Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0483 - O PAI TRABALHA, O FILHO TAMBÉM; E A IGREJA?

 


Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).


Antes de desenvolvermos nossa reflexão sobre esse tema, é bom que desvendemos a aparente contradição deste versículo com aquele de Gênesis, onde lemos que Deus descansou no dia sétimo de toda a sua obra que tinha feito. Se Ele descansou, por que Jesus diz que Ele trabalha até agora? Não sugere que não houve descanso?

A questão é que o texto de Gênesis se refere à criação natural, o surgimento de novas obras da natureza por criação. Que Deus trabalha à parte disso, não resta dúvida, pois Ele coopera com Sua criação, no sentido de que é Ele quem faz com que todas as leis estabelecidas no universo funcionem (Hb 1.3); Ele é quem faz a grama crescer (Sl 104.14); os animais pedem a Deus seu sustento (vs. 21,27); Ele é quem trabalha com milagres providenciais, interferindo poderosamente nas leis naturais para glorificar Seu nome (Sl 105, por exemplo); enfim, dessa forma Deus não cessou Sua atividade. Todavia, nunca mais Deus criou novas coisas no que diz respeito à primeira ordem.

Mas na segunda ordem das coisas, Deus trabalha também e, até mesmo, de modo criativo. Ele é quem cria em nós o “novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24). E é sobre isso que Jesus está falando. Tanto que nos próximos versículos, Jesus diz que nada pode fazer, exceto aquilo que vê Seu Pai fazer (v. 19), e uma dessas coisas é ressuscitar os mortos espirituais a quem Ele quiser (v. 21), ou seja, dar vida espiritual ao homem morto em seus delitos e pecados (v. 25).

Fica assim provado, portanto, que o Pai e o Filho continuam em atividade por meio do Espírito Santo até hoje e continuarão até à segunda vinda. Mas, e quanto às pessoas na igreja? Será que podem repetir essa fala de Jesus? O Pai trabalha até agora, o Filho trabalha e nós também trabalhamos? Só para efeito de exemplo, nessa obra que Pai e Filho trabalham, criando uma nova natureza nos eleitos para que creiam, o Espírito opera isso através do quê? Através da pregação do evangelho! Então, a pergunta se repete: a igreja está trabalhando nisso?

São muitas as desculpas para não trabalhar: “o teu trabalho é descansar em mim”; “não sou salvo pelas obras”; “não descobri meu chamado”; “isso é para pastor ou evangelista”; enfim, não vamos repetir as conhecidas justificativas para negar o trabalho. Entretanto, a Bíblia nos chama ao serviço cristão. Jesus mesmo reconheceu que poucos são os trabalhadores para a seara do Senhor (Lc 10.2).

Somos chamados hoje a repetir a frase de Jesus: “O Pai trabalha até agora, o Filho também trabalha. E nós, como igreja, prosseguimos o trabalho do Filho de Deus, revestidos do poder do Espírito Santo”! E o apóstolo Paulo, o que mais trabalhou na causa do Senhor, nos diz: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0482 - A MALDIÇÃO DE JECONIAS

 


Tão certo como eu vivo, diz o Senhor, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse o anel de selar na minha mão direita, eu dali o arrancaria” (Jr 22.24 – NAA).


Jeconias foi um rei de Judá, que reinou apenas 3 meses em Jerusalém, na época da invasão babilônica. Ele tinha 18 anos quando foi coroado, mas a Bíblia diz que ele “fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2Re 24.9). Seu nome é citado como Joaquim e também Conias, uma abreviação de Jeconias.

Como Deus já estava irado com os reis anteriores, entre alguns justos e outros ímpios, o Senhor resolve amaldiçoar este rei através do profeta Jeremias. Além de ter que ir para o cativeiro babilônico em plena juventude, este rei não teria descendente que viesse a assentar-se no trono de Davi: “Assim diz o Senhor: Registrem que esse homem não teve filhos. É homem que não prosperará nos seus dias, e nenhum dos seus filhos prosperará, para se assentar no trono de Davi e ainda reinar em Judá” (Jr 24.30).

De fato, este rei foi ao cativeiro, nenhum filho seu se assentou no trono de Davi, antes, o seu tio Matanias (cujo nome foi trocado para Zedequias) é quem foi posto rei em seu lugar por Nabucodonosor (2Re 24.17). Mesmo no cativeiro, mais tarde, Jeconias é tratado bem pelo filho de Nabucodonosor, Evil-Merodaque (37 anos depois). É retirado da prisão, é honrado à mesa do rei babilônio, além de receber do rei uma pensão vitalícia e subsistência diária diante dele (2Re 25.27-30).

Porém, Mateus coloca Jeconias como ancestral real de Jesus na sua genealogia (Mt 1.11). Assim, os críticos logo argumentam: “Este rei foi amaldiçoado e nenhum de seus filhos foi rei, então sua linhagem foi interrompida, e, se Jesus descendeu dele, conforme diz Mateus, logo, Jesus não é herdeiro legítimo, pois os que se assentaram no trono foram os descendentes de Zedequias e não de Jeconias”!

Todavia, Deus é perfeito! Somente Ele pode amaldiçoar e somente Ele pode revogar a maldição! Perceba que há um descendente de Jeconias chamado Zorobabel (Mt 1.12). Em Ageu 2.23, lemos uma promessa feita a Zorobabel, herdeiro legítimo de Jeconias: “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, tomarei você, Zorobabel, filho de Salatiel, você que é meu servo, diz o Senhor, e farei de você um anel de selar, porque eu o escolhi, diz o Senhor dos Exércitos”. Veja que repete o termo amaldiçoado por Jeremias: “anel de selar”!

Até o próprio Talmude e o Midrash testemunham que a maldição foi retirada, tanto pela expiação do cativeiro, como pela promessa de Deus a Zorobabel. Sendo assim, nem os próprios judeus opositores de Jesus, poderiam negar Sua messianidade! Podemos continuar pregando o evangelho que, segundo Paulo, “diz respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm 1.3).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0482 - SENHOR OU DÉSPOTA?

 


E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.11).


Déspota é uma palavra que designa um governante que rege com autoridade arbitrária ou absoluta; aquele que usa de autoridade tirânica para governar; é o ditador, o opressor, o dominador. Essa palavra vem do grego despótēs, que em geral quer dizer “senhor, dono, ou amo de escravo”. Há outra palavra grega para significar “senhor”, que é a palavra kyrios. O NT foi escrito em grego e, em geral, kyrios é usado para Jesus, enquanto despótēs é usado para Deus Pai. Normalmente, kyrios carrega um tom mais cavalheiresco do que despótēs.

Ambas as palavras aplicadas, tanto ao Pai como ao Filho, querem dizer muita coisa. Deus não é Senhor apenas daqueles que O declaram como tal. Na realidade Ele é Senhor de tudo e de todos. Quando alguém confessa a Cristo como Senhor de sua vida, obviamente, a palavra usada kyrios a este evento é aplicada. Mas independente de se alguém confessa ou não a Cristo, Ele é Senhor de todas as coisas.

A Bíblia diz que Deus fez Jesus “Senhor e Cristo” (At 2.36). Essa fala de Pedro aos ouvintes no dia de Pentecostes, após ter falado da morte, ressurreição e ascensão do Senhor, compungiu o coração daquelas pessoas, de modo que elas ficaram atemorizadas e perguntaram: “Que faremos, varões irmãos?” (v. 37).

Nós não sentimos culturalmente o peso da palavra “Senhor”. Geralmente a associamos a um patrão, um empregador, um gerente, algo assim. Mas essa palavra tem a conotação de um soberano mesmo. Alguém cujo governo é inquestionável e sua direção tem que ser seguida. Claro que quando se refere a homens no governo despótico, nós vemos todo tipo de abuso de poder, de tirania arbitrária e leis estúpidas.

Porém não é assim com o Senhor dos senhores. A Bíblia diz que “a lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma” (Sl 19.7). Diz também que “justo é o Senhor em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras” (Sl 145.17). E, mesmo santo, perfeito e justo como é, ainda nos recebe em Sua presença. Mas somente por intermédio de Seu Filho Jesus. Não por outro caminho.

Na antiguidade, se alguém entrasse na presença do rei sem ser chamado, sua sentença era a morte, a não ser que o rei estendesse para essa pessoa o seu cetro (Et 4.11). Assim, o homem que tenta se aproximar de Deus a não ser por Jesus, já tem sua sentença de morte garantida. O único meio de alguém ser salvo é se Deus lhe revelar Seu Filho.

Esta é a verdade bíblica. Deus é Senhor Soberano e Absoluto de tudo, desde a menor partícula conhecida deste universo, até as maiores extensões indecifráveis para os cientistas da infinitude deste universo, tanto no sentido visível, como no invisível. Deus pode ser Senhor de sua vida de um modo ou de outro, como Kyrios para te salvar, ou como Despótēs para te condenar! Naquele dia “se dobra[rá] todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confessa[rá] que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 19 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0481 - QUANDO CRISTO VOLTAR

 


Depois, finalmente, aparecerá no céu um sinal da minha vinda e haverá profunda lamentação ao redor de toda a terra. As nações do mundo verão o Filho do Homem chegar nas nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30 – NBV).


O mundo já foi testemunha de muitos eventos impactantes e admiráveis: nosso planeta já foi inundado pelo dilúvio; impérios já se levantaram e dominaram seus países vizinhos; o maior evento da história teve palco no monte Calvário, onde o Filho de Deus foi crucificado; a Sua gloriosa ressurreição; nosso mundo já foi assolado por duas grandes guerras mundiais; revoluções mudaram o curso da nossa história; enfim, somos figurantes, coadjuvantes e atores num cenário, cujo diretor é Deus, que já estabeleceu o roteiro do início ao fim.

Mas o maior de todos os eventos na história da humanidade ainda está por vir. Será quando Jesus retornar majestoso do Seu trono celeste sobre as nuvens do céu com poder e grande glória! Esse será o marco divisor que põe fim à história e estabelece o que se conhece por “eternidade futura”, que nada mais é do que sucessões intermináveis de contagem de tempo, uma era tombando após outra, sem jamais ter fim!

Quando Cristo voltar, coisas maravilhosas irão acontecer. E, além de várias espetaculares, como a explosão de cada átomo do universo, por exemplo, os inimigos de Deus também serão subjugados para a liberdade da glória dos filhos de Deus. O anticristo que, nessa ocasião, estará perseguindo violentamente o povo de Deus, mas será destruído pelo esplendor da vinda de Jesus e lançado no lago de fogo (2Ts 2.8; Ap 19.20).

Quando Cristo voltar, o diabo também será destruído e lançado no lago de fogo, sim, este que atormentava a humanidade, em especial o povo de Deus, será aquele que mais irá sofrer no inferno. As pessoas pensam que Satanás ficará com algum tridente espetando as pessoas que forem pro inferno, no entanto, não é o que a Bíblia diz. Esse anjo caído é o primeiro ser criado por Deus que praticou o pecado, levando anjos consigo para a rebelião e que fez cair nossos pais Adão e Eva. Será, pois, o que mais sofrerá no inferno eterno!

Quando Cristo voltar, o pecado também será desarraigado dos salvos. Juntamente com seu salário, que é a morte, o pecado será destruído e estará somente no lago de fogo, nos pecadores que ali estarão eternamente. Eles é que pecarão sem fim e, aumentando pecado sobre pecado, também colherão morte sobre morte para sempre! Mas os filhos de Deus estarão não somente livres de pecar para sempre, como também lhes é assegurado que não sofrerão o dano da segunda morte, que é o lago de fogo (Ap 2.11).

Finalmente, quando Cristo voltar, as injustiças todas serão corrigidas. Acontecerá numa grande simplicidade, como nós pensamos: o justo recebe recompensa e o ímpio recebe punição. Sim, é isto que Jesus disse que vai acontecer: “O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles separarão do Reino tudo que faz as pessoas tropeçarem e todos os que praticam o mal. Estes serão lançados na fornalha ardente, onde queimarão. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os piedosos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça!” (Mt 13.41-43 – NBV).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0480 - DEUS É TEMIDO QUANDO O SEU POVO O PROCLAMA!

 


Sim, Deus nos abençoará, e todos os habitantes da terra o temerão” (Sl 67.7 – NVT).


O Salmo 67 tem uma estrutura simples e uma mensagem cheia do evangelho, ainda que tenha sido escrito em torno do séc. V a.C. O título do salmo diz que era para tocá-lo com neginot, que, no hebraico, significa “instrumentos de cordas”. Percebe-se que a intenção do salmista é que ele fosse cantado de forma dedilhada e suave.

O primeiro verso deste salmo nos recomenda à misericórdia de Deus: “Que Deus seja misericordioso e nos abençoe. Que a luz de seu rosto brilhe sobre nós”. É assim que o evangelho nos alcança, a saber, pela exclusiva misericórdia de Deus. Somente por isso é que a Sua luz brilhará sobre nós. O evangelho ainda permanece encoberto, diz o apóstolo Paulo aos coríntios, mas permanece encoberto para os que se perdem (2Co 4.3).

No entanto, quando Deus realmente quer fazer Sua luz brilhar, nada pode impedi-lo de fazer isto. “Pois Deus, que disse: ‘Haja luz na escuridão’, é quem brilhou em nosso coração, para que conhecêssemos a glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2Co 4.6 – NVT). Agindo Ele, ninguém pode impedir e assim se cumpre o v. 1 deste salmo.

A seguir, o salmista deseja que os “caminhos sejam conhecidos em toda a terra, e tua salvação, entre as nações de toda parte” (v. 2). Assim também é tarefa dos que já foram salvos tornar conhecidos os caminhos de Deus entre as nações. Só então os povos louvarão ao Senhor (v. 3,5).

No v. 4, o salmista deseja que os povos conheçam também a justiça de Deus. Em todas as épocas dos governos humanos, os povos foram sempre oprimidos e injustiçados. Mas quando Deus governa, a justiça é algo certeiro e, como Supremo Pastor, por Ele somos guiados. As pessoas reclamam de governos injustos, mas rejeitam o único que pode governar com justiça. Outra contradição da nossa sociedade é que diz se alegrar com governantes justos, mas não admite se alegrar com a condenação dos injustos no inferno...

O v. 6 parece nos mostrar que o salmista compôs esse salmo para ser cantado nas festas das colheitas. No dia de Pentecostes (que era a mesma festa das colheitas), o Espírito Santo desceu sobre a igreja e fez uma enorme colheita espiritual, conquistando 3 mil pessoas pela pregação do apóstolo Pedro (At 2). Como diz o v. 6 deste salmo, o nosso Deus nos abençoará ricamente. Sim, com muitas vidas sendo alcançadas pelo evangelho, de fato, não há maior bênção do que essa!

Assim se encerra esta canção. Deus nos abençoando, todos os habitantes da terra O temerão (v. 7)! Uma igreja que foi alcançada pela graça, cujo rosto foi resplandecido pela luz do evangelho de Cristo, uma igreja que proclama os caminhos de Deus por toda terra, que fala de Sua justiça e Seu pastoreio, com certeza será uma igreja que se deleita na conversão de muitas vidas para o Senhor e sempre será motivo para que o Seu nome seja temido em toda terra!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 17 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0479 - PLANTAS QUE SERÃO ARRANCADAS JUNTAMENTE COM SEUS SEMEADORES

 


Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada” (Mt 15.13).


Em uma de muitas perseguições que os fariseus faziam a Jesus, uma delas foi porque eles O viram comendo sem antes lavar as mãos. É óbvio que eles não estavam falando mal de Jesus por uma questão higiênica. Afinal, se alguém come sem lavar as mãos por esse motivo, o máximo que um intrometido possa fazer é explicar-lhe os riscos de saúde que ele corre.

Entretanto, aqueles falsos piedosos criticavam o Senhor por questões religiosas e completamente cerimoniais! Escritos judaicos falam sobre que tipo de utensílio deveria ser usado para lavar as mãos, que tipo de água, que partes da mão deveriam ser lavadas e quem deveria derramar água. Em João 2.6-8 nos é mostrado que havia talhas exclusivas para a lavagem das mãos.

Observe que estas coisas não constavam da lei de Moisés. Por isso Jesus disse que toda planta que Seu Pai não houvesse plantado seria arrancada. Ele estava falando dos ensinos dos homens. O que Deus ordenou ser escrito é o suficiente. O que o homem inventa é planta não plantada pelo Pai. Veja que Jesus não diz que vai arrancar o que não se plantou, mas o que foi plantado sim, todavia, não pelo Pai.

Os falsos mestres são realmente semeadores de plantas não divinas. Elas procedem dos demônios, diz o apóstolo Paulo. Ao lermos 1Tm 4.1-3, logo vemos que algumas coisas aparentemente inofensivas que são ensinadas, procedem de demônios e não de homens, ainda que sejam homens que as ensinem. Ele diz: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (v. 1).

E quando Paulo cita dois exemplos dessas doutrinas de demônios, elas não parecem tão danosas: “proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis” (v. 3). Não parece que é coisa de homem? No entanto, Paulo diz que é coisa de demônio. Realmente, se não foi o Pai celestial que plantou, dificilmente seria o homem. Este pode até propagar, mas o semeador é o próprio diabo, como disse Jesus sobre a parábola do trigo e do joio (Mt 13.24-43).

Sabemos que tais plantas serão arrancadas. Mas pelo visto, agora elas só são arrancadas do coração dos eleitos. Daqueles que são cegos guiados por cegos e também dos cegos que guiam os cegos, elas só serão arrancadas no dia do juízo. Tarde demais para eles perceberem que viveram enganando e sendo enganados. Viveram errantes e fizeram pessoas errar. Quando tais plantas forem arrancadas, seus semeadores e propagadores também o serão!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0478 - SEM JESUS, O QUE ESTÁ RUIM VAI PIORAR!

 


E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então, diz: Voltarei para a minha casa, donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má” (Mt 12.43-45).


Jesus pronunciou esta fala aos Seus conterrâneos, logo depois de ter expulsado um demônio da vida de um homem cego e mudo; expulso aquele espírito, o homem passou a falar e a ver (v. 22). Embora a multidão dissesse que Ele era o Filho de Davi, por causa desse sinal, os fariseus, entretanto, blasfemavam, dizendo que Ele expulsava demônios por Belzebu (vs. 23,24).

Após dizer que eles blasfemaram contra o Espírito Santo e que, por isso mesmo, jamais teriam perdão, Jesus então ensina que não poderia ser diferente, pois da árvore má, só pode vir fruto mau. Aqueles fariseus não podiam tirar coisas boas de seu tesouro, pois seu tesouro era mau. Ainda assim, Jesus insiste que eles teriam de dar conta de suas palavras no dia do juízo (vs. 33-37).

Grande lição aprendemos aqui: as pessoas não são responsabilizadas apenas se puderem fazer a vontade de Deus e não fazem; elas não podem fazer e mesmo assim terão de responder sobre isso no dia do julgamento. A incapacidade do homem não o torna isento do juízo. O ser humano é uma árvore má e mesmo assim terá de responder por seus frutos maus.

Mesmo Jesus tendo repreendido aquele demônio e ter liberto a vida daquele homem, as pessoas ainda pediam a Ele um sinal do céu para que cressem em Jesus (v. 38). Se aquele milagre de libertação não era o suficiente, então Jesus lhes diz que os ninivitas da época de Jonas e a rainha do Sul da época de Salomão já são um sinal para aquela geração. Pois ouviram a Jonas e a Salomão, mas aquelas pessoas não queriam crer em Jesus Cristo, maior que Jonas e Salomão (vs. 39-42).

Jesus continua, dizendo que a situação daquela geração iria piorar, pois, quando um demônio sai de um homem e tal homem não invoca a Cristo para habitar nele, então o demônio volta com outros 7 espíritos piores do que ele e habitam naquela pessoa novamente. Assim aconteceu com aquela geração de judeus da época de Cristo. O espírito de incredulidade voltou pior para eles, a ponto de rejeitarem veementemente a Cristo e O crucificarem! Seu estado ficou pior que o anterior.

As pessoas deveriam pensar sobre isso, pois o princípio permanece. É muito cômodo pedir oração aos crentes quando a coisa aperta. Mas se o indivíduo é liberto e mesmo assim permanece em sua vida de pecado, é óbvio que o Espírito de Deus não vai habitar ali. Então o que acontece? O espírito imundo, que o perturbava, agora volta com outros espíritos piores do que ele e atormentam 7 vezes mais a vida da pessoa, de modo que seu estado só caminha de mal a pior. Não tenha Cristo como visitante de sua vida e sim como habitante, pois sem Ele, o que está ruim vai piorar!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0477 - VÁRIAS FORMAS DE AMAR?

 


Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).


Vivemos em um mundo onde o slogan mais divulgado é: “Várias formas de amar”. Mas é óbvio que o mundo diluiu o conceito de amor a tal ponto, que o seu significado se perdeu por completo. Enquanto a Bíblia eleva o conceito do amor, colocando-o em seu devido lugar, que é o nível divino, o mundo o rebaixa a ponto de colocá-lo no nível de seus mais primitivos e animalescos instintos!

Para o mundo, amar de várias formas é a prática indiscriminada de relações sexuais, de modo que ninguém interfira na escolha de ninguém. Relações homossexuais, relações com animais, relações de incesto, relações transgêneras, enfim, são tantas aberrações pecaminosas e sujas em nome do amor, descidas a seu mais baixo grau de moralidade, que o conceito fica totalmente perdido, dando assim, vazão para as mais aberrantes práticas licenciosas que nem se pode imaginar!

A Bíblia diz então o que é o amor. Em um mundo pervertido e corrupto, o que a Bíblia diz sobre qualquer coisa é considerado ofensivo, intolerante e ultrapassado. Não seria diferente com o amor. Quando se fala sobre o amor, as pessoas pensam em uma aceitação de todas as práticas imorais, recheadas de orgias e devassidão, dando a isso uma roupagem aceitável, chamando de amor. Porém não para a Palavra de Deus.

Quer goste o homem ou não, a Bíblia chama isso de obras da carne, concupiscência, cobiça, imoralidade, e os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21). Porém, a Bíblia diz que o amor é mostrado nisso: em que Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo para vivermos por meio dele (1Jo 4.9). A Bíblia diz que o amor não é recheado de corrupção sexual. Ele não vive em ciúmes, em vaidade, em orgulho, em ressentimento, ele não é inconveniente, não é egoísta, não se irrita, não se alegra com a injustiça e sim com a verdade (1Co 13.4-6).

O amor sublime é aquele que supre a necessidade de seu irmão e não as cobiças dele. O amor verdadeiro é aquele que se opõe ao mal em todas as suas formas. O verdadeiro amor odeia o que Deus odeia e ama o que Deus ama, pois Deus é amor. Um suposto amor que deixa seu irmão fazer o que quer sem avisá-lo de suas consequências e sem repugnar suas obras não é o amor verdadeiro. O verdadeiro amor chama a atenção com bondade, mas com firmeza. Ele não transige com a imoralidade, mas obedece humildemente às leis da Palavra de Deus.

O mundo pode inventar suas formas de se relacionar e chamar isso de amor, embora seja um assalto ao termo que é exclusivo da Bíblia. Mas isso nunca será amor, senão apenas atender aos desejos concupiscentes e desordenados da natureza caída que, além de não se arrepender de seus terríveis pecados, ainda se gaba de propagá-los em alto e horrível som.

Sujeitemos nossos conceitos aos conceitos da Escritura, pois esta é a vontade de Deus: a nossa santificação; que nos abstenhamos de toda imoralidade (1Ts 4.3)! Ainda mais se usurparmos o conceito de amor, que pertence à Bíblia, para aplicá-lo a estes malditos desejos carnais!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 12 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0476 - POR QUE OS ÍMPIOS NÃO SÃO LOGO CASTIGADOS

 


Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa  o Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus” (Sl 92.12,13 – NVI).


Às vezes, a Bíblia usa uma linguagem que pode confundir a mente do leitor ingênuo. E não somente o leitor de hoje em dia, mas em todos os tempos, servos de Deus questionaram a prosperidade dos ímpios e as duras desvantagens que os fiéis sofrem nesta vida. Foi o caso de Jó (Jó 21), do salmista Asafe (Sl 73), de Jeremias (Jr 12) e também de Habacuque (Hc 1).

Mas também, o que lemos em alguns textos bíblicos, nos parece dizer que o justo sempre se dará bem, enquanto os maus serão desarraigados da terra... Veja, por exemplo, este provérbio: “Os justos jamais serão desarraigados, mas os ímpios pouco duram na terra” (Pv 10.30). Será isto mesmo que nossos olhos testemunham? Observe o que diz Davi: “A desgraça matará os ímpios; os que odeiam o justo serão condenados” (Sl 34.21). Tem sido isso o que vemos?

Se a Palavra de Deus não se contradiz e a realidade como observamos não tem sido da forma como lemos em alguns textos da Escritura, então como podemos afirmar que a Palavra não se contradiz? De fato, a Palavra de Deus não pode falhar, como disse Jesus em Jo 10.35. Logo, se a Escritura não falha, então nós é que estamos olhando nossa realidade por outro ângulo e vendo as coisas de modo distorcido.

Em primeiro lugar, devemos entender que os Salmos, os textos poéticos do AT em geral, falavam da esperança que a justiça fosse executada na terra, ainda enquanto ambos viviam (justos e ímpios – estes para serem vingados e aqueles para serem vindicados). Por isso é que lemos Jó dizendo que seu Redentor Se levantaria sobre a terra e que ele, ainda em sua carne veria a Deus, isto é, veria a justiça de Deus sendo feita, o que, de fato, aconteceu (Jó 19.25-27).

Ou seja, para os fiéis da antiga aliança, a salvação significava livramento de perseguições, doenças, aflições, enfim, algo mais relacionado a vitórias na esfera terrena. Quando eles oravam “faze-me justiça”, estavam pedindo justamente que ela ocorresse aqui deste lado do céu, enquanto o justo violado e o ímpio violento ainda existissem, para que a glória da justiça de Deus fosse mostrada e Deus fosse reconhecido como justo.

Em segundo lugar, devemos compreender que Deus não está cativo a esse tipo de pensamento para que Ele seja realmente justo. Desde toda eternidade Ele é o que é agora e o será para sempre. Se Ele foi justo no passado, nunca deixará de ser no futuro, pois Ele não muda. Na realidade, o que acontece é que Deus, sendo justo, deixa muitos ímpios sem punição imediata, porque uma sentença imediata não revelaria a verdadeira maldade do coração do ímpio e, consequentemente, não revelaria a grandeza da punição de Deus!

Sua justiça deve ser mostrada tanto retribuindo ao pior ímpio o maior castigo, quanto ao menor ímpio um castigo de acordo com sua menor impiedade, diferenciando assim entre eles, para que os justos se regozijem na justiça perfeita de Deus. Um dia, os justos florescerão sim, na eternidade, nos átrios do nosso Deus, veremos os justos rejuvenescidos e cheios de vida, a vida eterna, enquanto todos os ímpios terão o seu quinhão de acordo com suas obras! Com tudo isto, Deus será sempre glorificado por Sua justiça!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0475 - A GLÓRIA DO MARTÍRIO CRISTÃO

 


E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59 – NAA).


Embora o primeiro mártir da história da igreja tenha sido o diácono Estêvão, não parece que tenha existido alguém com um sofrimento comparável ao do apóstolo Paulo. Em 2Co 11.22 a seguir, encontramos uma lista de suas duras perseguições e terríveis sofrimentos. Bem na sua conversão, Jesus já havia dito a Ananias que mostraria a Paulo o quanto deveria sofrer pelo Seu nome (At 9.16).

As pregações de Paulo e Barnabé nas regiões da Galácia, Listra, Icônio, mostravam para os discípulos que “através de muitas tribulações, nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Paulo dizia a Timóteo em sua 2ª carta que “os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). Também, aos filipenses, Paulo disse que eles “receberam a graça de sofrer por Cristo, e não somente de crer nele” (Fp 1.29). Se multiplicarmos os exemplos, veremos Paulo falando desse tema em todas as suas cartas.

O que entendemos sobre isso é que o caminho normal para a glória é o caminho do sofrimento. Como disse Ana Maria Ribas no título de seu livro: “Não há Jerusalém sem Gólgota”. Esta é uma grande verdade. Mas, ao que parece, Deus tem chamado algumas pessoas específicas para passarem pela trilha do martírio. Claro que, em todo o tempo da história da igreja, essa história foi traçada por linhas de sangue. Mas há pessoas que possuem de forma mais profunda o senso de entrega de sua vida pelo reino de Deus.

Inácio de Antioquia escreveu várias cartas enquanto atravessava a Síria a caminho do seu martírio em Roma. Em uma delas, ele disse que lutava com feras por terra e mar, que estava preso entre 10 soldados ferozes como os animais selvagens, que mesmo assim estava aprendendo e que seu maior interesse era ganhar a Cristo por sua morte. Ao chegar a Roma e ter sido lançado às feras, ele disse a célebre frase: “Sou como o trigo debulhado de Cristo, que precisa de ser moído pelos dentes das feras antes de se tornar em pão”.

Houve mártires em todos os séculos da história da igreja. Entre eles, citamos João Huss, Jerônimo Savonarola, Thomas Mann, William Tyndale, Ivan Moiseyev, soldado cristão soviético, enfim, a galeria destes homens é imensa e com certeza abrilhanta a dignidade de padecer pelo seu Senhor sem temer a horrível face cadavérica da morte.

Ainda que Deus tenha chamado alguns cristãos de forma especial para representar Sua glória pelo martírio, tais homens e mulheres de Deus devem sempre se lembrar de que “eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo diante da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11).

Estaria você preparado para glorificar a Deus com sua morte? Sabendo que esta seria por martírio, tendo seu sangue derramado para honrar o seu Senhor? Assim disse o Senhor: “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará” (Mc 8.35).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 10 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0474 - O JUSTO FOI CHAMADO DE PERVERSO

 


O que disser ao perverso: Tu és justo; pelo povo será maldito e detestado pelas nações” (Pv 24.24).


Estamos vivendo em dias inéditos em nossa nação. Muita corrupção e uma enxurrada de podridão moral estão sendo expostas diante do povo, como esgoto a céu aberto! Muitos inquéritos sendo estudados e investigações em andamento, bem como já concluídas, dão notícia para a nação de que muitos poderosos, antes considerados intocáveis, estão tendo agora suas máscaras retiradas e, aos poucos, a sentença vai sendo executada.

Entretanto, como disse este provérbio, muitos ainda chamam o perverso de justo. Alguns por ignorância, outros por lavagem cerebral, mas outros ainda por descaramento. O resultado é exatamente como disse este versículo: o povo de sã consciência amaldiçoa e detesta esses de senso trocado de valores, pois ainda que muitos chamem o perverso de justo de forma ingênua, todavia, muitos outros o fazem para proteger a perversidade. Ainda que muitos confundam os valores por ser uma massa ignorante, outros o fazem com toda lucidez e diplomas invejáveis!

Claro que, de acordo com a Palavra de Deus, tais coisas assim devem acontecer. É uma repetição da história, pois na época antiga, o povo também chamava o mal de bem e o bem de mal (Is 5.20). O v. 23 diz assim, completando essa ideia: “os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam justiça!”. Assim também acontece no fim dos dias, ainda que de forma mais intensa e dramática.

Porém, houve um homem a quem atribuíram o contrário. Ele era justo e O chamaram de perverso! Sua própria família O considerou como louco (Mc 3.21), os religiosos O chamaram de endemoninhado (Mc 3.22), Ele foi objeto de desprezo e chacota da própria nação a que serviu com o bem!

Jesus sofreu todo tipo de rejeição e mal-entendido que se possa imaginar. Rejeição, porque as pessoas até queriam Seus milagres, mas não suportavam Seu discurso. Mal-entendido, porque confundiram-no com coisas e pessoas que Ele não era. Aliás, até hoje fazem isso. Jesus é tido como grande mestre, um sábio, um filósofo, curandeiro, até mesmo um socialista... Mas quando se diz a verdade acerca dEle, que Ele é Filho de Deus e o único, mas o único mesmo, caminho para Deus, as pessoas rejeitam.

Mas Ele não Se espantou com isso. Foi para isso que Ele veio. Para ser rejeitado pelos perdidos, mas para encontrar os Seus, que também estavam perdidos. E, uma vez encontrados, os pecados foram lançados sobre Seus ombros e Ele pronta e voluntariamente os levou sobre a cruz! Ali, sim! Foi onde Ele, sendo justo, assumiu nossa perversidade, foi chamado de perverso, para que os que nEle creem sejam chamados justos!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0473 - A FALSA LIDERANÇA



No passado também havia falsos profetas no meio do povo, tal como haverá falsos mestres entre vocês” (2Pe 2.1a – NBV).


Desde a queda de Adão, a humanidade sempre desejou o poder e teve cobiça por dominar e oprimir seu semelhante. Esta inclinação pelo domínio absoluto é a maior característica da perdição humana. É a contaminação da doença incurável de Lúcifer, que desejou ser como Deus e foi expulso do céu, assim como a humanidade foi expulsa do paraíso.

O ser humano sempre teve que lidar com isso, querendo ou não. A opressão e a tirania abusiva do homem sobre seu igual é uma das terríveis manchas que o pecado deixou na terra. Porém, Deus separou um povo para Lhe representar. Na história antiga, esse povo era a nação de Israel, que Deus chamou através de Abraão. Na nova aliança, esse povo é a igreja, pessoas de todas as nações que creem em Cristo Jesus como único Senhor de tudo.

Mas também no meio do povo de Deus, a falsa liderança sempre esteve presente. O povo de Israel sempre foi atacado por falsos profetas, sacerdotes corruptos e reis idólatras. Sendo uma nação teocrática, toda sua liderança tinha que estar voltada para o regimento divino, que era a lei mosaica. Todavia, como bem conhecemos a história desse povo, o que imperava era a falsidade, embora aqui e ali, Deus sempre tenha reservado os Seus verdadeiros servos.

Na igreja não é diferente. Pedro diz: “No passado também havia falsos profetas no meio do povo, tal como haverá falsos mestres entre vocês” (2Pe 2.1a – NBV). Estamos vivendo esta realidade. Os falsos mestres são sorrateiros. Eles não aparecem dizendo que são falsos. Eles não falam somente o engano. A verdade também está na sua boca, mas só para cobrir o veneno da mentira. Pedro diz que “Esses contarão com habilidade as suas mentiras sobre Deus”.

Eles se passam por apóstolos, por profetas, alguns chegam a tomar o título de Messias, embora esses sejam mais claramente identificáveis. Eles são tão contundentes em suas palavras, a ponto de enganarem a si mesmos, pensando que são salvos. Paulo dizia a Timóteo que eles “tornar-se-ão cada vez piores, enganando a muitos, e sendo eles próprios enganados” (2Tm 3.13 – NBV). Eles convencem tanto as pessoas aqui, que acham que poderão convencer o próprio Cristo no dia do juízo, alegando suas profecias, milagres e exorcismos (Mt 7.22).

Para se proteger da falsa liderança, a igreja precisa estar atenta à Palavra. Não de qualquer jeito. A Bíblia não é para ser entendida do jeito que eu quero, mas ela mesma se explica. Os versículos têm seu próprio sentido à luz dos demais versículos que vêm antes e depois. A igreja deve entender que os falsos profetas jamais terão o fruto do Espírito, embora tenham muitos de Seus dons. Então não se iluda com o carisma deles. Fique de olho em sua humildade e simplicidade que pertencem a Cristo. Os falsos não possuem isso.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0472 - CRISTO ABRIU O CAMINHO DA JUSTIÇA PARA NÓS

 


A justiça irá adiante dele, e ele nos fará andar no caminho aberto pelos seus passos” (Sl 85.13).


Um dos mais belos versículos e totalmente cristológico é o versículo 10 deste salmo: “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”. Foi, de fato, na cruz do Calvário que a justiça de Deus, que feriu a Jesus por nossa causa, se encontrou com a paz que Seu castigo trouxe sobre nós.

Assim foi que Deus fez com que Sua justiça fosse adiante dEle. Ela se antecipou sobre Cristo, ao invés de cair sobre nós. Cristo abriu um caminho com Seus passos na justiça de Deus e nos colocou nele para que, ao andarmos em Suas pegadas, sejamos salvos.

Devemos compreender que a justiça de Cristo que nos salvou não foi apenas em Sua morte. Os teólogos chamam a vida de Cristo de “obediência ativa” e Seu suplício e morte de “obediência passiva”. Quando se fala da obediência ativa, aqui é levado em conta todo o caminho de Jesus, Suas obras, Suas palavras, Seu cumprimento da lei, da vontade do Pai, Sua impecabilidade em vida. Não houve um só segundo da vida terrena de Jesus que Ele tenha pecado ou sequer cogitado isso em Seu coração!

Ele perguntou aos judeus de Sua época: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46) e não obteve resposta. Pedro testemunhou: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pe 2.22). Jesus viveu uma vida perfeita, de modo que pode se dizer somente dEle que cumpriu a lei, toda a lei de Deus! Eis aí está o único homem que cumpriu toda a vontade de Deus sem sequer um segundo de falha!

Os passos perfeitos de Cristo, obedecendo em absolutamente tudo a vontade do Pai, inclusive até sobre a hora de comer alguma coisa (Jo 4.31,32) ou ir a algum lugar (Jo 7.6-8), é que abriram o caminho da salvação para aqueles que nEle confiam. Mas, além de sua obediência ativa, Seus sofrimentos também nos incluem no caminho da salvação. Porém, não devemos confundir uma coisa: algumas pessoas dizem que Cristo sofreu para que nós não precisássemos sofrer. Isto é verdade somente em parte.

Nós não sofreremos a ira de Deus, isto é o que a Bíblia nos diz, que estamos livres por Cristo da ira do Pai (Rm 5.9; 1Ts 1.10). Mas o sofrimento comum do cotidiano é atribuído a nós na imitação de Cristo. A vida justa de Jesus não nos isenta de sermos santos, assim também Sua vida de amargura não nos isenta do sofrimento.

O caminho aberto pelos passos de Jesus já foram trilhados de modo perfeito pelo nosso Salvador. Foi dEle que o Pai Se agradou. Agora, os filhos que Ele comprou para Deus, o Pai, trilham também o caminho da justiça, não porque são justos como Ele, mas por terem confiado que somente Ele é justo e com Sua vida e morte (além da ressurreição, é claro) nos justifica, então andam por este caminho imitando seu Senhor, movidos pelo mesmo Espírito que habitou plenamente nEle e que agora habita em Sua igreja, e a conduz até chegar perfeita diante dEle!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0471 - OS FILHOS DO MALIGNO

 


Não como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas” (1Jo 3.12 – A21).


A Bíblia fala de alguns homens que eram do Maligno. É um tanto assustador e parece chocante aos ouvidos das pessoas dos nossos dias, que estão acostumadas a ouvir coisas agradáveis e se ofendem facilmente ao menor pronunciamento discordante de sua opinião. Mas a realidade é que a Bíblia fala de tais homens e ainda mais, alguns deles especificados pelo nome. É o caso de Caim, pelo versículo que lemos; de Judas, chamado de “filho da perdição” em Jo 17.12; e do anticristo, chamado assim também em 2Ts 2.3.

Porém, pelo contexto da história de vida de alguns personagens da Bíblia, acabamos por entender que também eram filhos da perdição, como é o caso de Ninrode (Gn 10.8-10); Esaú (Rm 9.13; Hb 12.16,17); o rei Saul (1Sm 16.14), o qual nós conhecemos seu fim; vários outros reis ímpios da nação de Israel, como Jeroboão e Acabe, bem como reis do sul também, como Acaz e Zedequias. Mesmo no meio do povo de Deus, na antiga aliança, havia pessoas ímpias e, certamente, filhas do Maligno, destinadas à perdição.

Soa mal aos ouvidos das pessoas dizer que os filhos do Maligno já nasceram assim. Eles não se tornaram filhos do Maligno porque eram maus; mas praticavam a maldade por serem filhos do Maligno. Veja, o versículo que lemos diz que Caim era do Maligno e matou seu irmão. Ele não matou seu irmão para se tornar filho do Maligno. Afinal, diz o apóstolo João: “por que o matou”? Porque suas obras eram más. Ele já era mau antes de matar seu irmão.

Muitos podem protestar, dizendo que os filhos do Maligno não nascem assim, mas se tornam assim por causa de suas maldades. Mas a pergunta é: quem nasceu bom? Exceto o Filho de Deus, quem nasceu sem pecado? E, uma vez nascido em pecado, o homem pode ser filho de Deus? O apóstolo João responde em seu Evangelho que não. Ele diz que só se torna filho de Deus aquele que nasceu de novo e assim, creu em Jesus (Jo 1.12,13).

Ele diz também em sua carta o seguinte: “Quem vive habitualmente no pecado é do diabo, pois o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3.8 – A21). Ele não diz que a pessoa se torna do diabo porque peca. Ao contrário, ela peca habitualmente porque é do diabo. Foi o que Jesus disse aos judeus que se achavam filhos de Abraão e de Deus. Ele disse que estes judeus eram filhos do diabo que era seu pai (Jo 8.44). Agostinho dizia que não somos pecadores porque pecamos, ao contrário, pecamos porque somos pecadores. Isso é totalmente bíblico!

Certamente, esta é uma palavra que ninguém quer receber. E, aliás, não podemos saber quem são os filhos do Maligno, embora o apóstolo nos dê algumas características (além dessa do v. 8). Ele diz: “Os filhos de Deus e os filhos do diabo manifestam-se assim: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem quem não ama seu irmão” (1Jo 3.10 – A21). Como sabemos, o amor verdadeiro, aquele que vem de Deus, somente os regenerados podem tê-lo. Todos os demais tipos de amor são enganosos e pertencem ao coração dos filhos do Maligno!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 5 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0470 - PORÇÃO DOBRADA

 


Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito” (2Re 2.9).


É muito comum, em alguns círculos cristãos, pessoas orarem, pedindo a porção dobrada do Espírito Santo. Geralmente, se faz esse tipo de pedido baseado nesse texto de Elias e Eliseu. O problema é que nossa cultura não tem muito a ver com a cultura hebraica, ainda mais na antiguidade. O pensamento nosso é que Eliseu estava pedindo duas vezes mais do Espírito Santo que habitava em Elias. Mas mesmo se fosse isso, não existe porção dobrada do Espírito Santo, uma vez que Ele é eterno. Porção dobrada do Espírito Santo não existe.

A segunda coisa que devemos entender é a maneira como o Espírito Santo atuava no AT. Ele não habitava nas pessoas. Isto só foi concedido à igreja na nova aliança depois da ascensão de Cristo, conforme Sua promessa (Jo 14.16,17; At 1.8; 2.1-4). A igreja sim, é habitada pelo Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19), mas no AT, o Espírito Santo apenas distribuía porções de capacitação ministerial para os servos de Deus, tais como reis, profetas, sacerdotes, juízes, etc.

Em terceiro lugar devemos compreender o significado de “porção dobrada” no AT. Este termo significa a porção da herança do filho primogênito em uma família. O filho primogênito recebia porção dobrada em relação a seus irmãos, pois segundo a cultura da época, o filho primogênito era quem continuava o nome do seu pai. Assim, Eliseu estava apenas usando uma linguagem comum da época, dizendo a Elias que desejava receber dele uma herança generosa do seu ministério profético e milagroso, assim como um primogênito recebia uma porção generosa da herança de seu pai.

Como já vimos, não é correto pedir porção dobrada do Espírito Santo, pois não existe dobro do que é eterno! Mas seria correto pedir porção dobrada da unção de alguém hoje em dia? Quando vemos alguém realmente cheio do Espírito Santo, com um dom maravilhoso, seja de pregação, de cântico, de oração, de evangelismo, enfim, é correto pedir ao Senhor que nos dê o dobro daquilo?

Hoje em dia não é correto fazer esta oração. Primeiro, porque o Espírito habita igualmente em todos os membros do corpo de Cristo. Não existe ninguém menos ou mais habitado pelo Espírito. Segundo, porque os dons espirituais são distribuídos pelo Espírito Santo “como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Co 12.11). E terceiro, porque, mesmo se fôssemos pedir a porção dobrada com o sentido do AT, isso não serviria, pois o Primogênito de Deus é Cristo. Somente Ele pode ter a porção dobrada da herança do Pai.

Portanto, o correto hoje seria que cada cristão descobrisse o dom que lhe foi dado para se esmerar nele e assim abençoar as pessoas (Rm 12.6-8), como também que cada crente buscasse ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Assim, ninguém se preocuparia em ter porção dobrada, mas em ser cheio do Espírito e realizando as funções que lhe foram designadas por Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0469 - ARREPENDIMENTO POR CONVENIÊNCIA

 


Todas as autoridades e todo o povo que haviam entrado na aliança obedeceram, libertando cada um os seus escravos e cada um as suas escravas, de maneira que já não os retiveram como escravos; obedeceram e os despediram. Mas depois mudaram de ideia, e fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e os sujeitaram outra vez à escravidão” (Jr 34.10,11 – NAA).


Diante de uma profecia ameaçadora de Jeremias, o rei Zedequias fez uma aliança com o povo de Jerusalém, para que todos os judeus libertassem seus escravos compatriotas (vs. 8,9). A lei de Moisés dizia que se porventura algum judeu fosse feito escravo de outro judeu, ele só deveria servi-lo por seis anos. Ao sétimo ano, ele deveria ser libertado (Êx 21.2; Dt 15.12).

Uma das razões pelas quais o povo de Judá estava sendo levado para o cativeiro era exatamente essa e outros tipos de injustiça social. Mas diante da ameaça, o rei resolveu fazer aliança com o povo e cumprir essa parte da lei que, por desobedecerem, estava sendo uma das razões para sua ruína.

Contudo, nos é relatado que eles “mudaram de ideia, e fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e os sujeitaram outra vez à escravidão” (v. 11). Assim, o povo judeu apenas aumentou seu pecado contra Deus, pois, além de descumprirem com seu voto, o fizeram diante do templo do Senhor (v. 15).

A palavra de condenação do Senhor é curiosa. Ela relembra o método de como eram feitas as alianças no antigo oriente: as partes contratadas cortavam um animal ao meio e passavam entre os pedaços daquele animal. O pacto era de que se algum deles quebrasse a aliança que ali era feita, o seu fim seria como o daquele animal partido ao meio! É exatamente essa a condenação à qual o Senhor sujeita aquele povo (vs. 18-20).

Era melhor para aqueles judeus desobedecerem à lei mantendo seus irmãos escravos, a fim de se enriquecerem às custas de seu trabalho, do que libertá-los após seis anos de servidão, o que, naturalmente, não lhes causaria prejuízo algum. Eles só resolveram obedecer porque outro interesse maior agora estava em jogo, a saber, não serem levados cativos pelo rei babilônio. Ao perceberem que isso havia acalmado as coisas (v. 21), voltaram a cometer os mesmos pecados.

Assim é o coração do homem. Ele se deleita na desobediência, pois esta é conveniente para seus interesses egoístas. Quando ele vê que sua rebeldia está chegando a um ponto insustentável para Deus e que a punição está a caminho, ele toma alguma postura de arrependimento para ver se afasta o juízo de si. Porém, basta um leve sossego para que sua memória se enfraqueça diante dos votos que fez durante seu desespero e ele volte a seus pecados.

Esse vai-e-vem de muitos crentes vai lhes custar muito caro, pois Deus não é Deus de duas palavras. O fato de Deus suspender Seu juízo por um momento, não significa que Ele tenha Se esquecido daquilo que deve fazer. O arrependimento verdadeiro que nos livra do juízo é aquele que, como disse o sábio: “o que confessa e abandona, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 3 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0468 - DISCIPLINA QUE NOS ALINHA NO CAMINHO

 


Por isso, levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos vacilantes. Façam caminhos retos para os seus pés, para que o manco não se desvie, mas seja curado” (Hb 12.12,13 – NAA).


Estes versículos são uma conclusão de uma exortação que o autor desta carta fazia aos crentes judeus, seus primeiros leitores. Veja a sentença: “por isso”. E a pergunta natural é: por isso o quê? Obviamente, a resposta vem dos versículos anteriores. O que eles dizem? Do que eles tratam? Imediatamente falando, eles tratam da disciplina a que somos submetidos diante de Deus, mas olhando para o início do capítulo, a ideia maior do autor é um incentivo à perseverança na carreira cristã.

Para levar seus leitores ao compromisso de não abandonarem sua corrida espiritual, o autor lembra a eles que os antigos heróis da fé, mesmo sem terem alcançado a promessa, ainda correram até o fim, tiveram sua corrida finalizada (v. 1). Do mesmo modo Jesus, que “em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus” (v. 2). O recado mesmo é dado no v. 3: “Portanto, pensem naquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem”.

Seu objetivo era que os crentes não se deixassem vencer pelo desânimo nem pelo cansaço na corrida espiritual. Se isso viesse a acontecer, Deus os despertaria com certos açoites disciplinares. É isso que ele fala a partir do v. 4. No v. 7 ele diz que é para a disciplina que os crentes perseveram. Isso é interessante. Não perseveramos para a vitória. Perseveramos para a disciplina. Não somos chamados a vencer com palavras motivadoras. Somos chamados a vencer com palavras de repreensão.

O v. 10 diz que a disciplina tem um propósito maravilhoso, o qual muitas vezes é desprezado pelos crentes, pois acham a disciplina pesada. Esse propósito é “a fim de sermos participantes da sua santidade”. Os crentes desejam ser santos, mas nem todos se submetem à disciplina celestial. Porém, se devemos seguir “a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (v. 14), devemos nos lembrar de que o meio que Deus usa para isso é exatamente a correção espiritual das nossas vidas.

Só assim poderemos levantar nossas mãos cansadas e fortalecer nossos joelhos vacilantes. De que maneira se faz caminhos retos para nossos pés? De que maneira curamos o manco, para que ele não se desvie? Submetendo-nos à disciplina, à correção, às chibatadas do nosso Deus! Ele faz isso para no final das contas vermos ao Senhor. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5.8).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0467 - CAVALOS E GLÓRIA

 


Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus” (Sl 20.7 – NVI).


Na antiguidade, os cavalos em guerra sempre representaram força, orgulho, pompa e invencibilidade. Velozes e fortes, os cavalos expressavam imponência e destacavam o seu montador. Os antigos egípcios, os filisteus e sumérios eram uma civilização que dispunha do poder que este animal pronunciava. Homens ficaram famosos juntamente com seus cavalos, entre tais homens, Alexandre, o Grande, Napoleão, a própria lenda grega falava sobre Pégaso, o cavalo alado de Zeus.

Porém, na história do povo de Israel, nós encontramos que Deus proibiu que os reis viessem a multiplicar o número de seus cavalos (Dt 17.16). Deus disse ao povo que quando fossem à guerra e vissem cavalos em grande quantidade, não era para temê-los, pois Deus estava com Seu povo (Dt 20.1). Os cavalos e cavaleiros de Faraó se tornaram versos nos cânticos de Israel, pois foram afundados no Mar Vermelho, enquanto o povo de Deus foi salvo (Êx 15.19,21).

Quando Deus concedeu vitória a Josué, mesmo sobre inimigos que possuíam muitíssimos cavalos, Deus lhe ordenou que jarretasse os cavalos, isto é, que cortasse seus tendões. Josué assim o fez e queimou os carros no fogo (Js 11.4-9). O rei Davi obedeceu ao mandamento da lei, quando, ao vencer o rei de Zobá, jarretou também seus cavalos, reservando para si apenas o suficiente para cem carruagens.

Já Salomão, que não teve guerra nenhuma no seu reino, ajuntou para si 1.400 carros e 12.000 cavalos (1Re 10.26)! Enquanto seu pai confiava no Senhor dos Exércitos, Salomão confiava em sua infantaria esnobadora! Só para comparar, uma contagem assíria da batalha de Qarqar, em 853 a.C., registra 1.200 carruagens de Damasco, 700 de Hamate e 2.000 carruagens de Israel!

O salmista dizia: “O cavalo é vã esperança de vitória; apesar da sua grande força, é incapaz de salvar” (Sl 33.17). O salmista expressava assim acerca do Senhor: “Não é a força do cavalo que lhe dá satisfação, nem é a agilidade do homem que lhe agrada; o Senhor se agrada dos que o temem, dos que depositam sua esperança no seu amor leal” (Sl 147.10 – NVI).

Foi assim que o Filho de Deus entrou na cidade de Jerusalém de modo triunfal. Montado sobre um filhote de uma jumenta (Mt 21.4-7), cumprindo a profecia de Zacarias 9.9, mas também mostrando para Israel que não devia confiar no esplendor de uma montaria. Cavaleiros arrogantes eram exibidos por seus cavalos aparelhados, mas Jesus, o humilde Servo do Senhor, montado em um jumentinho, apontava Sua confiança para o alto, para o Seu Pai.

Sua vitória não seria decretada por uma montaria, que era obra de Sua criação, mas por determinação do Pai. Seus inimigos não eram os romanos, mas inimigos espirituais, diante dos quais cavalo algum poderia fazer qualquer coisa! Ao montar sobre aquele singelo animal, Jesus apontava para a glória de Deus e não do homem! Um dia virá montado sobre um cavalo branco (Ap 19.11), mas, sendo Rei dos reis e Senhor dos senhores, não é o cavalo que mostrará glória e sim o seu Poderoso Cavaleiro!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson