“Samuel disse a Saul:
Por que me desinquietaste, fazendo-me subir?” (1Sm 28.15).
Estamos prontos para continuar nosso argumento de que não foi um espírito maligno que apareceu naquela noite para Saul. A frase dita “fazendo-me subir” nada tem que ver com o céu ou com o inferno, visto que não há nenhum demônio no inferno. A questão é que o estado dos mortos sempre era visto como o mundo inferior (heb. Sheol).
Como já observamos, um demônio teria mentido, de forma a comprometer a mensagem, no entanto, o que se alega que ele mentiu, ainda que tivesse mentido, não comprometeria a mensagem. Mas, como estamos vendo, nada até agora foi mentira. Nem mesmo estas pequenas coisas insignificantes, como os filhos de guerra que deveriam morrer, um dia a mais ou a menos em que eles morreriam, etc. A mensagem foi dura, foi idêntica ao que Samuel dizia a Saul enquanto estava vivo e se cumpriu cabalmente.
Outra questão que se tem colocado contra o espírito é que ele disse a Saul: “Tu e teus filhos estareis comigo” (v. 19). Sabemos que Samuel foi salvo e Saul não. Como então, poderia esta palavra ser verdadeira, visto que foram para lugares ou estados diferentes? O que Samuel está dizendo aqui nada tem a ver com salvação ou condenação, aliás, doutrina essa pouquíssimo dita nas páginas do AT. O que o espírito falou aqui foi que Saul e seus filhos estariam com ele no estado de morte, fora da vida física.
Um demônio, sem dúvida alguma, não censuraria Saul por ter se rebelado contra Deus. Ao contrário, o encorajaria a continuar com sua prática pecaminosa. Um espírito que se manifesta em necromancia não vem esculachando o consulente. Sempre diz palavras mansas e dizendo que está tudo bem! Portanto, esse texto não serve de base para os espíritas alegarem que sua prática necromante ao menos funcione. Não funciona, porque ali, na sessão espírita, o que acontece é engano, fraude da parte dos espíritos imundos. Mas não é este o caso aqui.
Alguns ainda usam o texto de 1Cr 10.13: “Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar”. Mas veja que o texto não diz que ele morreu só porque buscou a necromante. Por isso também, mas não só. Além disso, o fato de ter ele ido contra a lei de Deus não nega a aparição de Samuel.
O que aplicamos na reflexão de hoje é que o preço da
desobediência e rebelião ao Senhor é algo que custa muito caro. No início de
seu reinado, Saul já ouvira de Samuel que “rebelião
é feitiçaria” (15.23). E, de fato, foi o que Saul buscou ao final de sua
vida. Já vimos casos de pessoas que decaíram de seu ambiente de igreja, foram
para o mundo e, posteriormente, foram humilhadas, consultando a Satanás e o
servindo. Embora tenha sido o que Saul buscou, o Senhor não deixou que demônios
viessem enganá-lo. A resposta de Deus foi pior do que se a necromancia tivesse
dado certo!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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