (Hb 10.12,13). Foi por isso que Deus chamou outra vez Seu Filho do Egito.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0519 - A FLECHA DO "ACASO"

 


“Então um homem entesou o arco e, atirando ao acaso, atingiu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura. Então o rei Acabe disse ao condutor do seu carro: Dê a volta e leve-me para fora do combate, porque estou gravemente ferido. A batalha se intensificou naquele dia. Quanto ao rei de Israel, segurou-se em pé no carro de frente para os sírios, até a tarde. Mas, ao pôr do sol, morreu” (2Cr 18.33,34).


Geralmente, antes de saírem para suas guerras, os reis consultavam seus deuses ou oráculos, a fim de saberem qualquer previsão do resultado. No caso do rei Acabe, havia em seu palácio 400 profetas que respondiam de acordo com o que ele queria ouvir (v. 5). Desconfiado de tanto politicamente correto, Josafá pediu que consultassem mais um profeta. A resposta de Acabe foi: “Há um ainda, por meio de quem podemos consultar o Senhor. Mas eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau” (v. 7).

A questão não era que Micaías profetizava o que era mau; a questão era que Acabe era mau! Para um homem mau, toda Palavra do Senhor não será boa. E, como sabemos a história, enquanto 400 falsos profetas diziam que o rei Acabe venceria aquela batalha, apenas Micaías lhe informava de sua derrota fatal!

Agora vejamos como Deus trabalhou toda essa situação da morte de Acabe. Deus disse por meio de Seu profeta que o rei morreria naquela batalha. Desconfiado de que essa palavra pudesse ser verdadeira, Acabe se disfarçou; ele não foi vestido com seus aparatos reais para essa batalha (v. 29). Ele disse ao rei Josafá que fosse vestido como rei. Dessa forma, os inimigos começaram a caçar Josafá no meio da guerra (v. 31).

Quando o rei Josafá percebeu que estava em maus lençóis, clamou a Deus e o Senhor o socorreu, desviando dele os inimigos (v. 32). Agora, numa batalha intensa daquela, os inimigos de Israel não conseguiam mais distinguir quem era o rei para que o matassem. “Então um homem entesou o arco e, atirando ao acaso, atingiu o rei de Israel por entre as juntas da sua armadura” (v. 33). Eis a maneira como Deus trabalhou.

Aos olhos de todos, aquele arqueiro atirou ao acaso, mas Deus já havia determinado a forma pela qual aquele rei desobediente iria morrer! Foi o próprio Deus que guiou aquela flecha, de modo que ela fosse direcionada sobre o rei de Israel, passasse justamente pelas frestas de sua couraça e o ferisse mortalmente! Toda a trajetória daquela seta, seu corte entre os ventos da guerra, sua perda de velocidade, sua queda livre e a penetração na armadura de Acabe, tudo isso foi planejado por Deus para cumprir Sua Palavra!

Este é o grande engano dos homens. Eles pensam que podem burlar a morte. A morte nada mais é do que uma flecha na mão de Deus para pôr fim à vida de quem Ele desejar. Ninguém pode escapar disto. O que se chama de “acaso” é somente uma tentativa de fugir do decreto eterno de Deus. Somente se você confiar naquele que levou uma flechada em nosso lugar na cruz do Calvário é que você estará livre dos efeitos funestos e eternos da morte! Caso contrário, a flecha, não do acaso, mas da ira de Deus lhe acertará!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0518 - LEVANTEM AS MÃOS E FIRMEM OS JOELHOS!

 


E vocês se esqueceram da exortação que lhes é dirigida, como a filhos: “Filho meu, não despreze a correção que vem do Senhor, nem desanime quando você é repreendido por ele; porque o Senhor corrige a quem ama e castiga todo filho a quem aceita” (Hb 12.5,6 – NAA).


Sem dúvida alguma, uma das provas que Deus nos concede para que saibamos que somos Seus filhos é a habitação do Seu Espírito em nós, que nos leva a chamar Deus de Aba, Pai. Essa comunhão profunda que nos é concedida pelo Espírito Santo também vem acompanhada de uma certeza interna, que é o testemunho do Espírito de Deus ao nosso espírito, nos dizendo que somos filhos de Deus (Rm 8.16).

Mas existe outra maneira de Deus nos provar que somos Seus filhos. Esta maneira é quando Ele nos corrige. Obviamente essa não é uma maneira agradável de nos dizer que somos filhos de Deus e nem mesmo é a forma que muitos crentes hoje estão acostumados a ouvir sobre o assunto. O que se diz por aí é que a prova de que somos filhos de Deus é que Ele não deixa você sofrer, que as coisas vão dar certo na sua vida, pois afinal, Deus não deixaria um filho dEle envolvido em problemas, que você verá um novo amanhecer, um alvorecer de bênçãos, seja lá o que isso signifique.

Entretanto, quando Deus usa Sua Palavra como vara de correção, nós não somos prontos em aceitar. Esse método não é usual numa geração acostumada a ouvir que tudo é opressão, que corrigir traz marcas e traumas profundos na alma do filho, que não podemos constranger os filhos com qualquer que seja o tipo de correção, enfim, o método divino em nos provar que somos Seus filhos é um processo incômodo, doloroso e descabido para os nossos dias.

Todavia, esta é a forma pedagógica que nos modela em verdadeiros filhos e filhas à imagem de Jesus Cristo, que é o padrão pelo qual devemos ser aperfeiçoados. O Espírito Santo nos foi dado para nos amoldar a Cristo. Se rejeitamos a correção, então jamais iremos chegar à estatura de varão perfeito. E se não chegarmos a esse padrão, de modo algum podemos ser recebidos na glória. Sendo assim, a correção é uma bênção.

O autor aos Hebreus diz que “por isso”, ou seja, pelo fato de ser nossa obrigação gostar da correção de Deus, devemos levantar “as mãos cansadas” e fortalecer “os joelhos vacilantes” (v. 12). Observe quem é que vive com as mãos frouxas e com os joelhos desconjuntados, não é a nossa geração fraca? Essa geração “paulofreiriana”, que considera tudo um fardo, uma opressão, um constrangimento? Sim, para esta geração, levantar mãos cansadas é abuso de poder! Fortalecer joelhos trôpegos é opressão…

Como cristãos, filhos de Deus, devemos ter Cristo como modelo a ser alcançado. Claro que jamais chegaremos à Sua estatura aqui na terra, mas se ficarmos magoados com Sua correção, então estamos provando que não somos Seus filhos, ao contrário, somos filhos de uma pedagogia humanista, ateísta, frouxa e autocomiserada! Deus não tem filhos assim. Com Sua correção, Ele leva homens e mulheres a serem filhos aperfeiçoados para serem como o Filho mais velho, o Filho padrão por toda a eternidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 26 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0517 - COMO SABER QUAL É O VERDADEIRO DEUS!

 


Filhinhos, cuidado com os ídolos!” (1Jo 5.21).


Os ateus de hoje costumam fazer uma pergunta para os cristãos para tentar calá-los. Eles dizem: “Como você pode saber que o seu Deus é que é o verdadeiro e não o deus de outras religiões?” Esta pergunta revela as trevas nas quais não só o ateu está inserido, como também todos os religiosos e pagãos. Ironicamente, só o cristão não está em trevas sobre o assunto. Somente o cristão tem o conhecimento verdadeiro sobre Deus, ainda que não exaustivo, obviamente.

Se o ateu está no escuro quanto a isso, então ele depende de revelação para saber a resposta. O fato de alguém não saber qual é o Deus verdadeiro, não significa que Ele não exista. E o fato de alguém estar nas trevas sobre isso, não significa que todos estejam.

Quando Paulo pregou em Atenas o evangelho para os filósofos gregos, encontrou muitos altares erigidos para vários deuses, entre eles, um ao deus desconhecido. O senso religioso que todo ser humano tem, levava os gregos a adorar. Porém, as trevas do pecado não lhes permitiam conhecer o Deus verdadeiro, por isso fabricavam deuses para preencher essa necessidade. Essas duas verdades são inescapáveis. Todo homem tem necessidade de adorar e todo homem no pecado deturpa a adoração.

Os ateus zombam dessa conclusão e dizem que somente os fracos fazem para si um deus para adorar; eles, ao contrário, vivem muito bem, obrigado, sem deus algum, o que lhes dá um ar de superioridade aos demais homens. Porém, outra vez, o fato de eles negarem a Deus não os torna em nada melhores do que aqueles que falsificam o Deus verdadeiro, nem tampouco prova que o verdadeiro Deus não exista. Falsificar o verdadeiro Deus e negar Sua existência é a mesma coisa.

O problema é que o ateu também está adorando sua suposta inteligência ao negar o Deus verdadeiro. Ele continua como os idólatras que roubam a glória de Deus para os ídolos, só que ele rouba a glória do Deus verdadeiro para si mesmo. Mas com base em quê, ele faz isso? Ele diz que é porque não há evidências para a existência de Deus. Entretanto, alguém já disse que ausência de evidência não é evidência de ausência. Assim, se toda verdade precisa de evidência, então essa própria afirmação precisa de evidência para ser verdade.

Aí é que o fator decisivo a favor dos cristãos entra em cena. Os cristãos não inventaram um deus. O Deus cristão Se revelou. É diferente. As demais nações inventaram seus deuses porque todo ser humano tem necessidade disso, ainda que não admita. O próprio ateu, quando nega a existência de Deus, ele se sente como um deus que acha que derrotou a Deus. Isso é necessidade de Deus. Mas nas trevas do pecado, o homem jamais vai admitir o Deus verdadeiro, pois o pecado é contra Deus.

Então esta é a resposta. Os deuses dos povos foram fabricados, por isso são milhões, cada um parecido com a mente que lhes criou. Mas o Deus verdadeiro Se revelou. Nós não O especulamos, não O inventamos, não O criamos. Ele Se revelou em Sua Palavra e em Seu Filho Jesus Cristo. Por isso João diz: “Também sabemos que o Filho de Deus já veio e nos tem dado entendimento para reconhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20). Por isso é que ele nos manda tomar cuidado com os ídolos (v. 21).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0516 - O PRIVILÉGIO DE SERMOS FILHOS DE DEUS

 


Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15).


Existe um sentido no qual Deus é Pai de todos, a saber, o sentido criativo. Como Criador de todas as coisas, Ele é Pai de tudo e de todos. Porém, essa paternidade vista desse modo, só diz respeito ao domínio de Deus sobre tudo e o pertencimento a Ele de todas as coisas e seres. Nada diz acerca de relacionamento.

Quando se trata de relacionamento, as coisas são diferentes. Nem todo mundo é filho de Deus. Nem todas as pessoas foram ou serão adotadas em Sua família como filhos. O apóstolo João nos ensina que somente aqueles que receberam a Jesus, ou seja, os que creram no nome do Filho de Deus é que recebem o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.12). Essa é uma questão controversa para muita gente.

Primeiro para os judeus, que jamais chamaram Deus de Pai. Para eles, isso é uma afronta. Deus é apenas transcendente, inacessível, um pouco melhor que Alá apenas. Enquanto o deus muçulmano é tão distante, que não se pode ter um relacionamento com ele, o Deus Jeová é tido quase assim também pelos judeus. Seria uma prepotência chamá-lo de Av, “Pai”, em hebraico. Eles pensam que Deus tem um certo relacionamento, mas não a ponto de ser chamado de Pai.

O problema é que Jesus, ao ensinar a oração dominical, disse que podemos chamar Deus de Abba, que é “Pai” em aramaico, a língua babilônica que os judeus falavam na época de Jesus, desde que voltaram do cativeiro (Mt 6.9)! Para os judeus de Sua época isso foi uma loucura total! Se já seria blasfêmia chamar Deus de Av, que é “Pai” na língua sagrada, que era o hebraico, imagina chamá-lo de Abba, que é “Pai” na língua do cativeiro, que era o aramaico! Mas era exatamente isso que Jesus queria, que os filhos de Deus tivessem tal intimidade com Ele que O chamassem como se chama um pai popularmente!

Segundo, é uma questão controversa para os que não são judeus, pois todos acham que são filhos de Deus. Porém, como já vimos, somente os que recebem a Cristo é que podem receber este privilégio. De acordo com Jo 1.12,13, os que recebem a Cristo são os que nEle creem; os que nele creem são os que nascem de novo e este é o ponto nevrálgico: ninguém nasce de novo por sua própria vontade. Como em Jo 3.8 Jesus disse que “o vento assopra onde quer”, assim também o Espírito assopra a nova vida em quem Ele quer!

O Espírito é quem escolhe sobre quem Ele vai dar nova vida; então, tal pessoa ouve o evangelho, recebe o sopro do Espírito para entendê-lo, nascendo assim de novo, arrepende-se de seus pecados e crê em Cristo, é justificada de seus pecados e só então é trazida para a família de Deus, adotada como filha de Deus! Para garantir isso a tal pessoa, Deus lhe dá Seu próprio Espírito, que a leva a chamar Deus de Abba (Gl 4.6)!

O mundo não concorda com isso, mas é porque não conhece a Deus (1Jo 3.1). Mas não importa. “Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo 3.1b,2). Nesse dia, Deus provará para todos que somos Seus filhos, porque todos verão nossos corpos serem transformados na mesma glória em que o corpo de Jesus Cristo também foi!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0515 - DE ONDE VIERAM OS FALSOS PASTORES?

 


Porque eis que eu levantarei na terra um pastor que não cuidará das ovelhas que estão perecendo, não buscará a desgarrada, não curará a que foi ferida, nem apascentará a sã, mas comerá a carne das ovelhas gordas e arrancará até os cascos delas” (Zc 11.16).


O que os falsos pastores estão fazendo em nossos dias com a igreja de Jesus Cristo é uma aberração inaceitável. Apesar de ainda haver muitas pessoas que os seguem no escuro, pulam de um precipício por causa deles, tomam veneno, se suicidam por causa deles, pelo menos muitas outras estão abrindo os olhos para a realidade do engano que é característico deles. Mas como eles são sutis na arte de enganar, eles vão modificando os métodos e novamente atraindo multidões ao seu entorno. É incrível a capacidade que eles têm para iludir!

Mas a pergunta é: de onde vieram esses falsos pastores? Pelo menos quem tem a mente mais aberta para reconhecê-los, responderia de pronto que eles vieram do diabo. Entretanto, Deus está dizendo, por meio de Zacarias, que tais falsos pastores vêm de Deus! Espantoso isso! Mas é exatamente o que Deus diz: “eis que eu levantarei na terra um pastor que não cuidará das ovelhas”.

Não é novidade que Deus faça isso. Na época de Elias, havia um profeta chamado Micaías, que era um dos únicos profetas de Deus em Israel, quando Acabe e Jezabel eram reis. Deus revelou a Micaías que Deus mesmo enviara um espírito de mentira para entrar na boca dos falsos profetas, em quem o rei Acabe confiava, para enganá-lo acerca de tudo, inclusive sobre se ele seria vitorioso na guerra que custou sua vida (1Re 22.19-23)!

Isto acontece porque as pessoas gostam da mentira. Elas viram as costas para a verdade, então Deus lhes envia um espírito de mentira para que elas acreditem. Fizeram isso com o Filho de Deus. Ele era a luz que veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz (Jo 3.19). Mataram o Filho de Deus, portanto, Deus os entregou nas mãos do general Tito e seu pai, o imperador romano Vespasiano, os quais destruíram Jerusalém e milhões de judeus.

O apóstolo Paulo também disse que “é por este motivo que Deus lhes envia a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça” (2Ts 2.11,12). Sim, Deus já enviou vários falsos pastores para Israel como punição por ter este povo rejeitado o verdadeiro Pastor! Agora Deus tem enviado falsos pastores para as igrejas pelo mesmo motivo – muitos não querem mais saber da verdade!

E o último falso pastor que Deus enviará à terra será o anticristo! Ele será o pior de todos, embora os que o seguirão nem se aperceberão disso! Por terem rejeitado a Cristo, se satisfarão com o anticristo, ainda que ele lhes coma a carne e arranque até seus cascos! Somente tarde demais é que acordarão para a realidade de que não foi o diabo que lhes enviara os falsos pastores de quem eles tanto gostavam, mas foi o próprio Deus! Esse fim será muito mais catastrófico!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0514 - O LIVRINHO DE DUPLO SABOR

 


Peguei o livrinho da mão do anjo e o devorei. Na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo” (Ap 10.10).


O apóstolo João, com as visões que recebera sobre a história da igreja, suas perseguições e sobre a vitória final de Cristo sobre o mal, recebeu também a incumbência de escrever as visões e anunciá-las às igrejas da Ásia, escrito que chegou até nós.

Aqui no cap. 10, ele vê um anjo muito poderoso, rosto como o sol, pernas como colunas de fogo (v. 1). Ele tinha um livrinho e deu um grande grito, logo, sete trovões clamaram após seu grito, mas ele não deixou João escrever o que os trovões haviam gritado (v. 4). É o mistério que será revelado somente na volta de Cristo (v. 7), na sétima trombeta.

O apóstolo recebe uma ordem para pegar o livrinho da mão do anjo (v. 8). Quando ele pede o livrinho ao anjo, este lhe diz para comê-lo e que no seu estômago, o livro seria amargo, mas na sua boca seria doce como o mel (v. 9). O que isto quer dizer?

O livrinho representa as palavras da profecia que o apóstolo João tem ouvido e visto. Comê-lo significa que ele é o porta-voz, o que está recebendo a revelação inspirada, então nada poderá falhar. Ser doce à boca, significa tanto que as palavras são verdadeiras, como também que servem de consolo para os salvos (que sofriam terríveis perseguições na época). Ser amargo ao estômago quer dizer que o seu cumprimento era certo e também terrível para os ímpios, ou seja, julgamento sem compaixão!

Quando comparamos esta visão do apóstolo João com a missão que a igreja tem de pregar o evangelho, ainda que não tenhamos que anunciar com estes simbolismos que ele usa no livro, entendemos que o mesmo se dá conosco. O evangelho que anunciamos é doce porque proclama o perdão aos pecadores arrependidos, mas é amargo no estômago, isto é, no seu cumprimento para aqueles que não se arrependerem! Eles serão julgados sem clemência!

O apóstolo Paulo diz que o evangelho é cheiro de vida para os salvos e cheiro de morte para os perdidos (2Co 2.14-16). Ou seja, o mesmo evangelho que salva, também mata. Quando pregamos o evangelho, sentimos o doce sabor que ele tem porque já fomos alcançados pelo perdão de Deus; mas não podemos deixar de anunciar o sabor amargo que ele terá para os que rejeitam o perdão de Deus.

Muitos querem tornar o evangelho doce aos ouvintes. Mas eles devem saber que só será doce se houver arrependimento. Aliás, o evangelho só é boas-novas para quem reconhece que já está perdido! Se o pecador pensa que está tudo bem, ele só sentirá o amargo no dia final. E é exatamente isso que nós precisamos fazê-lo saber!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0513 - NINGUÉM É PREEMINENTE A CRISTO

 


“João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim” (Jo 1.15).


A preeminência de Cristo é uma prerrogativa de Sua eterna divindade. Jesus nunca começou a existir. Ele sempre existiu e Sua existência eterna era de um relacionamento de Filho para com Deus Pai. Como sabemos, entre pai e filho existe uma relação de herança. Jesus, como Filho, é o Herdeiro legítimo de Deus Pai. Sendo assim, Ele sempre teve e terá preeminência sobre todas as coisas e seres que foram criados. Isto é o que Paulo quis dizer quando chamou Cristo de “o Primogênito de toda criação” (Cl 1.15).

Ele começou uma existência em carne, quando assumiu nosso corpo físico e a natureza humana. Isso Ele não tinha na eternidade. Desde sempre Ele viveu como Deus Filho, mas então, Ele assumiu nossa humanidade e viveu Sua vida perfeita, como nós já conhecemos Sua história. Viveu como homem pela primeira vez, sem deixar de ser Deus, ainda que não usasse Seus privilégios divinos para benefício próprio. Depois de ressuscitado, permanece Deus sem deixar nunca mais de ser homem. Os teólogos antigos diziam: “Sem deixar de ser o que era, tornou-Se para sempre o que não era”.

João Batista reconheceu a divindade de Cristo e afirmou a primazia deste sobre si. Segundo os cálculos, João Batista era seis meses mais velho que Jesus; ele começara seu ministério profético um tempo antes de Jesus, provavelmente seis meses também. Normalmente, a prioridade no tempo indicava preeminência, mas a pré-existência de Jesus sobrepujou a precedência temporal de João. E o mais importante é que o profeta reconheceu isto humildemente!

Muitos ditos pregadores nem sequer conhecem a doutrina da preeminência de Cristo; jamais ouviram falar de Sua eternidade – são embaraçados diante de hereges de seitas que negam a divindade de Cristo; mal sabem o que significa “o Filho [ser] gerado eternamente do Pai, gerado, não criado” (Credo Atanasiano). A ignorância sobre o ser de Cristo produz pregadores fracos e muitos deles blasfemos, rebaixando Cristo e exaltando o homem.

João repetiu a fala no v. 30: “É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim”. Quem reconhece a primazia de Cristo se rebaixa. Como João, reconhece que não é digno sequer de desatar-Lhe as correias das sandálias (v. 27). Servos de Cristo não se colocam no nível de Cristo, antes se humilham e dizem: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (3.30).

João Batista, apesar de ainda viver no antigo pacto, tinha um conceito bem mais claro do que muitos crentes que estão na nova aliança. Devíamos aprender com este homem que ninguém é preeminente a Cristo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 19 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0512 - O GRANDE ERRO DA INDECISÃO



“Cheguem perto de Deus, e ele se chegará a vocês. Limpem as mãos, pecadores! E vocês que são indecisos, purifiquem o coração” (Tg 4.8 – NAA). 

Quando se trata das coisas relacionadas a Deus, o homem é sempre indeciso. Poucos há que decidem logo a favor ou contra Deus. A maioria fica numa corda bamba em relação à postura que deve tomar. Há pessoas que já têm a índole assim mesmo, indecisa; mas grande parte não fica nessa insegurança quando o assunto são as coisas do mundo. Ao contrário, parece ser mais rápida que o normal.

O pecado chama o indivíduo de forma urgente e a pessoa aceita porque acha que se não for logo irá perder uma grande oportunidade, ou uma grande alegria. Os homens são rápidos para atender ao convite do pecado porque tem tudo a ver com sua cobiça natural. Não lhes é exigido nada, nada precisam negar ou renunciar.

Já o convite divino é deixado sempre para depois, porque o homem logo percebe que no convite existe uma ordem que não lhe agrada, que ele deve renunciar ao que tem e, principalmente, ao que é. Ele até reconhece que aquela exigência é justa, mas é exatamente por isso que ele adia. Sabe que tem que se encontrar com Deus, mas pensa que pode deixar isso para depois.

O problema é que a pessoa não sabe que, no momento da indecisão, ela já está decidindo a não decidir pelo menos naquela hora! E o evangelho não deixa um centímetro de folga sobre isso. Uma vez que a pessoa ouve falar do evangelho, qualquer postura diante do que ouviu já é uma decisão! Seja a favor, contra, ou neutralidade (que não existe).

Jesus rejeitou qualquer pessoa que viesse segui-lo, mas que considerasse qualquer outra coisa mais importante ou urgente. Alguém, um dia, ao ser convidado pelo próprio Jesus para segui-lo, respondeu que primeiro queria enterrar seus pais. Não que seus pais tivessem morrido, mas que ele queria viver com seus pais até que morressem, para então seguir a Jesus. A resposta do Senhor foi a seguinte: “Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Você, porém, vá e anuncie o Reino de Deus” (Lc 9.60). Jesus estava dizendo que essas coisas, por mais importantes que sejam, não são mais importantes do que o Reino de Deus!

Qual tem sido nossa postura como crentes diante da decisão de servir ao Senhor? Enquanto muitos incrédulos ficam indecisos em relação a se entregarem a Cristo e tê-lo como Senhor, nós como crentes, muitas vezes ficamos indecisos com nossas obrigações quanto ao Reino do Senhor. Já estamos nele, já fomos regenerados, justificados, adotados como filhos de Deus, mas aquele velho sentimento chamado indecisão continua nos regendo e nos fazendo protelar muita coisa que já deveríamos ter feito!

É claro que o oposto da indecisão também é errado, que é a precipitação. Tem gente que, por achar os indecisos errados, se precipita achando que está agindo certo. É errado também. Mas veja como Paulo nos diz qual é o tempo que devemos nos decidir para Deus: Porque ele diz: No tempo aceitável escutei você e no dia da salvação eu o socorri. Eis agora o tempo oportuno! Eis agora o dia da salvação! (2Co 6.2).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0511 - SUBORNADORES DE DEUS

 


As riquezas não servem para nada no dia da ira, mas a justiça livra da morte” (Pv 11.4 – NAA).


Há um ditado entre aqueles que vivem em propinas e subornos, que diz que “todo mundo tem um preço”. É o mesmo que dizer que ninguém é invendável! Quem vive nesse meio corrupto acha que todo mundo cai em alguma oferta de suborno.

E, de fato, tem sido assim. Veja o que é dito no cap. 17.8, na NTLH: “Alguns pensam que, com dinheiro, podem comprar qualquer pessoa; acham que o suborno é uma coisa mágica”. Quem tem dinheiro e poder compra porque o desejo incontrolável da grande maioria é o dinheiro. É simplesmente uma oferta pela cobiça que já existe.

Vemos suborno nos tribunais, nas ofertas de emprego, na política, nas igrejas, nas escolas, nos esportes, enfim, em todos os tipos de relações humanas e sociais. O homem é, ao mesmo tempo, um ser social e um ser pecador, portanto, a sociedade onde ele está inserido sempre será corrupta. Ao contrário do que nos diz a moderna sociologia, não é o meio que contamina o homem. A Bíblia diz que é o contrário!

Porém, o sábio está nos dizendo aqui que haverá um dia em que as riquezas não valerão de nada absolutamente. Esse é o dia da ira, é o dia em que a ira de Deus se manifestará de forma plena e intensa. Esse dia é bem conhecido como o Dia do Juízo Final. Nesse dia, todos os bens que foram colocados em negociação, em ofertas e propinas, não valerão de nada, pois o que então estará em jogo será a alma do indivíduo! Como disse Jesus: “Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26b).

Deus é um Deus que não aceita suborno (Dt 10.17). Primeiro, porque tudo já pertence a Ele, portanto, não haverá nada que alguém possa oferecê-lo para que Ele aceite. Segundo, porque nada pode fazer Deus mudar de ideia, nem Se corromper, pois a essência de Sua natureza é a santidade, não pode ser contaminado pela cobiça. O que restará ao ímpio naquele dia é apenas sofrer a ira de Deus.

Mas o sábio Salomão diz também que “a justiça livra da morte”. Para sua época, ele estava dizendo que alguém justo não seria punido com a morte diante de um tribunal justo. Mas, pela visão futura, que seria mais bem explicada na nova aliança, sabemos que a justiça que livra da morte é a justiça de Cristo. Ele viveu uma vida toda justa diante de Deus e dos homens e, ao final, Se ofereceu como substituto daqueles que deveriam morrer e assim morreu no lugar deles.

Agora, Deus atribui a todo o que confia em Seu Filho, o status de justo. Por isso é que se diz: “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Isto não quer dizer que o crente vive sem trabalhar, que Deus vai sustentá-lo por milagre, não é isso. Paulo está dizendo que, por ter crido em Cristo, o homem é declarado justo e por isso viverá. Simplesmente isso. A vida eterna é concedida a todo o que crê no Filho de Deus! Somente assim a pessoa pode ser salva. Qualquer tentativa própria de se livrar no dia da ira é suborno e só aumentará a condenação!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0510 - O MAL E OS ATRIBUTOS DE DEUS

Se você pecar, em que isso afetará Deus? Mesmo que peque repetidamente, que efeito terá sobre ele? Se você for justo, isso será um grande presente para ele? O que você tem para lhe dar?” (Jó 35.6,7 – NVT).


Por ser Criador de todas as coisas, Deus é o único Ser não afetado por nada absolutamente. Como o próprio Eliú disse a Jó nesta passagem, “seus pecados só afetam gente como você; suas boas ações só afetam outros humanos” (v. 8). Deus não pode ser afetado pelo pecado de ninguém. Ao mesmo tempo, Ele também não pode ser surpreendido pela bondade de ninguém. Deus nada tem a perder quando o homem peca e nada ganha quando o homem faz algo bom.

Dentre os vários atributos que Deus quis revelar na Escritura a Seu próprio respeito a fim de que O conheçamos um pouco mais, um desses atributos é a transcendência. Deus não pode ser atingido por nada absolutamente. Outra qualidade própria de Deus é a onisciência. Deus já sabia que o pecado haveria de entrar no mundo e isso não poderia afetá-lo em nada, pois se tivesse de atingi-lo, quando tal conhecimento O teria perturbado, uma vez que Ele conhece o fim desde o princípio? Portanto, dizer que Deus fica perturbado com o mal é o mesmo que dizer que Ele viveu toda a eternidade perturbado, ainda vive assim e assim será um eterno perturbado, pois tem conhecimento do mal desde sempre e para sempre.

Ainda mais um atributo divino é Sua soberania. Deus decreta todas as coisas como elas foram, como elas estão sendo e como elas serão (Sl 115.3). O salmista diz assim: “O Senhor faz tudo como deseja, nos céus e na terra, nos mares e em suas profundezas” (135.6 – NVT). Se Ele faz tudo como quer, então o mal e o pecado não são uma surpresa em Sua criação. Só pode vir à existência aquilo que o Criador decreta que venha. E o mal é um elemento na criação de Deus que só veio a existir porque Ele quis.

Ainda outro atributo de Deus é a sabedoria. Quando falamos que o mal veio à existência por Seu decreto, muita gente fica confusa, pensando “o que Deus ia querer com algo ruim em Sua criação?”, no entanto, esta é a verdade, pois, se Ele não quisesse, o mal não teria sequer surgido. Se surgiu, é porque Ele tem um plano sábio e belo como Ele, que escapa de nossa visão “farol baixo”. Podemos acrescentar outra qualidade de Deus – Sua onipotência. Ele tem poder para destruir o mal na hora que Ele quiser (como de fato sabemos que Ele o fará).

Mas, por fim, é bom ressaltar um atributo maravilhoso desse Deus, a saber, o amor! Pois, mesmo sendo Ele santo, de forma que o pecado não pode Lhe afetar, um dia Ele Se fez homem e, como servo, entregou-Se por nós na cruz, permitindo que nossos pecados O afetassem de forma profunda, a ponto de sofrer a ira do Pai em nosso lugar. Eliú não sabia, mas houve um dia, uma sexta-feira de trevas, reservada para Jesus, na qual Ele seria terrivelmente atingido por nossos pecados e pela ira de Deus, para que Sua justiça fosse um presente para os que nEle creem!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0509 - QUANDO DEUS FICA ZANGADO COM O NOSSO LOUVOR

 


Oferecestes a mim, sacrifícios e ofertas no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes carregaram o tabernáculo de vosso Moloque, e Quium, suas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos” (Am 5.25,26 – KJF).


Que Deus conhece o coração de todas as pessoas, disso todo mundo sabe. O Senhor é tão poderoso, que conhece até mesmo as palavras que iremos pronunciar, ainda antes que tais palavras tenham sequer vindo à nossa mente! Ainda que as pessoas tentem negar a existência de um Deus dessa categoria de perfeição, todavia, não o podem fazê-lo, visto que a mente humana não pode elaborar a perfeição, caso ela não existisse de fato.

Se conseguimos pensar em alguém perfeito é porque esse alguém existe. Afinal, ao mesmo tempo em que concebemos um ser perfeito, conseguimos também avaliar a imensidade de imperfeição que nos rodeia. Isso jamais seria possível se o perfeito não existisse a fim de nos fornecer um padrão, uma régua perante a qual todas as coisas imperfeitas devem se ajustar. Esse é um dos argumentos filosóficos que comprovam a existência de Deus, o Ser Perfeito.

Porém, as pessoas não vivem com temor sobre esse assunto. Elas sabem que Deus conhece o coração de todo mundo, mas vivem como se Ele não conhecesse. A prova disso é que quase todos os que oferecem culto a Deus fazem-no a seu próprio modo. Poucos são os que adoram a Deus da maneira que Ele exige. Os pagãos então, nem mesmo ao Deus verdadeiro adoram, antes, inventam para si um deus que lhes agrada aos desejos e inventam suas formas de adorá-lo.

Veja como Deus mostra para Israel através do profeta Amós que conhecia o seu coração. Ele diz que durante aqueles 40 anos que Israel andou no deserto, não foi a Deus que eles ofereceram sacrifícios e ofertas. Ao contrário, eles carregavam o tabernáculo de Moloque e Quium (ou o deus Sicute e sua estrela Renfã, cf. LXX), deuses adorados na figura de planetas e estrelas. Que 40 anos perdidos! Eles carregavam o tabernáculo de Deus, mas seus corações estavam voltados para os deuses estelares! E Deus sabia disso... nenhum deles O enganou!

Foi por isso que Deus ordenou que Israel afastasse dEle o barulho dos seus cânticos (v. 23). É muito óbvio que nossa geração também apresenta a Deus um cântico falso. Seus lábios falam de Deus sim, mas seu coração está pensando no deus “que fizestes para vós mesmos” (v. 26). Muitos carregam os utensílios de Deus (falando para hoje, isto é, Seus dons), mas usam-nos para adorar aos deuses desta geração, o deus da riqueza, da saúde, da escultura física, do status social, enfim, porém, ninguém hoje engana a Deus também.

O que Deus requer de nós é um louvor como nos é dito em Hebreus 13.15: “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (NVI). Um louvor por meio de Jesus (não diretamente de nós); um louvor contínuo (não somente nas horas boas); um louvor de sacrifício (isto é, de entrega de tudo a Deus); e um louvor de quem já confessou o nome de Cristo como Senhor de sua vida!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0508 - BASE SIMPLES E INAMOVÍVEL DO EVANGELHO

 


Mas ele não está aqui; já foi ressuscitado, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele foi posto” (Mt 28.6 – NTLH).


A religião cristã, caso fosse possível, seria a religião mais fácil de ser desmascarada. O fundamento de todo evangelho para que ele permaneça firme ou não é um evento histórico. Ele não é como outras religiões, que se escondem sob as máscaras de supostas visões, revelações, sonhos ou coisas subjetivas que ninguém pode comprovar ou negar. As demais religiões são fundamentadas ou em conceitos morais, ensinos de natureza ética, ou revelações, sonhos, ou visões de seus profetas. Mas não o Cristianismo. Ele foi construído em cima de fatos.

Claro que a base simples do evangelho não quer dizer que seja um fato banal, corriqueiro, mas ainda é um fato. Este fato é a ressurreição de Jesus. Certamente, é algo bem inédito e anormal, mas é uma realidade histórica. O fato de ser algo extraordinário não significa que não pudesse ser contestado. Aliás, há muita coisa dita extraordinária até hoje que são coisas facilmente contestadas e desmascaradas. Entretanto, a ressurreição de Jesus nunca pôde ser.

Os guardas que vigiavam o túmulo de Jesus presenciaram estupefatos o momento da ressurreição ou, pelo menos, o momento da chegada do anjo para remover a pedra (lembrando que Jesus não precisou do anjo remover a pedra para que Ele ressuscitasse). A remoção da pedra pode ter sido feita após a ressurreição de Jesus, não sabemos; no entanto, os guardas que ali vigiavam “tremeram de medo do anjo e ficaram como mortos” (v. 4).

Incrivelmente, a primeira tentativa de fazer desacreditado esse fato foi o que os principais sacerdotes disseram aos guardas. “Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema. Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje” (vs. 13-15 – NTLH).

Todavia, nem mesmo naquela época, ninguém jamais pôde mostrar onde estava o corpo de Jesus. Certamente, os discípulos, medrosos como eram, jamais teriam encarado uma guarnição de soldados armados para tentarem roubar o corpo de Jesus. Logo eles, que fugiram na noite em que Jesus foi preso... Porém, os mesmos discípulos apareceram mais tarde, cheios de coragem, anunciando (e denunciando) aos judeus que o Jesus que eles haviam matado, Deus O havia ressuscitado dentre os mortos! As autoridades só podiam ouvir aquilo e nada podiam fazer, pois o túmulo estava vazio!

Isso só pode ser porque eles realmente tiveram um verdadeiro encontro com o Jesus redivivo. Eles não seriam capazes de deixar que os matassem, caso realmente eles tivessem roubado o corpo. E, de um estranho modo, esse mesmo Jesus Se encontra com muitas pessoas no mundo desde então e os transforma em pessoas cujas vidas se revelam metamórficas, tornando-se inegável que a base do Cristianismo é simples, porém inamovível!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0507 - DA LAMA PARA A ROCHA!

 


Tirou-me de um poço de desespero, de um atoleiro de lama. Pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos” (Sl 40.2 – NVT).


A condição natural na qual nascem todos os seres humanos, espiritualmente falando, é uma situação de desespero, de um verdadeiro atoleiro de lama, como diz Davi neste salmo. Não é que seus pés estejam atolados de modo que, por mais que se esforcem, eles não conseguem sair, se fosse isso já seria horrível; a questão é ainda pior. Os homens estão completamente submersos na lama e não podem ter força nem desejo para sair dali.

É claro que um descrente não entende essa situação espiritual deplorável em que se encontra desde seu nascimento. Mas um grande problema que temos em nossas igrejas é que crentes ainda pensam e dizem que o pecador pode sim desejar e até se esforçar para sair desta condição. Isto é radicalmente contra o que a Bíblia ensina e ainda gera três problemas.

Primeiro, isso produz falsas conversões. Os ímpios que ouvem esta afirmação começam a se esforçar e muitos deles chegam mesmo a estar entre os crentes, se dizem convertidos e acabam pensando que seu esforço contribuiu com Deus para sua salvação. Em outras palavras, Deus não poderia salvá-los sozinho, precisou de sua ajuda.

Segundo, essa ideia cria nos demais pecadores que não conseguiram juntar-se aos crentes uma sensação de inferioridade em relação aos que dizem que conseguiram. Enquanto que de um lado se produz orgulho no coração de um pecador que se diz arrependido (o que é uma contradição, pois um arrependido teria que se arrepender também de seu orgulho), por outro se produz uma falsa humilhação nos pecadores que não se arrependeram. Não é à toa que vemos muitos crentes orgulhosos, porque pensam que sua salvação dependeu de seu esforço (se é que são realmente salvos).

Terceiro, ela provoca no pecador uma falsa expectativa. Uma vez que depende deles, então, eles podem se converter quando quiserem. Esse pensamento leva os homens a uma esperança de salvação sempre nos seus últimos instantes de vida, como o ex-ladrão na cruz.

Todavia, o que deveria ser pregado e anunciado ao pecador é que ele está atolado na lama do pecado por completo. Não são só seus pés, não é somente até o pescoço, mas completamente afundado! Sua situação é irreversível e ele nada pode fazer (nem querer) quanto a isso! Porém, Deus enviou Seu Filho para descer até essa lama! Foi Ele quem nos tirou daí! Sem Seu poder, teríamos perecido eternamente em nossos pecados.

O que deveria ser anunciado é que o Filho de Deus viveu 33 anos nessa lama como nós, mas sem Se sujar com ela. Que quando Ele foi para a cruz em nosso lugar, ali sim, caiu sobre Ele toda a nossa sujeira! Para que Ele nos tirasse da lama e nos colocasse sobre uma rocha, custou Sua própria vida! Ele carregou nossa lama para que nós ficássemos limpos. Se hoje nossos passos estão firmes, se hoje estamos sobre a Rocha de Sua Palavra, não foi porque nós quisemos nem porque nos esforçamos. Mas porque Ele veio até nós, sobre Ele foi jogada nossa sujeira e pela fé nEle hoje estamos limpos, vivos e firmes!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0506 - A ESPADA INCANSÁVEL DE DEUS

 


Ó tu, espada do SENHOR, até quando não descansarás?” (Jr 47.6 – KJF).


Os homens zombam da paciência de Deus, escarnecem de Sua bondade e cospem contra o Criador num desprezo de Sua existência. Porém, quando a espada de Deus começa a se movimentar, os ímpios prontamente gritam de raiva e revolta. Não há arrependimento, não há temor, o que existe nos seus corações é apenas um acúmulo de pecado, do pouco caso ao ódio contra Deus. Se Deus não os pune, eles aumentam seus pecados; se vem a punição, eles se insurgem.

O clamor é para que a espada de Deus vá descansar. Todavia, não é porque eles se arrependeram. Os transgressores desejam a ausência da espada apenas para que fiquem sem limites em suas transgressões. O que eles querem, na verdade, é que a espada refulgente saia dos portões do Éden para que eles voltem lá e comam do melhor de Deus, porém em pecado!

Quando pensamos que os ímpios rejeitam o julgamento de Deus, por considerarem-no extrapolado e além do que é justo, não devemos pensar que eles aceitam o amor de Deus. Do mesmo jeito que eles acusam o juízo de Deus de ir além da justiça, eles também trazem o amor de Deus para aquém do que é santo. Os ímpios confundem o amor de Deus com permissividade e Sua justiça com intolerância.

Entretanto, a espada de Deus não vai descansar. Aliás, desde o que o homem fez no Éden, essa espada não descansa. Ela revolvia o jardim para protegê-lo da rebeldia humana; ela foi usada contra a humanidade quando a destruiu no dilúvio; ela tomou Sodoma, Gomorra e mais algumas cidades ao redor como exemplo para as demais nações; a espada de Deus já ficou na mão dos israelitas para que expulsassem as nações cananeias por conta de seus pecados; a mesma espada, porém, foi usada por nações que vinham do “norte” para punir o próprio povo de Deus; enfim, a espada de Deus nunca descansou.

Porém, houve um dia no qual a espada incansável de Deus feriu o Seu próprio Filho! A espada de Deus se ergueu contra Seu Pastor e o feriu (Zc 13.7)! Foi quando ela traspassou a Jesus naquele madeiro sangrento do Gólgota! Alguns poderiam gritar, como disse Jeremias: “Acomoda-te em tua bainha, descansa, e aquieta-te” (v. 6). Mas a resposta seria como a do v. 7: “Como pode estar quieta, visto que o SENHOR lhe deu uma ordem”? De fato, Deus determinou o sofrimento e morte de Seu Filho, como podemos ler em At 4.27,28. Mas fez isso por amor daqueles que haveria de salvar (Rm 5.8)!

Porém, mais ainda, a espada incansável de Deus será usada para todo sempre no lago de fogo. Ela será instrumento de justiça sobre todo aquele que não creu no nome do Filho de Deus. Ali, os ímpios chorarão de dor sem fim, mas continuarão rangendo seus dentes contra o Filho de Deus (Mt 8.12; 13.50; 24.51). Eles não compreenderam Seu amor e o rejeitaram, tentaram fazê-lo tolerante; agora que compreenderão a Sua ira, rilharão os dentes em plena e inútil revolta, sabendo que ela é justa e santa!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 04/04

 


E, imediatamente, Saul caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel” (1Sm 28.20).


Já vimos que não houve fraude nem manifestação maligna na consulta de Saul ante a feiticeira. Aliás, todos ali ficaram boquiabertos com o que estava acontecendo. Algo totalmente fora do controle de todos estava ocorrendo e apenas uma mensagem ecoava naquela sala fria e escura, a mensagem de Samuel!

Devemos observar o que diz o texto sagrado e ser respeitosos com ele. Se cremos que a Bíblia é inspirada por Deus e, por isso mesmo inerrante, o que é que diz a narrativa? Observe os vs. 15,16 e 20. O texto inspirado diz que foi Samuel quem conversou com Saul. O tempo todo está escrito assim: “E disse Samuel”, etc. Em nenhum momento se diz que quem falou foi um espírito! Tudo bem que se fosse Saul ou a feiticeira, ou até mesmo os homens de Saul dizendo que era Samuel, poderíamos desconsiderar, pois o que os homens e demônios dizem na Bíblia está passível de erro. Todavia, esta frase veio do escritor inspirado! Impossível haver erro...

Veja, por exemplo, o v. 20: “E, imediatamente, Saul caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel”. Não diz das palavras de um espírito, etc., mas de Samuel! Negar isto é negar a inspiração do autor bíblico. Além disso, como já vimos, a totalidade da fala de Samuel a Saul é idêntica à forma e ao conteúdo do que o profeta dizia ao rei enquanto em vida.

Finalizo, dizendo que não há poder em nenhuma necromante para fazer vir alguém dos mortos, quem quer que seja. Todas as consultas mediúnicas são malignas, são pecado e os demônios realmente se disfarçam nas maneiras das pessoas mortas para enganar, mas só dizem palavras de mentira. O que aconteceu no episódio de Saul e a feiticeira foi algo ineditamente vindo de Deus, uma raríssima exceção! Houve uma permissão de Deus para que o espírito do profeta viesse e decretasse o destino de Saul.

Deus humilhou os demônios com este evento único, mostrando que Ele tem poder sobre os espíritos; humilhou a necromante, tornando-a impotente para conduzir a sessão, mostrando que era Ele quem “dava as cartas”; humilhou Saul, mostrando para ele que todo lugar onde ele não havia encontrado resposta era realmente sinal do abandono divino sobre sua vida e que neste lugar de consultas, Deus o respondeu para humilhá-lo ainda mais, mostrando que seu fim seria semelhante ao daqueles que desobedeciam Sua lei, procurando necromantes!

Deus reprova desde sempre a consulta aos mortos! Em todas elas, o que ali aparece são espíritos malignos enganadores seduzindo os consulentes a voltarem lá até se emaranharem por completo. Mas na história de Saul e da feiticeira foi realmente Samuel, não por invocação, mas por ordenação de Deus, humilhando a todos ali naquela sala, algo único e irrepetível, mostrando também para nós o triste fim dos que rejeitam a Deus – que é ser rejeitados por Ele!

“Quando vos disserem: Consultai os que consultam os mortos e os feiticeiros, que sussurram e murmuram, respondei: Por acaso um povo não consultará o seu Deus? Em favor dos vivos se buscarão os mortos? À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem conforme esta palavra, nunca verão raiar o amanhecer” (Is 8.19,20).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 03/04

 

Samuel disse a Saul: Por que me desinquietaste, fazendo-me subir? (1Sm 28.15).


Estamos prontos para continuar nosso argumento de que não foi um espírito maligno que apareceu naquela noite para Saul. A frase dita “fazendo-me subir” nada tem que ver com o céu ou com o inferno, visto que não há nenhum demônio no inferno. A questão é que o estado dos mortos sempre era visto como o mundo inferior (heb. Sheol).

Como já observamos, um demônio teria mentido, de forma a comprometer a mensagem, no entanto, o que se alega que ele mentiu, ainda que tivesse mentido, não comprometeria a mensagem. Mas, como estamos vendo, nada até agora foi mentira. Nem mesmo estas pequenas coisas insignificantes, como os filhos de guerra que deveriam morrer, um dia a mais ou a menos em que eles morreriam, etc. A mensagem foi dura, foi idêntica ao que Samuel dizia a Saul enquanto estava vivo e se cumpriu cabalmente.

Outra questão que se tem colocado contra o espírito é que ele disse a Saul: “Tu e teus filhos estareis comigo” (v. 19). Sabemos que Samuel foi salvo e Saul não. Como então, poderia esta palavra ser verdadeira, visto que foram para lugares ou estados diferentes? O que Samuel está dizendo aqui nada tem a ver com salvação ou condenação, aliás, doutrina essa pouquíssimo dita nas páginas do AT. O que o espírito falou aqui foi que Saul e seus filhos estariam com ele no estado de morte, fora da vida física.

Um demônio, sem dúvida alguma, não censuraria Saul por ter se rebelado contra Deus. Ao contrário, o encorajaria a continuar com sua prática pecaminosa. Um espírito que se manifesta em necromancia não vem esculachando o consulente. Sempre diz palavras mansas e dizendo que está tudo bem! Portanto, esse texto não serve de base para os espíritas alegarem que sua prática necromante ao menos funcione. Não funciona, porque ali, na sessão espírita, o que acontece é engano, fraude da parte dos espíritos imundos. Mas não é este o caso aqui.

Alguns ainda usam o texto de 1Cr 10.13: Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar. Mas veja que o texto não diz que ele morreu  porque buscou a necromante. Por isso também, mas não só. Além disso, o fato de ter ele ido contra a lei de Deus não nega a aparição de Samuel.

O que aplicamos na reflexão de hoje é que o preço da desobediência e rebelião ao Senhor é algo que custa muito caro. No início de seu reinado, Saul já ouvira de Samuel que rebelião é feitiçaria (15.23). E, de fato, foi o que Saul buscou ao final de sua vida. Já vimos casos de pessoas que decaíram de seu ambiente de igreja, foram para o mundo e, posteriormente, foram humilhadas, consultando a Satanás e o servindo. Embora tenha sido o que Saul buscou, o Senhor não deixou que demônios viessem enganá-lo. A resposta de Deus foi pior do que se a necromancia tivesse dado certo!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 02/04

 


E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então, a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra” (1Sm 28.13).


Então será que foi um demônio se passando por Samuel? Também não pode ser pelos seguintes motivos: Primeiro, porque ela não entendia ao certo o que via, a princípio. Ela chegou a dizer que via “deuses” subindo da terra. A palavra elohim carrega vários sentidos no AT. Anjos, deuses, sacerdotes, o próprio Deus, etc. À medida que Samuel se aproximava, ela o distinguiu melhor e disse que via um ancião envolto em uma capa (v. 14). Obviamente, se fosse um demônio, ela já teria reconhecido e Saul o dispensaria, pedindo para que viesse Samuel.

Segundo, porque a intenção de um espírito que vem numa sessão mediúnica é apenas de enganar. E não vemos nenhuma palavra de engano ali para Saul, ao contrário, suas palavras foram tão duras que Saul chegou a cair por terra sem forças (v. 20). Alguns alegam que o espírito errou ao dizer que Saul e seus filhos morreriam no outro dia. Mas mesmo que isso fosse mentira (o que não é), um demônio estaria preocupado em mentir sobre o dia da morte? Como é próprio dos demônios, ele mentiria em algo mais grave, que comprometesse a mensagem.

Na verdade, o livro de Samuel (e muitos outros na Bíblia) não está necessariamente em uma sequência linear. Muitas coisas dos próximos capítulos (29 – 31) aconteceram simultaneamente, ou até mesmo o autor volta alguns dias para explicar o que tinha ocorrido antes. O Rabi Yohanan Aharoni e outros três que comentaram o Atlas Bíblico, dizem que o autor passa de evento para evento para manter um registro das atividades de Saul e Davi.

Um resumo, por exemplo: os filisteus chegaram a Suném num dia (28.4); Davi estava com eles (29.11); Saul os viu (28.5); decidiu visitar a feiticeira na noite do mesmo dia (28.5-8); retornou para o acampamento naquele mesma noite (28.25); Davi desiste da batalha na madrugada do outro dia (29.11a); os filisteus subiram a Jezreel para dar início à batalha contra os israelitas neste mesmo dia (29.11b; 31.1-7) e foi neste mesmo dia, no final do dia, que Saul morreu. Três dias depois de desistir da batalha é que Davi vê sua cidade saqueada (30.1).

Outro fato contestado seria a morte dos filhos de Saul. Alguns alegam que o espírito disse que todos eles morreriam. Mas não é isso que lemos no texto bíblico. O espírito apenas disse “tu e teus filhos” (v. 19) e não “todos os teus filhos”. Sabemos que Isbosete ficou vivo e foi rei em lugar de Saul. De fato, um espírito maligno não diria palavras de terror e que realmente foram verdadeiras a Saul, ao contrário, tentaria enganá-lo, mas não foi o que aconteceu.

Veremos mais argumentos para mostrar que não foi um espírito maligno que apareceu para Saul ali naquela noite. Por enquanto, que nos sirva isto de lição: Satanás é o pai da mentira e homicida desde o princípio (Jo 8.44). Nele não há verdade e nela não se firma, disse Jesus. Um cristão, obviamente não deve buscar consulta a mortos, isso foi atitude de um homem completamente desesperado e desamparado por Deus. Nós temos a luz e não buscamos nos comunicar com as obras das trevas (Ef 5.11).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 5 de janeiro de 2025

SAUL E A FEITICEIRA - PARTE 01/04

 


Então, disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte” (1Sm 28.7).


Tendo o Espírito de Deus abandonado a Saul e o rejeitado como rei sobre Israel, Saul se viu apertado em uma batalha contra os filisteus, seus arquirrivais, e resolveu consultar ao Senhor sobre esta guerra. Como Deus já o havia abandonado, não o respondeu por nenhum dos meios convencionais. Nem por sonhos, nem por Urim (pedra que lançava sorte para saber a vontade do Senhor) nem por profetas.

Em uma busca desesperadora por alguma resposta, Saul buscou uma feiticeira, a qual foi encontrada em En-Dor, uma cidade perto do monte Tabor, a nordeste de Suném. Escondida, a mulher mostrou seu medo do decreto do próprio Saul, que havia mandado matar todas as necromantes de Israel no início de seu reinado. Mas o rei, disfarçado, lhe jurara que nada lhe aconteceria, apenas queria que ela fizesse subir alguém.

Há diferentes interpretações para esse texto. O fato é que alguém realmente apareceu ali. Porém alguns dizem que foi um espírito maligno, se passando por Samuel, outros dizem que houve uma prática necromante que deu resultado, outros dizem que foi uma possessão, que o espírito falou através dela, mas vejamos aqui uma quarta posição. Primeiro, não foi uma prática de consulta a mortos. No v. 11, quando a mulher pergunta a Saul quem ele queria que fosse invocado, ele responde que queria falar com Samuel.

Porém, no v. 12, lemos que Samuel aparece sem ser chamado! Portanto, está descartada a invocação de mortos por dois motivos: Primeiro, porque a mulher não invocou a Samuel. Aliás, ela gritou em alta voz! Ela não esperava que aquilo fosse acontecer. E o texto diz que ela viu a Samuel. Se fosse uma sessão espírita enganadora, ela não teria se assustado, visto que era acostumada a enganar as pessoas. Segundo, porque sabemos que mortos não voltam. No máximo, aquilo seria um espírito maligno tentando enganar a todos os presentes naquela sessão mal sucedida.

Desde a lei de Moisés, Deus sempre condenou a prática da consulta a mortos (Êx 22.18; Lv 19.31; Dt 18.10,11; Is 8.19,20). Sua sentença era a morte, coisa que Saul sentenciou no início de seu reinado (v. 3). Porém, agora abandonado, ele procura aquilo mesmo que havia tentado destruir. Porém, o fato de Deus condenar tal prática, não significa que ela funcione. Na verdade, todos os crentes sabem que mortos não voltam – nem mesmo por invocação ou sessão espírita (Hb 9.27)!

Então, se não foi uma invocação que deu certo, será que foi um espírito maligno que veio àquele lugar? Isto é o que veremos na próxima reflexão. Por enquanto, devemos pensar muito profundamente quão terrível é a vida daquela pessoa a quem Deus abandona. Os homens empinam o nariz e abandonam a Deus hoje. Mas o dia em que Deus os abandonar, aí não haverá mais recuperação! Esta foi a situação final de Saul em sua vida física, mas o final eterno dele e de todos que assim procedem será muito pior!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0505 - O REINO DE DEUS NÃO É DO TAMANHO DA NOSSA MENTE

 


Disse João: Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos. Não o impeçam, disse Jesus, pois quem não é contra vocês, é a favor de vocês” (Lc 9.49,50 – NVI).


Antes de João citar esse fato para Jesus, estava ocorrendo uma discussão entre os doze para saber qual deles seria o maior (v. 46). Jesus tomou uma criança e a colocou entre eles, dizendo: “Quem recebe esta criança em meu nome está me recebendo; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior” (vs. 47,48).

Essa resposta de Jesus deslocou os apóstolos de forma intensa! É normal os homens quererem grandeza. Mas no reino de Deus as coisas não são medidas pelos padrões mundanos e pecaminosos. O fato de Jesus ter apanhado uma criança para dar aquela lição a Seus discípulos não quer dizer que a criança seja salva só porque é criança. Ele a usou como metáfora, para mostrar a realidade espiritual compatível. Em outras palavras, uma criança dessa não se orgulha nem briga por grandeza. Assim vocês têm que ser no aspecto do reino de Deus.

O que encontramos hoje são pessoas que estão no reino de Deus, mas nada têm a ver com crianças. Jesus não está falando de inocência, pois ninguém é inocente. Todos pecaram, diz o apóstolo Paulo (Rm 3.23) e Davi diz que em pecado foi concebido por sua mãe (Sl 51.5), atestando a pecaminosidade humana inata. Jesus está falando de dependência e humildade. As crianças dependem por completo de pessoas mais velhas e elas não brigam por poder e posição. Pessoas arrogantes e independentes não podem fazer parte do reino de Deus.

Por outro lado, há pessoas que parecem ser humildes, parecem ser dependentes. Jesus não diz que se uma pessoa se parecer humilde herdará o reino de Deus. Ela tem que ser humilde para herdar. A falsa humildade é tão desprezível para Deus quanto a arrogância. Ações de humildade não dizem nada sobre a sua essência. Alguém pode ser humilde na aparência e terrivelmente orgulhosa no coração. E Deus conhece isto.

Foi por isso que João disse a Jesus que ele e mais um ou alguns discípulos proibiram o homem que encontraram expulsando demônios em nome de Jesus. O Senhor havia dito que deveriam receber os pequeninos em Seu nome. Agora João diz que proibiu um indivíduo que usava o nome de Jesus para praticar o exorcismo. O que Jesus haveria de dizer quanto a isso? João estaria certo? Tudo bem receber uma criança em nome de Jesus, mas um marmanjo que usava Seu nome para expulsar espíritos malignos?

Eis aí, diz o Senhor, este homem é uma criança, ele é para ser recebido em meu nome. Pois a razão de João condená-lo era porque o tal homem “não era um dos nossos”. Jesus diz não! Ele é sim, pois se não é contra, então é a favor. Ele faz por aí o que vocês fazem por aqui. Ele não é apóstolo, mas crê em mim. Ele ainda é uma criança e vocês não devem desprezá-lo. Agora você entende João, o que é ser o maior no reino de Deus? Não reduza o reino de Deus ao tamanho de sua mente.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson