“O justo tem o
bastante para satisfazer o seu apetite, mas o estômago dos perversos passa
fome” (Pv 13.25).
No texto hebraico, a ideia deste provérbio é que o justo come para satisfazer sua alma, mas o estômago dos perversos continua querendo. O recado que temos aqui é o contentamento, a satisfação, um desejo saciado e dominado.
Desde que surgiu o ensino sobre a prosperidade, há um debate incansável sobre a questão se é realmente pecado querer ter mais. Floreando o desejo insaciável pelo ter, com roupa de piedade, os propagadores da prosperidade conseguiram fazer com que a maioria dos cristãos olhasse para esse ensino de modo atraente.
Mas, observando não só este provérbio que lemos, como também toda a Bíblia, essencialmente o NT, percebemos que o problema central sobre esse assunto é exatamente a insatisfação, a insaciabilidade. Quando se refere ao apetite, estômago, comida, fome, essas coisas, na verdade é uma metáfora para as grandes ambições da vida.
Não necessariamente que o justo tenha o bastante para satisfazer seu apetite, mas sim que aquilo que ele tem lhe basta. A questão não é o estômago do justo e sim seu coração. O justo tem seu coração satisfeito, de modo que nem mesmo a necessidade mais básica, que é comer, lhe fará pecar na ambição do querer mais.
Por outro lado, não que o perverso passe realmente fome, mas sim que tudo o que ele tem jamais lhe satisfaz! A questão não é o estômago do ímpio e sim seu coração. O ímpio tem seu coração tão vazio, que nem mesmo os melhores manjares em seu estômago poderão tornar seu coração grato por aquilo que já recebeu! Isto é, por mais que ele tenha, sempre irá julgar que algo está lhe faltando.
Ao retrocedermos, buscando uma razão para isso, encontramos, na base de tudo, o pecado da incredulidade. O justo confia no Senhor para suas provisões, o ímpio, por sua vez, confia na força do seu braço. Daí dizer o Senhor por meio do profeta: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR” (Jr 17.5)! Mas quanto ao justo diz: “Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR” (v. 7).
Tudo é uma questão de confiança. Quem crê que Deus lhe provê as necessidades, torna-se grato e satisfeito. Quem duvida da provisão de Deus, automaticamente caminha pelas trilhas da insaciabilidade, o que resulta na ingratidão.
Quem come para satisfação da alma e não da carne, glorifica
a Deus. Quem come para encher o vazio do coração, nunca será satisfeito!
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
👍🙏
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