Teolatria

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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0434 - O PROPÓSITO DA DISCIPLINA NA IGREJA

 


Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vós, que sois espirituais, deveis restaurar essa pessoa com espírito de humildade. E cuida de ti mesmo, para que não sejas tentado também” (Gl 6.1 – A21).


Gálatas foi, provavelmente, a primeira escrita do NT. Paulo havia subido a Jerusalém, talvez, para participar do Primeiro Concílio da Igreja (2.1). Esta assembleia está registrada em Atos 15. Sendo assim, a igreja ainda estava com seu sistema de governo em formação, mas já contava com presbíteros como seus líderes locais.

A doutrina da disciplina eclesiástica começa com Jesus Cristo, quando nosso Senhor disse como se devia proceder com o irmão faltoso. O ensino doutrinário de Jesus acerca disso está registrado em Mt 18.15 em diante. Ali, Jesus fala de um processo de conversas e confrontos com o ofensor, insistindo com ele no arrependimento, passando pela conversa particular até chegar à exposição pública na igreja, em caso de impenitência.

Aqui, apesar de já haverem presbíteros na igreja, ainda não havia um corpo de liderança formal para operar a prática da disciplina. No entanto, Paulo ensina: se uma pessoa for surpreendida em algum pecado, o que deve ser feito? Primeiro, ele não diz se a pessoa foi surpreendida por alguém, ou se ela foi apanhada pelo pecado em si. O termo original dá a ideia de ter sido “pego”.

Mas seja como for esse súbito, a igreja deve agir da seguinte maneira: quem deve tratar com esse flagrante são as pessoas espirituais. Como já conhecemos a carta, Paulo vinha falando do fruto do Espírito no capítulo anterior. Sabemos que nem todos na igreja são realmente espirituais. De acordo com Paulo, há crentes carnais na igreja (1Co 3.1).

A segunda coisa é que se deve buscar sempre a restauração. A A21 diz “deveis restaurar” e a Atualizada diz para “corrigir”. No original, a palavra quer dizer “consertar, reparar”, no sentido de colocar no lugar um osso quebrado (como também em Hb 12.12,13). A disciplina não deve ser um instrumento de vingança nem mesmo um motivo de exposição constrangedora do faltoso, enquanto se exibe uma falsa santidade do disciplinador. Por isso Paulo diz que deve ser feita essa restauração “com espírito de humildade”.

Por último, o apóstolo diz que os disciplinadores devem também cuidar de si, para que não sejam tentados. A ideia é que todos estamos sujeitos a falhas, sejam consideradas leves ou graves. O objetivo do apóstolo aqui é que a disciplina seja exercida de modo que a vida cristã seja de ajuda mútua. Veja o que ele diz no verso posterior, como continuidade da ideia: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (v. 2).

Portanto, disciplinar é uma forma de amar. Assim devem entender os líderes que disciplinam e também o membro disciplinado. Para que ambos olhem isso como um cuidado zeloso da igreja de Jesus por si mesma, utilizando sempre o equilíbrio entre preservar a santidade do corpo de Cristo e restaurar o caído, se bem que não há opostos nisso...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

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