“Assim como surgiram
falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. Eles
introduzirão heresias destruidoras, chegando a renegar o Soberano Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2Pe 2.1 – NAA).
A existência de falsos profetas sempre foi uma realidade em toda a história não só de Israel, mas também da igreja. O AT nos relata sobre falsos profetas que falavam aquilo que o povo e muitos reis queriam ouvir, especialmente em tempos de pecado e apostasia. É semelhante à história da igreja também. Em toda época de apostasia abundante, os falsos profetas são os principais atores.
É notável que Pedro tenha escrito esse capítulo logo após ter falado da inspiração e autoridade da Escritura Sagrada (1.20,21). Ele está contrastando a falsidade destes enganadores com a confiabilidade da Palavra de Deus. Os falsos são capazes de renegar a verdade da Bíblia Sagrada e colocar as coisas como bem lhes convêm.
Nos dias da igreja primitiva, houve um homem chamado Marcião, que tentou aniquilar tudo da Escritura e formar um cânon que ele julgava ser os únicos escritos sagrados. Assim, ele anulou todos os escritos do AT, ficando apenas com o Evangelho de Lucas (mesmo assim modificado) e 10 cartas de Paulo. As demais epístolas, ele descartou, ainda mais as de João, que combatia o gnosticismo (visto que Marcião era gnóstico).
Em nossos dias há também um grupo, ou vários grupos da mesma tonalidade, que estão seguindo as mesmas heresias de Marcião e dos falsos profetas preditos por Pedro. Eles têm negado toda a Bíblia, inclusive os Evangelhos, nem mesmo Lucas eles querem, ficando apenas com as cartas de Paulo. O argumento é o mesmo que o do herege Marcião: que Paulo foi o único que entendeu o evangelho de Jesus Cristo.
Esses grupos estão destruindo doutrinas básicas da Bíblia, como a doutrina do batismo e da ceia, das contribuições, da autoridade e da disciplina eclesiásticas e agora estão solapando o cânon das Escrituras Sagradas. O pior é, como disse o apóstolo no v. 2: “E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, o caminho da verdade será difamado”.
Às vezes nos perguntamos: por que será que tais pessoas conseguem tantos seguidores? A resposta não é difícil. Tudo aquilo que vai contra os princípios divinos, naturalmente agrada à natureza carnal e, consequentemente, o homem gosta. O que o homem não gosta é tudo aquilo que procede da verdade, pois a verdade dá testemunho das más obras dos homens.
Entretanto, diz Pedro, “para
eles, a condenação decretada há muito tempo não tarda, e a destruição deles não
caiu no esquecimento” (v. 3). A igreja deveria ser mais prudente com tudo o
que vê e ouve hoje em dia, porque tais heresias não são apenas complicadas,
elas são realmente destruidoras. Enquanto alguns pecados destroem de fora para
dentro, as heresias destroem de dentro para fora. Afinal, os falsos profetas
surgiram “no meio do povo” e não fora dele...
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
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