“Todo homem esteja
sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de
Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Rm 13.1).
Um dos pontos centrais do livro “A Cabana”, ou pelo menos um dos destaques morais do livro, é a tentativa de defender o ponto de vista de uma sociedade sem autoridades e sujeições. Segundo o autor, Deus dizia para o personagem daquele romance que esse negócio de autoridade e submissão é coisa da Queda, mas que não é o plano original de Deus na Criação e, portanto, também não deveria ser na Redenção, pois não o será na Consumação.
Entretanto, isso é uma fala pós-moderna. Sutilmente, a nossa sociedade está rasgando o conceito de autoridade, seja em que aspecto for. Observe que a autoridade está sendo minada na família, no trabalho, na escola, na sociedade, na igreja, enfim, em todos os lugares percebe-se uma diluição no conceito de autoridade.
É claro que depois do pecado e ainda depois do dilúvio, Deus dá uma ordem a Noé, dizendo que quem derramasse o sangue do seu próximo, pelo homem o seu sangue também seria derramado (Gn 9.6). Deus institui a pena de morte porque sabe que o dilúvio lavou a terra, mas não lavou o coração do homem. Então a lei capital seria para inibir e coibir ações violentas dos homens e não para resolver o seu coração.
As pessoas acham que o conceito do NT sobre autoridade civil mudou, mas Paulo mostra que continua a mesma coisa. O Estado tem autoridade de Deus para punir o malfeitor e, se necessário, com a pena capital. O argumento dos opositores é que Jesus ensinou a perdoar. Mas repare que Jesus ensinou a Igreja a perdoar e não o Estado. Este continua com suas funções autorizadas por Deus. Quando o Estado pune um malfeitor, ainda que com a morte, ele tem autorização de Deus para isso.
Resistir à autoridade constituída é o mesmo que resistir a Deus (v. 2). Os crentes não devem temer a autoridade civil, mas devem obedecê-la. Claro que onde houver conflito entre a autoridade civil e a autoridade bíblica, os crentes devem ficar com o que diz a Palavra, obviamente interpretada de modo correto. Nosso dever é cumprir com nossas obrigações civis e, ainda que a força estatal queira nos perseguir, não devemos reagir, pois somos bem-aventurados em ser perseguidos por amor a Cristo.
Na Consumação de todas as coisas, nós também receberemos autoridade. Teremos diferença entre nossas funções eternas. Ao contrário do que o autor do livro “A Cabana” quer, Jesus disse que uns terão autoridade sobre “dez cidades”, enquanto outros sobre “cinco cidades” e assim por diante (Lc 19.17,19). Os que trabalharam mais para o Senhor aqui, serão mais recompensados lá. Até mesmo muitos que foram autoridade civil aqui, lá na glória estarão a serviço de servos mais humildes do Senhor.
Autoridade e sujeição continuarão por toda eternidade,
embora isso não diminua a importância da pessoa nem a glória de Deus.
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Louvado seja Deus.
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