“João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de
quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já
existia antes de mim” (Jo 1.15).
A preeminência de Cristo é uma prerrogativa de Sua eterna divindade. Jesus nunca começou a existir. Ele sempre existiu e Sua existência eterna era de um relacionamento de Filho para com Deus Pai. Como sabemos, entre pai e filho existe uma relação de herança. Jesus, como Filho, é o Herdeiro legítimo de Deus Pai. Sendo assim, Ele sempre teve e terá preeminência sobre todas as coisas e seres que foram criados. Isto é o que Paulo quis dizer quando chamou Cristo de “o Primogênito de toda criação” (Cl 1.15).
Ele começou uma existência em carne, quando assumiu nosso corpo físico e a natureza humana. Isso Ele não tinha na eternidade. Desde sempre Ele viveu como Deus Filho, mas então, Ele assumiu nossa humanidade e viveu Sua vida perfeita, como nós já conhecemos Sua história. Viveu como homem pela primeira vez, sem deixar de ser Deus, ainda que não usasse Seus privilégios divinos para benefício próprio. Depois de ressuscitado, permanece Deus sem deixar nunca mais de ser homem. Os teólogos antigos diziam: “Sem deixar de ser o que era, tornou-Se para sempre o que não era”.
João Batista reconheceu a divindade de Cristo e afirmou a primazia deste sobre si. Segundo os cálculos, João Batista era seis meses mais velho que Jesus; ele começara seu ministério profético um tempo antes de Jesus, provavelmente seis meses também. Normalmente, a prioridade no tempo indicava preeminência, mas a pré-existência de Jesus sobrepujou a precedência temporal de João. E o mais importante é que o profeta reconheceu isto humildemente!
Muitos ditos pregadores nem sequer conhecem a doutrina da preeminência de Cristo; jamais ouviram falar de Sua eternidade – são embaraçados diante de hereges de seitas que negam a divindade de Cristo; mal sabem o que significa “o Filho [ser] gerado eternamente do Pai, gerado, não criado” (Credo Atanasiano). A ignorância sobre o ser de Cristo produz pregadores fracos e muitos deles blasfemos, rebaixando Cristo e exaltando o homem.
João repetiu a fala no v. 30: “É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim”. Quem reconhece a primazia de Cristo se rebaixa. Como João, reconhece que não é digno sequer de desatar-Lhe as correias das sandálias (v. 27). Servos de Cristo não se colocam no nível de Cristo, antes se humilham e dizem: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (3.30).
João Batista, apesar de ainda viver no antigo pacto, tinha
um conceito bem mais claro do que muitos crentes que estão na nova aliança.
Devíamos aprender com este homem que ninguém é preeminente a Cristo!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém.
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