"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece" (1Co 13.4).
Por: Mário Gardini
Nos dias atuais, o Ministério Público é constantemente procurado pela população, trazendo problemas e conflitos não resolvidos na sociedade.
Há promotores sérios e usados por Deus para reparar lesões e pacificar os ânimos acirrados de pessoas “beligerantes” ou que cometem condutas que devem ser corrigidas.
Mas ouvi uma história de um matuto (pessoa simples e sem cultura) que procurou um promotor numa determinada comarca.
O matuto entrou na sala do promotor e disse: “Doutor, tenho um problema. Andam falando mal de mim. Meu filho cometeu um crime e foi preso. Colocaram a foto dele no jornal e disseram que a família também é responsável pelo crime. Disse que o pai não criou corretamente o filho e que esse pai não passa de um sem vergonha e sem caráter”. “Doutor”, continuou o matuto, “Dei tudo aos meus filhos. Fui exemplo e jamais ensinei os meus filhos no caminho do crime”.
O promotor ouviu e deu um tapinha nas costas do matuto e disse: “Não se preocupe. Isso não é nada. Tenho muitas coisas para fazer. Se me chamarem de sem vergonha, não vou me importar. Não me atinge, pois sei da minha dignidade”.
Uma semana depois, o matuto voltou, entrou na sala do promotor e disse: “Doutor, meu problema continua. Não me alimento direito e não tenho dormido. Minha consciência é limpa e não devo. Não aceito ser chamado de sem vergonha”. O promotor, calmamente, aconselhou: “Disse ao senhor que não se preocupe. O que o senhor está passando não é nada. Volte para casa e esqueça tudo”.
Duas semanas depois, o mesmo promotor denunciou o matuto por homicídio praticado contra o autor da matéria no jornal.
Que dilema! Podemos resolver um problema, mas as nossas tarefas e ocupações tapam os nossos ouvidos para ajudar alguém e depois testemunhamos uma tragédia ou um conflito de consequências danosas.
Não vai aqui nenhuma crítica ao promotor da nossa história. São homens ocupados e trabalham com a sujeira e as mazelas sociais.
Contudo, precisamos ter sensibilidade e devemos agir para resolver e ajudar pessoas que nos procuram. Um “tapinha nas costas” ou “vai ficar tudo bem”, é uma evasiva para nos livrar do problema que uma pessoa nos conta, precisando da nossa ajuda.
Olha, eu e você não precisamos sair por aí como conselheiros, tentando expor a nossa sabedoria para equacionar problemas. Mas se alguém chegar até nós e contar a sua crise e seu problema, não diga simplesmente que “vai ficar tudo bem”. Deus pode usar você para encontrar uma solução. Quando alguém nos procura, pode ser o próprio Deus que o enviou a nós para oferecer ajuda.
Já procurei ajuda de amigos. Ouvi “vai ficar tudo bem” e fugiram da minha presença.
Seja um instrumento de Deus para ajudar. A sua religião e o seu credo, com certeza, fala em amor ao próximo e amar é fazer sacrifícios (parar para ouvir e agir).
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mt 5.7).
Mário Gardini é escritor
e novo colaborador de
artigos no Teolatria.
O Cristão não deve virar as costas para nas necessidades alheias.É nosso dever socorrer aos que precisam de ajuda, pois um dia podemos ser nós o que precisaremos de uma mão estendida.
ResponderExcluirWesley A.Peronica
Verdade, irmão Wesley. Vemos isso acontecendo dentro das igrejas...
ResponderExcluir