Teolatria

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terça-feira, 9 de abril de 2013

A VIRTUDE DO “ESDRÚXULO”



"Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos" (Salmos 19:12). 

Por: Mário Gardini

Esdrúxulo significa algo “esquisito”, “anormal”, “feio”, “desarrumado”.

Um menino vivia numa ilha onde as pessoas tinham “papos” (Bócio – aumento de volume da tiroide).

O garoto, quando foi com seu pai à cidade pela primeira vez, observou: “Que povo estranho. É muito esquisito, são diferentes da gente, papai. Eles não têm 'papos'”.

“Estranho” – diferente da gente! São anormais e esquisitos. Não têm “papos” – são defeituosos.

Alguns exemplos do que falamos ou pensamos sobre o esdrúxulo:

Eu sou evangélico e você é católico – sou normal e você é esdrúxulo.

Sou católico e você é evangélico - sou normal e você é esdrúxulo.

Sou santo e você é impuro – sou normal é você é esdrúxulo.

Sou impuro e você é santo – sou normal é você é esdrúxulo.

Sou pobre e você é rico – sou normal e você é esdrúxulo.

Sou rico e você é pobre – sou normal e você é esdrúxulo.

O “estranho” ou esdrúxulo pode estar em nós, com a nossa intolerância e impertinência.

Não se assuste, mas um grande psicólogo afirmou que todos nós somos loucos.

Claro, alguns mais, outros menos loucos, mas carregamos a nossa loucura no coração.

Lembre-se: o virtuoso pode ser o “esdrúxulo”, em sua opinião, e o que você considera normal em você, pode ser um “esdrúxulo” aos olhos dos outros.

Imagine se fossemos a outro planeta, diferente do nosso. Provavelmente vamos ficar assustados com “tanta diferença”. E eles, quem sabe, olhariam para nós e diriam: “que gente feia e assustadora!”.

Devemos cuidar com o “esdrúxulo em nós mesmos”. Carrancas, maldades, gênio insuportável, e atitudes de nojentos, rabugentos, chatos e intolerantes.

Que coisa deselegante: maridos falarem mal de suas esposas em “rodas” de amigos. Ou vice-versa, nos salões de beleza e nas conversas, geralmente sem sentido ou sem edificação.

Falamos do “esdrúxulo” na conduta das pessoas, mas não o vemos em nossa vida.

Pedi perdão ao meu filho por tê-lo criticado em público. Doeu meu coração, pois “esdrúxula” foi a minha conduta.

O Evangelho é a nossa cura – livra a nossa alma e o nosso coração de pensarmos que “esdrúxulos” são os outros, e nós, os perfeitos.

Mário Gardini

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