Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Da minha viagem - 5

Tudo estava preparado para o culto à noite, no sábado. Depois das brincadeiras, do almoço (que no sábado cada um levou o seu) e uma merecida ocasião de comunhão pela tarde, fomos participar do culto de adoração e testemunhos dos pastores e presbíteros, acerca dos 20 anos de fundação da IMVC, bem como suas experiências com a igreja. A primeira a testemunhar foi a irmã Nildete, mais antigo membro da IMVC, a qual já não se encontra bem na sua saúde, mas nos alertou quanto ao fato de estarmos com saúde e não termos disposição para a obra de Deus...  lapada!

Irmã Nildete
Isso comoveu a todos os presentes! Tem de haver um despertamento verdadeiro enquanto temos condições de atender ao chamado do Senhor! Apesar da alegria do momento, onde todos se viam e reviam unidos na esperança da glória, houve também um pranto de tristeza por sabermos que nem todos se aplicam na obra do Senhor como poderiam e deveriam. Que Deus nos desperte para essa realidade...

Houve muitos outros testemunhos. Novos líderes da igreja, outros antigos, testemunhavam da importância de estarem neste ministério, que zela pela pregação da verdade de Deus, que busca o equilíbrio entre poder e conhecimento; foi basicamente esse o conteúdo da maioria dos testemunhos dos líderes.

Fomos abençoados com os louvores que cada igreja preparou para ministrar naquela noite. Cânticos de celebração, comunhão, intimidade, todos com o mesmo objetivo: honrar e adorar a Deus e participarmos da comunhão que se nos apresentava naquele momento.

Eu e o Pr. Márcio, unidos na comunhão de Cristo
Após o culto do sábado, o Pr. Héber promoveu uma brincadeira à fantasia, onde ele mesmo se vestiu de mágico e houve premiação para o pessoal.

Pr. Héber de mágico...
Entre algumas figuras desta brincadeira, eu destaco o Zorro, que me chamou muito a atenção.

Figuraça que impressionou
Entretanto, por votos quase que unânimes, o vencedor da fantasia foi o casal pré-histórico. Adivinha quem? Meu irmão e minha cunhada (Ramsés e Karla)! Estavam demais...

Casal pré-histórico - vencedor da festa
Depois foram todos dormir, porque no domingo a festa começaria cedo. Também, pudera! Os que não participaram da festa à fantasia já estavam se perguntando a que horas aquela bagunça iria parar...

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Da minha viagem - 4

O sábado e o domingo eram os dias mais esperados. Realizar-se-ia o 20º. aniversário de fundação da Igreja Missionária Volta de Cristo. O hotel no condomínio Ipê Amarelo, na cidade de Esmeraldas foi reservado para a igreja.

Foto do local
Alguns chegaram logo pela manhã para aproveitar o sol que se alegrava com a gente naquele dia, visto que chovia bastante em Belo Horizonte e regiões. Piscina liberada pra moçada, que não perdeu tempo.

Volta de Cristo na piscina
Muitos amigos e irmãos eu revi com alegria, por saber que também novas pessoas estão se inserindo no corpo místico de Cristo. É, meu amigo, Jesus continua salvando! Glória a Ele!

A turma lá do bairro Soares
Todos os quartos do hotel foram reservados e ainda uma boa parte da rapaziada foi se acomodar no salão, onde aconteceu o culto. Dá só uma olhada no estilo do quarto do hotel.

Cama box de casal e tal...
Todo preparo realizado pelas equipes da IMVC do bairro Nova Pampulha, principalmente, entre outras, claro. Fomos bem estabelecidos.

Eu e meu amigo, Ev. Clésio
Com um hotel desse, estilo pousada, no meio de muitas plantações, revendo amigos e irmãos, família e igreja, estava tudo preparado para o que de melhor iria acontecer. O culto da noite e muito mais!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Da minha viagem - 3

Nossa festa foi no sábado dia 20 de novembro. Já na sexta feira contamos com a presença da nossa preletora da festa, a irmã Clair. Chegou em cima da hora, mas com boa vontade deu uma "palhinha" pra nós num estudo bíblico na casa do abençoado irmão Hélio, que nos recebeu com todo carinho.


Irmão Hélio, que nos recebeu em sua casa


Fomos alimentados também pela Palavra. A irmã Clair deu um estudo poderoso em João 14.16,17 e falou sobre os relacionamentos do Espírito Santo com Cristo, conosco e com o mundo. Foi maravilhoso!


Irmã Clair trazendo um estudo em João 14.16,17
Depois do culto tivemos um momento de lanche. O irmão Hélio nos serviu com algumas iguarias, que chegando em casa, nem deu pra eu jantar...


Servindo aos irmãos
Foi um momento importante, onde conhecemos novas pessoas que se reúnem ali naquela casa para compartilhar da Palavra de Deus. Um abraço a essa família maravilhosa!


Irmã Adriana, esposa do irmão Hélio (no meio) e suas irmãs
Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

sábado, 11 de dezembro de 2010

Da minha viagem - 2

Um dos momentos especiais para mim, além da festa dos 20 anos da fundação da Igreja Missionária Volta de Cristo, foi uma homenagem que a banda Semáforo recebeu.

A banda Semáforo existiu durante 13 anos e eu fui um de seus fundadores. Teclado era o meu instrumento nessa banda e eu era um dos compositores. A banda era composta apenas de 4 pessoas. Eu, o Dautin no baixo, Charles (meu irmão) na guitarra e Cléviton (meu irmão) na bateria. Passamos por muitas experiências na banda, boas e... boas também...
"Ex" banda Semáforo: Dautin, Cléviton, Charles e eu

Mas o interessante é que jamais pensei que alguém pudesse lembrar-se de nós (nossa banda encerrou sua carreira em 2005, quando vim pra Rondônia). Mas não é que a banda (iniciante) "All the Cross" se lembrou da gente e fez uma "louca" homenagem?

Os caras tocaram nossas músicas no maior "heavy" dentro da igreja! É só pra metal mesmo...

Homenagem ao Semáforo

Ficamos lisonjeados e agradecidos! Dá uma olhada no estilo dos caras...

Banda All the Cross
Pra terminar essa noite doidona, ainda chamaram a gente pra finalizar com umas canções das antigas, além das entrevistas que tivemos de dar pra galera, relembrando os velhos tempos em que fazíamos piada de tudo quanto era situação! Imagina só: 6 anos sem ensaio, pegaram a gente no pulo e a gente teve que fazer pelo menos 4 músicas pra reacender a memória e "ressuscitar" a saudade!


Já numa idade que não se pode associar aos jovens, tivemos que dar nossos pulos. E falo isso literalmente! Deram uma canseira nos velhinhos!


Os velhinhos cansados, dando uma de jovens fortes e animados
As fãs, nossas antigas fãs não estavam lá, exceto as esposas, porém hoje as fãs são deles, All the Cross e suas "crossetes" animadas e gritadoras (ai, meus ouvidos)!

"Crossetes" que nem deram bola pro Semáforo...
Valeu a pena fazer a alegria juntamente com uma geração!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Da minha viagem - 1


Como podem ver, estou de volta, e claro, pela curiosidade de alguns, postarei algumas novidades da minha viagem que fiz a Belo Horizonte.

Meus pais e meus irmãos moram lá, e eu mesmo morei lá uns 20 anos da minha vida. Estou em Rondônia pelo chamado pastoral. E estou em paz, graças ao Deus que me chamou! Em Rondônia há mais de 5 anos, tenho visitado meus pais, irmãos e amigos, bem como nossas igrejas lá em BH de vez em quando, bem como eles também têm vindo aqui no Norte.
Eu e meus queridos sobrinhos (afora os que estão para nascer)

Férias mesmo fica pra próxima, porque quando eu chego lá, eles é quem tiram férias (risos)... Excelente! Quando eles vierem aqui, então minhas férias estarão garantidas...

Minha rotina ali era quase sempre acompanhar meu sobrinho, que é jogador mirim do América/MG, mas preguei em algumas de nossas igrejas mineiras. Pra falar a verdade, nem comi pão de queijo (antes que me perguntem). Acompanhava também meu pai e meus irmãos num jogo de futebol suíço em grama sintética - bem legal... apesar de eu ter que melhorar muito pra ser ruim de bola... ainda bem que meu sobrinho (Brian) não saiu como eu... Nem tirei fotos dessa quadra pra não queimar meu filme...
Brian treinando no América/MG

Mas como ia dizendo, preguei em algumas de nossas igrejas lá. Inclusive o sermão que está aí ao lado nos downloads "A milícia do bom soldado de Cristo" foi um dos sermões gravados que eu preguei na Igreja Missionária Volta de Cristo do Bairro Nova Pampulha, onde meu pai, Pr. Gildo Ferraz é pastor.
Eu e meu velho pai (Velho??? Mais novo que eu...)

Temos esta mesma mensagem em vídeo, caso alguém tenha interesse, é só entrar em contato pelo e-mail: prcleilson@hotmail.com e você poderá fazer o seu pedido. O lucro da venda dos DVD's é revertido para a construção da nossa igreja aqui em Vilhena, no bairro Embratel. O áudio fica disponível até final de dezembro de 2010. Depois disso, qualquer interesse pelos sermões expostos neste blog deverão ser pedidos pelo e-mail.

Temos algumas igrejas espalhadas em BH, Ribeirão das Neves, Itabirito, Esmeraldas e outras cidades metropolitanas de BH. Sempre igrejas de pequeno porte, sem ambição de inchaço, mas com visão de crescimento, entretanto, crescimento no sentido de reprodução e não de agigantamento.
Um dos nossos pequenos salões no bairro Mantiqueira

Nosso século, dominado pela cosmovisão humanista e pós-moderna, tem enfiado na cabeça das pessoas (da igreja e de fora) que igreja boa é igreja gigante. Como a torre de Babel, querem ajuntar-se em um só lugar e fazer para si um nome, enquanto que a ordem divina era para multiplicar e encher a terra.

Graças a Deus pela nossa igreja. Ela cresce (não com facilidade), se espalha e, por onde vai leva a proclamação da verdade do Evangelho. Não estou falando do evangelho de mercado que temos hoje, mas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e Seus apóstolos. Talvez isso explique o crescimento não com facilidade que nós temos.
Uma de nossas igrejas em construção - bairro Soares/Ribeirão das Neves
Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém


Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.

ALGUÉM se zangou porque era um trabalho de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

No final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.

Somos assim na maioria das vezes até na obra do Senhor. Sempre esperamos pelos outros quando na verdade somos capazes de fazer.

Acontece que no dia do juízo não haverá desculpas. Podemos hoje transferir responsabilidades que muitas vezes são nossas. Mas perante Deus não há argumentos justificáveis.

Aos que já são responsáveis deixo um recado: Vamos aprender ter iniciativa nas coisas de Deus.

Aos que não têm responsabilidade eu digo: Parem de se aproveitar dos que tomam a iniciativa, pensando que já que tem alguém fazendo não precisa de você fazer, pois isso é desculpa de quem não quer levar a carga.

Vamos todos tomar duas posturas:

1)    Ter iniciativa e não esperar pelos outros;
2)    Assumir nossas responsabilidades, pois é vergonhoso alguém fazer aquilo que nos foi incumbido.

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 6


As perguntas feitas por Jesus na parábola a seguir, são perguntas de retórica, cujas respostas já estão óbvias no conteúdo da própria pergunta. Ele diz: "Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?..." A resposta óbvia é: "Ninguém". Nenhum dentre os pais faria isso.

Visto, portanto, que nenhum pai faria tal absurdo com seu próprio filho, qual o sentido dessas perguntas em relação ao que Jesus falava acerca da oração? É que Jesus abriu o campo para comparar o relacionamento do homem natural com seu filho e o relacionamento de Deus com Seus filhos.

Jesus denota a pecaminosidade universal quando diz "Ora, se vós que sois maus..." (v. 13 - Bíblia de Genebra). O ser humano já nasce no pecado, e, ainda que faça coisas boas, seu ser é mau por natureza!

Já a respeito de Deus, Jesus diz: "Quanto mais o Pai celestial", no grego, "o Pai, o que saiu para fora do céu", ou seja, aquele que procede do santo lugar, de onde não se pode conceber maldade alguma, como foi o caso do homem, dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?

As crianças são capazes de confiar em seus pais maus, porque sabem que deles não virão coisas ruins mediante um pedido dependente seu, muito mais poderão confiar no Deus, o Pai das luzes, em quem não há variação  nem sombra de mudança, o qual nos dá toda boa dádiva (Tg 1.17).

Não resta dúvida de que Jesus está falando do máximo bem (o Espírito Santo), o que não nega, todavia que Deus possa nos dar outras coisas também consideradas boas, em menor escala, claro, mas as coisas boas com as quais Ele nos agracia devem ser vistas como boas do ponto de vista dEle. Para nós, por exemplo, nunca é bom passarmos por aflições, mas depois que elas nos causam o efeito desejado por Deus, até nós mesmos compreendemos que foi bom termos passado por elas (Sl 119.67,71). Mateus usa a expressão "coisas boas" no seu contexto (Mt 7.11). Não é o mesmo que referir-se às pedras, ou escorpiões que Jesus usa em Suas perguntas de retórica, pois tais coisas não são boas para os filhos e até seus pais reconhecem isso. Entretanto, poderíamos comparar com remédio. Para os pequeninos filhos, os remédios são uma verdadeira maldade e covardia aplicada pelos seus pais, mas os pais sabem que é bom e necessário, embora  no momento seja angustiante. Mas depois, até os próprios filhos reconhecerão que estão vivos e saudáveis justamente por causa daquilo que eles consideravam maldade e covardia!

Por isso, a oração ensinada a nós pelo Salvador jamais pode deixar de conter a expressão: "faça-se a Tua vontade" (Mt 6.10), porque a vontade dEle é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). A nós resta apenas confiar na bondade e na sabedoria de Deus!

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 5



A petição para que não caiamos em tentação tem o seguinte sentido no grego: “E não nos introduzas para dentro da tentação”. Em Mateus temos o complemento, como também em Lucas a partir do Textus Receptus: “mas livra-nos desde o, ou a partir do maligno, ou do mal”!

Deus não tenta a ninguém (Tg 1.13). Entretanto, não significa que nunca nos deixará sem passarmos por alguns testes na nossa vida terrena, a fim de fortalecer nossos músculos espirituais. Paulo disse que juntamente com a tentação dará também o escape, para que possamos suportar. Apesar disso, a tentação é humana (1Co 10.13). É tendência da nossa carne, inclinação dos nossos desejos naturais, que, se atendida fora dos padrões divinos é pecado.


Após ter explicado aos Seus discípulos como orar, Jesus lhes conta uma parábola, a do amigo importuno (vv. 5-8), para depois então fazer a aplicação do que Ele havia ensinado sobre oração (vv. 9-13). Nesta parábola, Jesus prepara o terreno para mostrar a prontidão que o Pai tem em nos atender às orações. Ele usa o exemplo de dois homens amigos, já para mais à frente comparar entre homens (que são maus) e Deus (que é o Pai celestial, bom por natureza). A parábola relata um incidente inoportuno. É um homem que procura seu amigo à meia-noite, a troca da segunda para a terceira vigília da noite! Ele buscava pão emprestado para dar a um outro amigo que chegara de viagem e estava hospedado em sua casa, nada tendo ele a oferecer-lhe. Seu amigo, que já estava dormindo com seus filhos negou-lhe o pedido, alegando incômodo aos seus familiares que já dormiam, caso fosse atendê-lo. Bem, por aqui mesmo acaba a parábola, até de maneira que causa interrogação: será que ele atendeu ao amigo, ou seu amigo foi embora e acabou a amizade, ou será que ele convenceu o seu amigo a se levantar?...  Entretanto Jesus faz uma aplicação inteligente, de modo que temos o final que imaginarmos para essa parábola. Porém Jesus sugere um final: se ele não se levanta pela amizade, no final das contas se levantará por causa da importunação, no grego, sua “falta de vergonha”, no caso em pedir pão àquela hora da noite, sem respeitar a privacidade alheia. Se houver, diz Jesus, perseverança no cara-de-pau, o outro se levantará e dirá: “Que mais você quer? Apenas pão mesmo? Não quer levar logo o pó de café, o leite, a manteiga... desde que nos deixe dormir sossegados?”

Feita a aplicação, Jesus diz (v. 9): “Por isso vos digo...” Por isso o quê? Por causa dessa parábola que Ele havia contado. O campo ficou agora aberto para Jesus fazer a comparação que Ele queria entre os homens (pais maus) e Deus (Pai bom). Se um homem consegue com outro homem o que ele quer por causa da importunação, será que não conseguiremos de Deus o que pedirmos em oração?

A analogia vai se aprofundar mais, porque Jesus passará a usar como comparação o pai e o filho; não mais o homem e seu amigo!

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Estou de férias...

Ficaremos alguns dias sem postagem devido às merecidas férias. Mas em breve estamos de volta.

Abraços e a paz a todos os leitores e seguidores.

Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

sábado, 30 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 4

Sobre o perdão, o v. 4 nos mostra uma relação causa-efeito, ao contrário do mesmo texto em Mateus 6, que tem efeito analógico. Aqui Lucas expressa a oração, partindo da ideia de que o cristão já tem perdoado antes os seus devedores. Perdoado aqui tem o sentido de “deixado ir livre” no grego. Por isso, o crente tem a liberdade de pedir a Deus que lhe perdoe. Já em Mateus, o evangelista nos da a ideia de que podemos pedir a Deus que nos conceda o perdão da mesma forma que perdoamos os nossos devedores.

Isso também tem dado base para alguma discussão. Alguns entendem que o perdão ao próximo é a condição sine qua non para recebermos o perdão de Deus. Outros já explicam que crentes não precisam pedir perdão, uma vez que já foram justificados pela morte de Cristo. Ainda alguns alegam a santificação completada em vida e consequentemente dizem que não pecam, portanto, não há necessidade de pedir perdão.

Entretanto, é lícito compreendermos algumas coisas. Jesus não nos ensina a pedir o perdão ao Pai porque temos perdoado os outros. Ele diz em Mateus assim como. Portanto, isso não se torna condição sine qua non. Tampouco a justificação, que nos lava por completo (Jo 13.10) nos impede de pecarmos na caminhada terrena (João diz em sua 1ª carta que aquele que diz que não tem pecado engana-se a si mesmo e torna Deus mentiroso – 1.8,10). Por conseguinte, a santificação não nos é aperfeiçoada por completo nesta vida, mas apenas por ocasião da morte física (alma glorificada), ou da 2ª vinda de Cristo (corpo e alma glorificados).

O versículo em Lucas nos ajuda a entender melhor o que Jesus quis dizer. “Perdoa-nos... pois também... temos perdoado”. Isso é uma compreensão do perdão que recebemos de Deus. Quando pensamos no perdão que nos foi concedido por Deus através da morte de Cristo, sem que nós merecêssemos, nosso coração se derrete e podemos assim perdoar o que quer que nos tenham feito, pois nada se compara com o sofrimento de Cristo para nos alcançar o perdão divino! Aqui em Lucas, ele não está obrigando Deus a nos perdoar, mas mostrando para Ele que nós compreendemos o valor do perdão e o temos aplicado aos que nos devem. Então nessa petição temos a certeza de que o perdão do Pai virá a nós. Como se disséssemos: “Compreendemos Tua justificação e por isso mesmo perdoamos a todos os que nos devem, portanto, Pai, perdoa-nos mais uma vez”.

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson


Continua...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 3


O pedido pelo pão diário é visto de diferentes maneiras no contexto cristão. Tomás de Aquino via no pedido que o Mestre nos ensinou u’a “maneira de evitar os cinco pecados que se comete habitualmente por um desejo imoderado das coisas temporais”. O primeiro seria o pecado da insatisfação, pois o homem sempre quer aquilo que está acima de seu poder. O segundo fala do pecado da prática da injustiça e fraudes na aquisição daquilo que se deseja. Por isso devemos pedir o pão nosso, não o que pertence a outrem. Agostinho mesmo via esse pecado sem perdão, a não ser que se restituísse o que havia sido roubado! O terceiro é o pecado da “solicitude excessiva para com os bens terrenos”. O quarto seria o pecado da insaciabilidade, ou seja, quando queremos devorar em um só dia o que seria para muitos dias. Aqui pedimos não o pão de cada dia, mas o de dez dias! O quinto é o pecado da ingratidão. Quem recebe mais do que é lícito torna-se ingrato, não reconhecendo Deus como o Provedor.

O Pr. Ricardo Gondim, em um de seus sermões afirma que somos proibidos pelo Novo Testamento de pedir qualquer coisa que seja em nosso benefício material, ainda que sejam coisas básicas e necessárias. Partindo desse pressuposto, ele chega à conclusão de que, na oração dominical, Jesus nos ensina a pedir o pão diário, porém espiritual, o pão que é Ele mesmo. Assim, ele elimina a interpretação literal desse trecho da oração do Pai Nosso.

D. Martyn Lloyd-Jones, em seu comentário sobre o Sermão do Monte vê essa petição não apenas como um ensino que nos leva a pedir pelo pão, ou alimentos, mas inclusive quaisquer outras coisas que façam parte das nossas necessidades materiais, exceto, obviamente o luxo, ou coisas desnecessárias.

No grego, o termo epiúsion quer dizer “pertencente ao dia de amanhã”, ou talvez “do dia corrente”. Por isso em algumas versões temos em Mateus 6 “o pão de amanhã dá-nos hoje”. Aqui em Lucas, porém, o que verte é “o pão nosso, o pertencente ao amanhã, dá-nos diariamente”. Assim está no grego. O que se quer deste versículo é o que vem sendo ensinado desde o início da oração: perfeita submissão confiante ao Pai.


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson


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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Veja online publica "briga dos pastores" Malafaia vs. Macedo



Clique aqui e assista a 2ª parte direto do site da Veja online

Será que o Pr. Silas falou o que muita gente queria dizer para o Bp. Edir Macedo, denunciando-o como falso profeta, ou será que foi apenas uma oportunidade para a Veja zombar do evangelho, como sempre faz?


Dia tēs písteōs.


Pr. Cleilson

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 2



O reino de Deus que Jesus nos ensina a pedir que venha é o governo de Deus que começou a ser implantado nos corações dos homens de maneira natural e gradativa, desde que o Filho de Deus veio à terra para anunciar as boas-novas, libertando os cativos, como Ele havia dito em Lc 4.17-21. Ele deu mais uma prova disso aqui no cap. 11.14, quando expulsou o demônio mudo de uma pessoa. Quando os blasfemos fingiram que não entenderam o poder do Espírito que estava sobre Jesus e alegaram que Seu poder provinha de Belzebu, Jesus provou a eles que expulsava demônios pelo dedo de Deus e que, portanto, o reino de Deus era chegado sobre eles (v. 20). O reino de Deus não aceita meio termo: ou somos a favor de Jesus, ou contra Ele (v. 23). Pode-se até estar no reino sem ser do reino, como o próprio Mestre explicou em Mt 13.41, mas isso não prevalecerá pela eternidade. O reino de Deus não é comida nem bebida, como pensou um dos rabinos (cap. 14.15; ver Rm 14.17). Poderá haver isso na plenitude do reino (Lc 22.16,18), mas agora o reino de Deus é interior (17.20), ele começa de dentro para fora. É a semente de mostarda que começa no interior da terra para depois tornar-se visível (Mt 13.31,32). É a grande pedra do sonho de Nabucodonosor que foi cortada sem o auxílio de mãos, ou seja, esse reino não tem intervenção humana; é de Deus (Dn 2.34,35,44,45)! Esse reino encherá toda terra e durará para sempre!

Agora, por que orar para que venha o reino de Deus? Há coisas a serem feitas enquanto este reino não toma sua forma plena. Os crentes devem almejá-lo, por isso oram para que ele venha. Os crentes devem proclamá-lo para que ele venha na totalidade (Mt 24.14). Vidas serão salvas na proclamação do reino, mas vidas também serão condenadas na consumação do reino. Por isso orar para que venha o reino de Deus. Tanto para que agora vidas entrem nele, como para que no futuro todas as injustiças sejam corrigidas e Seu reino se torne pleno.

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

Continua...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Pai Nosso no Evangelho de Lucas (Lc 11.1-13) - Parte 1




De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar... (v. 1). Observe a continuidade no v. 14: “De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio... Isso nos mostra a ligação que existe entre a oração e a autoridade sobre os espíritos imundos. O contraste entre esses dois eventos nos mostra que enquanto no primeiro os discípulos queriam aprender (v. 1), no segundo episódio os blasfemos achavam que já sabiam (v. 15). O perigo de achar que já se sabe de tudo é, aqui nesse caso, o risco de cair no erro imperdoável. Blasfemaram porque pensaram que já sabiam de tudo. Negaram-se a aprender a orar, a aprender a pedir, pois se assim o tivessem feito, então teriam recebido o Espírito Santo (v. 13). Deveriam ter cultivado a humildade dos discípulos.

No entanto, surge uma dúvida: será que os discípulos estavam pedindo para que o Senhor os ensinasse a orar porque eles queriam mesmo viver uma vida de oração, ou somente porque os discípulos de João haviam sido ensinados a orar? Lembra-nos a ocorrência de quando Israel pediu a Samuel que tivessem um rei. Sua motivação era porque todas as outras nações também tinham um rei (1Sm 8.5,19,20). Mas se nos basearmos na resposta diretiva de Jesus chegamos à conclusão de que eles realmente queriam aprender a orar.

O início da oração dominical é introduzido com a palavra aramaica “Abba”. Denota o termo íntimo para dirigir-se ao pai no seio da família. Para os judeus, uma tremenda falta de respeito. Jamais eles ousariam chamar Deus de “papaizinho”! Absurdo! Uma das razões pelas quais eles queriam matar Jesus era porque Ele chamava Deus de Pai e Se fazia semelhante a Deus (Jo 5.18). Entretanto, Jesus não só O chamava assim, como também ensinou Seus discípulos a dirigirem-se assim a Ele.

Para compreendermos a santificação do nome de Deus, precisamos entender duas coisas:

  1.             Santificar na Bíblia tem o sentido de “por de parte para uso santo”, ou seja, “separar”, “consagrar para uso divino”. Por isso é que tudo o que se consagra na Bíblia não pode ser usado para outro fim, exceto o espiritual. O nome santo de Deus não pode ser ultrajado, o que nós fazemos com frequência. Costumo dizer que é o único dos dez mandamentos que contém uma ameaça, entretanto é o mais desrespeitado, o menos temido: tomar o nome do Senhor Deus em vão!
  2.        Nome na Bíblia tem a ver com personalidade, representa a pessoa. Isso já nos coloca no devido lugar, para não confundirmos a grandeza, a transcendência de Deus com a intimidade que foi falada pouco antes. Chamar Deus de "papai" não nos abre precedentes para sermos levianos com Seu santo nome, Sua Pessoa! O que temos visto revela o oposto. Em nome da “intimidade”, absurdos são tolerados e até aprovados para com a Pessoa de Deus. Com não, contra! Causa vergonha a forma abominável, banal e desonrada como muitas pessoas se dirigem a Deus, principalmente em igrejas e muitos ministérios de louvor e dança! Repúdio! Como exemplos, as "unções" de leão, de cobra, da águia, o reteté e outras aberrações em nome da intimidade. 

Torna-se até mais complicado se pensarmos na profundidade do sentido da oração do Senhor ao tratarmos com Deus Pai. De fato, Jesus veio para nos abrir a porta de comunhão com o Pai e isto Ele fez rasgando Sua própria carne (Hb 10.19-22). Mesmo assim não nos é permitido trivializar essa intimidade, arrastando Deus para nosso emocionalismo pecaminoso. O nome dEle, ou seja, Sua Pessoa há de ser preservada em santidade, pois esse é o aspecto intrínseco de Seu ser majestoso: Ele é santo! Separar o nome, a Pessoa de Deus de tudo o que é vil daquilo que participamos nessa carne e nesse mundo torna-se nossa obrigação! Intimidade sem santidade não existe!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

Continua...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O reino dos céus é tomado por esforço?

"Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele" (Mt 11.12).

Este versículo de difícil interpretação tem levado muitas pessoas a crer que não se pode ser salvo sem fazer alguma obra. Com esta interpretação cairia por terra a teologia reformada conhecida como sola gratia.

Todavia, precisamos descobrir o significado deste versículo, analisando-o mais de perto. É mesmo esse o sentido das palavras do nosso Senhor? Ele quis dizer que as pessoas só serão salvas se aplicarem seu esforço?

Observemos alguns pontos deste texto:

I - HÁ UM INTERVALO EM QUE ESSE ESFORÇO ACONTECE

Jesus disse "desde os dias de João Batista até agora". Isso quer dizer que:
a) Esse esforço não existia antes dos dias de João Batista;
b) Não continuaria a existir depois do que Jesus tinha para dizer.
Somente houve esse período (entre seis meses e um ano) em que o reino de Deus foi violentado.

II - HÁ UMA RAZÃO PARA ESSE ESFORÇO QUE O PRÓPRIO JESUS EXPLICA

Ele diz no v. 13, como que querendo explicar o porquê de tanto alvoroço para entrar no reino dos céus anunciado por João Batista. É porque a Lei e os Profetas profetizaram até João. Daquele dia para frente não haveria mais o uso de profetas no sentido veterotestamentário. João foi o último! Deus agora nos falaria pelo Filho (Hb 1.1,2). Mas as pessoas não sabiam disso, pelo menos não acreditariam assim tão facilmente nessa transição. Eram judeus, tinham recebido uma revelação especial através dos profetas do Antigo Testamento, cujo ministério foi ocultado durante um período de mais ou menos 400 anos (período interbíblico, ou intertestamentário)! Reconheciam João como profeta da mesma envergadura que Isaías, ou Jeremias (Mt 21.26), não aceitariam que esse período viesse a ficar obsoleto e que entrariam numa nova economia divina.

III - O PROBLEMA NÃO ESTAVA NA TRANSIÇÃO DA ANTIGA PARA A NOVA ALIANÇA, MAS NA REJEIÇÃO DO POVO

Jesus retruca contra os ouvintes o fato de eles não darem ouvidos nem a João (chamavam-lhe de endemoninhado), nem ao próprio Jesus (chamavam-Lhe de glutão e beberrão - vv. 18,19). Increpa-lhes pelo fato de não terem se arrependido, mesmo vendo suas obras (vv. 20-24) e diz que essa coisa toda de esforço para alcançar o reino é furada. Na verdade, os que haveriam de receber a revelação seriam os pequeninos, não os sábios e instruídos (v. 25).

Diz no v. 27 que só conheceriam o Pai aqueles a quem o Filho quisesse revelar! Isso é o oposto do que vinha acontecendo desde os dias de João! Agora, na nova fase da revelação, o reino seria dado àqueles a quem o Filho achasse por bem revelar os mistérios de Deus Pai! Ninguém consegue este reino por esforço! Tentaram, na verdade, mas não podem entrar nele assim!

Por isso, Jesus conclama a Si no v. 28 todos aqueles que estão cansados e sobrecarregados. Ao contrário do que muita gente pensa e prega, Jesus não está chamando a todos! Ele chama a todos os que estão cansados. Há muita gente no mundo que não se cansou do pecado, portanto, o convite não está estendido a estes!

CONCLUSÃO

  • O reino dos céus era tomado por esforço no intervalo entre os ministérios de João e de Jesus.
  • A razão disso estar acontecendo, era por falta da compreensão acerca do ministério da Nova Aliança introduzido por Jesus, havia portanto, uma briga, uma certa violência para se apoderar do reino dos céus
  • Querendo apoderar-se do reino, os judeus rejeitavam o único que os podia colocar lá: Jesus!
  • Sem arrependimento não se entra nesse reino - isso nada tem que ver com esforço, mas com submissão. Tanto João como Jesus pregaram o arrependimento como condição para entrar neste reino (Mt 3.2,8-10; 4.17).
  • O reino é dado àqueles a quem Jesus quer revelar o Pai. Não depende do esforço humano (Rm 9.16).

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Salmo 63 - Comentário e aplicação


Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.
Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória.
Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
Assim, cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.
Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva,
no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite.
Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso.
A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara.
Porém os que me procuram a vida para a destruir abismar-se-ão nas profundezas da terra.
Serão entregues ao poder da espada e virão a ser pasto dos chacais.
O rei, porém, se alegra em Deus; quem por ele jura gloriar-se-á, pois se tapará a boca dos que proferem mentira.
Davi, quando estava no deserto de Judá, logo após ter saído da caverna de Adulão e deixado seus pais em Moabe, compôs esse maravilhoso poema lírico, talvez exausto já de tanto fugir do rival Saul. Foi nessa ocasião que, por conselho do profeta Gade, Davi e seus homens foram para os bosques de Judá. Ali também, o rei Saul, já irado por imaginar que havia pessoas no seu exército a favor de Davi, matou 85 sacerdotes do Senhor pelas mãos de Doegue, o edomita, porque o sacerdote Aimeleque havia suprido a Davi e seus homens (1Sm 21 - 22)!
Isso incomodou Davi de tal maneira, que ele se sentiu culpado pela morte desses sacerdotes. Esse rei tão espiritual e sensível à presença de Deus compôs esse salmo impressionante! Num momento como esse, Davi tinha todas as razões para tornar-se deprimido e consequentemente desanimado, mas não é isso que lemos no salmo. Ali vemos a expressão de alguém que realmente não só confia no Senhor, como também O vê como fonte de toda busca espiritual. Davi como que se desprende da situação e canta ao Senhor, revelando no salmo seu desejo ardente por Deus!
Para ele, Deus era o seu refúgio, o lugar mais forte do que os lugares em que ele se escondia (v. 1a). Não só sua alma tinha sede de Deus, mas seu corpo também O desejava, como terra seca (v. 1b). Hoje nós dissociamos muito. Às vezes defendemos que a alma deve buscar ao Senhor, enquanto o corpo fica inerte, outras vezes queremos balançar o corpo sem que a alma esteja na busca... precisamos aprender com o salmista a equilibrar nosso ser por completo na busca pelo Senhor. 
No Salmo 27, o rei já tinha dito que buscaria uma coisa que vinha pedindo ao Senhor: que pudesse morar na Casa do Senhor todos os dias de sua vida para "contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo" (Sl 27.4). Agora, aqui neste maravilhoso Salmo 63, Davi diz que já contempla o Senhor (v. 2)! De fato ele buscou o que havia pedido! Ele vê a força e a glória do Senhor! Talvez, como para que se quisesse se consolar pela morte dos sacerdotes, diz o salmista no v. 3 que a graça de Deus é melhor do que a vida (do heb. Chasedeka - amor, benignidade). Aqueles sacerdotes que morreram eram objetos do amor de Deus, por isso suas vidas (no heb. vida está no plural - vidas) eram importantes, sim, mas não maiores que o amor de Deus! Com isso, Davi tinha apenas que render-se ao Senhor e louvá-lO (v. 4).
Davi considera sua alma robusta, fortalecida (v. 5) e até no leito, que inclusive não tinha no momento, por viver afugentado daqui para ali, ele se recordava do seu Deus e sua boca se desdobrava em júbilo (v. 5,6). Isso é que é viver acima dos problemas! Nada do que lhe tinha ocorrido era capaz de alvoroçar sua satisfação no Senhor! Ele explica a razão disso no v. 7: "Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas eu canto jubiloso"! O que vemos em nossos dias são crentes robustecendo seu corpo, em busca das riquezas terrenas e passageiras, enquanto a alma definha por falta de comunhão verdadeira com Deus. 


Davi estava extremamente "grudado" em Deus (v. 8 - Adam Clarke). Sua alma tornava-se uma com Deus. Quando falamos de intimidade hoje, falamos apenas por causa dos louvores que são bonitos e harmoniosos, mas não se ouve ensino acerca de uma intimidade como essa em tempos de tribulação...

Do v. 9 ao 11, o rei profetiza o fim daqueles que o perseguem. De fato, foi o que aconteceu a Saul, foi entregue não só à espada, como também às profundezas da terra (1Sm 31.1-10). Davi aqui não está vindicando o trono para si, muito embora se proclame rei no v. 11. Apenas porque cria na palavra de Deus através do profeta Samuel, de que o faria rei e também porque não suportava ver os mentirosos tendo qualquer êxito! Era exatamente o tipo de Saul: um mentiroso que se aproveitava do trono para matar os que ajudavam a Davi e o caluniava com mentiras abusivas.

Nós temos visto mentiras sendo usadas em nome de Deus nos púlpitos (já não são mais tronos, alguns até são), perseguições discretas sendo feitas àqueles a quem Deus realmente chamou e um emaranhado de teologias estranhas que misturam a verdade com a falsidade, de maneira tão costurada, que muitas pessoas não conseguem mais discernir. Pensam que se falou de Deus está ótimo! O problema é que muitos falam de Deus, mas nem todos falam por Deus.

Que este salmo nos ensine, além do discernimento, também a verdade sobre intimidade e comunhão com Deus. Esta comunhão vai além dos momentos de êxtase no louvor e nas músicas que são cantadas nas igrejas. Esta intimidade está na ligação apegada da nossa alma com Deus, quando nos deitamos, quando somos perseguidos, quando sentimos culpa, quando alguém nos toma o que é nosso por direito. Davi não exigiu o trono! Ele não cantou: "Restitui... eu quero de volta o que é meu"! Ele sabia o que ensinou para seu filho, que há tempo para todas as coisas (Ec 3.1). Ele sabia que quem usa de engano não prevalecerá (Sl 101.7), por isso ele esperava no Senhor. Não uma espera como de vingança, mas uma espera que, enquanto esperava regozijava-se, não em saber que Deus lhe daria o trono, mas regozijava-se na Pessoa de Deus. Intimidade é isso: é alegrar-se em ter Deus como seu Deus, mesmo sabendo que Deus não vai fazer aquilo que a gente quer!

Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Apóstolo" Luiz Hermínio diz que Deus não vive mais sem ele



A cada dia aparece uma nova. Mas essa é demais! O cara diz que Deus não vive mais sem ele! Que afronta! Que blasfêmia! Isso, ao contrário do nome deste blog, é uma EGOlatria, uma AUTOlatria, uma adoração de si mesmo.


Os pregadores da nova onda evangélica precisam voltar-se arrependidos para os braços de Jesus, humilhados, reconhecendo-se insignificantes perante a grandeza do Todo-Poderoso!


Fico mais triste ainda quando vejo tanta gente cega, crentes manipulados por uma teologia barata, antropocêntrica, por pregadores que enceram o ego humano, que nem precisa disso para ser soberbo! Substituíram a Palavra, que alimenta a alma faminta por palestras motivacionais, que alimentam o ego - nem mesmo as empresas estão mais usando esse tipo de psicologia inútil em suas dependências. Já até aprenderam a valorizar o outro, enquanto muitas igrejas ensinam o povo a valorizar a si próprio.


Quando é que vamos aprender com os crentes de Bereia, que examinavam as Escrituras para verificar se o que ouviam era de fato assim?


Que o Senhor nos dê tempo para nos arrependermos!


Dia tēs písteōs.

Pr. Cleilson