“Tão certo como eu
vivo, diz o Senhor, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse o
anel de selar na minha mão direita, eu dali o arrancaria” (Jr 22.24 – NAA).
Jeconias foi um rei de Judá, que reinou apenas 3 meses em Jerusalém, na época da invasão babilônica. Ele tinha 18 anos quando foi coroado, mas a Bíblia diz que ele “fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2Re 24.9). Seu nome é citado como Joaquim e também Conias, uma abreviação de Jeconias.
Como Deus já estava irado com os reis anteriores, entre alguns justos e outros ímpios, o Senhor resolve amaldiçoar este rei através do profeta Jeremias. Além de ter que ir para o cativeiro babilônico em plena juventude, este rei não teria descendente que viesse a assentar-se no trono de Davi: “Assim diz o Senhor: Registrem que esse homem não teve filhos. É homem que não prosperará nos seus dias, e nenhum dos seus filhos prosperará, para se assentar no trono de Davi e ainda reinar em Judá” (Jr 24.30).
De fato, este rei foi ao cativeiro, nenhum filho seu se assentou no trono de Davi, antes, o seu tio Matanias (cujo nome foi trocado para Zedequias) é quem foi posto rei em seu lugar por Nabucodonosor (2Re 24.17). Mesmo no cativeiro, mais tarde, Jeconias é tratado bem pelo filho de Nabucodonosor, Evil-Merodaque (37 anos depois). É retirado da prisão, é honrado à mesa do rei babilônio, além de receber do rei uma pensão vitalícia e subsistência diária diante dele (2Re 25.27-30).
Porém, Mateus coloca Jeconias como ancestral real de Jesus na sua genealogia (Mt 1.11). Assim, os críticos logo argumentam: “Este rei foi amaldiçoado e nenhum de seus filhos foi rei, então sua linhagem foi interrompida, e, se Jesus descendeu dele, conforme diz Mateus, logo, Jesus não é herdeiro legítimo, pois os que se assentaram no trono foram os descendentes de Zedequias e não de Jeconias”!
Todavia, Deus é perfeito! Somente Ele pode amaldiçoar e somente Ele pode revogar a maldição! Perceba que há um descendente de Jeconias chamado Zorobabel (Mt 1.12). Em Ageu 2.23, lemos uma promessa feita a Zorobabel, herdeiro legítimo de Jeconias: “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, tomarei você, Zorobabel, filho de Salatiel, você que é meu servo, diz o Senhor, e farei de você um anel de selar, porque eu o escolhi, diz o Senhor dos Exércitos”. Veja que repete o termo amaldiçoado por Jeremias: “anel de selar”!
Até o próprio Talmude e o Midrash testemunham que a maldição
foi retirada, tanto pela expiação do cativeiro, como pela promessa de Deus a
Zorobabel. Sendo assim, nem os próprios judeus opositores de Jesus, poderiam
negar Sua messianidade! Podemos continuar pregando o evangelho que, segundo
Paulo, “diz respeito a seu Filho, o
qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm 1.3).
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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