“E veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti
o desejo dos teus olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as
lágrimas. Geme em silêncio, não faças luto por mortos; ata o teu turbante, e
põe nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus lábios, e não comas o pão dos
homens” (Ez 24.15-17).
Os profetas do AT recebiam, às vezes, ordens de Deus para fazer o que se conhece como “atos proféticos”, ou seja, ações que representavam sua mensagem. Temos vários exemplos disso nos livros proféticos. Isaías, por exemplo, andou por 3 anos descalço e nu, para representar que o povo egípcio e etíope iria um dia ser humilhado como cativo em terra estrangeira (Is 20.2-4).
Ezequiel também realizou muitos atos proféticos a mando de Deus. Este foi um deles. Deus disse que tiraria de súbito o “desejo de seus olhos”, ou seja, Deus mataria sua esposa (v. 18)! Mas não era para ele chorar e sim gemer em silêncio. Quando o povo perguntasse a razão daquelas coisas estranhas, então o profeta lhes falaria a mensagem divina. E a mensagem era esta: que assim como Deus tirou a mulher de Ezequiel e ele não pôde chorar, assim também Deus tiraria o “desejo dos olhos” do povo de Jerusalém, ou seja, o templo (v. 21).
De fato, assim que Ezequiel falou ao povo de manhã, logo à tarde ele ficou viúvo! E quando o povo lhe perguntou o que era isso, ele deu o recado de Deus. A mensagem era que o povo confiava demais no templo, ao invés de confiar em Deus. Não era Deus o “desejo dos olhos” do povo, isto é, não era em Deus que estava o prazer dos judeus e sim no fato de ter o templo de Salomão em Jerusalém.
Isso não durou muito, porque Nabucodonosor destruiu o templo quando levou o povo judeu para o cativeiro babilônico. Assim como o “desejo dos olhos” do profeta foi tirado de súbito, assim também fez Deus com o objeto de prazer e confiança do povo. Seu santuário foi destruído e aquilo a que se apegavam como segurança já não podia mais servir de proteção. Aquele pensamento popular de que Jerusalém jamais seria destruída porque o santuário de Deus estava ali, agora já não fazia o menor sentido. Não só Jerusalém, mas também o templo, foram ambos destruídos!
Não podemos negar que hoje também temos “desejos para nossos olhos”. Hoje também somos facilmente levados a confiar em coisas de Deus, mas que tais coisas não são Deus. Ezequiel teve de perder sua esposa para a morte para que o povo entendesse que não devia se apegar ao templo em Jerusalém... o que será que temos de perder para entender que nosso prazer deve estar em Deus?
Se o “desejo dos nossos olhos” for o Senhor Jesus, garanto
que não O perderemos; pois Deus, o Pai, que sempre teve Seu Filho como o
“desejo de Seus olhos”, já O perdeu uma vez na cruz, a fim de provar por nós a
perda daquilo que mais se ama e, assim, nos conceder o amor eterno sem que
tenhamos que perdê-lo nunca! Deus perdeu Jesus para nos ganhar! Será que
podemos tê-lo como o “Desejo dos nossos olhos”?
Día tes písteos.
Pr. Cleilson
Amém
ResponderExcluirQue o desejo de meus olhos seja somente para o Senhor.
ResponderExcluirAmem! Que Deus no ajude para que somente Ele seja o desejo mais profundo de nossos olhos.
ResponderExcluirAleluia! Que nossos olhos sejam somente para o Senhor
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