“Todas as autoridades
e todo o povo que haviam entrado na aliança obedeceram, libertando cada um os
seus escravos e cada um as suas escravas, de maneira que já não os retiveram
como escravos; obedeceram e os despediram. Mas depois mudaram de ideia, e
fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e os sujeitaram
outra vez à escravidão” (Jr 34.10,11 – NAA).
Diante de uma profecia ameaçadora de Jeremias, o rei Zedequias fez uma aliança com o povo de Jerusalém, para que todos os judeus libertassem seus escravos compatriotas (vs. 8,9). A lei de Moisés dizia que se porventura algum judeu fosse feito escravo de outro judeu, ele só deveria servi-lo por seis anos. Ao sétimo ano, ele deveria ser libertado (Êx 21.2; Dt 15.12).
Uma das razões pelas quais o povo de Judá estava sendo levado para o cativeiro era exatamente essa e outros tipos de injustiça social. Mas diante da ameaça, o rei resolveu fazer aliança com o povo e cumprir essa parte da lei que, por desobedecerem, estava sendo uma das razões para sua ruína.
Contudo, nos é relatado que eles “mudaram de ideia, e fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e os sujeitaram outra vez à escravidão” (v. 11). Assim, o povo judeu apenas aumentou seu pecado contra Deus, pois, além de descumprirem com seu voto, o fizeram diante do templo do Senhor (v. 15).
A palavra de condenação do Senhor é curiosa. Ela relembra o método de como eram feitas as alianças no antigo oriente: as partes contratadas cortavam um animal ao meio e passavam entre os pedaços daquele animal. O pacto era de que se algum deles quebrasse a aliança que ali era feita, o seu fim seria como o daquele animal partido ao meio! É exatamente essa a condenação à qual o Senhor sujeita aquele povo (vs. 18-20).
Era melhor para aqueles judeus desobedecerem à lei mantendo seus irmãos escravos, a fim de se enriquecerem às custas de seu trabalho, do que libertá-los após seis anos de servidão, o que, naturalmente, não lhes causaria prejuízo algum. Eles só resolveram obedecer porque outro interesse maior agora estava em jogo, a saber, não serem levados cativos pelo rei babilônio. Ao perceberem que isso havia acalmado as coisas (v. 21), voltaram a cometer os mesmos pecados.
Assim é o coração do homem. Ele se deleita na desobediência, pois esta é conveniente para seus interesses egoístas. Quando ele vê que sua rebeldia está chegando a um ponto insustentável para Deus e que a punição está a caminho, ele toma alguma postura de arrependimento para ver se afasta o juízo de si. Porém, basta um leve sossego para que sua memória se enfraqueça diante dos votos que fez durante seu desespero e ele volte a seus pecados.
Esse vai-e-vem de muitos crentes vai lhes custar muito caro,
pois Deus não é Deus de duas palavras. O fato de Deus suspender Seu juízo por
um momento, não significa que Ele tenha Se esquecido daquilo que deve fazer. O
arrependimento verdadeiro que nos livra do juízo é aquele que, como disse o
sábio: “o que confessa e abandona,
alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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