Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0447 - A OUTRA CEIA DE DEUS

 


E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus; para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes” (Ap 19.17,18).


Deus sempre chamou os homens a participar de refeições. Desde Israel, quando saiu liberto do Egito, até o povo de Judá que voltou do cativeiro babilônico, a ordem de Deus era que comessem, bebessem e se alegrassem (Êx 24.11; Ne 8.10).

Talvez nosso maior exemplo de comer na presença de Deus seja a ceia do Senhor. Por mais que ela carregue outras mensagens em seu aspecto simbólico, não podemos negar que ela também fala da comunhão, da proximidade que nos foi concedida por Jesus ao Pai.

Ela também aponta para aquela ceia escatológica, à qual os salvos são convidados a participar. Aqui mesmo em Ap 19 é feito menção da ceia das bodas do Cordeiro. Diz o v. 9: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”.

Mas Deus também tem outra ceia. Como podemos ver neste capítulo, o anticristo ajuntará as nações para a grande peleja contra o Cordeiro de Deus e Seus seguidores (v. 19). Porém, ele não poderá prevalecer. Jesus zombará do anticristo e seus seguidores, fazendo um convite às aves de rapina: “Vinde, ajuntai-vos à ceia do grande Deus” (v. 17).

E, no confronto entre Cristo e o anticristo, o relato é simples: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes” (vs. 20,21).

Os que rejeitam o convite da ceia agora ouvirão um convite feito às aves para que suas carnes sejam devoradas diante do Todo-Poderoso. Aqueles que rejeitam a comunhão não poderão ser aceitos no banquete de Deus. Quem não quis servir aqui, terá sua carne servida às aves lá. Os que negaram a companhia de Deus e Seu povo não serão convidados a comerem da grande ceia, mas a serem engolidos como uma grande ceia.

De qual desses dois grupos você faz parte? Se você tem comunhão aqui, tanto com Deus como com seus irmãos, então a grande ceia lhe será servida. Mas se você rejeita a comunhão aqui, então servirá de ceia para as aves de rapina.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 29 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0446 - NOSSO NÃO PARA DEUS E O NÃO DE DEUS PARA NÓS

 


Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor!’, e não fazem o que eu mando?” (Lc 6.46 – NAA).


A declaração de alguém que se converte de dizer “Jesus é o meu Senhor” (Rm 10.9; 1Co 12.3) é algo muito sério, pois declarar alguém como seu senhor é dizer que suas vontades acabaram. Elas ficaram relegadas a segundo plano, se é que existem. Senhor quer dizer soberano, portanto, a vontade dele é que deve prevalecer.

Quando nós dizemos “não” para Deus estamos nos rebelando contra aquela declaração que fizemos de que Ele é o nosso Senhor. Quando dizemos “não” para Deus estamos demonstrando insubmissão. Quando o mundo diz “não” para Deus, isso será levado em conta como uma declaração de insurreição contra Deus, que será tratada no último dia como rebelião declarada contra o Senhor dos senhores. Já quando o crente diz “não” para Jesus, isso será tratado como hipocrisia, como uma falsa declaração, pois disse que Jesus era seu Senhor, mas vivia dizendo “não” para Ele.

Já quando Deus diz “não” para nós, Ele tem todo o direito. E mesmo assim, quando Ele diz “não”, sempre o faz com um grande zelo por nós. Se, por um lado, quando dizemos “não” para Deus é levantamento, por outro lado, quando Deus diz “não” para nós é livramento. Ele é como um pai que diz “não” para seus filhos não por maldade ou por abuso de autoridade, mas por cuidado e zelo que não permite dar o que o filho quer, por saber o mal que o espera mais à frente. Ele prefere a chateação momentânea do filho à dor de uma perda terrível e para sempre mais adiante.

Quando nós dizemos “não” a Deus, isso revela nosso egoísmo e até uma inversão de valores, pois transmitimos a ideia de que Deus tem que fazer o que queremos, ou de que nós sabemos exatamente do que precisamos. Mas isso não é verdade. Aliás, é com o “não” de Deus que nós aprendemos que não sabemos do que precisamos!

Assim como nosso “não” para Deus é perigoso, o “sim” de Deus que nós gostaríamos de ouvir pode ser perigoso também. Portanto, devemos nos alegrar com o “não” de Deus tanto quanto nos alegramos com o “sim”. Ele sabe do que nós precisamos mais do que nós mesmos. Seu “não” é tão maravilhoso quanto o Seu “sim”! Ele não diz “não” por maldade, ao contrário, por extrema bondade, da mesma forma como Ele nos diz o “sim”.

Crentes que sempre dizem “sim” para Deus, amadurecem o suficiente para entender que Deus é livre para nos dizer “sim” ou “não”, mas que nós não somos livres para dizer-Lhe o mesmo. Somos escravos dEle e a Ele devemos sempre o “sim”, quer gostemos ou não. Já quando Ele nos disser o “não”, devemos gostar tanto quanto gostamos do “sim”. Isto é tê-lo como Senhor soberano das nossas vidas e é assim que Seu nome é glorificado!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

OS DOZE APÓSTOLOS E NÓS - PARTE 02/02

 


Mas há alguns de vós que não creem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam e quem era o que o havia de entregar” (Jo 6.64).


Desde o início de Seu ministério terreno, Jesus nunca esteve enganado acerca da natureza humana. Havendo feito sinais, muitos criam nEle. Mas Ele não Se empolgava, não Se deixava levar pela euforia dos caçadores de milagres. O apóstolo João nos informa que “estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (2.23-25).

Quando Jesus escolheu Seus apóstolos, Ele sabia que não havia em nenhum deles capacidade alguma que O tivesse levado a escolhê-los. Quanto a Natanael (que é o mesmo Bartolomeu), Jesus disse: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (1.47). Mas logo Jesus o censura por ter crido apenas porque Ele havia revelado algo sobre Natanael: “Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás” (v. 50).

Quanto a Judas, Jesus também nunca ficou enganado. Ele disse: “Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. Referia-se ele a Judas, filho de Simão Iscariotes” (6.70,71). Jesus nunca colocou expectativa em homem algum. Pedro, por exemplo, disse a Jesus que daria sua vida por Ele (13.37). Veja o que Jesus respondeu a Pedro: “Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes” (v. 38). Na verdade, Pedro só não teve o mesmo destino de Judas porque Jesus rogou por ele (Lc 22.32).

Quanto aos demais seguidores, Jesus dizia a todos: “Todos vocês me abandonarão, pois as Escrituras dizem: ‘Deus ferirá o pastor, e as ovelhas serão dispersas’” (Mc 14.27). Jesus sabia que Ele seria o ferido de Deus, então não podia mesmo contar com ninguém. Sabe-se que da ira de Deus não há quem livre. Nós só estamos livres dela porque alguém a suportou em nosso lugar, mas que ela caiu sobre alguém, caiu sim – caiu sobre o Filho de Deus!

Bem, isso é exatamente o que Jesus dizia a Seus seguidores de um modo geral: “Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido” (6.65). Nós só fomos a Jesus porque o Pai nos trouxe a Ele (6.44). E, mesmo sendo seguidores dEle, Ele não deposita esperança nem expectativa em nós. Ele sabe muito bem o que é a natureza humana. Se vamos perseverar em segui-lo é porque o Pai há de segurar em nossas mãos até que Seu propósito se cumpra, de nos conformar à imagem de Jesus (Rm 8.29).

Hoje é dia (hoje e sempre) de agradecermos a Deus por ter nos levado a Jesus. Caso contrário, jamais poderíamos ir a Ele de nós mesmos. Ele sabe das nossas fraquezas e não cria expectativas sobre nós. Todavia, nos garante que nos aperfeiçoará para chegarmos à glória parecidos com Ele!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

OS DOZE APÓSTOLOS E NÓS - PARTE 01/02

 


Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu” (Mt 10.2-4).


Uma curiosidade sobre as listas dos apóstolos escolhidos por Jesus nos 3 Evangelhos é que o nome de Pedro aparece sempre em primeiro lugar e o de Judas em último. Essas listas estão em Mc 3.16-19; Lc 6.12-16; At 1.13, sendo esta última sem o traidor, visto que já havia se suicidado. Há pequenas alterações na ordem dos demais nomes, mas em geral bem parecida com a dos outros Evangelhos, permanecendo em todas, Pedro em primeiro e Judas por último.

A escrita grega antiga era feita em ordem de importância, por isso a lista dos apóstolos se encontra dessa forma. De fato, Pedro se destacou entre os chamados por Jesus, não só durante o ministério terreno, mas também depois da ascensão de Cristo. Ele foi o que primeiro entre os apóstolos recebeu a revelação do Cristo e confessou a Jesus como sendo o Messias (Mt 16.16). Também foi a ele que o nosso Senhor disse que havia intercedido por ele quando Satanás pediu para peneirar os 12 como trigo e que, quando se convertesse, deveria fortalecer seus irmãos (Lc 22.31,32).

Mas é digno de nota que, na época antiga, não eram os rabinos que escolhiam seus discípulos. Ao contrário, eles eram escolhidos; os candidatos a seguidores se aproximavam, lhe pediam permissão para segui-los e dependiam da sua resposta. Mas no caso de Jesus com Seus discípulos foi o contrário. Ele disse: “Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e deem fruto” (Jo 15.16).

Outra coisa interessante é que Jesus não chamou estes homens aleatoriamente. Marcos diz que “Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis, e vieram para junto dele” (Mc 3.13). Obviamente, o chamado de Jesus justamente a esses 12, obedeceu a um padrão divino, que foge à nossa razão. Jesus jamais fez coisa alguma aqui na terra que não fosse da vontade perfeita do Seu Pai Celestial! Então, esse chamado foi fruto de oração diante do Pai.

Ainda muito curioso é que estes homens eram incapazes perante a cultura religiosa da época. Eles eram pescadores, em sua maioria. Isso mostra que Jesus trouxe o evangelho para todos, não há uma classe privilegiada social, intelectual ou econômica que seja o motivo pelo qual Deus tenha escolhido alguém. Havia entre eles também pelo menos um publicano, uma profissão excomungada por todos os religiosos e completamente desprezada pela população, pois cobrava impostos dos judeus para os romanos e ainda os extorquia.

Havia pelo menos um zelote entre eles, ou seja, um homem que havia pertencido a uma facção judaica da época que se rebelava facilmente contra falanges romanas, matando de surpresa seus soldados. Por fim, havia também um traidor! Como conhecemos a história, foi o homem que entregou seu Senhor aos soldados e, depois de julgado, foi condenado à crucificação. Com qual destes nos parecemos? Você acha mesmo que o Senhor te escolheu por ser melhor que algum deles?

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS 0445 - A REDE, OS PEIXES (?) E A SEPARAÇÃO

 


O reino dos céus é, ainda, como uma rede de pesca que foi lançada ao mar e pegou peixes de todo tipo. Quando a rede estava cheia, os pescadores a arrastaram até a praia, sentaram-se e juntaram os peixes bons em cestos, jogando fora os ruins” (Mt 13.47,48 – NVT).


Jesus ensinava a Seus discípulos por diversos meios. As parábolas eram um desses meios. A parábola é uma ilustração que serve para clarear uma verdade. Mas as parábolas de Jesus também serviam para tornar as verdades mais enigmáticas para os demais ouvintes. Uma vez Ele falou a Seus discípulos: “A vocês é permitido entender os segredos do reino dos céus, mas a outros não. É por isso que uso parábolas: eles olham, mas não veem; escutam, mas não ouvem nem entendem” (vs. 11,13).

Nesta parábola que lemos Jesus compara o reino dos céus com uma rede de pesca. Ele diz que a rede, ao ser lançada ao mar, pegou todo tipo. Jesus diz que no fim dos tempos será assim. A rede aqui simboliza a Palavra que é lançada ao mundo, a todos os ouvintes. De fato, a Palavra está sendo pregada desde que Jesus ainda estava no Seu ministério terreno. O poder do Espírito Santo encheu os seguidores de Jesus no dia de Pentecostes e, de lá pra cá, a igreja tem pregado o evangelho.

Mas a parábola diz que a rede pega todo tipo. No texto original não tem “peixes”... Apenas diz que pegou todo tipo. Ou seja, pega-se todo tipo de seres e coisas... E, na realidade, quando se anuncia o evangelho do Senhor, vários tipos de pessoas vêm. Elas atendem ao convite do evangelho, independente de como elas o tenham entendido. Na igreja temos todos os tipos de pessoas. Você vê pessoas convertidas, pessoas interesseiras, as que são egoístas, as que negociam com Deus, as que procuram bênçãos materiais, as que buscam casamento, ganhar causas na justiça, há tanto tipo de gente na igreja, que ficamos a nos perguntar se estamos muitas vezes numa igreja mesmo.

Porém o dia vai chegar em que a rede vai encher. A paciência de Deus chegará ao seu limite. Assim como os homens arrastam aquela rede cheia para a praia, os anjos de Deus, no fim dos tempos também virão separar os perversos dos justos (v. 49). Assim como os bons são separados para os cestos, assim também os salvos são separados para a glória eterna; mas assim como os ruins são separados para serem lançados fora, os ímpios também serão lançados na fornalha ardente (v. 50).

Com isto percebemos que nem todos que estão na igreja são igreja. Nem todos que ouviram o evangelho se converteram. Nem todos que vieram para o meio dos salvos são salvos. Ou seja, o evangelho de Jesus Cristo não nos deixa no comodismo nem na falsa esperança. Não basta ter sido pescado pelo evangelho. Você pode ser uma coisa imprestável! Precisamos estar aptos a servir no reino dos céus. Caso contrário, só prestaremos para ser jogados fora “onde haverá choro e ranger de dentes”.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 24 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0444 - AS HERESIAS DESTROEM DE DENTRO PARA FORA!

 


Assim como surgiram falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. Eles introduzirão heresias destruidoras, chegando a renegar o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2Pe 2.1 – NAA).


A existência de falsos profetas sempre foi uma realidade em toda a história não só de Israel, mas também da igreja. O AT nos relata sobre falsos profetas que falavam aquilo que o povo e muitos reis queriam ouvir, especialmente em tempos de pecado e apostasia. É semelhante à história da igreja também. Em toda época de apostasia abundante, os falsos profetas são os principais atores.

É notável que Pedro tenha escrito esse capítulo logo após ter falado da inspiração e autoridade da Escritura Sagrada (1.20,21). Ele está contrastando a falsidade destes enganadores com a confiabilidade da Palavra de Deus. Os falsos são capazes de renegar a verdade da Bíblia Sagrada e colocar as coisas como bem lhes convêm.

Nos dias da igreja primitiva, houve um homem chamado Marcião, que tentou aniquilar tudo da Escritura e formar um cânon que ele julgava ser os únicos escritos sagrados. Assim, ele anulou todos os escritos do AT, ficando apenas com o Evangelho de Lucas (mesmo assim modificado) e 10 cartas de Paulo. As demais epístolas, ele descartou, ainda mais as de João, que combatia o gnosticismo (visto que Marcião era gnóstico).

Em nossos dias há também um grupo, ou vários grupos da mesma tonalidade, que estão seguindo as mesmas heresias de Marcião e dos falsos profetas preditos por Pedro. Eles têm negado toda a Bíblia, inclusive os Evangelhos, nem mesmo Lucas eles querem, ficando apenas com as cartas de Paulo. O argumento é o mesmo que o do herege Marcião: que Paulo foi o único que entendeu o evangelho de Jesus Cristo.

Esses grupos estão destruindo doutrinas básicas da Bíblia, como a doutrina do batismo e da ceia, das contribuições, da autoridade e da disciplina eclesiásticas e agora estão solapando o cânon das Escrituras Sagradas. O pior é, como disse o apóstolo no v. 2: “E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, o caminho da verdade será difamado”.

Às vezes nos perguntamos: por que será que tais pessoas conseguem tantos seguidores? A resposta não é difícil. Tudo aquilo que vai contra os princípios divinos, naturalmente agrada à natureza carnal e, consequentemente, o homem gosta. O que o homem não gosta é tudo aquilo que procede da verdade, pois a verdade dá testemunho das más obras dos homens.

Entretanto, diz Pedro, “para eles, a condenação decretada há muito tempo não tarda, e a destruição deles não caiu no esquecimento” (v. 3). A igreja deveria ser mais prudente com tudo o que vê e ouve hoje em dia, porque tais heresias não são apenas complicadas, elas são realmente destruidoras. Enquanto alguns pecados destroem de fora para dentro, as heresias destroem de dentro para fora. Afinal, os falsos profetas surgiram “no meio do povo” e não fora dele...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0443 - A LIÇÃO DA ARCA NA CARROÇA

 


Puseram a arca de Deus numa carroça nova e a levaram da casa de Abinadabe. Uzá e Aiô conduziam aquela carroça. Davi e todo o Israel se alegravam diante de Deus com todas as suas forças, com cânticos, com harpas, liras, tamborins, címbalos e trombetas” (1Cr 13.7,8).


O ser humano tem uma mania de achar que a maneira como faz as coisas pode agradar a Deus, independente da obediência. Principalmente, nós ocidentais, pensamos que as coisas podem ser feitas de outro modo e que Deus não é assim, tão exigente. Nós costumamos trocar a obediência por nossos métodos.

Davi e seus homens tinham uma boa intenção: trazer a arca do Senhor de Quiriate-Jearim para Jerusalém, a fim de manifestarem ali a presença de Deus. Entretanto, a maneira com que conduziram a arca não era a prescrita na lei. A lei dizia que a condução da arca era feita por levitas (Dt 10.8), colocando varas nas argolas que estavam nos quatro cantos da arca (Êx 25.12-15). Mas eles resolveram colocar a arca do Senhor numa carroça. Era uma carroça nova, mas era uma carroça...

A tragédia que aconteceu nós já sabemos. Uzá foi partido ao meio, quando a bendita carroça começou a tropeçar (1Cr 13.9,10). Davi ainda ficou irado quando isso aconteceu, tomara que não seja contra o Senhor (v. 11)... Enfim, não dá para transigir com a vontade de Deus. Se Ele é Deus, então Sua vontade deve ser respeitada. Não é o que Ele disse por Malaquias (Ml 1.6)? Se Ele é o Senhor, onde está Sua honra?

Nós não temos que inventar a forma por que devemos agradar a Deus. Ele já estabeleceu como ela deve funcionar. Ah, mas a carroça é nova... não interessa! Não foi carroça que Ele estabeleceu! Saul tentou fazer o mesmo, quando preservou alguns animais gordos para sacrificar ao Senhor. Ele julgou que, desobedecendo à ordem de Deus, o Senhor não Se importaria, uma vez que uma coisa compensaria a outra – o sacrifício compensaria a desobediência...

Além disso, ainda vemos que, mesmo nessa desobediência, “Davi e todo o Israel se alegravam diante de Deus com todas as suas forças, com cânticos, com harpas, liras, tamborins, címbalos e trombetas” (v. 8). Será que essa adoração era verdadeira? Estaria Deus a recebendo? As pessoas hoje diriam que sim. Elas leem o texto bíblico, censuram Davi pelo ato, mas fazem a mesma coisa. O tipo de adoração que é feito em muitos lugares chamados “igreja” é algo assustador! E essas pessoas têm certeza de que Deus está recebendo aquilo...

Mais à frente, no cap. 15, Davi foi buscar a arca e fez do jeito certo. Bom, teve de custar a vida de um de seus homens, para que ele se despertasse para a obediência à vontade de Deus. Já em nossos dias, Deus não tem partido ninguém ao meio, o que dá a impressão de que Ele está aceitando tudo. No dia do Juízo veremos quantas milhares e milhares de pessoas serão partidas ao meio e lançadas ao inferno por terem pensado que podiam fazer as coisas de Deus do seu próprio jeito!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0442 - O QUE É SER FORTIFICADO NA GRAÇA

 


Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (2Tm 2.1).


Uma das coisas mais terríveis que um ser moral pode fazer contra outro é banalizar o favor que recebeu! Ninguém gosta quando, ao fazer um favor para outra pessoa, ela pense que a gente não fez mais que a obrigação! Na verdade é um desprezo e um ato de orgulho e egoísmo. Todo mundo sabe que, quando se recebe um favor, o mínimo que se espera é ter um coração grato.

Porém, muito mais que isso é a graça de Deus que está em Cristo Jesus! Ela não é apenas um favor imerecido; é um favor demeritório! Dar um prato de comida a um faminto é favor imerecido – ele não merece, mas você dá; mas dar um prato de comida a um faminto que matou seu filho é favor demeritório – pois, além de não merecer a comida, o que ele merece é outra coisa! Mas foi exatamente o que Deus fez por nós. Além de não merecermos nada da parte dEle, ainda matamos o Seu Filho e, mesmo assim, Ele nos deu o Seu rico favor!

Entretanto, o que mais tem acontecido hoje, é que muitos crentes estão banalizando esta graça maravilhosa de Deus; estão achando que a merecem. Tem muitos crentes roubando a glória de Deus, pensando que foram escolhidos por Deus porque tiveram algum mérito nisso. Se houver mérito, então não é graça e sim recompensa, reconhecimento. E na verdade, Deus não reconhece ninguém, a não ser Ele mesmo!

Quanto mais você acha que tem participação na graça de Deus, mais fraco nela você se torna. Quando Paulo diz para Timóteo se fortificar na graça que há em Cristo Jesus, ele está dizendo que Timóteo deve entender que não tem mérito algum na graça da salvação que ele foi contemplado por Deus. O Senhor fez isso de livre e espontânea vontade divina! A fortificação na graça é a anulação do mérito. Quanto menos eu sou, mais forte eu fico na graça de Deus.

O resultado de um crente fortificado na graça, diz Paulo, é que ele ouve o verdadeiro evangelho, passa a tocha do evangelho para pessoas fiéis que são capazes de transmitir a outros e assim se expande a mensagem da salvação (v. 2). O evangelho não é um “telefone-sem-fio” que as pessoas passam a mensagem sem responsabilidade, de modo que lá na frente já não é mais o que se disse no início. Não! A transmissão da palavra da salvação deve ser pura e sem nenhuma alteração para que ela salve outros assim como nos salvou.

O resultado disso não será agradável. Paulo estava preso e caminhava para a guilhotina (4.6). Mas ele chama Timóteo para o mesmo caminho. Que não se envergonhasse das consequências do evangelho, mas que participasse de suas aflições (1.8). Eis aí o que é um crente forte na graça de Deus em Cristo Jesus! Sua salvação saiu de graça para ele, mas não foi de graça para Cristo, por isso, não hesita em dar sua vida por amor ao seu Salvador!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 22 de setembro de 2024

SÉRIE: OS DOIS TIPOS DE PESSOAS - 03 O HOMEM CARNAL (FINAL)

 


E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo” (1Co 3.1).


Por várias vezes o apóstolo Paulo usa a palavra “carne” para se referir à velha natureza do crente. Todos sabemos que, mesmo uma pessoa tendo se convertido, ainda permanece nela a natureza adâmica, a qual vai se opor à sua nova natureza, para que a pessoa seja exercitada e aprenda a vencer o pecado todos os dias até chegar à glória.

Mas aqui em 1Co 3, o apóstolo chama os crentes de pessoas carnais, não nesse sentido e sim, como facilmente podemos perceber pelo contexto, no sentido de que são espirituais, porém imaturos. Vemos que ele chama os coríntios de meninos em Cristo. Embora eles fossem espirituais, isto é, fossem realmente convertidos, possuíssem uma nova natureza, mesmo assim, eles não agiam como pessoas espirituais. Estavam agindo como se ainda fossem mundanos, como age o homem natural, sem Cristo.

O homem carnal, no sentido desse texto, não é porque tem pouco tempo de crente. Muitos convertidos já estão há anos na caminhada cristã e isso não significa que sejam realmente maduros na fé. Observe que Paulo gostaria de falar a eles como se fala a espirituais, mas não podia. Teve de tratá-los como crianças. No v. 2, Paulo diz que gostaria de dar-lhes manjar, ou alimento sólido, mas eles não podiam suportar esse tipo de alimento. Tiveram de ser tratados com leite.

O crente carnal é muito infantil. Paulo diz que eles viviam em contendas, dissensões, invejas e ciúmes (v. 3). Isso é coisa de criança mesmo, coisa de gente sem maturidade, pessoas não adultas. Criança é que fica de mal, que deixa de conversar, que diz que não é mais seu amigo, essas coisas. Assim também, crentes carnais são bem inflamados, qualquer coisa é motivo para ele sair da igreja, abandonar a comunhão, ficar ferido pelos cantos, sair falando mal dos outros, enfim, o crente carnal não pode suportar alimento sólido.

O crente carnal é aquele fraco na fé, que Paulo diz em Rm 15.1. A estes, os crentes fortes devem suportar, devem carregar até que cresçam, mesmo que tenham muitos anos na fé, podem ainda estar sendo amamentados, não gostam de teologia, o estudo bíblico para eles é um enfado, vivem no leite e ainda não são satisfeitos. Fazem contendas, são ciumentos, seguem a homens, formam grupinhos de cochichos, essas coisas. 

Paulo dá uma palavra dura para os crentes carnais, criancinhas (não por terem pouco tempo de crente, mas por não amadurecerem nunca na fé). Ele diz: “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (v. 17). De que modo os crentes meninos destroem o templo de Deus? Nos vs. 3,4 Paulo responde. É quando promovem divisões no corpo, dizendo: “eu sou de Paulo”, ou “eu sou do pastor fulano”, etc. Essas conversinhas destroem o templo de Deus e, sem pena nenhuma, Deus destruirá os que fazem isso.

Que sejamos crentes espirituais. Mesmo que novos na fé, que nossa mente esteja aberta para as coisas espirituais e então provaremos um crescimento saudável, não só na congregação, mas em nós mesmos. Melhor ser um novo convertido aberto à instrução do que um crente velho no tempo e criança na cabeça.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

SÉRIE: OS DOIS TIPOS DE PESSOAS - 02 O HOMEM ESPIRITUAL

 


Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1Co 2.15).


Falando sobre os dois tipos de pessoas que existem no mundo, o apóstolo Paulo agora se volta ao indivíduo espiritual (gr. pneumatikós). Ele havia falado sobre o homem natural, o homem que não nasceu de novo, mas agora ele fala da pessoa que recebeu uma nova vida. No cap. 1.18, a palavra da cruz, diz Paulo, “é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. Estes é que são os espirituais, os que foram salvos pelo poder do evangelho.

Se as coisas do Espírito só podem ser discernidas espiritualmente, então é impossível que o homem, em seu estado natural possa compreendê-las. Segue-se que, se Deus não tornar o homem natural em homem espiritual, isto é, se o próprio Deus não fizer a transformação, o homem seguirá seu curso distante de Deus, uma vez que sua mente natural não pode fazer isso por si mesma. Logicamente, a iniciativa então vem de Deus.

Por isso que os reformadores cunharam aquela frase que diz: “a regeneração precede a fé”, ou seja, antes de o indivíduo crer em Cristo, ele precisa nascer de novo. Geralmente se diz o contrário, que se alguém crer é que vai nascer de novo. Mas como estamos observando, isso é impossível. Não se pode crer naquilo que não se compreende espiritualmente. Seria como exigir de um morto que ele tome decisões sobre seu enterro ou qualquer outro assunto.

Aqui, Paulo diz que o espiritual discerne bem tudo. Na versão Atualizada diz que ele “julga todas as coisas”. Obviamente, ele está falando das coisas espirituais do verso anterior. Se ele não pode entendê-las naturalmente, então só poderá discerni-las caso se torne espiritual. Este é o processo do novo nascimento. No dizer de Tiago: “segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18). A saber, Deus, pela palavra da verdade e segundo o Seu próprio querer, nos gerou, ou seja, nos fez nascer de novo. Só assim, compreendemos então as coisas espirituais para aceitá-las. O homem só aceita as verdades do Espírito se já tiver sido transformado. Não é a aceitação das verdades do Espírito que irá transformá-lo.

Quando Paulo diz que “ele de ninguém é discernido”, apenas quer dizer que os demais homens sem Cristo não têm autorização para avaliá-lo. Quando alguém se converte, ele já não está mais sob o critério dos ímpios. O que os mundanos falam acerca de alguém que foi regenerado e se converteu não importa. Eles não têm discernimento nem moral para falar de uma pessoa que nasceu de novo e veio a Cristo pelo evangelho. Estão falando do que não sabem.

Aquele que, pela graça de Deus, recebeu a semente da nova natureza pela palavra da verdade, esse é o homem espiritual, que nasceu de novo, esse já recebeu a mente de Cristo, pois, mesmo que ainda não compreenda muitos profundos ensinos que entenderá com o tempo, o que é básico do evangelho, que nenhum outro homem entende, a ele foi desvendado e tudo se fez novo para ele. Ter a mente de Cristo aqui não é saber tudo que Cristo sabe. Isso seria onisciência. Ter a mente de Cristo é ter a compreensão cristã para as coisas espirituais.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

SÉRIE: OS DOIS TIPOS DE PESSOAS - 01 O HOMEM NATURAL

 


Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2.14).


Há dois tipos de homens, no sentido da ordem das coisas espirituais. Existe o homem natural e o homem espiritual. Mais à frente, Paulo vai dizer acerca do homem carnal, mas este é apenas uma forma imatura do homem espiritual, como veremos mais tarde. Por enquanto, vamos falar sobre o homem natural.

Alguns pensam que Paulo está falando da alma do homem, pelo fato de ele usar aqui a palavra grega para “alma” (psychē), como é o caso de muitos discipuladores, que denominam o “homem natural” desse versículo de “homem almático”. Mas não é o caso. Paulo não está falando da alma. Ele não está dizendo que o homem natural aqui é aquele governado por suas emoções e sentimentos, não. Ele está contrastando com o “homem espiritual” sobre o qual falará no v. 15. Se ele vai contrastar este “natural” com o “espiritual” do próximo versículo, então este “natural” é o homem que não tem a mente de Cristo.

O homem sem Cristo também tem um espírito, todo homem tem um espírito. A questão é que o homem sem Cristo não tem uma nova natureza, por isso ele é chamado de “natural”, ou seja, aquele não regenerado, aquele homem que nasceu apenas do ventre de sua mãe, nasceu de Adão, mas não nasceu de novo, não nasceu do alto, não nasceu do Espírito! Ao invés de dizermos que o homem natural é guiado por sua alma (só porque aparece a palavra psychikós), deveríamos dizer que este homem natural é guiado por si mesmo, por sua mente humana.

A mente humana, sem a revelação do evangelho é uma mente caída, está em trevas e pensa apenas no nível subcelestial. Isto porque todo homem, depois da Queda, não consegue mais assimilar as coisas espirituais com uma mente adequada. Ele tem inteligência, consegue entender as verdades do evangelho de modo intelectual, mas não consegue captar suas verdades profundas com sua mente caída. É necessário que ele passe por uma transformação da mente, que receba uma nova natureza para conseguir compreender espiritualmente as coisas de Deus.

O homem natural é todo aquele que jamais foi transformado por Cristo. Mesmo que esteja na igreja, que ouça pregações, que trabalhe no reino de Deus, se não for transformado na raiz de seu coração, ele será a mesma coisa de um homem mundano; a diferença está apenas no lugar que ele frequenta. Uma pessoa natural jamais compreenderá as coisas do Espírito. Na sua mente há um poço de trevas, há um bloqueio espiritual e toda palavra que é semeada, o diabo vem e arranca tudo depois do culto e ela não se lembra de nada. Ainda que se lembre, nada daquilo lhe fará diferença.

Em suma, o homem natural é aquele morto, boiando nas curvas de um rio e que às suas margens lhe espera Satanás, para manipulá-lo como um boneco sem vida, de modo que ele pareça uma pessoa normal. Seu estado é de trevas e nisso perecerá, caso não intervenha sobre ele a misericórdia de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0441 - DEUS CONCEDEU PASTORES AO SEU REBANHO

 


Segunda vez, perguntou-lhe Jesus: Simão, filho de João, amas-me? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo 21.16 – TB).


A figura do pastor de ovelhas sempre foi algo bem familiar para os antigos hebreus. Ainda hoje, há uma grande atividade pastoril nos campos de Israel e arredores. Desde antes mesmo de existir como nação, ainda no embrião, na terra do Egito, se diz de Israel que pastoreava rebanhos e gado (Gn 47.3). O rei Davi compôs um dos mais belos salmos de sua hinódia, chamando Deus de seu Pastor (Sl 23). E Cristo, como não podia ser diferente, Se declarou como o Bom Pastor que dá a Sua vida pelas ovelhas (Jo 10).

Mas, agora, entra um ponto interessante, a saber, Jesus concederia pastores para o Seu rebanho aqui na terra, até que Ele volte. Paulo disse que Ele concedeu uns para pastores (Ef 4.11). De fato, na profecia, Deus já dizia que concederia a Seu povo pastores segundo o Seu coração (Jr 3.15). Há pessoas que protestam contra isso, dizendo que não existem pastores, exceto o Senhor Jesus. Obviamente, ninguém pode usurpar o cargo do Supremo Pastor, mas não se pode negar que Ele concedeu pastores à Sua igreja.

Lutero disse que “Deus poderia governar a igreja por meio do Espírito Santo, sem o ministério, mas Ele não quer fazê-lo diretamente... Por isso diz a Pedro: ‘alimente as minhas ovelhas’... Por isso Paulo também chama os apóstolos de ‘cooperadores com Deus’ (1Co 3.9). Esteja certo que apenas Ele trabalha. Mas Ele o faz por meio de nós” (Obras de Lutero, 8.94-95).

Os cristãos, de um modo geral, precisam entender o chamado de alguns dentre eles para o pastoreio e a eles estar submissos. O autor aos Hebreus deixa isso claro, quando diz: “Obedecei aos que vos governam e sede-lhes sujeitos, pois eles velam pelas vossas almas como os que têm de dar contas. Obedecei-lhes para que isso façam com alegria e não gemendo, pois isso é uma coisa sem proveito para vós” (Hb 13.17 – TB).

Há crentes que fazem os pastores gemer de tristeza e angústia, mas o autor aos Hebreus diz que a obediência dos demais crentes aos seus pastores tirará essa agonia do seu coração e eles pastorearão com alegria.

Por outro lado, os pastores precisam entender que o rebanho não lhes pertence e sim ao Supremo Pastor. A ordem dada a Pedro foi para pastorear as ovelhas de Jesus e não as dele. Assim, o próprio apóstolo diz em sua 1ª carta: “pastoreai o rebanho de Deus que está entre vós, não por força, mas espontaneamente... nem como querendo ter domínio sobre os que vos foram confiados, mas fazendo-vos exemplares do rebanho. Quando se manifestar o Sumo Pastor, recebereis a imperecível coroa da glória” (1Pe 5.2-4).

Creio que haverá muito mais harmonia no reino de Deus quando os liderados souberem a importância de sua submissão aos seus pastores, bem como quando os pastores souberem que são apenas “cães pastores” do Verdadeiro Pastor. Nós apenas “perseguimos” as ovelhas para que elas corram para mais perto do verdadeiro aprisco.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 17 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0440 - QUANDO O SENHOR QUER PUNIR AS NAÇÕES

Porque do SENHOR veio o endurecimento do coração para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem destruídos totalmente, sem achar misericórdia alguma, e fossem exterminados, como o SENHOR havia ordenado a Moisés.” (Js 11.20 – A21).


No livro de Josué, que é o livro das conquistas dos hebreus sobre as terras de Canaã, encontramos muito derramamento de sangue, muita guerra, matança, estratégias de batalhas, que deixam assustadas muitas pessoas que não conhecem a Deus. Aliás, muitos crentes também se deixam levar pelas bobagens ditas por ateus e críticos da Bíblia e ficam a se questionar por que Deus foi tão cruel com os cananeus.

Porém, muito mais do que questionar sobre a razão de Deus ter punido estas nações, coisa que facilmente encontramos explicação na Bíblia e na arqueologia, o que impacta a quase todos são textos como esse que lemos. Diz que o endurecimento do coração daquelas nações para que fossem à guerra contra Israel e fossem derrotadas e destruídas, sem misericórdia alguma, veio de Deus! Não apenas Deus havia ordenado que Israel as exterminasse, como também Deus inclina o coração daquela gente para sair contra Israel na guerra e perder.

A única nação que conseguiu fazer aliança com Israel ali em Canaã, e mesmo assim na base do engano, foram os heveus, gibeonitas (v. 19). Afora eles, Deus era quem endurecia o coração daqueles povos para que buscassem guerra contra Israel. Eles ouviam falar do poder do Deus de Israel e nós pensamos que era para lhes causar medo! No entanto, eles ficavam mais alvoroçados para pelejarem contra o povo de Deus e, assim, eram derrotados!

A razão é simples. Deus a explica a Abraão. Em Gn 15.16, quando Deus está fazendo uma aliança com Abraão, Deus lhe diz que lhe daria aquela terra, mas que antes disso, os descendentes de Abraão seriam escravos por 400 anos em terra estranha, o que sabemos que aconteceu a Israel no Egito. Mas por que os israelitas ficariam ali por 4 séculos sendo escravizados? Porque, enquanto isso, a medida da maldade dos cananeus ainda não teria enchido o cálice da ira de Deus.

Esses 400 anos foram desprezados pelos cananeus, os quais, ao invés de se arrependerem, apenas aumentaram suas maldades, as quais encheram o cálice da ira de Deus. Israel então, liberto do Egito, tinha autorização de Deus para servir de vara de juízo contra os moradores de Canaã. O que estava acontecendo pelas mãos de Josué não era uma guerra arbitrária e briga por posse de terras, mas sim um juízo divino tolerado pela paciência de Deus durante cerca de 500 anos!

Isso também tem acontecido às nações dos nossos dias. A igreja tem anunciado o evangelho do arrependimento, mas elas apenas multiplicam suas maldades. Deus está endurecendo o seu coração. Quando o cálice da ira de Deus se encher novamente, então virá outro Josué – a saber, Jesus – e fará muito pior do que fez este general israelita. Ele destruirá com perdição eterna “os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”, pois virá “para ser glorificado nos seus santos e admirado em todos os que houverem crido” (2Ts 1.8,10).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0439 - POBRE GOVERNANDO POBRES

 


O pobre que oprime os pobres é como chuva torrencial que destrói as colheitas” (Pv 28.3).


O conceito sociológico que advoga a deposição de uma certa classe dominante para se estabelecer como governo uma classe inferior, tem defendido seu ponto de vista com base na “justiça para evitar a opressão que sofreu”, isto é, se um oprimido chegar ao poder, segundo esse conceito, ele não irá oprimir, pois já foi oprimido e sabe que isso é injusto. Ele fará de tudo para que seu governo seja justo e igualitário.

Entretanto, a Bíblia, em seus sábios conselhos diz que não é assim que acontece. Quando o pobre oprime o pobre, geralmente é quando ele chega ao poder. Há casos em que pobre oprime pobre mesmo sem estar funcionalmente acima do outro. Mas em sua maioria, um pobre oprime o outro quando, de algum modo, chega ao poder.

Alguém poderia dizer que o texto apenas sugere que isso ocorrerá caso o pobre, agora poderoso, venha realmente oprimir; mas, caso ele permaneça humilde, ele irá governar com justiça. Eis aqui outro erro, desta vez sobre a compreensão da natureza humana. Uma pessoa não é justa porque é pobre. Nossa nação assistiu isso impotente, quando pobres chegaram ao poder. O que aconteceu? Eles foram “como chuva torrencial que destrói as colheitas”, exatamente como diz o versículo! As colheitas, os impostos, os lucros do nosso país foram e estão sendo completamente devorados por eles!

O princípio bíblico é que o homem é corrupto. Seu coração, além de enganoso, é desesperadamente corrupto, de modo que nem mesmo o próprio homem o conhece (Jr 17.9). Alguém já disse que o poder corrompe, entretanto, o poder apenas revela a corrupção que já existe no coração do homem. A corrupção está instalada no coração do homem como um vírus. Basta a ocasião e ambiente adequados para que tal vírus se manifeste. Assim é a corrupção e o poder. A primeira é interna, e o segundo é somente o ambiente favorável à manifestação da primeira.

Diante do poder, o coração do homem, seja pobre ou rico, começa a expelir os gases do orgulho, daquela velha raiz do pecado original, de querer ser como Deus. Um pouco de poder apenas é o bastante para que alguém se assente como Pilatos e julgue até mesmo Jesus! Por isso que diz o verso anterior: “Por causa da transgressão da terra, mudam-se frequentemente os príncipes, mas por um, sábio e prudente, a ordem é mantida” (v. 2).

Sempre foi e será assim. Mudam-se os governos, os sistemas, as leis, os governantes, mas uma coisa permanece a mesma, a saber, a transgressão. Somente por um sábio e prudente a ordem é mantida. Este sábio não é nenhum de nós, pois todos somos transgressores. É o Senhor dos senhores, Jesus Cristo, o Justo, que governará com cetro de ferro e a ordem será mantida porque quem governará para sempre será Ele, que jamais cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0438 - CONSELHOS PARA UMA VIDA QUE GLORIFICA A DEUS

 


E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, tratem de reprová-las” (Ef 5.11 – NAA).


Depois de ter dito uma lista de pecados no início do capítulo, ainda que não seja uma lista exaustiva, o apóstolo Paulo alerta a igreja a não se deixar enganar por palavras vazias (v. 6). É quase certo que falsos mestres estavam dizendo aos crentes efésios que essas coisas não tinham nada a ver. Aliás, é um termo que prevalece até os nossos dias, em que falsos pregadores também estão relativizando a Palavra de Deus.

Paulo diz que é por causa destes pecados que vem a ira de Deus sobre os desobedientes e, por esta razão, os crentes não devem participar “daquilo que eles fazem” (v. 7). Por quê? “Porque no passado vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz” (v. 8). Observe a razão: vocês não são mais o que eram no passado, então por que participar com aqueles que pertencem ao seu passado? Agora vocês são luz no Senhor. Veja que ele não diz que somos luz por conta própria, mas apenas no Senhor. Somente podemos brilhar se estivermos em Cristo.

No v. 10, Paulo diz que os crentes devem tratar de discernir o que é agradável ao Senhor. A vida cristã consiste em viver para a glória de Deus. Foi para isso que Ele nos salvou (1.6,12). Se para isso fomos salvos, então nosso dever é nos empenhar a cada dia em entender o que agrada ao Senhor.

Ao mesmo tempo em que devemos tratar de compreender as coisas que agradam a Deus, devemos tratar também de reprovar as obras das trevas (v. 11). O crente não é um ser isolado do mundo, que vive em adoração a Deus sem se importar com o que acontece ao seu redor. Paulo diz que nós também devemos tratar de reprovar as obras das trevas, caso contrário, estaremos sendo cúmplices delas.

Enquanto aqui no v. 11 ele chama as obras das trevas de infrutíferas, no v. 9 ele diz qual é o fruto da luz, a luz que somos no Senhor: ele diz que “o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade” (v. 9). Bem, nós sabemos o que acontecerá à árvore que não produz bom fruto – será cortada e lançada ao fogo (Mt 3.10). Mas o crente verdadeiro produz seu fruto na bondade, na justiça e na verdade.

Paulo encerra esta advertência, alertando aos cristãos que não vivam como tolos e sim como sábios. Os tolos são os ímpios, que ele citou no cap. 4.17-19. Eles são “levados por pensamentos vazios e inúteis. A mente deles está mergulhada na escuridão. Andam sem rumo, alienados da vida que Deus dá, pois são ignorantes e endureceram o coração para ele. Tornaram-se insensíveis, vivem em função dos prazeres sensuais e praticam avidamente toda espécie de impureza” – NVT.

Quanto aos salvos, eles vivem “aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus” (v. 16). Nestes tempos, em que o maligno opera fortemente, não há tempo a perder com este mundo. Crente que não procura compreender qual é a vontade do Senhor é um insensato (v. 17) e, por isto mesmo, está perdendo seu tempo nesse mundo mau. Que o Senhor nos ajude a olhar para esses textos bíblicos e reformular nossa vida prática para a glória de Deus.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0437 - CABEÇA COBERTA PELA VERGONHA E PELA SENTENÇA

 


Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo a sua casa, angustiado e coberta a cabeça” (Et 6.12).


Certa vez o rei Assuero perdeu o sono e, para não ficar entediado, ordenou que seus escrivães lessem diante dele as crônicas, isto é, os feitos e as memórias de heroísmo que se fizeram na história de seu reinado. No meio da leitura, relembrou-se que Mardoqueu avisara de dois eunucos que queriam conspirar contra a vida do rei. Neste momento, o rei se interessou pelo episódio e perguntou se Mardoqueu havia sido recompensado por este ato heroico.

Como não havia, então o rei pergunta quem estava no pátio de seu palácio. Era Hamã, um inimigo de Mardoqueu e dos judeus, que estava acabando de chegar para pedir que o rei enforcasse Mardoqueu porque não se inclinava perante Hamã. Mesmo antes de fazer seu malévolo pedido, o rei lhe pergunta: “Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada?” (v. 6). Como Hamã pensou que tal homem fosse ele, disse ao rei que deveria cobri-lo de honrarias.

O rei então ordena que o próprio Hamã providencie as honrarias que havia detalhado ao rei, mas que as aplicasse a Mardoqueu, visto que tinha salvado a vida do rei! Que humilhação para Hamã... mas, como era ordem real, não podia retroceder. Fez o que o rei ordenara, exaltando a Mardoqueu pelas ruas de Susã e voltou envergonhado, angustiado e de cabeça coberta para sua casa!

Mal sabia este homem que, no outro dia, seu plano maligno seria descoberto pela rainha Ester, a qual pediu uma audiência com o rei Assuero, seu marido, com a presença de Hamã. Ali, ela o desmascarou perante o rei e, Hamã, com medo, se prostrou aos pés da rainha para rogar por sua vida. O rei interpretou aquilo como um atentado ao pudor de sua esposa bem na sua frente! Logo que os demais servos viram a expressão do rei, cobriram a cabeça de Hamã (7.8)! O homem que havia coberto a cabeça de vergonha, agora tem sua cabeça coberta para a sentença de morte!

Jesus também envergonhou publicamente a Satanás, o qual queria se assentar no trono de Deus e se estabelecer acima das estrelas! Ele foi humilhado e teve de se curvar diante de Jesus. Na cruz, Jesus despojou principados e potestades, expondo-os ao desprezo e triunfando deles (Cl 2.15). O diabo e seus demônios, humilhados e envergonhados, passaram a assediar a igreja, a noiva do Rei dos reis! Esta ofensa, o Senhor dos senhores também não deixou barato!

Paulo diz que “o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm 16.20). Sim, nosso inimigo, tal qual Hamã, será sentenciado à morte eterna, o lago de fogo, no dia do Juízo Final (Ap 20.10). Na cruz, sua cabeça foi coberta de vergonha e no Juízo Final, sua cabeça será coberta da sentença de condenação eterna! Isto sim, é pisar a cabeça da serpente!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0436 - SERÁ QUE DEVEMOS MESMO SER BEREANOS?

 


Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (At 17.11).


Muito tem se elogiado o comportamento dos crentes de Bereia, pelo fato de conferirem nas Escrituras o que Paulo dizia. Somos recomendados a sermos como os bereanos, sempre examinando na Palavra o que ouvimos nas pregações e, assim, seremos considerados crentes prudentes.

No entanto, precisamos observar algumas coisas. Primeiro, os bereanos que faziam isso não eram cristãos e sim judeus. O v. que lemos diz: “estes de Bereia”. Estes quem? Basta ler o v. anterior: “... os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus” (v. 10). Como Paulo e Silas foram perseguidos pelos judeus tessalonicenses, então os cristãos dali os enviaram a Bereia para pouparem sua vida. Como era estratégia de Paulo, ele foi à sinagoga para pregar o evangelho.

Segundo, o texto diz que eles eram mais nobres do que os judeus de Tessalônica. A palavra nobre aqui (gr. _eugenēs_) significa literalmente: “de bom nascimento”. No grego, eu é bom e genēs é nascido, “bem nascido”. Isso quer dizer apenas que eles eram mais abastados financeiramente. Eram pessoas mais ricas e não mais corteses.

Observe que o texto diz que eles examinavam as Escrituras “todos os dias”. Um judeu de condições normais não tinha como examinar as Escrituras todos os dias, pois o material, o pergaminho, era caro e a maioria só podia ouvir as Escrituras uma vez por semana na sinagoga. Se os bereanos examinavam todos os dias, é porque eles tinham pergaminhos do AT em casa, o que prova que eram realmente mais abastados do que os judeus de Tessalônica.

Terceiro, que o verbo para examinar é anakrinō. Significa “investigar, questionar, julgar”, verbo usado para inquirições em tribunal. Ainda Lucas diz que eles queriam ver “se” as coisas eram mesmo assim. Aparentemente, essa avidez (resolução) com a qual eles receberam a palavra (os ditos) de Paulo, estava mais relacionada a uma suspeita do que a uma prudência. Afinal eram judeus e não aceitavam que o Jesus anunciado era o Messias. Veja quem foram os que creram no v. 12: “muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens”. Os judeus mesmo, se juntaram com os de Tessalônica para perseguirem Paulo (v. 13).

Alguns exaltam os bereanos, dizendo que de tão “examinadores” que eram, não há nenhuma carta de Paulo a eles, enquanto que aos tessalonicenses tem duas. Mas veja o que Paulo diz aos tessalonicenses: “Outra razão ainda temos nós para... dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual... está operando eficazmente em vós...” (1Ts 2.13).

Pelas palavras do próprio apóstolo, os elogiados aqui são os crentes tessalonicenses e não os bereanos incrédulos. Bem, parece que agora quero ser um tessalonicense e não um bereano.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 10 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0435 - A TOLICE DA IDOLATRIA

 


Tal homem se apascenta de cinza; o seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: ‘Não é uma mentira isso que tenho em minha mão?’” (Is 44.20 – NAA).


Este capítulo de Isaías é um dos que mais esnobam as imagens de escultura e a idolatria. Aqui Deus mostra claramente a tolice de seguir e adorar algum ídolo. Do v. 1 até o v. 8, Deus Se exalta (e não há pecado algum nisso, sendo que quem o faz é o próprio Deus; por ser Ele Deus, tudo que faz é bom e santo por definição). A partir do v. 9, Deus começa a humilhar não só os ídolos, mas também aqueles que os adoram.

Deus começa zombando do ferreiro que fabrica um ídolo (v. 12). Ele trabalha o dia todo naquilo, se cansa de trabalhar; se não se alimentar, perde as forças e, se não beber água, desfalece. Como ele pode adorar aquilo que saiu da força do seu próprio braço? O ferreiro é maior do que o ídolo que ele fabrica, portanto, sua idolatria é tola.

No v. 13, Deus zomba do carpinteiro, que prepara todo um processo para fabricar um ídolo de madeira. Mede com a trena, esboça com o lápis, alisa com a plaina, marca com o compasso, enfim, para fazer um ídolo, ele empenha toda sua arte, mas a inspiração está no próprio homem: “faz uma escultura à semelhança e beleza de um ser humano, para ser colocada num templo”. Enquanto Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança para que este O adore, o homem, em sua afronta contra Deus, faz um ídolo à sua imagem e semelhança e então o adora...

Do v. 14 ao 17, Deus zomba do lenhador, que derruba uma árvore (observe que Deus diz que a chuva fez a árvore crescer, isto é, Deus ainda concede chuva para que os homens façam ídolos da natureza, ao invés de adorarem ao Criador). Ele queima aquela madeira como lenha para sua comida, faz fogueira para se aquecer e do resto fabrica um ídolo para lhe dirigir orações.

Será que nenhum deles entende que isso é um disparate, uma asneira sem tamanho? Não, eles não entendem, diz Deus, “porque os olhos deles estão grudados, para que não vejam, e o coração deles já não pode entender” (v. 18). O seu coração o iludiu... por isso não devemos confiar em nosso coração, ele é enganoso...

Mas ao Seu povo, Deus diz: “Lembre-se destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porque você é meu servo... não me esquecerei de você” (v. 21). O povo de Deus é diferente, ele sabe que há um Deus de relacionamento, um Deus que não Se esquece dos Seus... Ainda mais diz o Senhor a Seu povo: “Desfaço as suas transgressões como a névoa e os seus pecados, como a nuvem; volte para mim, porque eu o remi” (v. 22). Sim, o povo de Deus era como os ímpios pagãos também. Mas o Senhor desfez as nossas transgressões, Ele apagou os nossos pecados!

Quando Ele diz “volte para mim, porque eu o remi”, Ele está dizendo que a remissão veio antes da conversão. Ele não diz: “volte para mim, para que eu o redima”, não. A remissão veio antes. Jesus morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Agora que Ele nos remiu, somos chamados ao arrependimento para viver para Sua glória! Louvado seja o nosso único Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0434 - O PROPÓSITO DA DISCIPLINA NA IGREJA

 


Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vós, que sois espirituais, deveis restaurar essa pessoa com espírito de humildade. E cuida de ti mesmo, para que não sejas tentado também” (Gl 6.1 – A21).


Gálatas foi, provavelmente, a primeira escrita do NT. Paulo havia subido a Jerusalém, talvez, para participar do Primeiro Concílio da Igreja (2.1). Esta assembleia está registrada em Atos 15. Sendo assim, a igreja ainda estava com seu sistema de governo em formação, mas já contava com presbíteros como seus líderes locais.

A doutrina da disciplina eclesiástica começa com Jesus Cristo, quando nosso Senhor disse como se devia proceder com o irmão faltoso. O ensino doutrinário de Jesus acerca disso está registrado em Mt 18.15 em diante. Ali, Jesus fala de um processo de conversas e confrontos com o ofensor, insistindo com ele no arrependimento, passando pela conversa particular até chegar à exposição pública na igreja, em caso de impenitência.

Aqui, apesar de já haverem presbíteros na igreja, ainda não havia um corpo de liderança formal para operar a prática da disciplina. No entanto, Paulo ensina: se uma pessoa for surpreendida em algum pecado, o que deve ser feito? Primeiro, ele não diz se a pessoa foi surpreendida por alguém, ou se ela foi apanhada pelo pecado em si. O termo original dá a ideia de ter sido “pego”.

Mas seja como for esse súbito, a igreja deve agir da seguinte maneira: quem deve tratar com esse flagrante são as pessoas espirituais. Como já conhecemos a carta, Paulo vinha falando do fruto do Espírito no capítulo anterior. Sabemos que nem todos na igreja são realmente espirituais. De acordo com Paulo, há crentes carnais na igreja (1Co 3.1).

A segunda coisa é que se deve buscar sempre a restauração. A A21 diz “deveis restaurar” e a Atualizada diz para “corrigir”. No original, a palavra quer dizer “consertar, reparar”, no sentido de colocar no lugar um osso quebrado (como também em Hb 12.12,13). A disciplina não deve ser um instrumento de vingança nem mesmo um motivo de exposição constrangedora do faltoso, enquanto se exibe uma falsa santidade do disciplinador. Por isso Paulo diz que deve ser feita essa restauração “com espírito de humildade”.

Por último, o apóstolo diz que os disciplinadores devem também cuidar de si, para que não sejam tentados. A ideia é que todos estamos sujeitos a falhas, sejam consideradas leves ou graves. O objetivo do apóstolo aqui é que a disciplina seja exercida de modo que a vida cristã seja de ajuda mútua. Veja o que ele diz no verso posterior, como continuidade da ideia: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (v. 2).

Portanto, disciplinar é uma forma de amar. Assim devem entender os líderes que disciplinam e também o membro disciplinado. Para que ambos olhem isso como um cuidado zeloso da igreja de Jesus por si mesma, utilizando sempre o equilíbrio entre preservar a santidade do corpo de Cristo e restaurar o caído, se bem que não há opostos nisso...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0433 - NÍNIVE E BRASIL

 


Ai da cidade sanguinária, toda cheia de mentiras e de roubo e que não solta a sua presa”! (Na 3.1 – NAA).


Um século antes de Naum profetizar a sentença divina sobre a cidade de Nínive, capital da Assíria, Jonas havia passado pelo meio daquela cidade anunciando uma destruição iminente. Os pecados eram os mesmos e, possivelmente, devem ter apenas piorado de Jonas a Naum. No entanto, os contemporâneos de Jonas se arrependeram e foram salvos, inclusive. Jesus disse que ninivitas se levantarão no dia do juízo contra esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas, enquanto que, com a pregação de Jesus (e subsequentemente Seus apóstolos e demais seguidores) não se arrependeram (Mt 12.41).

Apesar de Deus ter concedido arrependimento e salvação aos ninivitas da época de Jonas, todavia, Deus decretou a destruição desta cidade perversa por intermédio do profeta Naum. Tabuletas assírias de escritas cuneiformes registram práticas demoníacas, como a amputação de cabeças, mãos, pés, orelhas, narizes, o arrancar de olhos e o esfolamento de vítimas vivas conquistadas. O decreto de destruição se cumpriu sobre Nínive: em 612 a.C., Nínive caiu diante dos exércitos da Babilônia. Seus templos, palácios e maravilhas de engenharia, que eram o seu orgulho, desmoronaram e foram logo esquecidos.

Nínive é chamada de cidade sanguinária. Mas não somente os homicídios passeavam por suas ruas, como também mentiras, roubo e sequestros! Uma cidade comprometida com a prostituição e feitiçaria. Cidade opressora, que arrancava de todos para sustentar os grandes. Bem, nós poderíamos multiplicar as características da maldade de Nínive e não poderíamos elencar nesta reflexão.

Temos aqui uma semelhança imensa com o país em que vivemos. As pessoas pensam que Deus não Se importa com o que acontece em nossa nação. Mas não vivemos num deísmo, que diz que Deus criou o mundo e o abandonou à própria sorte. Não. Nós estamos sendo monitorados por Deus o tempo todo, não somente vigiados em nossas ações, mas também estamos sendo filmados em nossos pensamentos. Nada escapa diante dEle. Todas as ações dos homens, sejam políticos ou cidadãos comuns, estão sendo todas observadas por Deus e um dia haveremos de prestar contas delas.

O livro de Naum termina com um diagnóstico terrível. Deus diz através do profeta: “Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável” (3.19). Assim também todas as cidades do mundo passarão pelo crivo de Deus e serão achadas em falta. Todo governo humano será encontrado como em afronta contra Deus. Todas as nações da terra serão colocadas debaixo do governo do Filho de Deus, que regerá o mundo com vara de ferro e dominará a todos! Nossa nação não está diferente de Nínive. A igreja deveria ser como Jonas e Naum, proclamar juízo para que Deus salve os que Ele quiser, e não amansar a mensagem para um povo que já está fedendo em sua maldade, dizendo que está tudo bem.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0432 - EFATÁ!

 


Então lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs os dedos nos ouvidos dele; depois, cuspindo, aplicou saliva na língua do homem. Então, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: — Efatá! — que quer dizer: ‘Abra-se!’ E logo os ouvidos do homem se abriram, e o empecilho da língua se soltou, e ele falava sem dificuldade” (Mc 7.32-35 – NAA).


Jesus realizava curas e milagres extraordinários em Seu ministério terreno. Este que lemos, Ele o fez quando voltava das terras estrangeiras nos arredores de Israel. Ele havia posto à prova uma mulher estrangeira, cuja filha estava endemoninhada, e ela passou no teste com louvor. Sua filha foi liberta (vs. 24-30)!

Agora, diante de Jesus estava um surdo-gago. Um homem que nada ouvia e que, para falar, emitia sons guturais, completamente toscos e incompreensíveis. É interessante que Jesus o retira do meio da multidão. Sabemos que pessoas com deficiência auditiva e na fala são facilmente irritadiças, pois sua dificuldade em se comunicar, em compreender e serem compreendidos realmente as leva a uma reação de raiva e desânimo. Mas o Senhor o trata com toda compaixão. Leva-o para um lugar à parte.

Apesar de naquela época se atribuírem propriedades curativas à saliva, Jesus Cristo, ao tratar com aquele homem, olha para o céu. Jesus quer lhe mostrar de onde vem a sua libertação, ela vem de Deus e não de propriedades tidas como mágicas. Jesus também suspira. Este gesto demonstra profunda compaixão e sensibilidade para com o doente. Jesus não apenas operava a cura, Ele Se identificava com o enfermo. Certamente, Ele tomou sobre Si nossas enfermidades (Is 53.4).

Ao tocar seus ouvidos e dizer “Efatá”, Jesus estava não somente curando aquele homem, mas mostrando aos Seus discípulos como seus próprios ouvidos espirituais estavam fechados para as verdades que Ele ensinava. Ao confrontar os fariseus no episódio de comer sem lavar as mãos, Jesus disse à multidão: “Escutem todos e entendam” (v. 14). E disse no v. 16: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. Ele estava mostrando que se Deus não abrir os ouvidos espirituais do homem, este jamais compreenderá absolutamente nada de Sua vontade!

O evangelho nos abriu também os ouvidos. Por termos sido libertos, então pudemos crer no que ouvimos, pois a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17). Porém, muito mais que isso, além de termos recebido a capacidade de ouvir a Palavra que nos libertou, também nossa língua foi desprendida (como no original grego diz, que “as amarras” da língua daquele homem se soltaram, o que leva alguns intérpretes a entenderem que houve libertação espiritual), para que pudéssemos confessar a Cristo com nossa boca (Rm 10.9)!

Quão maravilhoso foi aquele dia em que ouvimos a voz de nosso Salvador gritando aos nossos ouvidos: “Efatá”! Nossos lábios também se abriram e hoje podemos falar sem embaraço algum das maravilhas do nosso Senhor!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson