O pedido pelo pão diário é visto de diferentes maneiras no
contexto cristão. Tomás de Aquino via no pedido que o Mestre nos ensinou u’a “maneira
de evitar os cinco
pecados que se comete habitualmente por um desejo imoderado das coisas
temporais”. O primeiro seria o pecado da insatisfação, pois o homem sempre quer
aquilo que está acima de seu poder. O segundo fala do pecado da prática da
injustiça e fraudes na aquisição daquilo que se deseja. Por isso devemos pedir
o pão nosso, não o que pertence a outrem. Agostinho mesmo via esse pecado sem
perdão, a não ser que se restituísse o que havia sido roubado! O terceiro é o
pecado da “solicitude excessiva para com os bens terrenos”. O quarto seria o
pecado da insaciabilidade, ou seja, quando queremos devorar em um só dia o que
seria para muitos dias. Aqui pedimos não o pão de cada dia, mas o de dez dias!
O quinto é o pecado da ingratidão. Quem recebe mais do que é lícito torna-se
ingrato, não reconhecendo Deus como o Provedor.
O Pr.
Ricardo Gondim, em um de seus sermões afirma que somos proibidos pelo Novo
Testamento de pedir qualquer coisa que seja em nosso benefício material, ainda
que sejam coisas básicas e necessárias. Partindo desse pressuposto, ele chega à
conclusão de que, na oração dominical, Jesus nos ensina a pedir o pão diário,
porém espiritual, o pão que é Ele mesmo. Assim, ele elimina a interpretação
literal desse trecho da oração do Pai Nosso.
D.
Martyn Lloyd-Jones, em seu comentário sobre o Sermão do Monte vê essa petição
não apenas como um ensino que nos leva a pedir pelo pão, ou alimentos, mas
inclusive quaisquer outras coisas que façam parte das nossas necessidades
materiais, exceto, obviamente o luxo, ou coisas desnecessárias.
Dia tēs písteōs.
Pr. Cleilson
Continua...
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